SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.69 número4 índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Revista da Associacao Paulista de Cirurgioes Dentistas

versão impressa ISSN 0004-5276

Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent. vol.69 no.4 Sao Paulo Out./Dez. 2015

 

Artigo original

 

Análise da prevalência de defeitos de esmalte na dentição decídua adquiridos no período gestacional

 

Analysis of prevalence on the loss of enamel of deciduous dentition occurring during pregnancy

 

 

Lauren Cardoso Alves AznarI; Giselle Rodrigues de Sant'AnnaII; Flávio Antônio Tambelini JulianiIII; Wanessa Christine de Souza ZaroniIV; Mariana Ferreira LeiteV; Wanessa Christine de Souza ZaroniVI; Mariana Ferreira LeiteVII

 

I Graduanda no curso de graduação em Odontologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc)
II Mestre em Odontopediatria pelo Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic - Professora de Odontopediatria e Saúde Coletiva no curso de Odontologia na Unesc
III Doutora em Ciências da Saúde pela Unesc - Professora do curso de Odontologia e professora pesquisadora no programa de pós-graduação em Saúde Coletiva na Unesc
IV Doutora em Ciências da Saúde pela Unesc - Professora de Odontopediatria no curso de Odontologia na Unesc
V Mestre em Ciências da Saúde pela Unesc - Professor de Endodontia e Saúde Coletiva no curso de Odontologia na Unesc

VI Doutora em Ciências da Saúde pela Unesc - Professora do curso de Odontologia e professora pesquisadora no programa de pós-graduação em Saúde Coletiva na Unesc
VII Graduanda no curso de graduação em Odontologia da Unesc

Endereço para correspondência

 

 


 

RESUMO

O período gestacional é importante para a formação dos dentes decíduos do bebê. Os Defeitos de Desenvolvimento do Esmalte Dentário são anormalidades que podem ocorrer na estrutura do esmalte por acometimentos durante sua formação. O objetivo é analisar a prevalência de defeitos de esmalte na dentição decídua adquiridos no período gestacional. Realizou-se um estudo observacional, longitudinal, descritivo e retrospectivo, de abordagem quantitativa, em um município sul catarinense, no período de março de 2012 a dezembro de 2013. Participaram 68 bebês, de 1 a 3 anos de idade, e suas mães, que frequentaram um programa educativo. A coleta de dados realizou-se um questionário autoaplicável, anônimo, destinado às mães, como também o exame clínico da cavidade bucal dos bebês. Os resultados evidenciaram que o estado civil predominante foi de amasiadas (55,9%), a profissão foi do lar (36,8%) e a renda familiar de 3 salários mínimos (79,4%). A maioria (52,9%) tinha segundo grau incompleto. Verificou-se que 14,7% dos bebês possuíam Defeitos de Desenvolvimento do Esmalte Dentário na arcada superior, e 5,9% na arcada inferior. Constatou-se 11,8% casos de opacidade na arcada superior, 5,9% na inferior, e 2,9% de hipoplasia na superior, todos em incisivos. Relação a problemas de saúde na gestação observou-se que 74,6% apresentaram. O uso de medicações no período gestacional e problemas de saúde neste período revelou significância estatística (p=0,010). Concluiu-se que houve alterações na formação dos dentes decíduos e o aparecimento de opacidades e hipoplasias, relacionadas às complicações sistêmicas, e ao uso de medicações no período gestacional, porém sugerem-se mais estudos.

Descritores: dente decíduo; complicações na gravidez; esmalte dentário; epidemiologia


 

ABSTRACT

The pregnancy period is an important part of the formation of deciduous baby teeth. The defects of dental enamel Development are abnormalities that may occur in the enamel structure progressively during their formation. The objective was analyze the prevalence of enamel defects in the primary dentition which occurs during pregnancy. We conducted an observational, longitudinal, descriptive and retrospective quantitative survey, in a town south of Santa Catarina Brazil, from March 2012 to December 2013. 68 babies between 1 to 3 years old and their mothers who attended an educational program. The data was collected by means of an anonymous standardized questionnaire which was addressed the mothers well as through clinical examinations of the oral cavity the participating babies. The predominant results showed that the marital status of the mothers was common law partner (55.9%), the profession was housewife (36.8%) and the average family income was three minimum wages (79.4%). Most of the respondents (52.9%) had not completed high school. It was found that 14.7% the studied babies had the defects of dental enamel development in the upper arch, while 5.9% in the lower arch. 11.8% the analyzed babies had cases of opacity in the upper arch, 5.9% at the bottom, and 2.9% hypoplasia at the top, all in incisors. The study concludes that there were changes in the formation primary teeth and the appearance of opacities and hypoplasia, and that these were related to systemic complications well as the use of medications during pregnancy.

Descriptors: tooth, deciduous; pregnancy complications, dental enamel; epidemiology

 

RELEVÂNCIA CLÍNICA

Este é um estudo no âmbito da saúde pública e da odontopediatria, que buscou verificar a prevalência de defeitos de esmalte em dentes decíduos, correlacionando-os a complicações sistêmicas e características gestacionais. Procurou-se analisar a importância do pré-natal médico e odontológico para a saúde e o desenvolvimento dentário do bebê.

