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Odontologia Clínico-Científica (Online)
versão On-line ISSN 1677-3888
Odontol. Clín.-Cient. (Online) vol.10 no.1 Recife Jan./Mar. 2011
ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICE
Automedicação em acadêmicos de cursos de graduação da área da saúde de uma universidade privada do Sul do estado de Minas Gerais
Self-medication made by undergraduate degree courses of a private university's health area in the Minas Gerais' southern
Lucas Salles Freitas e SilvaI; Ana Maria Duarte Dias CostaII; Fábio de Souza TerraIII; Heloísa Helena Vieira ZanettiIV; Rosane Dias CostaV; Marina Dias CostaV
IAcadêmico do curso de Medicina, Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), Alfenas - MG
IIProfessora Titular do Curso de Odontologia e Medicina da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS)
IIIProfessor do Curso de Enfermagem e Medicina da Universidade José do Rosário Vellan
IVProfessora da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL/MG)
VMédica e Mestre em Clínica Médica pela Santa Casa de Belo Horizonte
RESUMO
OBJETIVO: Identificar a prática de automedicação em acadêmicos de cursos de graduação da área da saúde e a associação entre o sexo e essa prática.
MÉTODOS: Estudo epidemiológico, descritivo, transversal e quantitativo, realizado com 697 acadêmicos dos cursos de Medicina, Odontologia, Farmácia e Enfermagem de uma universidade privada. Na coleta de dados, foi utilizado um questionário, contendo variáveis relacionadas à automedicação. Os dados foram inseridos no GraphPad Prism 5, com aplicação do Teste ANOVA e comparação múltipla.
RESULTADOS: Houve um alto índice de acadêmicos que se automedicam (93,11%), sendo no curso de Medicina a maior frequência (94,55%). Os medicamentos mais utilizados foram analgésicos, antitérmicos e fármacos para resfriados e gripes, e os principais sintomas/doenças que eles acreditavam possuir foram resfriado/gripe e dor de cabeça. Em todos os cursos avaliados, houve predomínio de mulheres na automedicação, tendo diferença significante (p<0,05). A maioria dos acadêmicos que se automedicam recorre ao aconselhamento com farmacêutico/balconista, aos conselhos de terceiros, aos conhecimentos adquiridos na faculdade e às instruções da bula.
CONCLUSÃO: A automedicação é um fenômeno nocivo à saúde, cabendo aos profissionais e acadêmicos dessa área se conscientizarem quanto a esta prática.
Descritores: Automedicação; Medicamentos sem Prescrição; Universidades; Estudantes de Ciências da Saúde.
ABSTRACT
OBJECTIVE: To identify the practice of self medication made by undergraduate degree health area's courses and the association between sex and this practice.
METHODS: Epidemiological study, descriptive, transversal and quantitative study conducted with 697 academics that course Medicine, Dentistry, Pharmacy and Nursing, in a private university. During data collection, a questionnaire was used, containing variables related to self-medication. Data were entered into GraphPad Prism 5, with an application of ANOVA and multiple comparisons.
RESULTS: There was a high rate of students who self-medicate (93.11%), and in the medical school this practice is more often (94.55%). The most widely used drugs were analgesics, antipyretics and medicines for colds and flu, and the main symptoms / illnesses that they believed they had been cold / flu and headaches. In all courses evaluated, women predominated in self, and that was with a significant difference (p <0.05). Most academics who resorts to self-medicate with pharmacist counseling / clerk, advice from others, the knowledge gained in college and the label instructions.
CONCLUSION: Self-medication is a phenomenon harmful to health. It is up to professionals and academics in this area are made aware about this practice.
Keywords: Self-medication without Prescription Drugs; Universities; Students; Health.
