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RFO UPF

versão impressa ISSN 1413-4012

RFO UPF vol.20 no.1 Passo Fundo Jan./Abr. 2015

 

 

Erosão dentária na dentição permanente: epidemiologia e diagnóstico

 

Dental erosion in permanent dentition: epidemiology and diagnosis

 

 

Mabel Miluska Suca SalasI; Luiz Alexandre ChisiniII; Fabiana Vargas-FerreiraIII;Flávio Fernando DemarcoIV

 

I Doutoranda em Odontologia, Universidade Federal de Pelotas, Brasil
II Mestrando em Odontologia, Universidade Federal de Pelotas, Brasil
III Pós-doutoranda, Ulbra, doutora em Epidemiologia, Universidade Federal de Pelotas, Brasil
IV Professor titular de Odontologia e Epidemiologia, Universidade Federal de Pelotas, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


 

RESUMO

Objetivo: o presente estudo literário revisou e analisou estudos epidemiológicos, realizados em crianças de 8 a 19 anos com dentição permanente, sem tratamentos ortodônticos ou problemas sistêmicos, e que tenham avaliado possíveis fatores comumente associados à erosão. Revisão de literatura: a erosão dentária (ED) é definida como a perda de tecido duro da superfície dental dada por influência química sem envolvimento bacteriano. É uma condição bucal multifatorial associada a fatores extrínsecos, como a ingestão de bebidas carbonatadas e ácidas, ou intrínsecos, como a associação a episódios de regurgitação, que resultam na desmineralização da superfície dentária. O desgaste por erosão é comumente associado a outros tipos de desgastes dentários de diferentes etiologias. A erosão dentária pode promover problemas estéticos, funcionais e a alteração na oclusão quando não controlada. Considerações finais: a prevalência em crianças com dentição permanente variou de 7,2% a 55.5%, e os resultados apontam que a maior prevalência de erosão dentária está associada com a maior idade e o maior consumo de alguns alimentos ácidos, como os refrigerantes, e com o menor consumo de alguns alimentos lácteos, como o leite. Em crianças e adolescentes, a severidade das lesões foi limitada ao esmalte. A associação a alguns fatores socioeconômicos e biológicos demonstrou resultados divergentes.

Palavras-chave: Erosão dentária. Criança. Adolescentes. Prevalência. Fatores associados.


 

ABSTRACT

Objective: this study reviewed epidemiological studies conducted with children 8-19 yo with permanent dentition, without any orthodontic treatment or systemic problems, and that assessed possible factors commonly associated with tooth erosion. Literature review: dental erosion is the loss of hard tissue from dental surface by chemical influence with no bacteria involvement. Dental erosion is a multifactorial oral condition associated with extrinsic factors, such as intake of carbonated acidic drinks, or intrinsic factors, such as the association to regurgitation episodes, resulting in demineralization of the tooth surface. Erosive wear is commonly associated with other types of tooth wear of different etiology. If not controlled, dental erosion can promote esthetic, functional and/or occlusion problems. Final considerations: the prevalence of dental erosion in children with permanent dentition ranged from 7,2% to 55.5%. High prevalence of dental erosion was associated with older children and higher consumption of some acidic foods such as soft drinks, as well as lower consumption of some lacteous food, such as milk. In children and adolescents, the severity of the lesions was limited to the enamel. The association with socioeconomic and biological factors showed diverse results.

Keywords: Dental erosion. Child. Adolescents. Prevalence. Associated factors.


 

 

Introdução

A erosão dentária foi ganhando importância como um problema de maior reconhecimento por parte da comunidade científica e clínica, em decorrência do aumento da incidência que está sendo observada em crianças e adolescentes1, 2. Estudos têm observado a existência de possíveis fatores que se encontram presentes durante o processo de aparecimento da erosão, de forma pouco conclusiva3. A erosão dentária é caracterizada pela perda irreversível e cumulativa do tecido dentário, que pode ser agravada com o tempo, devido à interação com outros tipos de desgaste4. O desgaste erosivo severo pode causar perda funcional e estética5. A erosão pode estar associada com hipersensibilidade, alteração na oclusão dentária e exposição da polpa6.

