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Revista da Associacao Paulista de Cirurgioes Dentistas

versão impressa ISSN 0004-5276

Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent. vol.66 no.1 Sao Paulo Jan./Mar. 2012

 

ARTIGO ORIGINAL

 

Transplante dental bilateral: relato de caso clínico com acompanhamento de 9 anos

 

Bilateral transplantation of teeth: a case report with a 9-year follow-up

 

 

Cláudio Roberto Pacheco JodasI; Abrão RapoportII; José Luiz Cintra JunqueiraIII; Leandro Stocco BaccarinIV; Paulo de Camargo MoraesV; Carolina Alves Dos Reis GatiVI; Rubens Gonçalves TeixeiraVII

IMestre - Professor – Brasil
IILivre docente - Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde do Complexo Hospitalar Heliópolis – Brasil
IIIDoutor - Professor Doutor em Radiologia e Ortodontia, Faculdade de Odontologia, Centro de Pós-Graduação São Leopoldo Mandic – Brasil
IVEspecialista - Professor do Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic – Brasil
VMestre - Professor de Cirurgia e Estomatologia do Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic – Brasil
VIEspecialista - Mestranda em Radiologia e Estomatologia pela São Leopoldo Mandic – Brasil
VIIDoutor - Professor Titular da Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic – Brasil

Autor para correspondência

 

 


 

RESUMO

O transplante e reimplante dentário é um procedimento comum na Odontologia moderna, como grande alternativa às próteses convencionais e até mesmo aos implantes dentários metálicos para correção de perdas dentárias precoces em pacientes adolescentes e adultos jovens. A etiologia dessas perdas dentárias pode ser variada, como cáries extensas, que resultaram em fraturas dentárias patológicas e consequente condenação do elemento dental, problemas endodônticos insolúveis, como perfurações e fraturas de assoalho pulpar, em que a resolução se deu por exodontia do elemento dental e traumatismos e avulsões de dentes permanentes em que se faz necessário o reimplante dental. Nessa faixa etária é possível realizar os autotransplantes dentários devido ao fato da cronologia de erupção dos dentes permanentes, sobretudo aos terceiros molares, terem sua fase final de formação radicular propícia para a realização do transplante dental autógeno. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de autotransplante dentário bilateral em um adulto jovem que se apresentou com as raízes residuais dos dentes 36 e 46 indicadas para exodontias devido a lesões de cárie extensas. Os terceiros molares superiores apresentavam-se radiograficamente inclusos, com o terço final radicular em início de formação, propício para o transplante autógeno e reposição dos molares inferiores condenados. O prognóstico foi favorável no momento da avaliação e no pós-operatório imediato da cirurgia. Após o período de acompanhamento de 9 anos observou-se excelentes resultados funcionais e estéticos, com vitalidade pulpar dos elementos transplantados.

Descritores: movimentação dentária; cirurgia bucal; transplante autólogo.


 

ABSTRACT

Tooth transplantation is a common procedure in modern dentistry, as important alternative to conventional dentures and even to dental metallic implants for correction of early dental losses in patients as teenagers and young adults. The etiology of these dental losses can be varied as extended dental caries, which resulted in pathological dental fractures and consequent condemnation of the dental element; endodontic insoluble problems, such as fractures and perforations of pulp floor, where the resolution made by exodontics of the dental element and trauma and avulsions of permanent teeth in that it is necessary to reimplant the teeth. In this age, it is possible to achieve the dental autotransplantation due to the fact that the eruption chronology of the permanent teeth, especially the third molars, have their root phase in final development, conducive to the achievement of dental autogenous transplantation. The objective of this study is to present a report a case of self-dental bilateral transplantation in a young adult who, because of extensive caries injuries presented with residual roots of the teeth 36 and 46, indicated for tooth extractions. The upper third molars had to be included radiographically, with the root on top of development, conducive to the autogenous transplantation and replacement of lower molars convicted. The prognosis was favorable at the time of evaluation and performs the surgery, with a 9 years follow-up, showing excellent results functionally and aesthetic as pulpar vitallity of the transplanted teeth.

Descriptors: tooth movement; surgery, oral; transplantation, autologous.


 

 

RELEVÂNCIA CLÍNICA

Apresentar os aspectos clínicos do autotransplante dentário bilateral em um adulto jovem que, devido às lesões de cárie extensas, apresentou-se com raízes residuais dos dentes 36 e 46 indicadas para exodontias, abordando os passos operatórios desta modalidade de tratamento.

 

INTRODUÇÃO

Andreasen1 relatou que o processo de cicatrização alveolar sobre a polpa e periodonto e a relação com a infecção tornou o transplante dental algo previsível e os procedimentos clínicos mais confiáveis, acrescentando-o como uma alternativa de tratamento nas diferentes especialidades odontológicas. O reimplante de dentes avulsionadosé um dos procedimentos mais antigos da Odontologia. Resultados descritos na literatura variam desde a retenção prolongada à gradual e parcial reabsorção radicular, à rápida e completa reabsorção e imediata esfoliação, com sintomas agudos2. A vitalidade das células do ligamento periodontal exerce grande importância nos processos de reparo das avulsões dentárias3-6.

No caso de transplante de molares, o índice de sucesso varia consideravelmente. Primeiro, devido a grandes variações na seleção de casos (formação radicular incompleta versus formação radicular completa), e também por causa das diferentes técnicas e períodos de observação. O prognóstico de transplantes de pré-molares tem sido demonstrado em numerosos relatos de casos7-9. Portanto, o prognóstico de transplante de pré-molares é muito bom, especialmente se realizado no estágio apropriado do desenvolvimento radicular.

No caso do canino, a sobrevida do dente após o transplante varia entre 86 a 100%1. Porém, existe uma ampla variação de resultados em longo prazo, entre os mais comuns à seleção do caso e as diferenças na avaliação da cicatrização e às técnicas cirúrgicas utilizadas8.

Nos casos de transplante de incisivos, o prognóstico em longo prazo parece revelar bons resultados. As reabsorções aparecem em todos os casos, reabsorções de superfície e não progressivas, conforme relatou Kahnberg10.

Todos os molares permanentes podem ser transplantados em certos estágios de desenvolvimento radicular. Normalmente os terceiros molares são os mais utilizados, principalmente, para a substituição de primeiros molares perdidos por diversos fatores, como cáries extensas, complicações marginais ou periapicais ou até mesmo fraturas que resultaram em separação radicular por comprometimento do assoalho pulpar, tornaram o tratamento protético e endodôntico convencional impossível ou de péssimo prognóstico.

De acordo com Braga e De Paula11, o momento ideal para a realização de um transplante dentário seria quando o desenvolvimento radicular do dente a ser transplantado atinge metade ou dois terços do comprimento radicular total e o forame apical ainda aberto. A principal causa do sucesso dessa técnica consiste no desenvolvimento tardio dos terceiros molares em relação aos demais dentes. Entretanto, Marzola2 relatou que muitos autores obtiveram sucesso em transplantes dentários com formação radicular completa, mesmo tendo esse tipo de transplante um prognóstico menos favorável.

Teixeira et al.12 estudaram o reposicionamento cirúrgico de segundos molares impactados, como uma alternativa para salvar estes dentes condenados à exodontia. Segundos molares inferiores impactados não ocorrem frequentemente, mas podem impactar nos primeiros molares, não erupcionando na época normal. Diversos são os fatores etiológicos, porém o mais comum é a falta de espaço no arco dental, devido ao inadequado crescimento mandibular. A técnica consistia na luxação e reimplantação imediata do dente impactado em seu próprio alvéolo, associado a enxerto de osso bovino com colágeno tipo 1 para estabilizar o dente em sua nova posição. Quando não era possível o reposicionamento cirúrgico devido a fatores como idade do paciente e grau de impactação e posição alveolar, poderia optar-se pela exodontia do segundo molar impactado e pelo autotransplante de um terceiro molar.

