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Revista Brasileira de Odontologia
versão On-line ISSN 1984-3747versão impressa ISSN 0034-7272
Rev. Bras. Odontol. vol.72 no.1-2 Rio de Janeiro Jan./Jun. 2015
ARTIGO DE REVISÃO
Impacto da má oclusão na dentição decídua e permanente na qualidade de vida de crianças e adolescentes: revisão de literatura
Malocclusion impact on primary and permanent dentition in the quality of life of children and adolescents: review of literature
Andressa Ferreira Moreira I; Larissa Silveira Pinto I; Karoline Von Ahn Pinto I; Paula Goveia Côrreia I; Sara Alice Zago Jeziorski I; Karen Sibele Velasque I; Denise Paiva Rosa II
I Acadêmicas da FO da Universidade Federal de Pelotas
II Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Odontologia -Odontopedriatria - da Universidade Federal de Pelotas
RESUMO
Foi realizada uma revisão de literatura sobre má oclusão nas diferentes dentições e seu impacto na qualidade de vida de crianças e adolescentes. Pesquisou-se no PUBMED, LILACS e SCIELO, utilizando-se os descritores malocclusion e quality of life. Foram selecionados oito artigos sobre má oclusão na dentição decídua e 17 na dentição mista e/ou permanente. Dentre os que avaliaram a dentição decídua, apenas um artigo encontrou impacto negativo na qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB). Quanto aos artigos que avaliaram as dentições mista e/ou permanente, a maioria encontrou associação entre má oclusão e pior QVRSB. Conclui-se que a má oclusão exerce impacto negativo na QVRSB quando presente na dentição mista e/ ou permanente, afetando a autoestima dos indivíduos que possuem esse agravo.
Palavras-chave: má oclusão; qualidade de vida; Odontopediatria; dente decíduo; dentição permanente.
ABSTRACT
A narrative review of the literature was conducted about malocclusion in different dentitions and its impact on quality of life in children and adolescents. The survey was conducted in PUBMED, LILACS and SciELO, using the key words malocclusion and quality of life. Eight articles were selected about malocclusion in the deciduous dentition and 17 in mixed and / or permanent dentition. Among those who evaluated the deciduous dentition, only one article found negative impact in the oral health-related quality of life (OHRQoL). As for articles that assessed the mixed and / or permanent dentition, the majority found an association between malocclusion and worse OHRQoL. It is concluded that malocclusion only has a negative impact in the OHRQoL when present in mixed and / or permanent dentition, affecting the self-esteem of individuals who have this disorder.
Keywords: malocclusion; quality of life; pediatric dentistry; tooth, deciduous; dentition, permanent.
Introdução
A má oclusão é uma desordem de desenvolvimento do complexo craniofacial que afeta os maxilares, língua e músculos faciais 1. Resulta da interação entre fatores hereditários e ambientais, causando alterações funcionais e estéticas, que muitas vezes trazem consequências psicossociais para o paciente em desenvolvimento. Devido à sua elevada prevalência e por apresentar impacto negativo na vida do indivíduo e na sociedade, a má oclusão é considerada um problema de saúde pública 2. No entanto, os efeitos dos agravos oclusais são variáveis e os resultados de uma avaliação clínica podem não refletir aspectos mais subjetivos relacionados à percepção do paciente 2,3. Portanto, a avaliação desse agravo deve ser multidimensional, considerando os aspectos biopsicossociais e auxiliando na atenção à saúde de forma integral.
Indivíduos com irregularidades oclusais podem apresentar um declínio na qualidade de vida (QV) e impacto negativo sobre as atividades diárias 4,5. Além disso, há evidências de que crianças com má oclusão aparente sofrem julgamentos negativos perante a sociedade e, consequentemente, dizem-se menos satisfeitas com a sua aparência 6.
A qualidade de vida foi definida pela Organização Mundial da Saúde como "a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" 7. Vários estudos têm avaliado a repercussão de agravos bucais na qualidade de vida dos indivíduos em diferentes países, sendo que o impacto da má oclusão na qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) é mais investigado em adolescentes e adultos 8. Diante da variedade de estudos publicados nos últimos anos, é importante a realização de uma revisão de literatura para auxiliar na síntese desses estudos e na atualização sobre o tema, colaborando para que os profissionais clínicos e gestores possam entender o impacto da má oclusão na QVRSB. Outro aspecto positivo da revisão de literatura é facilitar o conhecimento sobre os métodos utilizados nesse tipo de avaliação, possibilitando a realização de novos estudos em diferentes populações de interesse e um melhor planejamento das ações em saúde. Sendo assim, o objetivo principal do presente estudo foi realizar uma revisão narrativa da literatura sobre o impacto da má oclusão na qualidade de vida de crianças e adolescentes, bem como apresentar os instrumentos mais utilizados para essa avaliação.