Existe dificuldade para o reconhecimento dos sinais iniciais do desgaste dentário por erosão e o entendimento da localização das populações em risco devido às diversas variáveis associadas à erosão. O diagnóstico clínico precoce é fundamental e é baseado, primariamente, no estudo da dieta e na frequência da ingesta de alimentos e bebidas ácidas. Estudos observam a existência de fatores que estão presentes durante o processo de aparecimento da erosão. A dieta constituída pelo consumo de bebidas ou comidas ácidas, como os refrigerantes, os sucos de frutas cítricas, além do uso de drogas ácidas, e a influência da temperatura das frutas ácidas7, destacando-se o suco de maçã, relatado na pesquisa de Okunseri et al.8 (2011), podem estar diretamente associados à erosão dentária8,9.

O nível socioeconômico apresenta influência contraditória. Alguns estudos não encontraram relação com o desgaste dentário10, outros estudos observaram crianças de baixo nível econômico com maior prevalência de erosão1. A escolaridade dos pais mostrou-se um fator associado, e estabeleceu-se que quanto maior a escolaridade dos pais, menor a prevalência evidenciada nas crianças9. O tipo de escola também foi abordado como um fator associado, resultando que nas escolas particulares, a erosão foi mais prevalente em relação às escolas públicas11. Crianças com cárie tiveram maior prevalência de erosão dentária em relação às crianças sem cárie12.

O conhecimento das características da erosão dentária facilita o diagnóstico dessa condição. O diagnóstico precoce é parte importante do tratamento em relação à erosão, pois torna possível a implementação de medidas preventivas logo no início. Isso diminui a chance da necessidade de tratamentos restauradores extensos4. A prevenção se dá a partir do conhecimento e reconhecimento por parte dos profissionais da odontologia dos fatores que predispõem o indivíduo à erosão dentária. O objetivo da presente revisão foi analisar a epidemiologia e as características clínicas da erosão dentária na dentição permanente de crianças e/ou adolescentes.

 

Revisão da literatura

Conceito

A erosão dentária é definida como a perda de tecido duro da superfície dental13. A estrutura dentária é quimicamente retirada do elemento dental por ação de ácidos, sem o envolvimento de bactérias9. Usualmente é observada interagindo com outros tipos de desgaste de diferentes etiologias como abrasão e atrição4,13.

Etiologia

Os ácidos podem ser de dois tipos: extrínsecos e intrínsecos. Ácidos extrínsecos estão relacionados ao consumo exagerado e contínuo de alimentos e bebidas ácidas. Ácidos intrínsecos são provenientes do ácido gástrico, como consequência de refluxos14. Quando a lesão é ocasionada pelo ácido do tipo extrínseco, tende a ser na região da face vestibular15. Se os ácidos são de origem intrínseca, as lesões tendem a se localizar nas regiões das faces palatinas e oclusais15.

Processo de desmineralização

A lesão de erosão é caracterizada pela desmineralização da camada superficial do esmalte com a subsequente perda da estrutura dental a partir do contato frequente com ácidos. Íons de cálcio e fosfato são removidos, deixando espaços vazios, micrométricos, nos tecidos duros do dente. Isso gera o aparecimento de uma camada superficial fragilizada e desmineralizada14.

Com a camada superficial fragilizada, ocorre um aumento da susceptibilidade a outros estímulos, como a abrasão ou a atrição16. Isso resulta na remoção do tecido duro, que é direcionado para a cavidade oral14. Conforme o fator etiológico for agindo por mais tempo, maior será a lesão, podendo resultar em cavidades, conforme a dentina for se deteriorando4.

