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RFO UPF

versão impressa ISSN 1413-4012

RFO UPF vol.20 no.3 Passo Fundo Set./Dez. 2015

 

 

Estudo retrospectivo da taxa de sobrevivência de implantes instalados por profissionais com diferentes graus de experiência na implantodontia

 

Retrospective study on the survival rate of implants installed by professionals with different degrees of experience in implantology

 

Benedito Celso Ribeiro da Silva I; Paulo Sérgio Perri de Carvalho II; Eduardo Vedovato III; Ana Paula Farnezi Bassi IV; Jadison Junio Conforte V; Daniela Ponzoni VI

 

I Mestre em Implantodontia pela São Leopoldo Mandic, Campinas, SP, Brasil
II Professor titular, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
III Mestre em Implantodontia, Centro de Pós-Graduação São Leopoldo Mandic, Campinas, SP, Brasil
IV Professora assistente doutora, Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – Unesp, São Paulo, SP, Brasil
V Acadêmico de Odontologia, Faculdade de Odontologia de Araçatuba – Unesp, São Paulo, SP, Brasil
VI Professora assistente doutora, Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – Unesp, São Paulo, SP, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


 

Resumo

Objetivo: este estudo retrospectivo tem como objetivo avaliar a taxa de sobrevivência de implantes instalados por profissionais com diferentes graus de experiência na implantodontia. Materiais e método: foram analisados os prontuários clínicos de 612 pacientes (329 de um profissional experiente e 283 de alunos de uma pós-graduação lato sensu). Todos os pacientes receberam implantes de titânio da Conexão Sistemas de Prótese Ltda. (São Paulo, Brasil), no período de 2005 a 2010, e tinham suas próteses provisórias ou definitivas instaladas há pelo menos um ano. A taxa de sobrevivência dos implantes foi analisada considerando a região em que foram instalados. Resultados: um total de 1.640 implantes foi instalado em 612 pacientes, sendo 221 do gênero masculino e 391 do feminino. Do total de implantes instalados, 764 (46,59%) foram feitos pelo profissional experiente e 876 (53,41%) por alunos da pós-graduação. As taxas de sobrevivência comparadas entre os implantes instalados pelo profissional experiente e pelos alunos de pós-graduação foram de 96,99% e 97,15% respectivamente. Conclusão: este estudo retrospectivo permitiu concluir que houve semelhança entre as taxas de sobrevivência dos implantes instalados por um profissional experiente em comparação com os implantes instalados pelos alunos de um curso de especialização em Implantodontia.

Palavras-chave: Implantes dentários. Osseointegração. Sobrevivência. Qualificação profissional.

 

Abstract

Objective: This retrospective study aimed to assess the survival rate of implants installed by professionals with different degrees of experience in Implantology. Materials and method: Clinical records of 612 patients were analyzed (329 of experienced professionals and 283 of post-graduate students). All patients had received titanium implants from Conexão Sistema de Prótese Ltda. (São Paulo, Brazil) from 2005 to 2010, and had their temporary or definitive prostheses installed for at least one year. Implants survival rate was analyzed considering the region where they were installed. Results: A total of 1,640 implants were installed in 612 patients, wherein 221 were men and 391 were women. From the total of implants installed, 764 (46.59%) were made by experienced professionals and 876 (53.41%) by post-graduate students. The survival rates compared between implants installed by experienced professionals and by post-graduate students were 96.99% and 97.15%, respectively. Conclusion: This retrospective study concluded there was similarity between the survival rates of implants installed by experienced professionals when compared to implants installed by post-graduate students in Implantology.

Keywords: Dental implants. Osseointegration. Survival rate. