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Revista da Associacao Paulista de Cirurgioes Dentistas
versão impressa ISSN 0004-5276
Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent. vol.68 no.3 Sao Paulo Jul./Set. 2014
Autor convidado
Impacto das condições bucais na qualidade de vida dos indivíduos
Impact of oral conditions on individual‘s quality of life
Cristiane Baccin BendoI;Carolina Castro MartinsII; Isabela Almeida PordeusIII; Saul Martins de PaivaIV
I Doutorado - Professora substituta do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
II Doutorado - Professora adjunta do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da Faculdade de Odontologia da UFMG
IIIDoutorado - Professora titular do Departamento Odontopediatria e Ortodontia da Faculdade de Odontologia da UFMG
IVPós-Doutorado - Professor titular do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da Faculdade de Odontologia da UFMG
RESUMO
Historicamente, a avaliação de saúde bucal e o planejamento do tratamento e as ações em saúde utilizavam apenas as condições clínicas diagnosticadas pelo Cirurgião-Dentista, baseada nos parâmetros biológicos da doença. Entretanto, nas últimas duas décadas, o impacto das condições bucais sobre a qualidade de vida dos indivíduos tem ganhado destaque no cenário científico. Atualmente, existe uma ampla variedade de instrumentos que se preocupam em mensurar o impacto das diversas condições bucais na qualidade de vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Palavras-chave: qualidade de vida; saúde bucal; questionários
ABSTRACT
Historically, the assessment of oral health care used only clinical conditions diagnosed by the dentist based on biological parameters. However, over the past two decades, the impact of oral conditions on individuals' quality of life has gained importance in the scientific and clinical field. Currently, there is a wide variety of instruments able to measure the impact of oral conditions on quality of life of children, adolescents, adults and the elderly.
Keywords: quality of life; oral health; questionnaires
RELEVÂNCIA CLÍNICA
Diversas alterações bucais prevalentes em crianças, adolescentes, adultos e idosos podem afetar a qualidade de vida desses indivíduos. Mensurar o impacto destas alterações na qualidade de vida proporciona um planejamento clínico que leve em consideração a percepção e a necessidade sentida pelo indivíduo.
Introdução
Desde a década de 1980, tem sido crescente a discussão em torno de qualidade de vida e principalmente qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). Diversos estudos apontaram a qualidade de vida como um fenômeno dinâmico e complexo, não sendo apenas consequência de indicadores objetivos, mas também contando com aspectos subjetivos.1,2
Várias condições bucais têm causado impacto na qualidade de vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos. Esta revisão de literatura discute as principais condições bucais que causam impacto na qualidade de vida destes grupos etários. Além disso, apresenta os instrumentos que têm sido utilizados para mensurar a QVRSB direcionado para cada faixa etária.
Conceitos de qualidade de vida
Qualidade de vida, de acordo com o Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (1994), foi conceituada como "a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações".3
Qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) foi definida como "o impacto das doenças bucais sobre aspectos da vida cotidiana que são importantes para os pacientes e pessoas, com os impactos sendo de magnitude suficiente, quer em termos de frequência, gravidade ou duração, para afetar a percepção do indivíduo sobre sua vida em geral". QVRSB é um conceito multidimensional, que deve englobar no mínimo questões de saúde física, psicológica (incluindo aspectos emocionais e cognitivos) e social.4 Sendo assim, os conceitos de qualidade de vida e saúde são indissociáveis, sendo que um exerce influência sobre o outro e vice-versa.
