Serviços Personalizados
Artigo
Links relacionados
Compartilhar
Arquivos em Odontologia
versão impressa ISSN 1516-0939
Arq. Odontol. vol.47 no.2 Belo Horizonte Abr./Jun. 2011
Extensão universitária e trabalho voluntário na formação do acadêmico em Odontologia
University extension and volunteer work in the education of undergraduate dental students
Stela Márcia PereiraI; Fábio Luiz MialheII; Luciano José PereiraI; Márcia de Fátima SoaresIII; Elaine Pereira da Silva TagliaferroIV; Marcelo de Castro MeneghimII; Antonio Carlos PereiraII
I Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, MG, Brasil
II Departamento de Odontologia Social, Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Piracicaba, SP, Brasil
III Departamento de Odontologia em Saúde Coletiva, Curso de Odontologia, Centro Universitário de Lavras (UNILAVRAS), Lavras, MG, Brasil
IV Departamento de Odontologia Social, Faculdade de Odontologia de Araraquara, Universidade Estadual Paulista (FOAR-UNESP), Araraquara, SP, Brasil
Contato: meneghim@fop.unicamp.br, apereira@fop.unicamp.br, mialhe@fop.unicamp.br
RESUMO
Este estudo destacou a importância da vivência do acadêmico em odontologia em atividades extramuros e experiências de trabalho voluntário para a aquisição de conhecimentos e habilidades importantes na futura prática profissional. Foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de dados Medline, Scielo e Lilacs, selecionando os artigos relacionados às atividades de extensão e voluntariado desempenhadas pelos alunos de odontologia. A extensão universitária e o serviço voluntário ainda encontram dificuldades, dentro dos cursos de Odontologia, para se estabelecerem como práticas importantes para a formação do aluno. Entretanto, o mercado de trabalho atual exige um profissional com conhecimentos tanto da técnica quanto das características socioculturais da comunidade no desenvolvimento de sua prática odontológica, uma vez que o ser humano necessita ser compreendido nos seus aspectos biopsicosociais para ser tratado de forma integral. Desta forma, os cursos de Odontologia deveriam prestigiar de forma igualitária na formação do aluno, tanto as habilidades reabilitadoras como as de promoção de saúde, adquiridas, em grande parte, em atividades extra-murais, de maneira a resgatar a formação integral do profissional da saúde. Além disso, o acadêmico deve estar atento às oportunidades oferecidas nestes aspectos durante a graduação, já que a odontologia está se tornando mais competitiva, e o cirurgião-dentista que resume sua vida profissional apenas ao seu consultório, perde a chance de fazer-se conhecer e atuar em outros espaços sociais.
Descritores: Comunidade-Instituição. Educação superior. Ensino. Aprendizagem.
ABSTRACT
The aim of the present study was to point out the importance of the experience of undergraduate dental students in extra-curricular activities and volunteer work, as a means through which to gain essential knowledge and abilities for their professional lives. A literature review of the Medline, Scielo, and Lilacs databases was carried out in an attempt to select articles related to the university extension and volunteer work of undergraduate dental students. It is still extremely difficult to include university extension and volunteer work as an important activity in Dentistry courses. However, the presentday work market demands professionals who have expertise not only in dental techniques, but also in the socio-cultural characteristics of communities, considering that people need to be comprehensive in their psychosocial aspects in order to be treated as a complete professional. Therefore, university dentistry courses should give equal consideration to both oral rehabilitation skills and the promotion of general healthcare, acquired mainly through extracurricular activities, in an attempt to redeem the integral education of the healthcare professional. Moreover, students should pay closer attention to the opportunities offered during their undergraduate courses, as the work market for dentists is becoming more and more competitive. Moreover, the dentist whose professional life is limited to the dental office will most certainly forgo the opportunity to act in other social areas as well as the recognition that comes with such acts.
Uniterms: Community-Institutional relations. Education higher. Teaching. Learning.
INTRODUÇÃO
Grande parte dos currículos das faculdades de odontologia vincula-se ainda a um modelo de ensino que prioriza conteúdos técnicos voltados a restabelecer os danos causados pelas doenças bucais, pouco enfatizando os aspectos socioculturais e epidemiológicos do processo saúde-doença1.
Entretanto, pode-se afirmar que a atenção odontológica baseada prioritariamente no modelo cirúrgico-restaurador, não tem se mostrado capaz de controlar as doenças bucais e nem mesmo de evitar que muitas pessoas assim tratadas possam vir a perder posteriormente todos ou quase todos os dentes2,3.
A partir da constatação deste cenário, segundo Madeira4, os cursos de odontologia devem prestar a "formar o aluno como um todo, um ser biológico, psíquico e cultural, que não deve se transformar apenas em um profissional, mas em um profissional cidadão capaz de interagir com a sociedade."