 

INTRODUÇÃO

A gestação é reconhecida como sendo a mais importante sentida dentro do ciclo vital, reconhece-se que em nenhuma outra ocasião há extrema dependência de uma vida, relacionada à saúde e ao bem estar da outra.1,2

A Organização Mundial de Saúde (1995) propõem uma classificação para os recém-nascidos, de acordo com a idade gestacional da mãe, correlacionada com o peso da criança ao nascer. Conceitua-se que bebês prematuros são os nascidos antes de 37 semanas e bebês considerados a termo são os nascidos no período de 37 e 42 semanas. Considera-se, também, bebês de baixo peso aqueles nascidos abaixo de 2.500 Kg de peso corpóreo.3

Odontogênese é o período formador dos dentes, dentro da maxila e mandíbula. A dentição decídua é iniciada na vida intrauterina entre a sexta e à sétima semana, quando algumas áreas do epitélio oral proliferam rapidamente, formando banda epitelial primária. Devido a estimuladores precursores, produzidos a partir da migração de células para o mesênquima, ocorre à produção de elementos conjuntivos, chamados de ectomesênquima. Estudos relatam que os dentes incisivos centrais superiores e inferiores iniciam seu desenvolvimento macroscópico na 11ª semana e sua calcificação na 14ª, e que os últimos dentes decíduos a sofrerem a calcificação são os segundos molares por volta da 19ª semana intrauterina.4,5,6,7,8,9

Os Defeitos de Desenvolvimento do Esmalte Dentário (DDE) são anormalidades que podem ocorrer na estrutura do esmalte e caracterizam-se pela presença de fóssulas ou sulcos na superfície dentária, como também pelas alterações de coloração.10 Fatores locais ou sistêmicos poderão interferir na formação matricial, causando defeitos no esmalte, que poderão ser chamados de hipoplasia do esmalte. Entretanto, aspectos modificadores, interferentes na mineralização e maturação do esmalte, poderão produzir hipocalcificação ou opacidades no esmalte.11,12,13,14,15,16,17,18,19

Ressalta-se que o esmalte dentário é o único tecido duro que não pode ser remodelado, sendo assim qualquer alteração por consequência de acometimentos durante sua formação serão permanentes.20,21

O desenvolvimento e aparecimento de defeitos no esmalte têm relevância clínica, principalmente, se isso implicar em possível problema estético, anomalias, sensibilidades ou acometimento da doença cárie. Vários estudos relatam que o processo de formação dos dentes decíduos e permanentes ocorre de tal forma que registra biologicamente todas as mudanças decorrentes deste período, tanto da saúde, quanto da doença do indivíduo, e há influência das condições metabólicas no desenvolvimento dos dentes.22,23,24,25,26

Com base nas pesquisas supracitadas, o objetivo deste estudo foi analisar a prevalência de defeitos de esmalte na dentição decídua adquiridos no período gestacional, em um município sul catarinense.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizado um estudo de cunho observacional, longitudinal, retrospectivo e descritivo de abordagem quantitativa, aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) sob o parecer nº 880.056/2014. Seguiu-se a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que dispõe sobre pesquisa com seres humanos.

Foi desenvolvido em 15 Estratégias Saúde da Família (ESF) de um município sul Catarinense, com 145 bebês de 1 a 3 anos de idade, e suas respectivas mães, que realizaram seus partos no hospital do município e participaram de um programa educativo no pós-parto, no período de março de 2012 a dezembro de 2013.

Os sujeitos da pesquisa foram convidados a participar, autorizando sua realização por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Foram seguidos alguns critérios de inclusão como: mães e bebês residentes no município, participantes do programa educativo no período puerperal, e cujos bebês foram examinados na maternidade. Mães e bebês cadastrados nas ESF do município e bebês que possuíam os dentes incisivos erupcionados na cavidade bucal. Os critérios de exclusão para melhor fomentar o trabalho foram: mães portadoras de sífilis, rubéola e HIV no período gestacional e bebês que não possuíam dentes erupcionados na cavidade bucal.

Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário autoaplicável, anônimo, desenvolvido pelos autores deste artigo e destinado às mães. Continha questões relacionadas ao uso de medicações, problemas sistêmicos no período gestacional, além de questões sócio-demográficas e de conhecimento sobre a saúde bucal do bebê. Os questionários foram aplicados pela manhã e tarde, conforme agendamento com cada mãe.

Na sequência foram realizados os exames clínicos bucais nos bebês, a fim de analisar os dentes decíduos, cronologia de erupção e a correlação com a idade e a saúde bucal. Eles foram realizados por uma única examinadora, previamente calibrada, para o diagnóstico clínico de anormalidades no esmalte dos dentes decíduos com crianças da mesma faixa etária para cálculo do coeficiente Kappa.27

O exame foi realizado sob luz artificial, com espátula de madeira, e utilização de equipamentos de proteção individual. A criança estava confortavelmente posicionada no colo da mãe/responsável, permitindo o manejo adequado dos tecidos bucais assim como sua visualização direta. Seguiu-se uma sequência pré-estabelecida e se analisou os DDE por grupo dentário da arcada superior e arcada inferior, divididos da seguinte forma: Incisivos Centrais, Incisivos Laterais, Caninos, 1º Molares, 2º Molares. Foram classificados segundo a opacidade, hipoplasia, e outros (dentes que não puderam ser examinados, perdidos e ou não erupcionados).10 Foi utilizado também, como diagnóstico diferencial, o formato da lesão encontrada e a localização, pois manchas brancas na região cervical, próximas a gengiva e em formato de meia lua, opacas ou não, foram caracterizadas como lesões de cárie. As informações obtidas foram registradas em ficha clínica formulada especificamente para o estudo.