Impacto das condições bucais na qualidade de vida de crianças e adolescentes
Pesquisas científicas atuais que abordam os problemas bucais não se limitam à busca da associação entre as alterações bucais e os respectivos fatores de risco. Tem havido uma crescente preocupação em investigar a repercussão dos problemas bucais na qualidade de vida das pessoas, relacionando-os às limitações funcionais, bem-estar emocional e bem-estar social.5,6
As doenças bucais podem afetar a alimentação, o sono, a fala, a comunicação, a interação social e a autoestima dos indivíduos, acarretando dificuldades nas suas atividades diárias e trazendo como consequência prejuízos à qualidade de vida.7
Na sociedade atual, onde há consenso sobre a importância da boa aparência física, alterações dentárias significativas implicam em impctos emocionais para as crianças e adolescentes. Com a autoimagem prejudicada, crianças e adolescentes podem ter sua autoestima afetada, repercutindo em seus relacionamentos pessoais e sociais.7
Qualidade de vida e Cárie dentária
Diversas alterações bucais podem afetar a qualidade de vida da criança, do adolescente e de seus familiares. A cárie dentária é a causa primária de dor de dente e de perda dentária neste grupo etário. A intensidade e a frequência da dor podem afetar a qualidade de vida da criança e do adolescente, apresentando consequências tais como dificuldade de mastigar, dificuldade de higienizar os dentes, dificuldade para dormir, ausência na escola e dificuldade de brincar.7
A presença de cárie dentária e a sensação de dor de dente pela criança podem fazer com que os pais faltem ao trabalho em busca de atendimento odontológico para seus filhos. Geralmente, as mães responsabilizam-se por cuidar da saúde da criança, por isso suspendem suas atividades domésticas e, até mesmo, os cuidados com os outros irmãos para se dedicarem integralmente à criança com dor.
A elevada prevalência de lesões de cárie dentária e a sintomatologia dolorosa são consideradas indicadores de maiores limitações funcionais. O alto impacto nas limitações funcionais pode estar associado com a percepção negativa de saúde pelos adolescentes, o que se mostra relacionado com pior qualidade de vida. Entretanto, adolescentes com maior capacidade em lidar com o estresse possuem menos impactos relacionados aos sintomas e à função, consequentemente desenvolvem uma percepção mais positiva da sua saúde e melhor qualidade de vida. Observa-se, portanto, a complexidade que está envolvida na relação entre alterações bucais e qualidade de vida, uma vez que todos os fatores citados anteriormente são fundamentais para o entendimento de como a saúde bucal afeta a qualidade de vida dos adolescentes.7
Qualidade de vida e Traumatismo dentário
O acometimento dos dentes anteriores por traumatismos dentários pode gerar uma importante influencia na qualidade de vida de crianças e adolescentes. O desconforto físico, causado principalmente pela dor, e psicológico, pela dificuldade de sorrir pode afetar diretamente o convívio social.7 Problemas estéticos promovem desconforto, baixa autoestima, constrangimento ao sorrir e dificuldades em relacionar-se com os outros, repercutindo no bem-estar físico e emocional da criança e do adolescente.7 O impacto negativo do traumatismo dentário na qualidade de vida da criança é quase inevitável. A restauração dos dentes que sofreram traumatismo nem sempre elimina o impacto na QVRSB, apesar de reduzi-lo.7 Os pais, cientes do problema do traumatismo dentário, podem ter suas atividades diárias afetadas, além de repercussões emocionais, resultando em conflitos familiares.7
Qualidade de vida e Má-oclusão
A má-oclusão pode apresentar efeitos físicos, psicológicos e sociais nos indivíduos. Afeta o sorriso, parte fundamental da aparência facial e da expressão das emoções.16 Além disso, o impacto estético da má-oclusão pode repercutir negativamente na qualidade de vida, interação social, relacionamento interpessoal, bem--estar psicológico e produzir sentimentos de inferioridade.17,18
A estética dental exerce um efeito direto na qualidade de vida, principalmente relacionada à aceitação social.17,19,20 Isto é evidencado em estudos que encontraram uma forte preocupação dos adolescentes com o alinhamento de seus dentes, sendo que o espaçamento ou apinhamento dos incisivos e o trespasse horizontal aumentado foram os maiores problemas estéticos percebidos.17,19,21,22 Há evidências de que os adolescentes ficariam incomodados caso não pudessem receber tratamento ortodôntico, e consequentemente a realização do tratamento ortodôntico completo reduz o impacto negativo na QVRSB.17,23-25
A presença de má-oclusão em crianças e adolescentes tem potencial para repercutir na vida diária dos familiares, resultando em conflitos familiares e dificuldades financeiras.5 Os pais de adolescentes com má-oclusão tendem a sentirem-se culpados, desconfortáveis, preocupados e chateados com a condição do seu filho.26
Qualidade de vida e outros problemas bucais
Geralmente, os principais problemas bucais que são alvos de atenção na infância e adolescência são cárie dentária, traumatismo dentário e má-oclusão. De fato, esses problemas podem repercutir negativamente na qualidade de vida de crianças e adolescentes.9,10,14,17,18 No entanto, outros problemas bucais podem afetar a qualidade de vida, como problemas temporomandibulares.27 Sendo assim, a atenção do Cirurgião-Dentista deve se voltar para outros problemas, além dos problemas bucais mais prevalentes. Atendendo a proposta da visão holística do paciente, a criança e o adolescente devem ser observados como um todo, de forma que outros problemas, além dos bucais, possam ser percebidos.