O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de autotransplante dentário bilateral em um adulto jovem que se apresentou com raízes residuais dos dentes 36 e 46, indicadas para exodontias devido às lesões de cárie extensas, apresentando ao Cirurgião-Dentista os passos operatórios desta modalidade de tratamento.

 

RELATO DE CASO CLÍNICO

Paciente do gênero feminino, 18 anos, ao procurar tratamento ortodôntico apresentou-se com dentes 36 e 46 com indicação de exodontias, devido às extensas lesões cariosas. Na radiografia panorâmica de diagnóstico (Figura 1), observou-se a presença de duas raízes residuais do dente 36, separadas, e apenas uma raiz residual do dente 46. Os dentes 18 e 28 apresentavam-se radiograficamente com 2/3 de formação radicular. A idade da paciente, a análise do local receptor e seleção dos dentes doadores apresentavam as condições ideais para a realização do procedimento cirúrgico.

A área receptora foi preparada para o transplante através das exodontias das raízes residuais dos dentes 36 e 46 da maneira mais atraumática possível, através de extratores. O tecido de granulação presente no local do dente 36 foi cuidadosamente removido com uma cureta.

A seguir, a preparação dos alvéolos receptores foi realizada com uma broca cirúrgica esférica número 8 em alta-rotação com solução salina, expandindo-se a periferia dos alvéolos, bilateralmente, tomando-se o cuidado de não penetrar nas lâminas ósseas corticais que separavam os dentes adjacentes. A dimensão do alvéolo receptor foi baseada na imagem radiográfica dos dentes doadores, comparando a distância mesio-distal do dente doador com a distância mesio-distal dos dentes adjacentes assim como o tamanho dos dentes para determinar a profundidade do alvéolo a ser preparado cirurgicamente. Os alvéolos cirúrgicos receptores foram então copiosamente irrigados com solução salina a 0,9%, para remover todo e qualquer detrito ali presente e imediatamente o alvéolo foi coberto com um tampão de gaze estéril para evitar a contaminação por saliva.

Os terceiros molares superiores inclusos foram então extraídos cirurgicamente. Foi então realizado o transplante do dente 18 para o alvéolo do dente 46 e a seguir o transplante do dente 28 para o alvéolo do dente 36.

Nas cirurgias dos dentes 18 e 28 inclusos foram tomados alguns cuidados: após incisões relaxantes as osteotomias foram realizadas com cinzéis manuais; o apoio dos extratores sempre nas porções coronárias, ou seja, em esmalte, evitando-se assim traumatismos ao folículo dental e ao ligamento periodontal presentes na porção radicular dos dentes a serem transplantados.

No ato do transplante, a dimensão do dente deve ser comparada à dimensão do alvéolo receptor e o cirurgião, após certificar-se de sua compatibilidade, o insere cuidadosamente no alvéolo receptor. Caso essa comparação seja negativa é necessária a rápida reconfecção do alvéolo receptor, seguida de irrigação copiosa novamente antes da inserção do dente doador no alvéolo. Neste caso, não houve necessidade de nova reconfecção do alvéolo receptor.

Após inserir e posicionar o dente doador no alvéolo receptor, observa-se o contato oclusal, que deve ser livre no dente doador, devendo este ser posicionado em infra-oclusão.

Foi realizada uma sutura em forma de "x" com fio de seda 3-0 na oclusal do dente transplantado garantindo sua imobilização, e os demais acessos foram fechados com síntese através de pontos interrompidos com o mesmo fio de sutura. Radiografias periapicais inferiores de ambos os lados foram realizadas imediatamente após o procedimento cirúrgico para o início do controle clínico-radiográfico (Figuras 2a e 2b).

