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RGO.Revista Gaúcha de Odontologia (Online)
versão On-line ISSN 1981-8637
RGO, Rev. gaúch. odontol. (Online) vol.58 no.3 Porto Alegre Jul./Set. 2010
ORIGINAL ORIGINAL
Concordância entre diagnóstico clínico e histopatológico de lesões bucais
Agreement between clinical and histopathological diagnoses of oral lesions
Sibele Nascimento de Aquino; Daniella Reis Barbosa Martelli; Sabina Pena Borges; Paulo Rogério Ferreti Bonan; Hercílio Martelli Júnior*
Universidade Estadual de Montes Claros, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Departamento de Odontologia. Av. Rui Braga s/n., Vila Mauricéia, 39400-000, Caixa Postal 1048, Montes Claros, MG, Brasil
RESUMO
OBJETIVO: Aferir a concordância entre diagnóstico clínico e histopatológico de lesões bucais de pacientes da clínica de Estomatologia da Universidade Estadual de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.
MÉTODOS: Realizou-se um estudo retrospectivo, entre março de 2006 e dezembro de 2007, utilizando 200 prontuários clínicos de pacientes atendidos, biopsiados e tratados entre os anos de 2004-2006. As dimensões avaliadas foram: gênero, idade, diagnóstico clínico, realização de biópsias, localização da lesão e diagnóstico histopatológico. A análise estatística foi feita pelo programa SPSS 15.0 e submetidas à estatística descritiva.
RESULTADOS: Os sítios anatômicos mais comuns das lesões foram mucosa jugal (16,0%) e gengiva (16,0%), enquanto o mais incomum foi o fundo de vestíbulo (3,5%). O grupo mais comum de lesões foi representado pelos processos proliferativos não neoplásicos (39,0%). Em relação às hipóteses diagnósticas foram aferidas a concordância entre as três primeiras hipóteses clínicas e a histopatologia. Em 78,5% dos diagnósticos finais houve concordância entre uma das três hipóteses clínicas e o diagnóstico microscópico, enquanto em 21,5% dos casos não houve correspondência entre a clínica e a histopatologia.
CONCLUSÃO: Observou-se uma expressiva concordância (78,5%) entre o diagnóstico clínico e histopatológico, sendo importante a realização de mais estudos para se entender melhor a relação entre estes dois importantes exames de rotina.
Termos de indexação: biópsia; diagnóstico clínico; patologia bucal.
ABSTRACT
OBJECTIVE: The objective of this study was to measure the agreement between the clinical and histopathological diagnoses of oral lesions in patients seen at the Stomatological Clinic of the State University of Montes Claros, Minas Gerais, Brazil.
METHODS: A retrospective study was done from March 2006 to December 2007 with 200 medical records of patients that had undergone biopsy and treatment between 2004 and 2006. The assessed parameters were: gender, age, clinical diagnosis, biopsies, lesion site and histopathological diagnosis. Statistical analysis was done by the software SPSS 15.0 and submitted to descriptive statistics.
RESULTS: The most common lesion sites were the buccal mucosa (16.0%) and gingiva (16.0%) while the most uncommon was the base of the vestibule (3.5%). The most common group of lesions was represented by the non-neoplastic proliferative processes (39.0%). Agreement occurred between the three first clinical hypotheses and histopathology. In 78% of the final diagnoses, there was agreement between one of the three clinical hypotheses and the microscopic diagnosis and no agreement between the clinical and histopathological diagnoses in 21.5% of the cases.
CONCLUSION: The agreement between clinical and histopathological diagnoses was high (78.5%). More studies are necessary in order to better understand the relationship between these two important routine tests.
Indexing terms: biopsy; diagnosis clinical; oral pathology.
INTRODUÇÃO
O diagnóstico final em patologia oral e estomatologia, se fundamenta em uma série de comparações entre o que se obtém pela observação e conhecimento clínico das alterações e os aspectos microscópicos presentes1. Para o processo de diagnóstico das diversas doenças que afetam o sistema estomatognático é imprescindível a realização de anamnese e de um exame físico minucioso, assim como a solicitação de exames complementares quando necessários2-3.
A construção do diagnóstico deve levar em consideração a possibilidade de uma lesão ser causada por uma variedade de agentes etiológicos1. Assim, deve-se então possibilitar comparações entre diversas enfermidades, estabelecendo o diagnóstico diferencial clínico entre as mesmas4. Nesse contexto, a análise histopatológica se fortalece como instrumento conclusivo do processo de diagnóstico. Deve-se ter percepção de que o diagnóstico clínico pode ser equivocado ou duvidoso, existindo a neces-sidade de se realizar procedimentos como biópsias, para avaliação histopatológica e posterior conclusão definitiva do diagnóstico. Para executar um procedimento de biópsia, o profissional deve possuir hipóteses diagnósticas clínicas da lesão2,5. Assim, a principal finalidade desse procedimento cirúrgico é fornecer material biológico adequado para a realização do exame microscópico e consequentemente possibilitar o diagnóstico final6.