Um dos meios encontrados pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para esta finalidade foi elaborar as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Odontologia, as quais estimulam os cursos a formarem profissionais com o compromisso com a ética e a cidadania, a capacidade de comunicação, liderança e gerenciamento são habilidades que o graduando deve obter durante sua formação5.
Dentro desta proposta, verifica-se que a extensão universitária e o serviço voluntário são importantes meios facilitadores de interações mais dinâmicas e verdadeiras entre o aluno e a comunidade, sendo que os frutos dessa interação beneficiam a ambos. O aluno, portanto, ao se confrontar com a realidade da população, a qual geralmente apresenta características socioeconômicas e culturais bem diferentes das encontradas no seu grupo social, obriga-o a buscar conhecimentos muitas vezes contemplados nos assentos universitários, sendo, portanto, situações-problemas que os obrigam a buscar soluções com outros agentes e instituições sociais até então desconhecidos dos acadêmicos. Nesse cenário, inverte-se a relação de poder entre aluno e paciente, muitas vezes instituído no interior das faculdades, onde o graduando sente-se o verdadeiro "sapiente odontológico", desprezando muitas vezes o passado sócio-histórico do processo saúde-doença vivenciado por aqueles que procuram estes serviços.
A partir dessas reflexões, o presente estudo teve como objetivo destacar a importância da vivência do acadêmico em odontologia em atividades extramuros e experiências de trabalho voluntário para a aquisição de conhecimentos e habilidades importantes na futura prática profissional.
REVISÃO DA LITERATURA
Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados Medline, Scielo e Lilacs com o intuito de buscar manuscritos relacionados às atividades de extensão e voluntariado desempenhadas por alunos de odontologia. Foram incluídas as seguintes palavras-chave e suas combinações: comunidade "and" instituição, ensino "and" aprendizagem, extensão "and" odontologia. Foi realizada também uma busca em sites de universidades entre outros, na tentativa de localizar experiências ou trabalhos até então não selecionados. Foram incluídos todos os estudos que faziam referência a projetos de extensão comunitária envolvendo alunos de Odontologia e o período de tempo consultado foi compreendido entre 1980 a 2007.
Ensino em Odontologia e seu papel social
A formação do profissional de saúde bucal depende de uma qualificação que envolve a aquisição de conhecimentos biológicos, técnicos, humanos e sociais. Entretanto, o limitado acesso das camadas menos favorecidas da população ao atendimento odontológico, instiga uma reflexão sobre o papel até então desempenhado pelas Instituições de Ensino Superior em relação à formação do perfil social do cirurgião-dentista6.
Sabe-se que a abordagem social dos problemas de saúde não causa grande entusiasmo nas escolas e nem goza de tanto prestígio entre os estudantes e professores, visto a ênfase aos aspectos tecnicistas da profissão considerados por ambos. Usualmente entre os cirurgiões-dentistas, a educação odontológica dá-se com o desenvolvimento de conteúdos técnicos fortemente ancorados no interior do ambulatório-escola. O ambulatório é o lugar onde certo tecnicismo é produzido e reproduzido. É fato que, se as profissões médicas padecem desse desvio tecnicista, o mesmo atinge a odontologia de modo inequívoco, e desde há muito se ouvem os reclamos dos que pensam faltar ao cirurgião-dentista um pouco de "sensibilidade social", sensibilidade que então o retiraria da frieza dos procedimentos restauradores a que aparentemente o exercício da profissão o obrigaria7. É importante ressaltar que a tendência tecnicista não pode ser julgada como prejudicial, já que é por meio dela que há o desenvolvimento de todos os setores, entretanto esta, não pode ser considerada como exclusiva via de conhecimentos.
A integração entre Universidade- Comunidade seria essencial, no sentido de melhor adequar os recursos humanos à realidade brasileira, guardando um modelo de coerência com a extensão de atividades, bem como a resolução de problemas e a participação da sociedade. Esse modelo de participação docente-discente-comunidade tem vistas a uma educação criativa e autoformativa conferindo ao graduando todas as oportunidades concretas de uma experiência genérica e polivalente no seio da própria comunidade8.
A interação entre Universidade-Comunidade9, sempre deveria ter existido, já que a Universidade baseia sua filosofia em três pilares básicos que são: a docência, a pesquisa e a prestação de serviços, sendo que este último é aquele que realmente proporciona uma relação mais direta com a comunidade, propiciando propostas que democratizam o benefício comum, numa ação bilateral. O mesmo autor afirma, também, a importância da participação da comunidade em programas estabelecidos pela Universidade, funcionando como mecanismo retroalimentador do sistema, possibilitando sua avaliação. A demanda pelos serviços, o grau de satisfação obtido, as críticas positivas e negativas são dados passíveis de análise, que poderiam ser utilizados para uma melhor adequação de currículo, conteúdos e até mesmo da própria filosofia profissional.