Prevalência e incidência

Na Tabela 1 podem ser observados os diversos estudos que avaliaram a presença de erosão dentária em crianças. A prevalência de lesões oriundas da erosão dentária é diversificada. De acordo com estudos previamente realizados, em crianças com dentição permanente, variou de 7,2% a 55.5%1,3,8,12,13,17,18. A maior prevalência encontrada foi nos jovens de 18 anos, no estudo de Okunseri et al.8 (2011), realizado nos Estados Unidos. Nos jovens de 13 a 15 anos avaliados no mesmo estudo, a prevalência foi 39,6%, e nos jovens de 16 a 17 anos, foi de 44,5%8. A menor prevalência observada foi no estudo de Vargas Ferreira et al.18(2011), realizado no Brasil, no qual 7,2% das crianças apresentaram erosão dentária18.

Poucos estudos são de desenho longitudinal. O estudo de El Aidi et al.19 (2011) observou uma prevalência de 32,2% no baseline, e após 1,5 ano de acompanhamento a prevalência foi de 42,2%. Dugmore e Rock12 (2004) observaram que em crianças de 12 anos, a prevalência foi 56,3 após dois anos de acompanhamento a prevalência foi de 64,1%.

 

 

 

Distribuição

Estudos mostram que os dentes mais comprometido com lesões erosivas são os incisivos centrais9,13. Outros estudos mostram que os primeiros molares inferiores estiveram mais frequentemente comprometidos com lesões erosivas1,9,13,29 (Tabela 1). Wiegand et al.32 (2006) constataram que a maior prevalência de erosão nos incisivos superiores deve-se ao fato de eles erupcionarem primeiro e se localizarem em área de grande contato com dieta ácida. Devido aos incisivos estarem localizados na frente da cavidade oral, estão predispostos à erosão por fatores extrínsecos9. Os incisivos inferiores podem não ser tão afetados devido à proteção de neutralização da saliva, excretada pelas glândulas salivares submandibular e sublingual25. Os molares, por sua vez, podem estar mais predispostos à erosão, devido à força oclusal durante a mastigação, que promoveria maior atrição dentária nos molares1,21.

Severidade da erosão dentária

A severidade das lesões pode variar, apresentando mudanças nas características superficiais do esmalte, perda de superfície do esmalte9,10,18,33 até a exposição de dentina7,12,23,26. A maioria de estudos constata que em crianças e adolescentes as lesões de erosão são confinadas ao esmalte3,11,18,19,25. Poucos estudos têm avaliado o desgaste erosivo em nível de dentina, encontrando lesões severas em crianças17,26. Esse fato pode ser atribuído ao curto tempo de intervenção dos fatores etiológicos sob a estrutura dentária em crianças e adolescentes1,10,11,31.

Superfícies

mais comprometidas11,29. O efeito abrasivo da língua sobre o esmalte durante a fala e a deglutição podem contribuir para maior perda de tecido dental na área palatina, além disso, o efeito protetor da saliva nos dentes maxilares anteriores é diminuído, uma vez que a espessura da película salivar é menor nesse local33. De outro modo, a erosão na superfície palatina pode estar relacionada também à presença de ácidos gástricos, devido a refluxo gástrico involuntário (Gerd) ou voluntária por bulimia, que causam vômitos e regurgitação, devido ao efeito direto do ácido gástrico na região33,342.

Outros estudos constatam a face vestibular como a mais comprometida com erosão dentária7,11,12. Segundo Correr et al.7 (2009), a face vestibular está, geralmente, no caminho dos líquidos durante a ingestão, promovendo maior contato do líquido ácido com a vestibular7. Alguns fatores, como o acúmulo de substâncias ácidas nos incisivos superiores centrais e menor limpeza pela saliva, modo de ingestão de bebidas ácidas e distância das glândulas salivares e da língua, podem a maior frequência de lesões nessa face12.

A variação dos resultados entre esses estudos pode ser parcialmente explicada por diferenças nos critérios diagnósticos e índices usados, pois não existe um índice padrão de classificação da erosão dentária16. Variações relacionadas com os fatores socioeconômicos, comportamentais e culturais poderiam influenciar o resultado dos dados de prevalência9. A metodologia usada durante as avaliações e a obtenção de informações podem interferir nos resultados, provocando prevalências diversas. Assim, diversas faixas etárias podem influenciar os resultados35. A comparação entre os resultados dos estudos é difícil11.