Após dez dias de pós-operatório, as suturas foram removidas e contenções bilaterais entre a oclusal do dente transplantado e a mesial do segundo molar adjacente foram realizadas com ionômero de vidro de finalidade ortodôntica.

Após radiografia panorâmica de controle de 7 meses de pós-operatório, notou-se neoformação óssea na região alveolar dos dentes transplantados (Figura 3). Clinicamente não foram observados sinais flogísticos e os dentes transplantados, nesta fase, não apresentavam mobilidade aparente. Os testes de vitalidade pulpar foram positivos, sugerindo-se reinervação e revascularização dos elementos transplantados.

O acompanhamento radiográfico pós-operatório foi realizado após 2 meses com controle até 9 anos (Figura 4). Foram também realizadas radiografias periapicais onde se nota a formação da lâmina dura no controle de 9 anos (Figuras 5a e 5b) e uma visão clínica deste período (Figuras 6a e 6b). Não foram feitas radiografias, pois a paciente estava em período gestacional. Entretanto, os dentes transplantados apresentavam-se bem inseridos, com resposta pulpar positiva e com características de normalidade a estímulos de vitalidade e nocicepção durante todo o período de acompanhamento pós-operatório, com um excelente resultado estético-funcional.

 

DISCUSSÃO

A literatura relata excelentes resultados com transplantes dentais quando o protocolo apropriado é seguido. Andreasen et al.13 relataram taxas de 95% a 98% de sobrevida há longo prazo para formação completa de raiz de 370 pré-molares autotransplantados em 13 anos.

Nenhum elemento do mecanismo bucal está mais ligado à função e a estética do que os dentes. Dessa forma, é uma necessidade a compreensão do que é essencial para salvar ou restaurar definitivamente os dentes fraturados ou avulsionados e seu osso de suporte.

Nos transplantes e reimplantes não podem faltar nenhum detalhe com relação à cicatrização da ferida, resposta inflamatória, tratamento pré e pós-operatório, fatores envolvidos na reabsorção dental ou óssea e restauração na forma dos dentes. Assim, em cirurgia bucal, técnicas tradicionais para remoção de dentes retidos tem tido como meta não traumatizar o alvéolo para promover a sua cicatrização, o que requer técnicas não traumáticas que permitam a máxima sobrevida de células dentro e ao redor do transplante.O transplante dental é viável e deve seguir alguns cuidados como a presença de um ligamento periodontal intacto na superfície radicular, que é o fator mais importante para assegurar a cicatrização do ligamento periodontal sem reabsorção radicular.

Os molares permanentes são os dentes mais transplantados e utilizados em diferentes situações: a razão mais comum para o transplante de terceiro molar é a substituição de primeiros molares onde extensas cáries, complicações marginais ou periapicais, ou fraturas, tornaram o tratamento convencional impossível; substituição de segundos ou terceiros molares retidos2, como também no tratamento de aplasia de pré-molar, especialmente na região de segundo pré-molar e, nos casos de terceiros molares com raiz com pequenas dimensões, podem ser transplantados em casos de perda acidental de incisivos superiores14.

Kallu et al.15 apresentaram um estudo sobre transplante de dentes autógenos que objetivou examinar a influência de critérios clínicos como o tipo de dente doador, tamanho da raiz e estágio de erupção do dente doador e outros relacionados à taxa de sucesso dos transplantes dentários. Foram transplantados 273 dentes de 194 pacientes, com idade média de 18,1 anos; a média de acompanhamento foi de 3,8 anos. Os autores concluíram que o autotransplante de dentes em que a formação radicular apresenta-se em um estágio de ½ a ¾ de formação, seguindo-se um procedimento cirúrgico cuidadoso, obteve melhores resultados, sem complicações aos pacientes em relação ao acompanhamento em longo prazo.