Após a coleta de dados, foi elaborado um banco de dados em planilhas do software Microsoft Excel® versão 2012, onde foram construídas tabelas para uma melhor organização e apresentação dos dados. Foi criado um banco de dados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)®, versão 22, para a análise estatística. Foi calculada a frequência absoluta (n) e relativa (%) para as variáveis qualitativas. Testou-se a normalidade das variáveis quantitativas pelo teste de Kolmogorov Smirnov, que revelou distribuição normal para a idade da mãe e peso. Assim, calculou-se a média e o desvio padrão a idade da mãe e peso, mediana e intervalo interquartil para as demais.

O teste de Qui-quadrado de Pearson foi utilizado para quantificar a associação ou independência, entre alterações de DDE superior e inferior correlacionado com as demais variáveis qualitativas associadas, e uso de medicação durante a gestação relacionada aos problemas de saúde das mães, ou seja, variáveis qualitativas associadas. Para todos os testes supracitados foi considerado como significativo α=0,05 e intervalo de confiança de 95%. A concordância intraexaminada foi analisada pelo o coeficiente Kappa (K). Obteve-se concordância de valor 1,validando a realização dos exames.27

 

RESULTADOS

A amostra estudada foi de 68 mães e 68 bebês, de um total de 145 mães, sendo que 77 delas não foram encontradas devido à mudança de endereço, ou não aceitaram participar do estudo, sendo assim excluídas da amostra.

As idades das mães variaram de 18 a 45 anos, sendo que a idade média foi de 28,03 anos (±6,04). Quando se questionou o estado civil delas, observou-se que 55,9% (n=38) eram amasiadas, 35,3 % (n=24) casadas, e 8,8% (n=6) solteiras. A profissão mais citada foi a do lar com 36,8% (n=25), enquanto que a do marido foi motorista de automóvel ou máquinas em geral com 22,1% (n=15). Quanto a renda familiar, verificou-se que 79,4% (n= 54) recebem acima de 3 (três) salários mínimos. Ao questionar sobre o número de pessoas que moram na casa, constatou-se a mediana de 4 (quatro) indivíduos (4-5). Apenas 4,4% (n= 3) das mães declararam ter nível de escolaridade superior, enquanto que a maioria delas, 52,9 % (n= 36), tinha segundo grau incompleto.

Com referência ao período gestacional em semanas, observou-se que a mediana foi de 39 semanas (39-40). Quando questionadas sobre a realização de consultas de pré-natal, durante o período gestacional, 100,0% (n= 68) delas responderam que realizaram. Constatou- se que, em relação a consultas de pré-natal durante todo o período gestacional, a mediana foi de 7 (sete) consultas (6-8).

Em relação ao tipo de parto realizado na maternidade, no período do estudo, foi verificado que 50,0% (n= 34) das mães tiveram partos cesáreos, e as outras 50,0% (n= 34) vaginais. Quando se questionou se elas estavam tendo o 1º filho, 25,0 % (n=17) delas disseram que sim.

A idade média, em meses, dos bebês participantes foi de 29 (26-34). O peso médio deles ao nascer foi de 3 kg e 356 gramas, sendo o mínimo de 1 kg e 800 gramas e o máximo de 4 kg e 825 gramas (±0,53). A média da altura foi de 49,00 cm (47-50).

Ao questioná-las sobre o tempo de amamentação, 64,7% (n= 44) das mães declararam amamentar durante um período máximo de 6 (seis) meses.

Em relação à primeira consulta odontológica, apenas 22,1% (n= 15) declararam já ter levado seu bebê para uma avaliação com o Cirurgião- Dentista. Foi quantificado, também no estudo, o número de bebês com a doença cárie, e foram diagnosticados 13,2% (n=9) deles.

Quando questionadas se tiveram complicações sistêmicas durante a gestação, 70,6% (n= 48) das mães participantes no estudo disseram que sim. Verificou-se que 14,7% (n= 10) delas tiveram gripe, 25,0% (n= 17) hipertensão e 44,1 % (n= 30) infecção urinária, no período. Observou-se também que 2,9% (n= 2) tiveram diabetes gestacional e 2,9% (n= 2) relataram ter sofrido com dores de cálculo renal no período. Quando questionadas se foram fumantes ativas durante a gestação, 7,4% (n= 5) delas responderam que sim, e permanecem com o hábito.

Com base no uso de medicações durante o período gestacional 92,6% (n= 63), responderam que consumiram de uma ou mais medicações durante o período. Verificou-se que 47,1% (n= 32) utilizaram sulfato ferroso, 25,0% (n=17), Metildopa®, 2,9% (n= 2) fizeram uso de Metformina®, e 2,9% (n= 2) insulina. Constatou-se também que, 39,7% (n= 27) utilizaram Paracetamol®, 48,5% (n= 33) amoxicilina e 1,5 % (n= 1) utilizou Frontal®. Das participantes 47,1% (n= 32) tiveram anemia ferropriva gestacional, sendo que 50,0% (n= 34) foram indicadas o uso do sulfato ferroso.