INTRODUÇÃO
Em países desenvolvidos, o número de medicamentos de venda livre tem crescido nos últimos tempos assim como a disponibilidade desses medicamentos em estabelecimentos não farmacêuticos, o que favorece a automedicação1. Nesses países, no entanto, os rígidos controles estabelecidos pelas agências reguladoras e o crescente envolvimento dos farmacêuticos com a orientação dos usuários de medicamentos tornam menos problemática a prática da automedicação. Já no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas à automedicação. A má qualidade da oferta de medicamentos, o não cumprimento da obrigatoriedade da apresentação da receita médica e a carência de informação e instrução na população em geral justificam a preocupação com a qualidade da automedicação praticada no país2.
A automedicação é continuamente combatida sob a ótica das autoridades sanitárias. A palavra automedicação é entendida, pela maioria das pessoas, como o ato de um indivíduo tomar por conta própria medicamento que possa causar-lhe danos. O exemplo clássico é o da mãe que recorre à vizinha para saber o que fazer com o filho com febre, e esta recomenda um antibiótico qualquer. Ao chegar à farmácia, compra o medicamento, muitas vezes, com o aval do balconista (nem sempre um farmacêutico), e sem saber do diagnóstico acaba praticando o que se caracteriza como algo além da automedicação: a autoprescrição3.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, automedicação é a seleção e o uso de medicamentos por pessoas para tratar doenças autodiagnosticadas ou sintomas e deve ser entendida como um dos elementos do autocuidado4.
Vale ressaltar que, em relação ao nível cultural, verifica-se um maior índice de automedicação entre os indivíduos com primeiro grau completo. Isso provavelmente se deve ao fato de que os analfabetos se submetem às filas do serviço público e que os indivíduos portadores de um nível cultural mais elevado normalmente procuram o médico, ou até mesmo, possivelmente, ocultam tais práticas5.
A propaganda desenfreada e massiva de determinados medicamentos contrasta com as tímidas campanhas que tentam esclarecer sobre os perigos da automedicação. A dificuldade e o custo de se conseguir uma opinião médica, a limitação do poder prescritivo, restrito a poucos profissionais de saúde, o desespero e a angústia desencadeados por sintomas ou pela possibilidade de se adquirir uma doença, a falta de regulamentação e fiscalização daqueles que vendem e a falta de programas educativos sobre os efeitos, muitas vezes irreparáveis da automedicação, são alguns dos motivos que levam as pessoas a utilizarem medicamentos por conta própria4.
Frente ao exposto, cabe salientar que os estudos sobre o consumo de medicamentos podem ser utilizados para identificar a necessidade de intervenções específicas com esclarecimento à população quanto ao seu uso adequado; formação e educação continuada de profissionais da saúde para a prescrição racional e identificação de populações em risco de consumo crônico de medicamentos inadequados. Além disso, pode subsidiar a elaboração de políticas públicas para conter a venda de medicamentos desnecessários6.
Dessa forma, a realização de estudos que possam elucidar a prevalência da automedicação em universitários de cursos da área da saúde faz-se necessária, já que estes cursos apresentam, em sua grade curricular, bases farmacológicas, o que poderia incentivar a automedicação por serem conhecedores de medicamentos.
O presente estudo teve como objetivo identificar a ocorrência de automedicação em acadêmicos de cursos de graduação da área da saúde de uma universidade privada do sul do Estado de Minas Gerais assim como verificar a associação entre o sexo e a prática de automedicação.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, transversal, de abordagem quantitativa, realizado em uma universidade privada do sul do Estado de Minas Gerais.
A amostra constituiu-se de 697 graduandos dos cursos de medicina e odontologia que, após a conclusão da graduação, poderão prescrever medicamentos, e farmácia e enfermagem que possuem bases farmacoterapêuticas na sua grade curricular, mas que não poderão prescrever medicamentos.
Este estudo foi conduzido de acordo com o que é determinado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), sendo aprovado sob protocolo nº 85/2008.
Para a coleta dos dados, utilizou-se um questionário com questões objetivas, contendo variáveis relacionadas à automedicação. Este foi submetido a um teste-piloto com 20 alunos de um curso de graduação que não estavam participando deste estudo para adaptações das questões, caso necessário.
Ressalta-se que os pesquisadores foram submetidos a treinamento sobre a maneira correta de condução da entrevista, com o intuito de garantir a uniformidade de interpretação, compreensão e aplicação do questionário.