O diagnóstico precoce possibilita a prevenção da condição ou do agravamento da lesão. Erosões iniciais são difíceis de visualizar, por isso o diagnóstico pode ser prejudicado. Assim é necessário que as superfícies dentárias estejam limpas, secas e bem iluminadas para ajudar no processo de diagnóstico3.

Um dos primeiros sinais da erosão é a descaracterização do esmalte, em que as linhas de deposição são perdidas ou atenuadas como reação à ação do ácido e do esmalte4. Sinais como perda do brilho do dente, ausência de placa macroscópica, polimento das superfícies atingidas pelos ácidos, perda de microanatomia podem sinalizar o distúrbio da erosão36 (Figura 1).

 

 

 

Quando o desgaste atinge a dentina, a progressão é mais rápida12. É característica a presença de um anel de esmalte cervical. Na oclusal de molares concavidades nas cúspides demonstram erosão4 (Figura 1-B). Se restaurações estão presentes, elas parecem "levantadas" por cima da estrutura dentária15.

Com a progressão da perda de estrutura, aumenta a severidade da lesão, podendo se aproximar em profundidade à câmara pulpar3. Se o estímulo continuar, as sequelas que podem ser observadas incluem a erupção compensatória, formação de diastemas, alteração na dimensão vertical de oclusão, dor muscular e disfunção na articulação temporomandibular15.

Sendo a erosão uma condição multifatorial, várias condições podem se encontrar modulando a presença do desgaste dentário bem como condições clínicas, dieta, hábitos higiênicos, refluxo gastrointestinal e fatores econômicos e geográficos18.

Fatores sociodemográficos

Nível socioeconômico

A literatura aponta divergência entre os estudos, quando trata sobre a possibilidade de a erosão estar relacionada com o nível socioeconômico das crianças. Embora o nível socioeconômico não tenha demonstrado efeito total sobre a experiência de erosão, estudos demonstram que crianças economicamente favorecidas apresentaram significativamente menos erosão do que as de outros grupos12. Foi observado também que crianças em baixa posição socioeconômica tiveram maior prevalência de erosão1. Outros estudos não apontaram diferenças significativas18.

Uma das hipóteses que podem explicar essas diferentes constatações está relacionada ao acesso que as crianças têm a bebidas e comidas ácidas. Em alguns países, o acesso econômico a esses tipos de alimentos pode ser maior11, em outros países, o acesso econômico a esses alimentos pode ser mais restrito12.

Tipo de escola da criança

O estudo de Peres et al.11 (2005) mostra que crianças de escolas particulares apresentaram maior prevalência de erosão11. No Brasil, tipo de escola é proxy de nível socioeconômico. Assim, essa situação pode estar relacionada com o acesso que as crianças têm a alimentos e bebidas ácidas11,25.

Escolaridade dos pais

O estudo de Wang et al.9 (2010), realizado com crianças de 12-13 anos, relacionou a situação socioeconômica das crianças baseada na ocupação e no grau de instrução dos pais com relação à presença de erosão. Ficou evidenciado que as crianças com mães com maior grau de instrução tendiam a ter menor prevalência de erosão dentária9. O grau de escolaridade dos pais influencia na medida em que os filhos dos pais com maior grau de instrução apresentam menor prevalência em relação aos filhos de pais com grau de instrução menor18. Pais com maior nível de educação podem ter maior acesso ao conhecimento sobre saúde bucal, como hábitos de higiene oral e dieta9.

Idade

Quanto maior a idade, maior a prevalência da erosão dentária12 e mais severa pode ser a lesão1. Estudos mostram que crianças de mais idade apresentam prevalência de erosão dentária maior1,12,18. Com base nisso, pode-se dizer que o tempo de exposição pode ser um dos fatores cruciais para a ocorrência de erosão, tendo em vista que crianças mais velhas são expostas por mais tempo ao estímulo erosivo11.

Sexo

Há controvérsia quanto ao sexo das crianças estar associado com a presença de erosão. Adolescentes do sexo feminino foram observadas e apresentaram maior prevalência de erosão dentária9,37. No entanto, a maioria dos estudos mostra que crianças do sexo masculino apresentaram mais incidência do que meninas1,23.