Embora todos concordem, de maneira geral, quanto à importância da educação na solução de problemas de saúde bucal, não causa surpresa a verificação de que os profissionais da área da saúde não compreendem a importância do processo educativo, visto que a maioria recebeu treinamento e experiência em ciências médicas e biológicas, enquanto que o processo educativo tem por base as ciências sociais. As investigações das ciências sociais têm aplicação direta nas atividades de saúde porque elas se preocupam com aspectos que dizem respeito à motivação do comportamento, trabalho em grupos, produtividade de grupos e de indivíduos e demais fatores que interferem diretamente no mecanismo da comunicação10.
O cirurgião-dentista é membro da sociedade e faz parte de um grupo social cujos interesses também devem ser atendidos. Sendo assim, a saúde bucal só tem sentido quando integrada a uma série de objetivos progressivamente maiores. A saúde bucal é um componente da saúde e esta um componente do bemestar ou felicidade individual. O conceito humanista de felicidade individual é associado ao de vida plena, fecunda, ativa; pressupõe convívio, participação, vida familiar e social, respeito dos semelhantes, contribuição à coletividade. O princípio do "maior benefício para o maior número" deve servir de guia para que os programas dentários não se concentrem em serviços perfeitos para grupos reduzidos. O bem-estar individual de um maior número deve predominar sobre o bem-estar individual de um pequeno número. A unidade é o indivíduo, livre e igual aos demais, independentemente de cor, credo político ou religioso11.
Parte expressiva da população de baixo poder aquisitivo parece considerar que os problemas bucais e suas sequelas mutiladoras, como por exemplo, a cárie dentária seguida pelas extrações e confecção de próteses, representam uma fatalidade inevitável ou uma contingência natural ligada também à carência financeira. Por isso, somente um serviço odontológico cuja filosofia de atuação esteja baseada em princípios da promoção de saúde é que terá condições de influir positivamente no quadro epidemiológico da comunidade sob seus cuidados12.
Extensão universitária e serviços voluntários como possíveis cenários de práticas para a formação humanística e social do graduando
A inclusão de programas de extensão universitária e estágios voluntários nas Faculdades de Odontologia ainda é um problema. Aumentar as oportunidades dos estudantes trabalharem com comunidades favorece o trabalho com "pessoas" ao invés de "pacientes"; mudando o foco do serviço odontológico para uma ação mais humanista e integrada. A experiência produz o conhecimento das pessoas, dos problemas e do sistema social no qual os problemas ocorrem, produz também confiança, familiaridade, sensibilidade social, cultural e consciência política, que são aspectos essenciais para uma intervenção bem sucedida13.
Além dos benefícios à formação do profissional, o incentivo à prática de serviços voluntários sociais, proporciona oportunidade à população carente de receber informações valiosas à sua saúde de forma gratuita e de qualidade.
Quando o cirurgião-dentista ou qualquer outro componente da equipe profissional se limita a atuar exclusivamente no campo biológico ou dentro das estreitas paredes que separam o trabalho técnico em odontologia dos demais campos do conhecimento, reduz de maneira drástica suas possibilidades de proporcionar saúde bucal para seus pacientes e para a sociedade em que vive14. Além disso, a quantidade de pessoas atendidas está diretamente relacionada ao aprendizado e à satisfação pessoal do acadêmico15. Por isso, o serviço comunitário tem grande importância na motivação e no incentivo do acadêmico dentro de sua carreira profissional.
Segundo as Diretrizes Curriculares para os cursos de Odontologia, propostas pelas Comissões do Exame Nacional de Cursos - MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP, postulou-se que entre os objetivos dos cursos de Odontologia estão o estímulo ao conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestação de serviços específicos à comunidade estabelecendo com esta uma relação de reciprocidade e também a criação de programas de extensão aberta a participação da população, visando a difusão das conquistas e benefícios resultantes da pesquisa científica e tecnológica e da criação cultural geradas na mesma16.
De acordo com o Plano Nacional de Extensão Universitária, elaborado pelo Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras e pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação e do Desporto, "para a formação do profissional cidadão, é imprescindível uma efetiva interação com a sociedade, seja para se situar historicamente, para se identificar culturalmente e/ou para referenciar sua formação técnica com os problemas que um dia terá de enfrentar". O documento tem como um de seus objetivos reafirmar a extensão universitária como processo acadêmico definido e efetivado em função das exigências da realidade, indispensável na formação do aluno, na qualificação do professor e no intercâmbio com a sociedade17.