Os pesquisadores foram distribuídos aleatoriamente para aplicar o questionário em cada um dos quatro cursos avaliados.
Foi dada uma explicação geral sobre a pesquisa aos acadêmicos, em que foram explicitados os objetivos e a importância de sua colaboração na pesquisa. Estes também foram orientados sobre a garantia do anonimato e, em seguida, foram distribuídos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento, solicitando-lhes a assinatura. Concluída essa etapa, foi aplicado o questionário, o qual foi preenchido pelo próprio acadêmico.
Após a coleta de dados, estes foram tabulados no Microsoft Excel e transportados para o Programa GraphPad Prism 5 para tratamento estatístico. Foi realizada aplicação do Teste ANOVA, seguida de comparação múltipla, por meio do Teste de Tukey. Considerou-se o nível de significância de 5%, ou seja, os dados foram estatisticamente significantes para p<0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com relação à ocorrência de automedicação, pode-se observar que os acadêmicos do curso de medicina realizam essa prática com maior frequência (94,55%), seguidos dos do curso de odontologia (93,18%) (Tabela 1).
Considerando os quatro cursos avaliados, observou-se que, do total dos acadêmicos avaliados (697), 93,11% realizam a automedicação.
No Brasil, estudos de base populacional sobre a prevalência e os fatores associados à automedicação são raros. Em um município de médio porte do Rio Grande do Sul (Santa Maria), encontrou-se uma prevalência de 53,3% de automedicação7. Em estudos realizados em dois povoados do Sul da Bahia, verificou-se uma prevalência de automedicação igual a 74,0%8.
Estudos conduzidos em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento têm mostrado que o hábito de automedicação está associado à presença de sinais e sintomas menores; doenças ou condições crônicas mais graves levam ao uso de medicamentos prescritos7,9,10.
Trabalho realizado em um município do sul do Estado de Minas Gerais mostrou que do total dos entrevistados, 89,0% afirmaram que já tiveram acesso a informações sobre os perigos da automedicação. Contudo, a prática mostrou-se elevada, sendo que 90,6% afirmaram praticar a automedicação. No curso de Enfermagem, a incidência da automedicação foi de 91,2%, enquanto no curso de Farmácia, 86,9% graduandos realiza-ram a automedicação e na Odontologia, a prática foi frequente em 93,8% da amostra. Dados semelhantes a esses resultados foram encontrados em estudo realizado com alunos do sétimo período de Enfermagem da UNIMAR, 91,8%11. Outras pesquisas também encontraram um alto índice de automedicação em acadêmicos de enfermagem12,13.
Por fim, a prevalência de automedicação encontrada entre os profissionais da área da saúde entrevistados da cidade de Pelotas - RS foi de 24,8%14.
Com referência aos medicamentos utilizados pelos acadêmicos que realizam automedicação, verificou-se que, nos cursos de medicina e farmácia, os mais utilizados foram os analgésicos e antitérmicos, 93,03% e 94,44%, respectivamente, enquanto, nos cursos de odontologia e enfermagem, os medicamentos mais utilizados foram os fármacos para resfriados e gripes, 88,61% e 93,54%, respectivamente (Tabela 2).
Vale ressaltar que, em todos os cursos avaliados, mais da metade dos acadêmicos se automedicam com antibióticos, e uma pequena parcela, com antidepressivos (Tabela 2).
Em estudo com base na população da cidade de Bambuí, MG, os analgésicos e antipiréticos foram os medicamentos não-prescritos mais consumidos na comunidade estudada15. Esse resultado está de acordo com o observado em estudos conduzidos em países desenvolvidos10,16 e no Brasil7,17. Relata ainda que, em relação ao tipo de medicamento consumido, foram encontradas duas linhas distintas na literatura: uma delas destaca o uso de antibióticos como o grupo farmacológico mais utilizado, sendo seguidos, na maioria, pelos AINES8,18,19. No entanto, existem relatos que destacam os AINES, superando os antibióticos1,17,20,21.