De acordo com Bardolia et al.23(2010), uma maior proporção de meninos teve dentina exposta em superfícies lisas / oclusais em relação às meninas, fornecendo, assim, apoio a resultados anteriores12,17,38. A força de mordida poderia explicar a diferença encontrada em prevalência de desgaste dentário erosivo entre meninos e meninas1. De outro modo, foi postulado como possível explicação para essa diferença que os meninos consomem mais frequentemente bebidas ácidas, se comparados às meninas12,13.

Fatores comportamentais

Hábitos alimentares

Hábitos alimentares podem influenciar na prevalência de erosão dentária. Estudos encontraram associação entre dieta ácida, como bebidas e comidas ácidas, e maior prevalência de erosão dentária1,8,9,12,20. Em crianças de 11 anos, da Holanda, a ingestão de bebidas carbonatadas foi associada à maior prevalência de erosão1. Em relação às crianças chinesas de 12 e 13 anos, também foi estudado como fator associado à erosão dentária a frequência do consumo de refrigerantes, também deixando

clara a associação entre os fatores9. A frequência de consumo de bebidas ácidas açucaradas, como refrigerantes, e o tempo de consumo foram os principais fatores de risco estatisticamente significativos para a erosão dentária20. Porém, também houve autores que não encontraram relação entre erosão e hábitos alimentares12,18,33. Alguns autores encontraram uma associação entre o consumo frequente de bebidas carbonatadas e erosão dental22,39.

Mudanças nos estilos de vida, melhores condições financeiras e a disponibilidade de bebidas industrializadas potencialmente ácidas podem estar aumentando o consumo de refrigerantes e bebidas esportivas entre as crianças e os adolescentes40. Por outro lado, a intervenção da saliva como sustância tampão pode estar modulando a presença ou não de erosão dentária, mesmo com o alto consumo de alimentos ou bebidas ácidas7.

Hábitos de higiene

Escovar os dentes duas vezes por dia aumentou as chances de erosão em superfícies lisas / oclusais23,38. A escovação dentária também pode influenciar a progressão de lesões erosivas41. Procedimentos abrasivos podem remover da superfície frágil tecidos duros dentais desmineralizados. Desse modo, o momento de escovação após um ataque erosivo bem como o tipo de escova e de pasta de dentes utilizadas podem influenciar a progressão de desgaste dental41.

Consumos de medicamentos ou vitaminas

Medicamentos, como ácido acetil-salicílico e drogas antiasmáticas, têm associação direta com a erosão dentária por terem baixo pH, o que promove a dissolução direta dos tecidos dentários duros42. Assim como esses, pelo mesmo motivo, o consumo exagerado de vitamina C, em tabletes, também pode ser considerado um dos fatores favoráveis ao surgimento de lesões erosivas1.

A erosão dentária associada ao uso de medicamentos asmáticos pode ser primariamente atribuído ao fato de que a maioria desses medicamentos são ácidos e, portanto, direta ameaça erosiva à dentição. Além disso, diminuem o tamponamento salivar e a capacidade e o fluxo3. O frequente uso de tais medicações é seguido pelo consumo de bebidas ácidas, para compensar a secura bucal e superar o gosto amargo do fármaco. Ademais, condições médicas, tais como vômitos, azia e problemas gástricos, foram mais comumente relatados em pacientes asmáticos, contribuindo, assim, para ED43.

Esportes

A natação foi abordada como um fator associado à erosão dentária. Ficou evidenciado que crianças que praticavam natação, que tinham mais contato com o gás cloro da piscina, apresentaram maior prevalência em relação aos nadadores amadores e não profissionais4. A causa pode ser o monitoramento inadequado das piscinas, que pode baixar o pH da água, consequentemente aumentando a possibilidade de lesões. A saliva não alcançaria a ação protetora devido ao cloro ácido44.