Em novembro de 2005 houve o lançamento do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde, o "PRÓ-SAÚDE", programa desenvolvido pelo Ministério da Saúde juntamente com a Secretaria de Educação Superior (SESu) e com o instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) do Ministério da Educação. O programa tem como objetivo reorientar a formação do profissional em saúde, levando em consideração as perspectivas da IES, que antevê uma escola integrada ao serviço público de saúde além de responder às necessidades concretas da população brasileira na formação de recursos humanos, na produção do conhecimento e na prestação de serviços, em todos esses casos direcionados a construir o fortalecimento do SUS. Algumas universidades brasileiras foram contempladas com uma verba referente ao desenvolvimento de atividades de aproximação entre o graduando/IES com as necessidades da atenção básica, que se traduzem no Brasil pela estratégia de saúde da família18.
A Extensão Universitária
O artigo 207 da Constituição Brasileira dispõe que "as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão".
Segundo o Ministério da Educação e Cultura19, extensão universitária é "o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade. (...) Esta interação da Universidade com a Sociedade, com as comunidades externas em suas mais diferentes formas de organização, estabelece uma troca de saberes acadêmico e popular, que terá como consequência a produção do conhecimento resultante do confronto com a realidade nacional, a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da universidade."
Para Silva20, a Universidade através deste processo, aprende com a própria comunidade sobre seus os valores e sua cultura, visando planejar e executar as atividades de extensão respeitando e não violando esses aspectos. Essa interação entre as instituições de ensino superior e os serviços públicos de saúde repercute, de algum modo, na formação de recursos humanos na perspectiva do SUS21.
Diante deste contexto, se faz necessário que a universidade, com todo o aparato estrutural e científico de que dispõe, também abra os seus espaços e portas para um intercâmbio efetivo e diversificado com outros segmentos da sociedade, tais como as creches, escolas, indústrias, asilos, ONGs e outros, no sentido não somente de trocar conhecimentos, mas também para exercer a sua ação primordial: a de produtora de conhecimentos22.
Um exemplo de extensão universitária em comunidade é a clínica extramuros presente em muitas faculdades e universidades. Dentre os programas de extensão universitária, o programa Universidade Solidária23 promove essa interação universidade-comunidade muito valiosa para ambos os lados. O programa foi criado em 1995 e mobiliza diferentes setores da sociedade e do Estado para trabalhar em municípios pobres de todo o país, visando colaborar para a melhoria da qualidade de vida de suas comunidades.
O módulo nacional do programa envolve o intercâmbio de conhecimentos entre universitários de todo país e comunidades do Norte e Nordeste do Brasil. As atividades são desenvolvidas ao longo de três semanas, sendo estas, ações educativas definidas a partir da realidade local, previamente analisadas em viagem precursora realizada pelas Instituições de Ensino Superior convidadas. Após a conclusão dos trabalhos de campo, a continuidade dos projetos executados ocorre por meio do acompanhamento à distância e posterior retorno ao município. O programa Universidade solidária tem como característica principal a adesão voluntária das universidades e dos municípios, com o objetivo de colaborar para a melhoria da qualidade de vida das comunidades, assim como investir na formação cidadã de futuros profissionais, fortalecendo a responsabilidade social e desenvolvendo a criatividade e a liderança jovem; contribuindo para a disseminação e consolidação da ação comunitária das universidades brasileiras.
Com o objetivo principal de criar uma interação entre as instituições de ensino na área de odontologia e os municípios carentes do norte e nordeste de Minas Gerais, pode-se destacar o programa de extensão universitária Sorriso no Campo. A Faculdade de Odontologia da UFMG (FO-UFMG) é uma das Instituições que participa do programa, e tem investido numa proposta de melhoria das condições de saúde bucal da população dos municípios inseridos, a partir dos conceitos que orientam a atual proposta do SUS, bem como proporcionar ao aluno de graduação a oportunidade de trabalhar no serviço público municipal, conhecendo as realidades sociais, econômicas, culturais, demográficas, epidemiológicas, urbanas e rurais da localidade em que estiver sediado24.
Adicionalmente, torna-se importante destacar as experiências da FO-UFMG em atividades extramuros, vivenciadas por meio de suas disciplinas de Estágio Supervisionado em Odontologia e a Disciplina de Odontologia Social e Preventiva, que desde 1976 desempenham atividades extra-murais visando aproximar o aluno da comunidade25. Já no início da década de 1980, foi criada a Clínica Odontológica Extra Muros na favela Barragem de Santa Lúcia, Belo Horizonte - MG, que gerou uma ampla compreensão sobre as representações sociais de saúde-doença dos habitantes do local, de como essa população encarava seus problemas de saúde e de que maneira eram resolvidos com os recursos pessoais e institucionais26. Da mesma forma, a disciplina de Estágio Supervisionado em Odontologia, que existe desde meados da década de 1980 e têm como pilar principal a preparação dos estudantes para atuar de forma competente nos problemas de saúde coletiva, permite que os alunos desenvolvam diversas atividades como atendimentos clínicos, educação para a saúde, elaboração de manuais, inquéritos epidemiológicos, pesquisas e participação em oficinas de trabalho, entre outros25.