A tabela 1 apresenta análises das associações entre as seguintes variáveis: o uso de medicações no período gestacional e os problemas de saúde apresentados no mesmo período, revelando significância estatística (p=0,010). Quando se associou problemas de saúde na gestação e infecção urinária (p=0,039) e cálculo renal (p=0,020), a análise também revelou significância estatística em ambas as associações.

Embora os resultados possam sugerir associação entre o uso de medicações durante a gestação e complicações como gripe (p=0,335), hipertensão (p=0,180), fumantes (p=0,513), diabetes (p=0,686), não houve diferença significativa conforme ilustra a tabela 1.

No momento em que as mães foram questionadas se os bebês apresentaram algum problema de saúde após o nascimento, responderam que 61,1% (n= 47) deles tiveram. Destes 11,6 % (n= 8) tiveram problemas no primeiro semestre de vida, 44,1% (n=30) no segundo semestre e 14,7% (n=10) no terceiro semestre. Porém dentre as mães estudadas houve uma proporção de, 38,9% (n=21), que não souberam relatar o período em que os bebês tiveram problemas após o nascimento. Dos problemas encontrados, 11,8% (n= 8) dos bebês tiveram virose, 57,4 % (n= 39) apresentaram cólicas e 60,3% (n= 41) febre. Foi constatado também, 17,6% (n= 12) casos de otite, 23,5% (n= 16) gripe e 1,5% (n= 1) bebê foi acometido por coqueluche.

Com base nos dados, 80,9 % (n= 55) dos bebês fizeram uso de medicações após o nascimento. Onde 51,5% (n= 35) utilizaram soro, 45,6% (n= 31) bebês utilizaram Paracetamol®, 1,5% (n= 1) fez uso do Diclofenaco Sódico®, 2,9% (n= 2) Ibuprofeno® e 11,8% (n= 8) utilizaram Alívium®, que possui o mesmo princípio ativo, 54,4% (n= 37) utilizaram Dipirona sódica®, e 45,6% (n= 31) o Luftal ®. Foi relatado que 23,5% (n= 16) dos bebês, fizeram uso de antibiótico, e 8,8% (n= 6) utilizou especificamente Otomicina®.

No exame clínico da cavidade bucal dos bebês, constatou-se

 

 

 

que 14,7% (n=10) deles possuíam DDE na arcada superior, e 5,9% (n=4) na arcada inferior. Foram encontrados 11,8 % (n= 8) casos de opacidade na arcada superior, localizados em incisivos, sendo o maior número nos incisivos centrais e 5,9% (n= 4) na região dos incisivos inferiores, também mais presentes em incisivos centrais do que em laterais. Houve 2,9% (n= 2) casos de hipoplasia na arcada superior, encontrados em incisivos, laterais e centrais.

Quando correlacionadas as crianças com DDE superior, e as mães que utilizaram a medicação Paracetamol®, durante a gestação, 80% (n=8), o resultado revelou a existência de associação significativa entre estas variáveis, ou seja, a proporção de crianças com DDE superior tende a ser maior quando comparados aos bebês de mães que não utilizaram esta medicação (p=0,005). O estudo demonstrou ainda que crianças que tiveram DDE inferior, relacionadas às mães que fizeram uso do medicamento Metildopa®, 75% (n=3) tiveram uma associação significativa de (p=0,017), ou seja, a mãe que faz uso dessas medicações durante o período gestacional poderá influenciar a formação dos dentes decíduos do bebê aumentando a probabilidade de terem DDE conforme ilustra a Tabela 2.

Observou-se com o estudo que dos 100% (n=14) dos bebês que tiveram DDE, 85,71% (n=12) tiveram problemas de saúde após o nascimento, porém 50,0% (n=6) desses problemas ocorreram no segundo semestre de vida, e 16,6% (n=2) no terceiro semestre, quando os incisivos já estão erupcionados em boca. O restante das mães, 42,8% (n=6), não soube relatar o período dos problemas de saúde dos bebês (Tabela 2).

Ao associar o DDE ao episódio de febre do bebê, a tabela 2 revela que do total da amostra, 60,3% (n=41) apresentou febre no período pós-nascimento. Quando se associou febre e DDE, verificou- se que dos 100% (n=14) que tiveram DDE, 70% (n=7) deles desenvolveu DDE superior, 30% (n=3) não teve alteração na formação do dente decíduo e 100% (n=4) apresentou DDE inferior, porém sem revelar significância estatística. Embora os resultados possam sugerir associação entre as crianças que tiveram DDE superior e inferior com outros itens da amostra, não houve diferença significativa a ser mencionada.

 

DISCUSSÃO

O presente estudo analisou a prevalência de defeitos de esmalte na dentição decídua adquiridos no período gestacional, por meio de um questionário, a uma amostra de 68 mães com idade média de 28,03 anos, e exame clínico intrabucal de seus bebês com idade mediana de 29 meses.