Instrumentos para mensurar qualidade de vida em crianças e adolescentes
De acordo com a Associação Americana de Pediatria, a saúde infantil é definida como o "funcionamento social, físico e emocional da criança e da sua família (...)", e sendo assim, a QVRS deve considerar a perspectiva da criança e da família.28 Neste sentido, o impacto das condições de saúde na qualidade de vida constitui-se um importante indicador de saúde. A utilização de instrumentos válidos capazes de mensurar QVRS é fundamental para a obtenção de dados confiáveis.
Alguns instrumentos foram inicialmente desenvolvidos em outros países, sendo especificamente utilizados para medir o impacto da saúde bucal na qualidade de vida de crianças, adolescentes e famílias. Alguns destes instrumentos já se encontram validados para uso no Brasil (Tabela 1).
O entendimento cognitivo de uma criança de 5 anos é diferente de um adolescente de 12 anos, logo seria impossível aplicar o mesmo instrumento para as duas faixas etárias simultaneamente. Assim, as perguntas são adaptadas e validadas para a faixa etária de acordo com a necessidade cognitiva de cada um.
Impacto das condições bucais na qualidade de vida de adultos e idosos
As populações adulta e idosa também sofrem o impacto das alterações bucais em sua qualidade de vida. Entretanto, podem ser encontradas diferenças na QVRSB de adultos de acordo com o avanço da idade. Um preditor desta diferença é a perda dentária, diretamente associada com o aumento da idade.29,30 Indivíduos com menor número de dentes naturais tendem a ter maior impacto negativo na QVRSB.30,31 Entretanto, não é somente a quantidade de dentes perdidos que causa prejuízo na QVRSB. A localização e a distribuição dos dentes perdidos afetam a gravidade do impacto. Uma revisão sistemática mostrou que a ausência de oclusão posterior provoca prejuízos na QVRSB. Da mesma forma, a perda de dentes anteriores, gerando um espaço não preenchido por prótese provoca prejuízos na QVRSB.30
Condições bucais como a presença de lesões cariosas e a doença periodontal são relacionadas ao impacto negativo na QVRSB de adultos.29,31 Estas doenças são progressivas, e caso não tratadas adequadamente e a tempo, podem evoluir para a perda dentária.30 Um coorte de nascimento com adultos de 32 anos de idade da Nova Zelândia demonstrou que a cárie dentária, a perda de dentes e a doença periodontal estão associadas com limitações funcionais e bem-estar psicossocial de homens e mulheres. Esses indivíduos relataram maior dificuldade em pronunciar palavras e alteração de paladar, além de sentir-se constrangidos, irritados, com dificuldade de relaxar e de realizar suas tarefas diárias.29
O uso de prótese total removível em indivíduos edêntulos apresenta potencial de redução da QVRSB, principalmente relacionado com dor, limitações funcionais e desconforto psicológico em decorrência da condição bucal.32 Idosos holandeses, durante um estudo qualitativo, relataram dificuldades com a adaptação das próteses removíveis na cavidade bucal. Segundo estes idosos, a adaptação inadequada das próteses era a principal diferença em relação aos dentes naturais, o que prejudicava funções como comer, falar, sorrir e beijar. Além disso, os idosos relataram que os dentes artificiais eram esteticamente desagradáveis quando comparados aos dentes naturais.33
Com o crescente aumento da população idosa no mundo, as políticas públicas precisam preocupar-se cada vez mais com a manutenção da saúde e qualidade de vida dessa população. 34 Para o ano de 2040, é estimado que a população acima de 60 anos de idade supere um bilhão de pessoas.35 Estudo realizado com idosos brasileiros acima de 60 anos de idade mostrou que aqueles indivíduos com maior perda dentária e lesões de cárie não tratadas sentiam-se constrangidos e desconfortáveis para comer.31 Além disso, essa dificuldade de comer, seja pela perda dentária ou pelo desconforto causado pelo uso da prótese dentária, pode resultar em dificuldades de adaptação a uma alimentação saudável, perda de apetite, e como consequência a perda de peso. Como resultado, a perda de peso em idosos pode agravar as doenças crônicas preexistentes, muitas vezes comuns na terceira idade.