Outro aspecto importante é a criação de projetos inovadores pela FO-UFMG, que proporcionam ações extramurais mais abrangentes, como exemplo, a existência de um projeto de extensão voltado para o atendimento de pacientes especiais, cujo objetivo principal é proporcionar ao graduando a oportunidade de trabalhar com promoção de saúde bucal com estes indivíduos27, além da criação de um internato rural, onde os estudantes tornam-se mais seguros e melhor preparados para o enfrentamento de possíveis situações a que serão submetidos na nova fase de suas vidas28.
Vários outros programas de extensão vêm sendo desenvolvidos em várias Faculdades e Universidades em todo o país, inseridos em diferentes cenários de práticas, interagindo com vários grupos etários e sociais em diferentes regiões do país, tanto por instituições públicas como privadas. Os cenários de práticas se desenvolvem em diversos espaços sociais e as atividades realizadas vão desde orientações educativas e atividades preventivas até atividades clínicas extramuros, oferecendo tratamentos curativos e preventivos à comunidade. Propostas de trabalho multiprofissional, interagindo os saberes da área odontológica com outras áreas e a implementação do trabalho voluntário nos currículos como forma de complementar a carga horária formativa dos alunos são outras experiências a serem ressaltadas29-38.
É possível destacar o projeto "Sempre Sorrindo" desenvolvido na cidade de Piracicaba em parceria com a Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP, Fundação Belgo - Arcelor, Prefeitura Municipal de Piracicaba e APCD - Regional de Piracicaba, cujo tema principal é a promoção de saúde em Odontologia. O projeto desenvolve atividades curativas, preventivas e educativas direcionadas a aproximadamente 3.000 escolares de 6 a 10 anos de idade provenientes da rede municipal de ensino de Piracicaba, SP. As atividades são desenvolvidas por alunos de graduação (7° e 8º períodos) sob a supervisão dos cirurgiões-dentistas da Prefeitura de Piracicaba e dos professores da disciplina de Odontologia preventiva e Social da FOP/UNICAMP e tem ganhado notoriedade através de prêmios de responsabilidade social conquistados39.
As atividades extramuros desenvolvidas pelas universidades são estratégias que ativam o processo de mudança, no qual a odontologia tem passado, sendo a integração entre escolas e os serviços de saúde pública uma estratégia notável para a racionalização de recursos e a resolução de objetivos40. Assim, o foco principal do estágio supervisionado é a qualificação prática dos graduandos, dando oportunidade ao aluno de ter visão mais aproximada de seu futuro ambiente de trabalho37. Observa-se frequentemente que a interação que ocorre entre comunidadeuniversidade, através da extensão universitária, leva os alunos a construírem novos conhecimentos, muitas vezes diferentes e até mais elaborados e amplos no entendimento geral do processo saúdedoença, do que aquele produzido simplesmente dentro das quatro paredes das instituições escolares, fornecendo um feedback de informações para estas proverem uma maior pluralidade e flexibilidade à pesquisa e ao ensino que ali se constroem, além de possibilitarem a formação de um profissional com visão mais ampliada de mundo37.
O trabalho voluntariado
De acordo com a definição da Organização das Nações Unidas (ONU), "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos..."41. O voluntário é parte fundamental das ações do "Terceiro Setor" (setor privado atuando em atividades de cunho social). As ações sociais de responsabilidade do governo são denominadas de ações do "Primeiro setor", já o segundo setor é composto pela iniciativa privada, a qual é representada por ações particulares.
A ONU criou em 1970, funcionando no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Programa de Voluntários das Nações Unidas (VNU), sendo uma importante organização mundial no envio de voluntários que trabalham com técnicos no campo sócio-econômico nos países em desenvolvimento. No Brasil, este programa foi criado apenas em 1998 e a ONU escolheu o voluntariado como tema de 200141.
Dados de uma pesquisa realizada pelo site: www.voluntarios.com.br em 2006, apontou que, de todos os voluntários cadastrados, apenas 0,89% era representado por cirurgiões-dentistas, ou seja, a odontologia ficou em 26° lugar na pesquisa. A área de atuação dos voluntários pode variar, citando-se a defesa de direitos, a causa ambientalista, assistência a crianças, adultos, idosos, deficientes, saúde preventiva, profissionalização, serviços médicos, entre outros42.