De acordo com dados obtidos no estudo de automedicação na cidade de Alfenas - MG, em uma universidade pública, os medicamentos mais utilizados na população de estudo foram os analgésicos (58,7%), seguidos dos antitérmicos (19,3%) e dos anti-inflamatórios (14,2%)13. Na pesquisa realizada por Loyola Filho15, os medicamentos mais utilizados sem prescrição, também, foram os analgésicos/antipiréticos com 47,6%.
Com referência aos sintomas e/ou doenças apresentados pelos acadêmicos e que os levaram à prática de automedicação, constatou-se que, nos cursos de medicina e farmácia, os mais encontrados foram resfriado/gripe, 87,27% e 98,76%, respectivamente, e nos cursos de odontologia e enfermagem, citaram a dor de cabeça, 86,17% e 90,32%, respectivamente (Tabela 3).
Em resultados obtidos por outro estudo, entre as queixas que motivaram a automedicação, pode-se destacar a cefaleia, seguida da sintomatologia respiratória. É de se esperar que a população procure automedicar-se, quando os sintomas provêm de doenças de remissão espontânea e afecções paroxísticas e cíclicas, enquanto que os sintomas crônicos, de difícil controle, levam à maior procura pelo médico7.
Pesquisa constatou que os principais motivos que levaram os acadêmicos estudados à automedicação foram: dor de cabeça (35,6 %); dores de modo geral (13,4%); febre (12,4%) e dor de garganta (5,8%). Agrupando-se os casos relacionados à dor (dor de cabeça, dores e dor de garganta), esta apareceu como o principal motivo que levou os graduandos a praticarem a automedicação, (54,8%)13
Estudo realizado por Shankar22 encontrou a dor de cabeça e a febre, que contabilizaram 60,0% dos principais sintomas/doenças que levaram à automedicação.
Em outro estudo apresentado por Vitor23, pode-se notar que houve um predomínio de entrevistados (66,03%) nos casos em que a ocasião mais comum de automedicação também foi a dor de cabeça.
Com relação ao sexo e à automedicação, pode-se observar, pelos dados da Tabela 4, que em todos os cursos avaliados, houve predomínio do sexo feminino, tendo diferença estatisticamente significante (p<0,0001). Pela comparação múltipla, verificou-se que houve significância estatística entre os cursos de medicina, odontologia e enfermagem (Tabela 4).
A prevalência e os fatores associados à automedicação têm sido amplamente estudados em países desenvolvidos. Nesses estudos, foram encontradas prevalências de automedicação variando entre 30% e 90%10,16,24-26, e a automedicação apresentou associação positiva com: sexo feminino24,25 e escolaridade16.
Diversos estudos têm descrito uso mais frequente de medicamentos sem prescrição entre mulheres do que entre homens17,18,25.
Em controvérsia, estudo realizado na população urbana portuguesa foi levantado que os homens (28,4%) apresentaram prevalência de automedicação maior do que as mulheres (25,2%)27 e descreve ainda que apenas encontrou resultado semelhante em um estudo realizado no Brasil6.
Referente à prática de automedicação e o aconselhamento com o farmacêutico, observou-se que a maioria dos acadêmicos, de todos os cursos, buscou tal ajuda com esse profissional, havendo predominância no curso de farmácia (80,24%) (Tabela 5). Com aplicação dos testes estatísticos, verificou-se que não houve diferença estatisticamente significante nem pelo teste ANOVA (p=0,9050) nem pela comparação múltipla (p>0,05).
Estudos realizados em farmácias observaram alta prevalência de indicação de fármacos por balconistas28,29. Em população rural da Bahia, a farmácia foi responsável por 44% das situações de automedicação8.
Os dados da Tabela 5 mostram que, em todos os cursos, a maioria dos acadêmicos solicitou conselhos de terceiros (amigos, colegas, professores, membros da família, etc) para a prática de automedicação. Com aplicação dos testes estatísticos, verificou-se que não houve diferença estatisticamente significante nem pelo teste ANOVA (p=0,3930) nem pela comparação múltipla (p>0,05).