Ao analisar o perfil das participantes, verificou-se que prevaleceu o estado civil em 55,9% de amasiadas, e a profissão mais relatada foi a do lar com 36,8%. Constatando-se, assim, que muitas mães passam a maior parte de seu tempo com seus bebês. No momento em que se analisou fatores socioeconômicos, 79,4% da amostra relatou ter renda acima de 3 (três) salários mínimos, possuir a média de 4 pessoas morando na casa e a maioria das mães, 52,9%, ter segundo grau incompleto. A literatura relata que quanto maior o nível socioeconômico, melhores são os cuidados com a saúde bucal das crianças e maior o acesso à informação pelas mães, sendo este um fator que interfere diretamente na acessibilidade a informação relacionada à saúde bucal e geral de seus filhos.28,29 Ressalta-se que, nesse estudo, um critério de inclusão era a participação da mãe em um programa educativo sobre cuidados com a saúde bucal do bebê, disponibilizado no período puerperal, pelo município participante.

Quando analisado os dados referentes à primeira consulta odontológica, apenas 22,1% declararam já ter levado seu bebê para uma avaliação com o Cirurgião-Dentista. Sabe-se que a atenção odontológica precoce é uma prevenção eficiente contra a cárie dentária e outros problemas bucais, em união a ações que visem o acesso a informação. O estudo realizado para observar o conhecimento sobre saúde bucal infantil de pais e responsáveis de crianças atendidas na Paraíba, mostrou que para 16,3% dos pais o momento ideal para a primeira visita ao Cirurgião-Dentista deve ser antes do aparecimento do primeiro dente.30 Demonstrando que informações em relação à saúde bucal ainda é debilidade em nossa sociedade, devendo esta advir da interdisciplinaridade e da associação de profissionais cujo ideal seja a promoção de saúde.

Constatou-se que 25,0% das mães tiveram seu primeiro filho no período analisado e o peso médio do bebê ao nascer foi de 3 kg e 356 gramas, sendo o mínimo de 1 kg e 800 gramas e o máximo de 4 kg e 825 gramas (±0,53), enquanto que a média da altura foi de 49,00 cm. Alguns estudos com crianças demonstraram que bebês com baixo peso ao nascer tem uma relativa elevação na prevalência de DDE em dentição decídua, como, também, predisposição a doença cárie nos dentes decíduos.12 O estudo13, com bebês de baixo peso ao nascer foi mais propenso, do que os com peso normal, a apresentar hipoplasia do esmalte, sendo a prevalência encontrada de 33,3%. Opacidades foram as mais identificadas em 23,1% da amostra, seguido de 7,6% de hipoplasia. Destaca também, que o peso ao nascerem, foi igual ou superior a 2 kg 500 gramas, o que diminui a chance de ter hipoplasia no esmalte. O estudo realizado por Franco14 investigou as possíveis variáveis do pré-natal e neonatal que poderiam influenciar na prevalência de hipoplasia do esmalte do dente, sendo que entre os prematuros, 57,4% deles tiveram algum tipo de DDE, e entre as crianças com gestação normal, 24,6% apresentou DDE. Segundo o autor não houve associação significativa entre as variáveis relacionadas ao pré-natal, porém ressaltou a importância da nutrição, principalmente em períodos de formação e calcificação dos dentes. O presente estudo constatou que 5,88% da amostra apresentou parto prematuro, entre 35 e 37 semanas, e o peso mínimo foi de 1Kg e 800 gramas. Entretanto, mesmo a literatura, pode indicar possibilidade da associação da prematuridade com DDE, os achados comprovam que não houve correlação significativa.

Alguns estudos ressaltam que deficiências nutricionais de vitaminas, como cálcio e fósforo, e/ou até mesmo diabetes gestacional não controlada, são fatores que influenciam na prevalência de hipoplasia. 12,15 A pesquisa não questionou sobre deficiências nutricionais, porém constatou que 47,1% das mães apresentaram anemia e 3,2% tiveram diabetes, ambas no período gestacional e 40,0% dos bebês, destas mães, tiveram DDE superior e 50,0% DDE inferior, salientando a necessidade de realizar um estudo específico sobre esta condição materna. Divergente do estudo que foi realizado com uma amostra de conveniência composta por 449 crianças, na faixa etária de 7-10 anos, concluiu que independentemente do estado nutricional dos bebês, o tipo prevalente de DDE foi à opacidade.

Na amostra do presente estudo, 70,6% das mães tiveram complicações sistêmicas durante a gestação. Verificou-se que 14,7% delas tiveram gripe e 2,9% relatou ter sofrido com cálculo renal no período gestacional. Constatou-se também que 44,1% das mães tiveram infecção urinária durante a gestação, e 48,5% fizeram uso de amoxicilina, revelando significância (p=0,039), entre problemas de saúde durante a gestação e infecção urinária, como, também, entre problemas de saúde na gestação e cálculo renal (p=0,020). Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia e Urologia16, o funcionamento inadequado do rim resulta na excreção incorreta de nutrientes e o pH urinário alcalino das gestantes favorece a proliferação bacteriana. De acordo com Figueiró-Filho17, a infecção do trato urinário é fonte de várias complicações, da gestação ao período puerperal, uma vez que na maioria das vezes é necessário o uso de antibióticos.

O estudo realizado sobre doença crônica hipertensiva gestacional revelou que ela está presente em cerca de 8% das gestações, contri-

 

 

 

 

 

buindo negativamente para a morbimortalidade materna e fetal.18 Na pesquisa, 25,0% das mães apresentaram casos de hipertensão, e 25,0% delas utilizaram a medicação Metildopa® no período gestacional.