Segundo Mónica Corullón, coordenadora do programa voluntário do conselho da Comunidade Solidária, "(..) o voluntário não é mão-de-obra barata ou gratuita, em hipótese alguma pode ser aproveitado para baixar custos de pessoal. O voluntário não vem a resolver problemas organizacionais, ele agrega valor ao trabalho realizado pelos profissionais remunerados". Ainda, segundo a coordenadora, "(..) a ação do voluntário não exime o Estado, as empresas e as organizações da sociedade civil de seus deveres e responsabilidades"43.
Apesar de, no Brasil, o trabalho voluntário ser ainda incipiente, em países como os Estados Unidos, ele já é uma tradição. Ele exige que o participante tenha responsabilidade profissional. Do mesmo modo, o Brasil instituiu a lei n° 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, intitulada de Lei do Voluntariado, o qual dispõe sobre o serviço voluntário. O artigo n° 1 considera voluntário como "a atividade não remunerada, prestada por pessoa física e entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educativos, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive, mutualidade"41.
Muitos trabalhos voluntários na área odontológica vêm sendo realizados no Brasil. De destaque nacional, pode-se citar o programa criado e coordenado pelo dentista Fábio Bibancos, iniciada em 1996, em parceria com a Fundação ABRINQ, intitulado "Adotei um Sorriso", na qual um profissional adota uma criança ou adolescente para oferecer tratamento odontológico adequado e gratuito. Entretanto, o dentista desligou-se do programa e criou, em 2002, o projeto intitulado "Turma do Bem", tendo como principal objetivo atender crianças e adolescentes de baixa renda com graves problemas bucais até completarem 18 anos de idade, sendo os custos absorvidos pelos profissionais (www.turmadobem.com.br). Desde a sua criação, o projeto "Dentista do Bem" já atendeu cerca de 1.500 menores nos consultórios particulares de 650 dentistas, espalhados por 163 cidades brasileiras. A rede é completada ainda por 400 voluntários responsáveis pela comunicação, divulgação e triagem - mais de 8.000 mil jovens já foram triados no país44.
Vários outros programas que abarcam voluntários estão sendo desenvolvidos no país ligados aos serviços assistenciais prestados por empresas, associações evangélicas, entidades ligadas a igreja católica, grupos espíritas, Rotary Club, APCDs, ABOs, só para destacar alguns45,43. Segundo Ferreira45, nos últimos anos, alguns projetos de incentivo ao exercício de trabalhos voluntários começaram a se tornar mais marcantes nos cursos de graduação. A APCD, distrito Ipiranga, SP, por exemplo, desenvolve um projeto de atendimento a população carente e que recebe estudantes de odontologia voluntários para auxiliar no tratamento. O Instituto Educacional Piracicabano, Igreja Metodista, desenvolveu um manual de orientações estimulando seus docentes, funcionários, discentes, e ex-alunos a participarem de diversas atividades voluntárias por meio do "Programa para Serviço voluntário - Transforme seu talento em solidariedade"38.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vivemos numa época de contínuas inovações e onde a população está começando a se conscientizar a respeito da importância da promoção de saúde. Profissionais "máquinas" que só se preocupam em "consertar" o que foi perdido, em consumir kits de alta tecnologia, sem se dar conta às vezes da doença que acomete seus pacientes, perderá o seu espaço. Isso não significa, em nenhuma hipótese, que a técnica perdeu sua importância e sim, que esta apenas deixou de ser o único recurso dentro dos referenciais da nova odontologia, que tem como ideologia a produção de saúde.
É preciso reconhecer que, embora o campo técnico-científico da odontologia esteja em ascensão, não podemos deixar de lado o aspecto afetivo da profissão. O fortalecimento da relação cirurgiãodentista/ comunidade trás benefícios tanto para a formação mais humana dos profissionais como para a sociedade em geral tão carente de cuidados odontológicos. A vivência do acadêmico junto a programas de promoção de saúde é, portanto, instrumento valioso para a transformação do futuro cirurgião dentista em "profissional de saúde".
Apesar de todos os aspectos positivos que trazem consigo a extensão universitária e o trabalho voluntário, uma vez que auxiliam na formação técnico-científica e, principalmente, humanista do profissional da odontologia, além da melhora da saúde bucal da população mais necessitada, percebese que os mesmos, apesar de importantes, são incipientes nas universidades brasileiras. Estas, por sua vez, que incentivam a prática da extensão, além de proporcionarem a seus alunos um ensino integral, onde prática e teoria andam juntas, desenvolvem também habilidades de comunicação, bastante exigidas na prática com a comunidade e frente a seus futuros pacientes. Desta forma, as universidades promovem a formação de profissionais mais adequados para lidar com pessoas e mais capacitados para enfrentar o mercado de trabalho.