Uma análise realizada a partir dos dados do maior levantamento epidemiológico de saúde bucal brasileiro, o SBBrasil, com idosos de 65 a 74 anos de idade, mostrou que mais da metade era edêntula (54%), 30% tinha lesões cariosas e 12% doença periodontal. A presença de lesões cariosas, doença periodontal e dor de dente estavam relacionadas à autoavaliação negativa da saúde bucal. Além disso, esta avaliação negativa da saúde bucal também estava associada ao uso de próteses totais removíveis e à dificuldade em mastigar alimentos, o que afetava diretamente na escolha dos alimentos e na nutrição dos idosos.34
A conservação de dentes naturais contribui para a qualidade de vida dos idosos em geral, promovendo nestes indivíduos um sentimento de conquista e orgulho. O cuidado com os dentes promove nos idosos uma sensação de autonomia e independência. A presença de dentes naturais contribui para uma imagem corporal mais positiva através de sentimentos de integridade física e plenitude. Por outro lado, a perda dos dentes altera negativamente as percepções relativas à imagem corporal.33
Instrumentos para mensurar qualidade de vida em adultos e idosos
Há pouco mais de 20 anos, instrumentos que avaliam a QVRSB em adultos e idosos têm sido desenvolvidos, como resultado da crescente preocupação em entender o impacto que a situação de saúde bucal da população provoca na qualidade de vida. A Tabela 2 mostra os instrumentos mais utilizados que têm versão validada para uso no Brasil.
Dentre estes instrumentos, os mais utilizados são o GOHAI, o OHIP-49 e o OHIP-14. A utilização destes instrumentos para avaliação de saúde bucal permite a identificação de grupos de indivíduos que necessitam de cuidados em saúde, visando o emprego adequado dos recursos financeiros e monitoramento das intervenções clínicas.
CONCLUSÕES
As medidas de saúde bucal relacionadas à qualidade de vida são fundamentais para a elaboração de um planejamento clínico que leve em consideração também a percepção e a necessidade sentida pelo indivíduo. Baseado em tal conhecimento, pode-se propor políticas públicas de promoção de saúde visando melhorar a qualidade de vida das crianças, adolescentes, adultos e idosos, e consequentemente de suas famílias.
A evolução das pesquisas científicas levou ao desenvolvimento de instrumentos que mensuram a repercussão dos problemas de saúde bucal sobre a qualidade de vida de todas as faixas etárias. Vários destes instrumentos, embora originários de outros idiomas, já se encontram validados para uso no Brasil. Atualmente, fazem parte de uma gama de recursos necessários para o planejamento de ações clínicas em saúde, tanto no ambiente do consultório particular quanto no planejamento de políticas públicas de saúde.
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Endereço para correspondência:
Saul Martins Paiva
Depto. de Odontopediatria e Ortodontia
Av. Antônio Carlos, 6627 Pampulha - Belo Horizonte – MG 31270-901
e-mail: smpaiva@uol.com.br
Recebido: jan/2014
Aceito: mai/2014