Como medicação de escolha, para dor durante a gestação de nossa casuística, foi utilizado o Paracetamol® em 39,7% dos casos. Encontrou-se nessa casuística a relação entre problemas de saúde durante a gestação e o uso destas medicações durante o mesmo período, sendo estas estatisticamente significativas (p=0,010). Evidenciou- se por meio do estudo realizado que bebês com DDE do esmalte dentário superior estavam relacionados a mães que utilizaram medicação como o Paracetamol® (80%) durante a gestação, havendo agregação expressiva entre essas variáveis p=0,005, demonstrando que DDE superior poderá ocorrer com maior probabilidade em filhos de mães que utilizaram medicações, por problemas sistêmicos, durante o período gestacional. Já os que tiveram DDE inferior foram associados à utilização do medicamento Metildopa®, para casos de hipertensão durante a gestação em 75%, com significância (p=0,017). Divergindo do estudo realizado em 2012, em que o Paracetamol® foi descrito como um analgésico que quando prescrito em doses terapêuticas corretas, não apresentara sequela capaz de produzir dano ao embrião durante a gravidez, indicado para dores, em qualquer estágio da gestação.19 No entanto, cabe ressaltar que o Paracetamol® é uma medicação indicada para alívio da dor e diminuição da febre sendo este assim indicado como analgésico e antipirético, e o nosso estudo não pôde relacionar se a mãe utilizou esta medicação para febre e/ou dor.

Em relação a problemas de saúde do nascimento ao crescimento, da amostra de bebês estudados, observou-se que 61,1% tiveram alguma complicação. Houve uma ascendência relativa no segundo semestre de vida (44,1%), em comparação ao primeiro (11,6 %) e ao terceiro semestre (14,7%). Uma das alterações sistêmicas de maior relevância foi febre em 60,3% dos bebês, seguidos de 11,8% de virose. Em um estudo desenvolvido para identificar casos de má-formação de esmalte e as possíveis causas em pacientes no Brasil, concluiu não ter relação entre as alterações DDE como hipoplasias, e a condição sistêmica das crianças encontradas em suas amostras, não havendo possibilidade de estabelecer causas específicas.24

Um estudo de revisão da literatura a respeito da sintomatologia associada à erupção dental25 revelou que a medicação de escolha para combater a febre dos bebês foi o Paracetamol®, divergente desse em que 54,4% utilizou Dipirona Sódica®, como escolha para os episódios de febre e dor, 45,6% utilizou o Paracetamol®, seguidos de 11,8% que utilizaram Alivium® e 2,9 % Ibuprofeno®.

Considerando a análise desse estudo, 14,7% dos bebês apresentaram DDE na arcada superior, e 5,9% na arcada inferior. Constatou- se 11,8 % casos de opacidade na arcada superior, e 5,9% na arcada inferior, ambos localizados nos dentes incisivos. No estudo observacional que avaliou a prevalência DDE de crianças com dentição decídua e permanente, com seus possíveis fatores etiológicos, em que participaram da pesquisa 30 crianças, de 3 a 5 anos, com dentição decídua, e 32 crianças, de 7 a 10 anos, com dentição mista, encontrou a prevalência de DDE em 16,0% dos dentes decíduos. Destes, 60% foram detectados com opacidades e 40% com hipoplasia.26 Ao questionar os pais, chegou-se a conclusão que o fator etiológico mais frequente foi o uso de antibióticos e episódios de febre alta após o nascimento. O presente estudo também observou que dos 10 casos de DDE superior, 70,0% dos bebês tiveram febre, e nos 4 casos de DDE inferior a febre foi correlacionada em 100,0% deles, porém sem significância estatística com (p=0,497) e (p= 0,094), respectivamente.

A localização do DDE no estudo realizado, em 2001, em pré-escolares com faixa etária entre 6 meses e 3 anos de idade, observou que 61,60% (n=112) das crianças examinadas apresentou hipoplasia de esmalte dentário, acometendo segundos molares decíduos, sem relatar os fatores predisponentes a hipoplasia, pois alguns pais não responderam o questionário estipulado.15 Resultado divergente desta pesquisa, cujo acometimento foi de 100% em incisivos.

No estudo evidenciou-se que os primeiros dentes a se desenvolverem na vida intrauterina são os incisivos decíduos, finalizando seu desenvolvimento no terceiro mês de gestação. Neste período acontece o início da formação dos caninos e molares decíduos. A formação completa do esmalte nos dentes incisivos centrais inferiores ocorre no 1º mês após o nascimento, e os segundos molares superiores, no décimo primeiro mês de vida. Ressalta-se que durante essa formação do esmalte dentário poderá ser afetada por fatores genéticos, fatores ambientais gerando assim os DDE.9 Analisando o presente estudo, observou-se que os dentes acometidos foram os incisivos decíduos, cuja odontogênese ocorre quase que totalmente no período gestacional. Se compararmos os DDE nos dentes com as alterações sistêmicas dos bebês pós-parto que poderiam alterar a formação da coroa, verificou-se que a maioria, cujas mães souberam relatar, tiveram alterações no segundo semestre de vida, supondo mais uma vez a possibilidade de os DDE serem decorrentes de alterações sistêmicas da mãe no período gestacional.