Material e Método
Foi realizada uma pesquisa nas bases PubMed Central, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO), com os seguintes passos: pesquisa utilizando os termos malocclusion e quality of life, presentes na relação de termos Medical Subject Headings (MeSH); leitura dos títulos e resumos; identificação dos artigos de interesse e aquisição dos textos na íntegra. Nas bases LILACS e SciELO, também foram pesquisados os termos em português: má oclusão e qualidade de vida. Não houve restrição quanto ao ano de publicação, sendo incluídos somente artigos originais publicados em português e inglês. Do total de 229 artigos encontrados, somente 25 foram selecionados por preencherem os critérios de inclusão para esta revisão. Sendo, 17 estudos sobre má oclusão na dentição mista/permanente e 8 de má oclusão na dentição decídua.
Revisão de Literatura
• Indicadores Clínicos de Má Oclusão
Dos 25 artigos utilizados nesta revisão, apenas um não informou o tipo de índice clínico utilizado para má oclusão 9. Os índices clínicos mais utilizados para avaliar má oclusão na dentição mista ou permanente foram o Índice de Estética Dental (DAI), sendo utilizado em sete artigos 4,2,10,8,3,11,12 e o Índice de Necessidade de Tratamento Ortodôntico (IOTN), utilizado em cinco artigos 13,14,15,16,17. Apenas um estudo utilizou os dois índices juntos (DAI e IOTN) (18).
O DAI é um índice que mensura a má oclusão e utiliza a percepção do próprio indivíduo sobre a sua característica oclusal. Considera que o indivíduo que possui má oclusão pode apresentar limitações sociais e maior probabilidade da necessidade de tratamento ortodôntico 19,20. Foi desenvolvido para ser utilizado em adolescentes e adultos de dentição permanente, mas pode também ser utilizado em dentição decídua sofrendo algumas adaptações. O índice avalia dez características de oclusão, levando em consideração um padrão previamente estabelecido de acordo com padrões sociais de estética dental 20. O IOTN avalia a necessidade de tratamento ortodôntico de acordo com a gravidade da má oclusão e os danos estéticos percebidos pelo próprio indivíduo. É dividido em duas partes: o Componente de Saúde Dental (DHC) e o componente estético (AC). O DHC avalia a necessidade de tratamento ortodôntico em uma escala de 5 graus, levando em consideração os possíveis efeitos da má oclusão. Todas as alterações presentes nos indivíduos são avaliadas, mas somente a mais grave é levada em conta. O componente AC consiste em 10 fotografias, a primeira apresenta posição dental mais atrativa e a última, menos atrativa. Na avaliação, o indivíduo é orientado a procurar a foto que possua o comprometimento estético semelhante ao seu 21.
Além desses índices, foi usado em um artigo o Índice de Complexidade, Resultado e Necessidade (ICON) 22. Outro estudo, ainda, utilizou os critérios descritos por BROK & SHAW 23, o qual usa aspectos relacionados somente aos incisivos superiores permanentes, como classe II ou III relação incisivos, rotações, deslocamento, apinhamento ou espaçamento (6). Para finalizar, um estudo utilizou somente a presença de sobressaliência e espaçamentos 24.
Dentre os artigos que avaliaram a presença de má oclusão na dentição decídua, os índices de Foster e Hamilton, em conjunto com os critérios utilizados por GRABOWSKI et al. (2007), foram utilizados em cinco artigos 25,26,27. Dois desses estudos utilizaram também os critérios descritos por OLIVEIRA et al. 28,29. Alguns artigos avaliaram a má oclusão pela presença de mordida aberta anterior e sobressaliência aumentada 30,31,32. ABANTO et al. 30 também avaliaram a presença de mordida cruzada anterior.
• Instrumentos de Avaliação da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde Bucal
Diferentes instrumentos foram utilizados para avaliar a QVRSB em crianças e adolescentes. O Child Perceptions Questionnaire (CPQ) foi o instrumento mais utilizado nos artigos selecionados sobre má oclusão na dentição mista e/ou permanente, sendo o CPQ11-14 encontrado em seis artigos 10,24,16,6,11,17 e o CPQ8-10 em quatro artigos 4,8,3,12. Também foi utilizada uma versão modificada do CPQ aplicada em indivíduos de 14-17 anos 22 e o Parental-Caregive Perceptions Questionnaire (P-CPQ), no qual os pais/responsáveis são os respondentes, foi usado juntamente com o CPQ11- 14 em outro estudo 24.
