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Revista da Associacao Paulista de Cirurgioes Dentistas

  ISSN 0004-5276

SCUTTI, Jorge Augusto Borin; PINEDA, Mariana; EMERICK JR, Enos    ALMEIDA, Eliete Rodrigues de. Carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço (HNSCC): desvendando os mistérios do microambiente tumoral. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent. []. 2016, 70, 2, pp. 156-163. ISSN 0004-5276.

Este artigo refere-se à uma revisão sobre o carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço (HNSCC), o qual está envolvido em cerca de 90% dos cânceres de cabeça e pescoço, originado do revestimento escamoso da superfície das mucosas do trato aerodigestivo superior, incluindo cavidade oral, faringe, laringe e trato sinonasal. Atualmente, o HNSCC apresenta-se como o sexto tipo de câncer mais comum no mundo, sendo que apenas 50% dos pacientes permanecem vivos por 5 anos, após o diagnóstico. Devido à sua distribuição acelerada e alta prevalência, este tipo de câncer tornou-se, nas últimas décadas, uma das principais ameaças para a saúde pública. Seu desenvolvimento e progressão vem ganhando um destaque especial, considerando-se as novas descobertas relacionadas à instabilidade no cerne da genômica e epigenômica, metabolômica, remodelamento celular e fatores de risco associados, principalmente com o envolvimento de infecções virais e, mais recentemente, aos aspectos imunológicos inerentes ao microambiente tumoral (TME), principalmente o perfil celular (fibroblastos associados ao câncer, linfócitos T reguladores, linfócitos e macrófagos com perfil imunossupressor Th2 e M2, respectivamente e neutrófilos associados ao tumor) e o perfil humoral (quimiocinas, citocinas imunossupressoras tais como TGF-B, IL-13, IL-10, proteínas responsáveis pela quebra da matrix extracelular-metaloproteases e fatores que contribuem para o desenvolvimento e progressão tumoral mediados pela angiogênese, tais como EGF e VEGF). Nos próximos anos, a compreensão da imunobiologia do HNSCC será paralelamente acompanhada de importantes avanços na detecção precoce de pacientes de alto risco, baseada na identificação de biomarcadores, na manipulação do sistema imune e na compreensão da farmacogenômica. Estratégias baseadas na imunoterapia, as quais têm sido utilizadas com sucesso em diversos tipos de câncer, podem contribuir positivamente para a reeducação de alguns componentes do microambiente e reduzir as graves consequências associadas a este tipo de malignidade.

: carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço (HNSCC); microambiente tumoral; imunoterapia..

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