Em decorrência da escassez de estudos abordando a relação entre diagnóstico clínico e histopatológico, objetivou-se aferir na presente investigação a concordância entre os dois exames em pacientes diagnosticados e tratados em um serviço de referência na área de Estomatologia, no estado de Minas Gerais.
MÉTODOS
Realizou-se um estudo retrospectivo, aferindo a concordância entre o diagnóstico clínico e o histopatológico contido em prontuários de pacientes assistidos pela clínica de Estomatologia do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). A clínica de Estomatologia da Unimontes é um serviço de referência na área de Diagnóstico Bucal, na região norte do estado de Minas Gerais, e atende uma extensa demanda de usuários, exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esse serviço, além do atendimento clínico, realiza os procedimentos histopatológicos e de reabilitação de forma multi/interdisciplinar.
A amostragem deste estudo foi composta por 200 prontuários clínicos de pacientes diagnosticados e tratados entre os anos de 2004 e 2006. Foram incluídos nesta análise todos os prontuários de pacientes que tinham hipóteses clínicas de diagnóstico e que necessitaram da realização de procedimentos de biópsias e com posterior laudo histopatológico, independente do gênero, idade, naturalidade e nacionalidade. Foram excluídos todos os portadores de alterações bucais que não possuíam laudo histopatológico.
A partir da consulta aos prontuários (realizadas entre março de 2006 e dezembro de 2007) foram avaliadas as seguintes dimensões: gênero, idade, tipo de biópsia realizada, localização anatômica da lesão, diagnóstico clínico e histopatológico. As informações foram coletadas e arquivadas em um banco de dados, seguindo-se da análise pelo programa estatístico Statiscal Package Social Sciences (SPSS) versão 15.0 e submetidos à estatística descritiva. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros sob protocolo nº. 857.
RESULTADOS
As características referentes ao gênero e faixa etária dos 200 participantes do presente estudo estão na Tabela 1. Observa-se que da população analisada, 68 (34%) pacientes foram do gênero masculino e 132 (66%) do feminino. As faixas etárias predominantes foram a de 46 a 60 anos (28%), seguida pela de 31 a 45 anos (27%).
Em relação às características do tipo de biópsia executada e a localização anatômica da lesão, verifica-se que, dentre os 200 pacientes, realizou-se um total de 212 procedimentos, sendo 126 biópsias excisionais, 68 biópsias incisionais, 11 punções aspirativas e 7 citologias esfoliativas. Com relação à localização anatômica das lesões, a mucosa jugal, gengiva e lábios foram os sítios anatômicos mais comuns e as lesões menos encontradas estavam localizadas no fundo de vestíbulo (Tabela 2).
Para a dimensão referente às hipóteses diagnóstica clínicas e a concordância entre as mesmas e o diagnóstico final (histopatológico), em 119 (59,5%) pacientes verificou-se apenas uma hipótese diagnóstica clínica para a lesão observada, enquanto em 19 (9,5%) lesões foram formuladas três hipóteses clínicas. Quanto à concordância entre a clínica e o histopatológico, observa-se que na maioria dos casos (57,0%) houve concordância entre a 1º hipótese elaborada e o diagnóstico final. Em 19,0% das lesões houve concordância com a 2ª hipótese e em 2,5%, com a terceira. Porém, em 21,5% das lesões não ocorreu concordância entre o diagnóstico clínico e o microscópico.
DISCUSSÃO
O presente estudo avaliou a relação entre o diagnóstico clínico e o histopatológico. O diagnóstico clínico tem apresentado alterações significantes nos últimos anos em decorrência do aumento no número de exames complementares e pelo expressivo aumento de tecnologia aplicada à saúde7. Para realização do diagnóstico é imprescindível à realização de uma anamnese criteriosa e um exame físico minucioso2-3, acrescido, quando necessário, pelos exames complementares que aumentam a acuidade diagnóstica, confirmados ou não pela histopatologia7.
No Brasil, diversos estudos têm focado a atenção na incidência e prevalência de lesões sediadas no complexo bucomaxilofacial8, tendo em vista a alta diversidade de doenças que acometem as estruturas bucais9. Entretanto, a avaliação da acuidade diagnóstica tem sido pouco estudada e consequentemente a habilidade e conhecimento dos cirurgiões-dentistas para estabelecimento de diagnósticos diferenciais. Neste estudo, percebeu-se na população analisada (n=200) um predomínio do gênero feminino (66%) em relação ao masculino (34%), verificando uma relação de 1,94:1. Percebe-se uma maior procura pelos serviços de saúde na área de odontologia por indivíduos do gênero feminino10-11. Entretanto, não se pode descartar a possibilidade do gênero feminino ser mais acometido pelas lesões bucomaxilofaciais8.
Quanto à faixa etária dos pacientes deste estudo, observou-se predomínio de indivíduos com idade entre 31 e 60 anos e menor frequência nas duas faixas etárias extremas, até 15 anos (11,0%) e acima de 61 anos (13,0%). Em estudo semelhante desenvolvido por Vier et al.12, no qual foi avaliada a concordância entre o diagnóstico clínico e o histopatológico de 692 lesões em um serviço de Estomatologia, a faixa etária mais prevalente situou-se entre a quarta e sétima década de vida (70,9%).