O CPQ é um instrumento elaborado para avaliar a percepção da criança sobre sua própria saúde bucal, que apresenta questões divididas em quatro domínios: sintomas orais, limitação funcional, bem-estar emocional e bem-estar social. A pontuação final é dada pela soma de todos os itens ou pode ser feita separadamente para cada domínio, quanto maior a pontuação, maior é o impacto das condições de saúde bucal na qualidade de vida da criança. As duas versões desse instrumento, CPQ8-10 e CPQ11-14, foram adaptadas e validadas para serem utilizadas no Brasil 33.
O questionário Oral Health Impact Profile (OHIP) foi utilizado em três artigos, sendo que um utilizou a versão original (OHIP) 12 e dois utilizaram a versão curta desse instrumento (OHIP-14) 2,15. Esse questionário avalia a limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, incapacidade física, incapacidade social e deficiência 34.
Também foram utilizados o Psychosocial Impact of Dental Aesthetics Questionnaire (PIDAQ), que é um questionário específico para avaliação da estética dental 13, o Oral Impacts on Daily Performances (OIDP) 14 e a sua versão adaptada para crianças (Child OIDP) 18. O OIDP possui como principal domínio as atividades diárias relacionadas ao desempenho físico, psicológico e social 35. Todos os instrumentos mencionados acima possuem como respondentes os adolescentes investigados nas pesquisas.
Os estudos que avaliaram a má oclusão na dentição decídua e seu impacto na QV utilizaram o instrumento Early Childhood Oral Health Impact Scale (ECOHIS) 30,31,28,32,25,26,29,27. O ECOHIS é o instrumento mais utilizado para avaliar o impacto das condições bucais na qualidade de vida em pré-escolares e suas famílias. O questionário, preenchido pelos responsáveis da criança, apresenta algumas perguntas referentes ao impacto dos problemas bucais sobre a criança e outras que avaliam o impacto dos problemas bucais da criança sobre a sua família. O ECOHIS foi traduzido e adaptado para ser usado em diferentes países, incluindo o Brasil 36.
• Má Oclusão na Dentição Decídua e Qualidade de Vida
A má oclusão na dentição decídua e o seu impacto na QVRSB não é tão investigada quanto a má oclusão na dentição mista e/ou permanente. Dos artigos utilizados nesta revisão de literatura, oito foram realizados com crianças até 6 anos de idade (2-6 anos de idade). Embora a pesquisa da literatura tenha sido ampla, todos os estudos encontrados sobre o impacto da dentição decídua na QV foram realizados no Brasil. O resumo dos estudos com a caracterização da amostra, tipo de estudo, índices de má oclusão, instrumentos utilizados para avaliar o impacto na qualidade de vida, bem como os resultados principais estão descritos na tabela 1.
Os estudos utilizaram diferentes indicadores de má oclusão e o instrumento para avaliação do impacto na qualidade de vida foi o ECOHIS. Em relação aos resultados encontrados nesses estudos, sete artigos verificaram que a má oclusão não interfere de maneira significativa na QV das crianças e seus familiares 30,31,28,32,25,29,27. Apenas um artigo indicou interferência negativa da má oclusão na qualidade de vida, o modelo ajustado mostrou que a prevalência de impactos negativos foi 42% maior em crianças com má oclusão na dentição decídua. No entanto, esse estudo ressaltou que não são todos os tipos de má oclusão que afetam a qualidade de vida, mas somente os casos de mordida aberta anterior 26. Esse achado está relacionado ao comprometimento estético na presença dessa condição, que é causada por hábitos de sucção não nutritivos.
De maneira geral, os artigos indicaram que a má oclusão na dentição decídua não afeta de forma negativa na QV das crianças. Porém, quando o foco são os dentes permanentes, esse quadro muda completamente, indicando que a má oclusão interfere, e muito, de maneira a diminuir a qualidade de vida dos indivíduos. Por isso, investigações foram feitas para que se explicasse o motivo dessa variação de resultados sobre o mesmo problema, mas com intervalos de idade diferentes. Constatou-se que a principal explicação dada pelos pais/responsáveis para essa significativa diferença foi a de que os dentes decíduos "cairão de qualquer jeito", frase que reflete a menor importância dada para a dentição decídua 28.
• Má Oclusão na Dentição Mista e/ou Permanente e Qualidade de Vida
Dentre os artigos avaliados sobre a dentição mista e/ou permanente, observou-se que a grande maioria apresentou má oclusão relacionada a pior qualidade de vida (4,13,14,10,15,22,18,28,8,16,9,6,3,11,17. O resumo dos artigos incluídos nesta revisão de literatura pode ser observado na tabela 2.