A odontogênese ocorre com a participação de diversas células e moléculas, e o resultado disso é a formação dos tecidos dentários e periodontais. Entender os caminhos moleculares da odontogênese ainda é um desafio, pois considerações histofisiológicas como as alterações na fase de histodiferenciação e aposição, são nítidas distinções de deformações genéticas relacionados ao período gestacional que poderão levar a anomalias de estrutura dentária na dentição decídua, expressas pela dentinogênese e amelogênese imperfeita. Modificações morfológicas e funcionais em que as células tornam-se restritas em suas funções e diferenciam-se dos odontoblastos, poderão levar a deformação hipoplásica: defeito na formação da matriz orgânica do esmalte, sem alterar a mineralização e a deformação hipomineralizada, onde ocorre maior alteração no conteúdo de minerais, principalmente do cálcio.8

Encontramos algumas limitações na realização do estudo destacando-se a coleta da amostra, já que muitas mães mudaram de endereço, outras não compareceram no dia marcado ou não aceitaram participar. Outra questão foi relacionada ao exame clínico da cavidade bucal dos bebês, pois alguns dentes não puderam ser secos. Porém, houve alguns facilitadores apresentados, como o auxílio das agentes de saúde de cada ESF, na localização das mães participantes, e como grande parte dessas mães era do lar, a coleta de dados pôde ser efetuada concomitantemente.

Pode-se concluir que as mães participantes apresentaram um nível socioeconômico razoável. Tiveram algumas limitações em relação à saúde bucal do bebê, pois se verificou a doença cárie em (13,2%) seus filhos. Faz-se necessário o trabalho interdisciplinar, multiprofissional, de educação em saúde, enfatizando a realidade social da população, e ampliando os cuidados odontológicos e médicos no período gestacional, para que mãe e bebê tenham saúde plena. É possível inferir que embora a amostra demonstre uma relação de complicações sistêmicas e o uso de certas medicações durante o período gestacional com a formação dos dentes decíduos e o aparecimento de opacidades e hipoplasias em esmalte, sugerem-se mais estudos acerca do assunto.

 

CONCLUSÃO

Por meio do conhecimento exposto, concluímos que houve a prevalência de 20,6% de alterações em esmalte de dentes decíduos, sugerindo que as complicações sistêmicas e o uso de certas medicações durante o período gestacional podem ter relação com a formação desses dentes e o aparecimento de opacidades e hipoplasias em incisivos. Contudo, esse estudo deve ser replicado a uma amostra maior de mulheres.

 

APLICAÇÃO CLÍNICA

Este estudo salientou a necessidade da realização do pré-natal odontológico em gestantes, pois demonstrou que complicações sistêmicas gestacionais e a utilização de determinados medicamentos no mesmo período podem estar associados a alterações na formação de dentes decíduos, além de trazer consequências indesejáveis, como: problemas estéticos e doenças bucais ao futuro bebê.

 

AGRADECIMENTOS

Aos professores pelo conhecimento adquirido, não apenas racional, mas na manifestação do caráter e da ética no processo de formação profissional. À minha orientadora, pelo empenho e dedicação na elaboração desse estudo para a conclusão do curso de graduação em Odontologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). À direção, administração e colaboradores da Unesc, que oportunizaram a janela que hoje vislumbro. À Prefeitura Municipal de Içara/SC, pela confiança depositada. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte de minha formação, o meu muito obrigada.

 

REFERÊNCIAS

1. Moura LC, Pedroso MA. Anemia ferropriva na gestação. Rev Enferm Unisa. São Paulo (SP). 2003; 4:70-75.         [ Links ]

2. Rodrigues HB, et al. Conhecimento das gestantes sobre alguns aspectos da saúde bucal de seus filhos. The knowledge of pregnant women about some aspects of the oral health of their children. UFES Rev Odontol. Varginha (MG). 2008; 2 (10): 52-57.

3. Organização Mundial da Saúde - OMS. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde, 10ª Rev São Paulo, CBCD, EDUSP, 1995.

4. Seow WK, et al. Dental eruption in low birth-weight prematurely born children: a controlled study. The Americ Acad of Pedi Dentist Sout Brisb. 1988; 10: 39-42.

5. Neville BW, et al. Anomalias dos dentes. In: Neville; Patologia oral e maxilofacial. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2004.

6. Ramos SRP, Gugisch RC, Fraiz FC. The influence of gestational age and birth weight of the newborn on tooth eruption. A influência da idade gestacional e do peso do recém-nato na erupção dentária. J Appl Oral Sci. Curitiba (PR). 2006; 4 (14): 228-32.

7. Ribas AO, Czlusniak GD. Anomalias do esmalte dental: etiologia, diagnóstico e tratamento. UEPG Ci Biol Saude Ponta Grossa (PR). 2004; 10 (1): 23-36.

8. Guedes-Pinto AC. Odontopediatria. 6ª edição. São Paulo: Livro Santos, 2000.

9. Faria PC. Defeitos de esmalte em dentes decíduos: prevalência e fatores associados [Tese de Mestrado]. Diamantina: Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; 2011.