Fatores biológicos

Cárie dentária

Crianças que apresentam cárie podem ser mais propensas a ter erosão dentária12,35. A maior margem significante de pontuação média de CPO-D foi encontrada em crianças com exposição de dentina, que é semelhante a um relatório de uma associação positiva (OR = 1,5) entre cárie e erosão, tanto nos grupos de idade menor quanto nos de 14 anos de idade12.

Como ambas as doenças são causadas por ácidos, é provável que condições bucais que favorecem uma doença também favorecem a outra. Por outro lado, a perda de elementos de proteção, tais como a saliva, pode ser um fator de risco para ambas as doenças3. Em geral, superfícies propensas à erosão (pontas de cúspide e superfícies palatais) ou a atrito (bordas incisais) não são aquelas em que ocorre a cárie23.

Defeitos de esmalte

Crianças com hipoplasia do esmalte estão propensas a ter também uma forte erosão dentária na dentição permanente, e os dentes permanentes avaliados individualmente, com erosão, apresentaram maior propensão à hipoplasia do esmalte de acordo com o estudo de Kazoullis et al.35 (2007). Os autores35 postularam que a mineralização reduzida ou alterada observada em defeitos de esmalte pode levar a uma maior facilidade de dissolução por ácidos e a perda de estrutura do dente por atrito e abrasão.

Mal oclusão

No estudo de Dugmore e Rock12 (2004), ficou constatado que ter uma anomalia oclusal diminuiu as chances de ocorrer erosão em crianças com 12 anos. Uma redução da erosão pode possivelmente ser resultado de dentes em um arco não alinhado, o que diminui a taxa de purificação e aumenta a distribuição de saliva ao redor dos dentes, potencializando ou diminuindo os seus efeitos protetores12.

Vômitos ou problemas gástricos

O número de pacientes com problemas gástricos tem aumentado com o estresse da vida moderna45. Essas doenças induzem o contato do suco gástrico com a cavidade oral. Devido ao seu caráter ácido, sua presença na cavidade oral pode resultar em erosão dentária. Pacientes com esses distúrbios tendem a ter redução na capacidade do tampão salivar, o que pode aumentar o potencial de erosão dos ácidos gástricos46.

Condições médicas

Crianças asmáticas podem ser mais propensas a desenvolver lesões erosivas17,47. Essa propensão deve-se aos medicamentos asmáticos, que podem reduzir a proteção salivar contra ácidos extrínsecos ou intrínsecos, facilitando, assim, a ocorrência de erosão dentária33,47.

 

Discussão

A erosão é uma condição dentária que tem sido discutida e estudada nos últimos anos18,22,23. A queda da prevalência da cárie dentária foi observada em alguns países, especialmente europeus, tem promovido maior visualização da erosão dentária. O número de estudos que pesquisam a erosão dentária desde então foi aumentando e, devido a esse motivo, a percepção de maior prevalência dessa condição tem sido verificada12,26.

A literatura indica a existência de estudos epidemiológicos transversais de base populacional, mostrando que a prevalência de erosão em crianças varia entre 7,2% a 55,5%1,3,8,12,13,17. Um estudo realizado na Arábia Saudita encontrou uma prevalência de 90%, considerada extremamente elevada48. Porém, a análise de estudos transversais não permite visualizar se a erosão dentária de fato está aumentando.

Poucos estudos longitudinais avaliaram a erosão. Dugmore e Rock12(2004) e EL Aidi et al.1 (2010) acompanharam crianças e adolescentes por 2 a 3 anos e permitiram elucidar parcialmente essa incógnita. Dugmore e Rock12 (2004) observaram que, dos 12 aos 14 anos, houve um aumento da incidência de erosão. Já El Aidi et al.1 (2010) encontrou aumento da erosão dentária até o segundo ano de avaliação e, após esse período, ocorreu uma estabilização. Observou-se, ainda, tanto nos estudos de prevalência quanto nos de incidência, que a severidade das lesões nessa população foi limitada ao esmalte7,18,19. Com o tempo, essas lesões podem alcançar a dentina, de forma que crianças mais velhas tendem a apresentar lesões mais avançadas e com maior severidade1,23,26.