Em um estudo realizado na Arábia Saudita, foram encontradas diferenças significativas entre os níveis de gravidade do DAI para os quatro domínios e os escores totais CPQ 11-14 10. Em outro estudo, as crianças com maior índice de má oclusão (IOTN) apresentaram impactos negativos em relação à qualidade de vida nos seguintes domínios: sintomas orais, limitações funcionais, emocionais e de impacto social. Os resultados também mostraram relações significativas entre bullying e certos traços oclusais, autoestima e QVRSB 17. No entanto, o mesmo não foi observado no estudo realizado no Reino Unido, que também utilizou o IOTN. Esse estudo mostrou diferenças estatisticamente significativas entre indivíduos com má oclusão e oclusão normal nas pontuações totais do CPQ (p < 0,012), para o domínio emocional (p < 0,006) e bem-estar social (p < 0,001) e não significativas para os sintomas orais e limitações funcionas 16. Resultado oposto foi observado no estudo realizado na Nigéria, no qual apenas os sintomas orais foram significativamente correlacionados com a pontuação do ICON (p < 0,05) e a relação entre o bem-estar emocional, o bem-estar social e os problemas oclusais não foi tão forte como em outros estudos 22.
Observou-se que entre os estudos na dentição mista e/ou permanente, selecionadas para esta revisão, somente dois artigos não encontraram relação entre má oclusão e impacto negativo na QV 2,12. Em um desses estudos, das crianças com necessidade de tratamento obrigatório (escore do DAI > 35), 27,0% relataram que as suas condições orais tiveram impacto em sua qualidade de vida, mas esse resultado não foi estatisticamente significativo. Ao se analisar os componentes do DAI separadamente, houve diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) na qualidade de vida de indivíduos com falta de dentes, diastema, irregularidade maxilar e mandibular quando comparados com aqueles que não apresentavam essas alterações 2.
A maioria dos artigos estudados na faixa etária de 12 a 17 anos mostrou que a má oclusão na dentição permanente causa impacto na qualidade de vida, uma vez que adolescentes com tratamento ortodôntico eram menos propensos a ter impactos físicos, psicológicos e sociais associados com má oclusão do que aqueles sem histórico de tratamento 14. Também foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre adolescentes sem má oclusão e adolescentes com aumento do trespasse horizontal (p = 0,002) e espaçamentos (p < 0,001) em relação ao impacto na QV. No entanto, ao se comparar esses dois agravos, nenhuma diferença foi detectada entre os adolescentes com aumento da sobressaliência e com espaçamentos, sugerindo que ambos os tipos de má oclusão apresentam impactos semelhantes altamente significativos na qualidade de vida 24. Um estudo de caso-controle, realizado no Brasil para avaliar a QVRSB em adolescentes que procuram por tratamento ortodôntico, mostrou que adolescentes com má oclusão que procuraram tratamento ortodôntico relataram pior QVRSB do que o grupo de comparação que não procurou tratamento ortodôntico. A estética severamente comprometida foi o melhor preditor de pior QVRSB dos que procuram tratamento ortodôntico. Pacientes ortodônticos foram 3,1 vezes mais propensos a ter pior QVRSB do que indivíduos do grupo de comparação, mostrando que o impacto na qualidade de vida está também relacionado com aspectos mais subjetivos que podem variar de acordo com a personalidade de cada indivíduo 15.
Conclusão
A presente revisão de literatura permitiu observar que há uma grande diferença entre o impacto da má oclusão na dentição decídua e na dentição mista e/ou permanente. A maioria dos artigos sobre má oclusão na dentição decídua mostrou que esta não afeta negativamente a qualidade de vida das crianças. No entanto, os artigos que investigaram a má oclusão na dentição mista e/ou permanente mostraram que indivíduos com esse agravo sofrem diminuição na qualidade de vida relacionada à saúde bucal.
Embora a má oclusão na dentição decídua possa não exercer impacto negativo na qualidade de vida, investigar os fatores associados aos problemas oclusais nessa dentição é importante para sua prevenção, pois a má oclusão na dentição decídua pode ser preditiva de má oclusão na dentição permanente e esta última, comprovadamente, exerce impactos negativos na qualidade de vida relacionada à saúde bucal. Além disso, a prevenção é uma alternativa atraente e viável em nível populacional, simplificando e até mesmo evitando tratamentos ortodônticos corretivos que exigem necessidade de acesso a serviços especializados e despendem de um custo mais elevado.
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Endereço para correspondência:
Denise Paiva Rosa
Rua Gonçalves Chaves, 457 Pelotas/RS, Brasil CEP: 96015560
e-mail: nisypel@gmail.com
Recebido em 25/07/2014
Aprovado em 28/08/2014