REFERÊNCIAS
1. Aquilante AG, Tomita NE. O estudante de odontologia e a educação. Rev ABENO. 2004; 5:6-11. [ Links ]
2. Aoba T, Fejerskov O. Dental fluorosis: chemistry and biology. Crit Rev Oral Biol Med. 2002; 13:155-70.
3. Elderton RJ. Ciclo restaurador repetitivo. In: Kriger L. ABOPREV: Promoção de saúde bucal. São Paulo: Artes Médicas; 1997. p. 195-203.
4. Madeira MC. Ensino, pesquisa e extensão. In: Carvalho ACP, Kriger L. Educação Odontológica. São Paulo: Artes Médicas; 2006. 264p.
5. Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Odontologia. Diário Oficial da União. Brasília 2002; 10.
6. Zoletti G, Giondo M. Análise qualitativa sobre a opinião acadêmica da faculdade de odontologia da UFRJ com relação ao papel do CD na sociedade. [acesso em 2007 fev 02]. Disponível em: www.odontologia.com.br
7. Botazzo C. Saúde bucal e cidadania: transitando entre a teoria e a prática. In: Pereira AC. Odontologia em saúde coletiva, planejando ações e promovendo saúde. Porto Alegre: Artmed; 2003. p.17-27.
8. Marcos B. Reflexões sobre ensino e saúde. Belo Horizonte: Littera Maciel; 1998.
9. Medeiros UV. Saúde Bucal: comunidade, percepção da necessidade de saúde bucal pela comunidade. Rev APCD. 1989; 43:120-4.
10. Moraes N, Bijella VT. Educação odontológica do paciente. Rev APCD. 1982; 36:300-7.
11. Chaves MM. Odontologia Social. São Paulo: Artes Médicas; 1986.
12. Gomes AS, Gianlupi EM, Abreu CB. A importância da conscientização e da prática preventiva em odontologia. Rev Odonto Ciênc. 1993; 8:115-24.
13. Dickson M, Abegg C. Desafios e oportunidades para a promoção de saúde. In: Buischi YP. Promoção de saúde Bucal na clínica odontológica, série EAP-APCD. São Paulo: Artes Médicas; 2000.
14. Pinto VG. Saúde Bucal Coletiva. São Paulo: Santos; 2000.
15. Frank MC. Providing volunteer dentistry in a foreign country. Tex Dent J. 2002; 119:1130-1.
16. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais-INEP. Diretrizes Curriculares: Propostas das Comissões do Exame Nacional de Cursos - Ministério da Educação e Cultura- MEC. Brasília 1998: 87-98.
17. Brasil. Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras e pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação e do Desporto. Plano Nacional de Extensão Universitária. 2000-2001:17.
18. Ministério da Saúde - Ministério da Educação. Programa Nacional de Reorientação da Formação profissional em Saúde - Pró-Saúde. Série C. Projetos, Programas e Relatórios. 1º edição, Brasília 2005. [acesso em 2007 fev 25]. Disponível em: http://www.saude.gov.br/bvs
19. Brasil. Ministério da Educação. Programa de Apoio à Extensão Universitária- PROEXT. [acesso em 2007 jan 01]. Disponível em: www.mec.gov.br
20. Silva OD. O que é extensão universitária? Rev Integ Ens Pesq Ext. 1997; 3:148-9.
21. Matos PE, Tomita NE. A inserção da saúde bucal no Programa Saúde da Família: da universidade aos pólos de capacitação. Cad Saúde Pública. 2004; 20:1538-44.
22. Sousa EM, Macedo TF, Batista MD, Leite AL. Extensão Universitária na rede pública de ensino: um compromisso relevante. João Pessoa. 2002; 5:181-5. [acesso em 2007 jan 01]. Disponível em: http://www.adufpb.org.br/publica/conceitos/07/art_30.pdf
23. Unisol-Universidades: Guia de Referência para ações do UNISOL - Módulo Nacional. Brasília 2002: 1-22.
24. Palmier AC. A participação da faculdade de odontologia da UFMG no programa sorriso no campo. Anais do II Congresso de Brasileiro de Extensão Universitária. Belo Horizonte. 2004. [acesso em 2008 jun 10]. Disponível em: http://www.ufmg.br/congrext/Saude/area_de_saude.html
25. Werneck MA, Lucas SD. Estágio supervisionado em odontologia: uma experiência da integração ensino/serviço de saúde bucal. Arq Centro Estud Curso Odontol. 1996; 32:95-108. [acesso em 2008 jun 10]. Disponível em: www.amweb.com.br/odonto/arquivos/estagio.doc.