A análise histopatológica pode dar ao clínico a impressão de que esse exame é a única fonte de informação de diagnóstico definitivo para todas as doenças. Esse conceito incorreto pode promover uma avaliação clínica incompleta da condição do paciente4. Na área de estomatologia, a utilização de biópsias constitui procedimento clínico rotineiro. Neste estudo, houve um amplo predomínio das biópsias excisionais (59,4%) comparado as biópsias incisionais (32,0%). Estes resultados são concordantes com a literatura12-13 e se justificam pelo fato da maioria das lesões bucais apresentarem tamanho reduzido, permitindo ao profissional optar por este procedimento que para muitos casos corresponde ao tratamento definitivo das lesões8.
Com relação à localização anatômica das lesões, mucosa jugal, gengiva e lábios foram os locais mais comuns observados (Tabela 2). Em estudo epidemiológico de 2.147 casos de lesões bucomaxilo-faciais, realizado por Sobral & Goes8, os sítios anatômicos mais acometidos foram a maxila e mandíbula. Este dado relativo à localização das lesões é importante para o patologista, que assim poderá comparar e diferenciar os tecidos atingidos a partir das características histológicas de cada região anatômica8.
No presente estudo, observou-se que a elaboração de hipóteses diagnósticas variou de uma até três para cada lesão. A realização do exame clínico bem conduzido e a realização de exames complementares tendem a auxiliar na elaboração de hipóteses diagnósticas adequadas2. A aplicação eficiente da histopatologia requer a correlação de resultados microscópicos com toda informação do diagnóstico clínico disponível4. Assim, quanto à concordância, o diagnóstico histopatológico correspondeu a uma das três hipóteses clínicas em 78,5% das lesões (Tabela 3). Em 21,5% das lesões não houve concordância com nenhuma das três hipóteses clínicas elaboradas. Alves et al.14 realizaram uma revisão de 1.825 laudos a fim de verificar discordâncias entre o diagnóstico clínico e histopatológico. Ao confrontarem a hipótese clínica com o diagnóstico anatomopatológico, verificaram 444 (32,05%) casos sem concordância.
Vier et al.12, relacionaram a concordância entre o diagnóstico clínico e o histopatológico de lesões bucais e concluíram que estes foram coincidentes em 79,9% dos casos, resultados similares aos encontrados neste estudo. Nos casos, em que há discordância entre os diagnósticos, a validade do diagnóstico clínico fica comprometida15.
Na área médica também são encontrados alguns estudos que comparam diagnósticos clínicos e histológicos, em que a concordância entre os diagnósticos varia de 44% a 84%, de acordo com o grau de dificuldade de obtenção do diagnóstico clínico ou com os critérios de estabelecimento de determinados diagnósticos16-17. Quando ocorre discordância nos diagnósticos, nem sempre o clínico é incorreto, pode haver falta de representatividade do material colhido, fixação inadequada ou manipulação imprópria do espécime. Sempre que houver uma discordância entre o diagnóstico clínico e o microscópico, o mais adequado é a comunicação entre o clínico e o patologista para que possam estabelecer uma comunicação objetivando chegar a um diagnóstico final7.
CONCLUSÃO
Neste estudo foram avaliadas diversas dimensões relacionadas à concordância entre diagnóstico clínico e histopatológico. Observou-se na população analisada que o gênero feminino foi o mais acometido pelas lesões do complexo bucomaxilofacial. Houve uma prevalência de pacientes com faixa etária entre 46 e 60 anos, seguidos pelo grupo com 31 a 45 anos. Os sítios anatômicos mais comuns das lesões foram mucosa jugal e gengiva. Entre os tipos de biópsias executadas, a mais comum foi a excisional. Com relação às hipóteses diagnósticas foram aferidas a concordância entre as 3 primeiras hipóteses clínicas e a histopatologia. Em 78,5% dos diagnósticos clínicos houve concordância com o diagnóstico histopatológico, sendo 57,0% na primeira hipótese, 19% na segunda e 2,5%, na terceira. Em 21,5% não houve correspondência entre as hipóteses diagnósticas e o diagnóstico final. Novos estudos aferindo a concordância entre diagnóstico clínico e histopatológico se fazem necessários para entender melhor a relação entre estes dois importantes exames de rotina.
Colaboradores
SN AQUINO, SP BORGES e DRB MARTELLI realizaram a coleta das informações nos prontuários clínicos e a construção do banco de dados. H MARTELLI JÚNIOR e PRF BONAN participaram da análise e da discussão dos resultados, assim como da redação do artigo.
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Recebido em: 21/8/2008
Versão final reapresentada em: 6/5/2009
Aprovado em: 7/5/2009
* Correspondência para / Correspondence to: H MARTELLI JUNIOR. E-mail: <hmjunior2000@yahoo.com>.