A dificuldade em poder avaliar e determinar se a erosão dentária está aumentando tem sido discutida por diversos motivos, que incluem a natureza multifatorial da erosão dentária e a dificuldade de padronização da metodologia utilizada, assim como dificuldades diagnósticas da erosão18.

A forma de medida de erosão pode representar um fator relacionado com a variabilidade das prevalências observadas. Não existe um índice padrão ouro que possa ser usado, sendo assim, os estudos não seguem critérios para seleção entre os diversos índices existentes. Já há alguns anos, o Bewe é o índice recomendado pela comunidade odontológica para servir como padrão ouro, porém esse índice, até o momento, tem sido pouco utilizado49.

A avaliação de alguns dentes ou de todos os dentes tem sido um fator discutido e que poderia também influenciar nos resultados. Estudos1,19 têm usado dentes índices, pois os resultados permitem observar que os dentes mais atingidos seriam os dentes anterossuperiores e os molares. Parece adequado avaliar esses dentes, diminuindo o risco de estimação e subestimação, já que a inclusão de outros dentes poderia também promover a ocorrência de outros tipos de desgaste. Devido ao caráter multifatorial da erosão dentária, a influência de outros fatores que estariam modulando a presença da erosão também poderiam determinar a variedade de resultados.

A situação socioeconômica e a sua influência no aparecimento de lesões erosivas podem indicar a estreita relação entre dieta e acesso a certos alimentos e comidas, assim como o acesso à informação e aos cuidados em relação à condição dentária50. Dependendo do contexto social e cultural, uma criança ou um adolescente podem ter condições de adquirir e consumir com maior frequência alimentos ácidos ou adquirir e consumir alimentos saudáveis e ter uma dieta antierosiva. Devido a essa situação, em alguns países, crianças com melhores situações socioeconômicas podem estar em maior risco de apresentar erosão dentária, ou aquelas economicamente desfavoráveis podem estar com risco reduzido.

O consumo elevado de alimentos ácidos na dieta pode promover maior erosão51. Bebidas, como refrigerantes e bebidas esportivas, alguns alimentos, como molhos, lanches, salgados, ou um consumo acentuado de certos medicamentos estão associados à maior prevalência de erosão31,52, porém, outros estudos não encontraram essa associação18,33. Outras condições, como o maior consumo de alimentos lácteos, como leite, queijos ou iogurte, o fluxo ou a capacidade tampão da saliva, a presença de flúor no meio oral e a escovação dentária acentuada, podem modular a presença da erosão dentária53. Em uma recente meta-análise, Salas et al.54 (2015) verificaram que componentes da dieta (refrigerantes, lanches, doces ácidos e sucos naturais ácidos) aumentaram a ocorrência de erosão, enquanto que o leite e iogurte tiveram efeito protetor. Os autores também concluíram que os métodos para mensurar o consumo de bebidas / alimentos podem influenciar a heterogeneidade dos estudos.

A prevalência entre os estudos é variável18,26, de baixa severidade, e pode estar influenciada por diversos fatores54. Apesar de a erosão não representar um problema de saúde pública, ela é uma condição que, se não controlada, pode progredir e levar a perdas importantes de estrutura dentária. A partir do conhecimento obtido por meio das diversas pesquisas, as populações de risco podem ser identificadas e, dessa forma, medidas preventivas aplicadas em estágios iniciais podem cessar a progressão da erosão, reduzindo, assim, a necessidade de futuras intervenções.

 

Considerações finais

A prevalência da erosão dentária em crianças com dentes permanentes varia, podendo ser baixa, intermediária ou alta. O diagnóstico clínico da lesão erosiva pode ser confundido com outros tipos de desgastes. Existem fatores sociodemográficos, comportamentais e biológicos associados à erosão dentária.

 

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Endereço para correspondência:
Flávio Fernando Demarco
Universidade Federal de Pelotas
Faculdade de Odontologia
Rio Grande do Sul - Brasil
Endereço: Rua Gonçalves Chaves, 457
CEP 96015560, RS
e-mail:
flavio.demarco@pq.cnpq.br

 

Recebido: 26/11/2014
Aceito: 22/06/2015