26. Paixão HH. Saúde e doença: um estudo de representação social. Arq Centro Estud Curso Odontol. 1986; 23:9-17. In: Silva CJ, Ferreira EF, Magnago FM, Alves RG. Percepção de saúde bucal dos usuários do Sistema Único de Saúde do município de Coimbra/Minas Gerais. Rev Fac Odontol. 2006; 47:23-8.
27. Resende VL, Castilho LS, Viegas CM, Soares MA. Atendimento odontológico a pacientes com necessidades especiais. Anais do II Congresso de Brasileiro de Extensão Universitária. Belo Horizonte. 2004. [acesso em 2008 jun 10]. Disponível em: http://www.ufmg.br/congrext/ Saude/area_de_saude.html
28. Santa-Rosa TT, Vargas AM, Ferreira EF. O internato rural e a formação de estudantes do curso de Odontologia da UFMG. Interface Comunic Saúde Educ. 2007; 11:451-66.
29. Valença AM. A educação em saúde na formação do cirurgião-dentista. Niterói: EDUFF, 1998.
30. Celeste RK, Miguens SA, Delgado S. Projeto mantendo sorrisos/fala criança. Uma integração odontologia e fonoaudiologia. I Congresso de Brasileiro de Extensão Universitária, 353. João Pessoa: PRAC, UFPB, 2002.
31. Barros ES, Maciel AE, Menezes VA, Mesquita MF. Programa de extensão universitária de alunos da faculdade de odontologia de Pernambuco FOP/UPE. I Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, 340. João Pessoa: PRAC, UFPB, 2002.
32. Lima FA, Mialhe FL, Takejima SY, Hoeppner MG, Klein AL. Atenção odontológica a crianças do município de Maria Helena/PR. A construção de um modelo de ensino-extensão. I Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, 263. João Pessoa: PRAC, UFPB, 2002.
33. Sampaio TP, Padilha WW, Almeida RV, et al. Extensão em odontologia: da teoria à prática: elaboração de um modelo assistencial por graduandos da UFPB. I Congresso de Extensão Universitária, 348. João Pessoa: PRAC, UFPB, 2002.
34. Moimaz SA, Saliba NA, Garbin CA, Zina LV, Furtado JF, Amorin JA. Serviço extramuro odontológico: impacto na formação profissional. Pesq Bras Odontoped Clin Integr. 2004; 4:53-7.
35. Carvalho MS, Souza-Santos R. Análise de dados espaciais em saúde pública: métodos, problemas, perspectivas. Cad Saúde Pública. 2005; 21 361- 78.
36. Galassi MA, Barbin EL, Spanó JC, Melo JA, Tortamano N, Carvalho AC. Atividades extramuros como estratégia viável no processo ensino-aprendizagem. Rev ABENO. 2005; 6:66- 9.
37. Mendes RF, Moura MS, Prado Júnior RR, et al. Contribuição do estágio supervisionado da UFPI para a formação humanística, social e integrada. Rev ABENO. 2005; 6:61-5.
38. Universidade Metodista de Piracicaba. Programa para o Serviço Voluntário. [acesso em 2007 jan 02]. Disponível em: http://www.unimep.br.
39. Meneghim MC, Pereira AC, Mialhe FL, Pardi V, Assaf AV, Zanin L, et. al. Projeto "Sempre Sorrindo": a experiência da parceria entre FOP/ UNICAMP, Fundação Belgo-Mineira e Prefeitura Municipal de Piracicaba. I Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, 264. João Pessoa: PRAC, UFPB, 2002.
40. Conrado CA, Gomes GS. Dental teaching in Brazil and the need for change. Braz Dent J. 1992; 2:145-6.
41. Programa dos Voluntários das Nações Unidas no Brasil - PNUD Brasil. [acesso em 2007 fev 12]. Disponível em: www.pnud.org.br/unv.html
42. Fundação Educar DPASCHOAL. Seja um Voluntário. [acesso em 2007 fev 02]. Disponível em: www.voluntarios.com.br
43. Andrade, M. Construindo sorrisos. Rev ABO Nac. 2000; 8:262-70.
44. Fatos & Notícias. Fabio Bibancos leva projeto dentistas do bem para o Fórum Mundial de Empreendedores Sociais na Suíça. [acesso em 2007 mar 12]. Disponível em: www.fatosenoticias.com.br
45. Ferreira RA. Os bons samaritanos. Rev APCD. 1998; 52:182-91.
Autor correspondente:
Fábio Luiz Mialhe
Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Departamento de Odontologia Social
Av. Limeira 901 - Bairro Areião
CEP: 13414-903 - Piracicaba - SP - Brasil
E-mail: mialhe@fop.unicamp.br
Recebido em 20/02/2010 - Aceito em 30/06/2010