Em estudo realizado em população urbana de Santa Maria - RS, com o objetivo de caracterizar o usuário de medicamentos, especialmente aquele que se automedica, revelou que, na maioria das situações de automedicação, houve indicação de terceiros7.
De acordo com a automedicação baseada nos conhecimentos adquiridos na faculdade, pode-se observar que, em todos os cursos, a maioria dos acadêmicos utilizou de seus conhecimentos da graduação para a realização dessa prática (Tabela 5). Com aplicação dos testes estatísticos, verificou-se que não houve diferença estatisticamente significante nem pelo teste ANOVA (p=0,5971) nem pela comparação múltipla (p>0,05).
Autores relatam que há uma tendência da prevalência da automedicação entre pessoas com maior grau de escolaridade, considerando que o conhecimento pode dar maior segurança a essa prática7.
Ao contrário do que se pode imaginar, não seriam os menos informados os maiores usuários de automedicação, já que há resultados que acusam maior consumo de medicamentos entre os que frequentaram a escola por mais tempo, provavelmente por disporem de maior informação que os auxilia na escolha de medicamentos30.
Dados de estudos confirmam essa hipótese, demonstrando que o acúmulo de conhecimento, quer adquirido na escola (maior escolaridade), quer ao longo da vida (maior idade), torna o indivíduo mais confiante para se automedicar7.
Com referência à prática de automedicação baseada em informações da bula, verificou-se que a maioria dos acadêmicos, de todos os cursos, utilizou dessa fonte de informação para a realização da automedicação (Tabela 5). Com aplicação dos testes estatísticos, verificou-se que não houve diferença estatisticamente significante nem pelo teste ANOVA (p=0,3355) nem pela comparação múltipla (p>0,05).
Cabe ressaltar que dos meios de suporte utilizados pelos acadêmicos estudados como auxílio para a prática de automedicação, as informações de bulas foram as mais utilizadas pelos graduandos dos cursos de medicina e farmácia; enquanto, nos cursos de odontologia e enfermagem, utilizaram aconselhamento com farmacêutico (Tabela 5).
Com relação à busca de informações na mídia para a realização de automedicação, constatou-se que, diferente dos dados encontrados anteriormente, em todos os cursos, a maioria dos acadêmicos não utilizou da mídia para a realização dessa prática. Com aplicação dos testes estatísticos, verificou-se que não houve diferença estatisticamente significante nem pelo teste ANOVA (p=0,9703) nem pela comparação múltipla (p>0,05) (Tabela 5).
Em relação à influência de meios de comunicação para optar por um fármaco, a maioria (76,28%) não é sugestionada por tais meios. Tais resultados reforçam a necessidade de se informar a população sobre o uso adequado de medicamentos, além de medidas cabíveis que garantam a oferta de produtos necessários, eficazes, seguros e de preço acessível23.
CONCLUSÃO
Diante dos resultados apresentados, pode-se concluir que houve um alto índice de acadêmicos que se automedicam, sendo no curso de Medicina constatada uma maior frequência; os medicamentos mais utilizados pelos acadêmicos foram analgésicos, antitérmicos e fármacos para resfriados e gripes, e os principais sintomas/doenças que eles acreditavam possuir foram resfriado/gripe e dor de cabeça; em todos os cursos avaliados, houve predomínio do sexo feminino quanto à automedicação, tendo diferença estatisticamente significante; a maioria dos acadêmicos que se automedicam recorre ao aconselhamento com farmacêutico ou balconista para compra de medicamentos, aos conselhos de terceiros e não solicitados na farmácia, aos conhecimentos adquiridos na faculdade e às instruções da bula.
Por fim, a automedicação é um fenômeno nocivo à saúde do indivíduo. Dessa forma, cabe aos profissionais e acadêmicos da área da saúde se conscientizarem quanto a esta prática, visando ao não comprometimento de sua saúde.
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Recebido para publicação: 09/12/10
Aceito para publicação: 28/01/11
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