10. Pinho JRO, et al. Prevalência de defeitos de desenvolvimento de esmalte na dentição decídua adquiridos na vida intrauterina. Developmental enamel defects prevalency in primary dentition acquired in intrauterine life. Rev Bras Odontol (RJ). 2011; 68 (1): 118-23.

11. Avery DR, Mcdonald RE. Alterações no desenvolvimento dos dentes e maxilares. In: Odontopediatria. 7ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2001.

12. Diniz MB, Coldebella CR, Zuanon ACC, Cordeiro RCL. Alterações orais em crianças prematuras e de baixo peso ao nascer: a importância da relação entre pediatras e odontopediatras. Oral abnormalities in preterm and low birth weight infants: the importance of the relationship between pediatricians and pediatric dentists. Rev Paul Pediatr. 2011; 29 (3): 449-55.

13. Masumo R, Bardsen A, Astrom AN. Developmental defects of enamel in primary teeth and association with early life course events: a study of 6–36 month old children in Manyara (Tanzania). BMC Oral Health.2013; 13 (21):1-11.

14. Franco K M D, Line S R P, Moura RMVL. Prenatal and neonatal variables associated with enamel hypoplasia in deciduous teeth in low birth weight preterm infants. J Appl Oral Sci. 2007; 15 (6): 518-23.

15. Pereira MF, et al. Prevalência de hipoplasia de esmalte dentário em bebês de creches da rede pública de Aracaju. Cad de graduação - Cienc Biol e da Saude (Aracaju). 2013; 1 (17): 71-80.

16. Sociedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Brasileira de Urologia. Infecção do trato urinário: diagnóstico. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina: Projeto Diretrizes, 2004.

17. Figueiró-Filho EA, et al. Infecção do trato urinário na gravidez: aspectos atuais. Urinary tract infection in pregnancy: atual concepts. Femina. Campo Grande (MS). 2009; 37 (3):165-72.

18. Pascoal IF. Hipertensão e gravidez. Rev Bras Hipertens. Brasília (DF). 2002; 9 (3): 256-61.

19. Vasconcelos RG, Vasconcelos MG, Mafra RP, Júnior LCA, Queiroz LMG, Barboza CAG. Atendimento odontológico a pacientes gestantes: como proceder com segurança. Dental care in pregnant patients: how to proceed with safety. Rev bras odontol (RJ). 2012; 69 (1): 120-24.

20. Seow WK. Effects of preterm birth on oral growth and development. Austral Dental Journ. 2007; 42 (2): 85-91.

21. Ferrini FR D'Oliveira, Marba STM, Gavião MBD. Alterações bucais em crianças prematuras e com baixo peso ao nascer. Rev Paul de Pedi (SP). 2007; 25 (1):66-71.

22. Koch MJ, et al. Black stain and dental caries in schoolchildren in Potenza, Italy. Journ Of Dent For Child, Potenza (Italy). 2001; 68 (5-6): 353-55.

23. Lunardelli SE, Peres MA. Prevalence and distribution of developmental enamel defects in the primary dentition of pre-school children. Prevalência e distribuição de defeitos de desenvolvimento de esmalte na dentição decídua de pré-escolares. Braz Oral Res (SC). 2005; 2 (19): 144-49.

24. Possobon RF, Carrascoza KC, Tomita LM, Ruiz JM, Scarpari CEO, Moraes ABA. Hipoplasia de esmalte em dentes decíduos. Enamel hypoplasia in deciduous teeth. RFO UPF. 2006; 11 (2): 73-76.

25. Silva FWGP, Santos BM, Stuani AS, Mellara TS, Queiroz AM. Erupção dental: sintomatologia e tratamento. Dental eruption: symptomatoloty and treatment. Erupción dentaria: sintomas y tratamiento. Pediatria (SP). 2008; 30 (4): 243-48.

26. Machado AAC, Costa BR, Gomes LRG, Fragelli CMB. Prevalência e etiologia de defeitos de desenvolvimento de esmalte em dentes decíduos e permanentes. Prevalence and etiology of developmental defects of enamel in deciduous and permanent teeth. Uninga Review. 2013; 15 (1): 48-54.

27. Pereira MG. Epidemiologia – teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1995.

28. Grossi FRS. Um estudo sobre as representações sociais de saúde em uma comunidade rural de mato grosso do sul. A study on social representations of health in a rural community in the state of Mato Grosso do Sul. Rev de Atençao a Saude. 2014; 12 (42): 11-16.

29. Fadel CB, Saliba NA. As representações sociais como instrumento de informação para a saúde bucal coletiva. Social representations as an instrument of information for the public's oral health. RGO - Rev Gaucha Odontol (Porto Alegre). 2010; 58 (4): 521-26.

30. Pinho ROP, Thomaz EBAF, Lamy ZC, Cruz MCFN de, Libério AS. Prevalência de defeitos de desenvolvimento de esmalte na dentição decídua adquiridos na vida intrauterina. Rev Bras Odontol (RJ). 2011; 68 (1): 118-23.

 

 

Endereço para correspondência:
Fernanda Guglielmi Faustini Sonego - Unesc
Av. Universitária, 1105
Bairro Universitário - Criciúma - SC
88806-000
Brasil

e-mail:
fgfsonego@unesc.net

 

Recebido: jun/2015
Aceito: set/2015