Considerando a reinervação, Schendell et al.16 apresentaram um estudo histológico em 8 dentes autotransplantados em 4 macacos Ceropithecus aethiops. O incisivo lateral superior de cada animal foi extraído e transplantado do lado contra-lateral. A formação radicular apresentava-se incompleta e com o forame apical aberto. Após 1, 2 e 4 meses do procedimento, os animais foram sacrificados e examinados histologicamente através do marcador de anticorpos monoclonal S-100. Poucas fibras nervosas foram encontradas em 1 mês após o transplante, em 2 meses muitos feixes nervosos foram detectados através de toda a polpa e após 4 meses um grande número de feixes foram detectados, comparada a uma polpa dental densamente inervada. Os autores concluíram que funções fisiológicas relacionadas a nocicepção e a regulação vascular do dente transplantado podem ser reconhecidas em poucos meses após a cirurgia, de acordo com achados clínicos, concordando com os achados de outros autores17-18.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Com relação à regeneração periodontal, Izumi et al.19 apresentaram em 2007 um estudo em ratos, transplantando dentes criopreservados em nitrogênio líquido por 4 semanas e demonstraram que não houveram reações adversas relacionadas à cicatrização periodontal. Os autores informaram que para aplicação clínica deste método necessita-se de mais estudos por um período ainda maior do que o realizado. Dentes criopreservados por 4 semanas mostraram histologicamente regeneração similar a dentes imediatamente transplantados, podendo ser uma alternativa futura para as reabilitações dentárias.

Bauss et al.20 estudaram a influência do método de contenção do dente transplantado no desenvolvimento radicular. Foram avaliados 65 dentes imaturos transplantados de 63 pacientes, divididos em 2 grupos: um grupo com 24 dentes transplantados que receberam contenção com fio e resina composta através de sistema adesivo nos dentes adjacentes por 4 semanas e outro grupo com 41 dentes transplantados com fixação pós-operatória através de fios de sutura por uma semana. O método de fixação dependeu da estabilidade inicial dos transplantes. Os pacientes foram acompanhados por 3,9 anos e os resultados indicaram que fixação rígida prolongada de terceiros molares imaturos transplantados teve uma influência significativamente negativa no desenvolvimento radicular final, especialmente em dentes em que o estágio de desenvolvimento radicular era muito precoce.

Bauss et al.21 compararam o desenvolvimento radicular de terceiros molares imaturos transplantados em alvéolos criados cirurgicamente e em locais de extrações recentes. Todos os 64 dentes transplantados em 62 pacientes apresentavam raízes ainda em fase 3 a 4 de desenvolvimento. Em um grupo de 22 casos, um novo alvéolo foi criado através de brocas e em outro grupo, 42 dentes foram transplantados em alvéolos de dentes extraídos no mesmo momento. O desenvolvimento radicular pós-operatório foi determinado através de radiografias intraorais imediatamente após o procedimento e após o período de acompanhamento e concluíram que dentes transplantados em estágio de desenvolvimento avançado para alvéolos criados cirurgicamente mostraram uma diminuição no desenvolvimento radicular. Uma possível explicação para tal fato pode ser a lesão da bainha epitelial radicular de Hertwig durante o procedimento de transplante.

O pré-requisito para o transplante dentário ser bem sucedido seria o conhecimento abrangente das respostas da polpa e do periodonto à lesão e a capacidade de cicatrização de ambos os tecidos.

 

CONCLUSÃO

Seguindo-se todos os procedimentos de forma adequada, como no caso clínico apresentado, pode-se concluir que os transplantes e reimplantes dentários continuam sendo uma alternativa dentre as várias soluções para restabelecimento da função e estética dentárias.

 

REFERÊNCIAS

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Autor para correspondência:
Cláudio Roberto Pacheco Jodas
Rua Padre Casemiro, 63
São Benedito - Araras - SP
13600-450
Brasil

e-mail: cjodas@linkway.com.br

Recebido em: nov/2011
Aprovado em: nov/2011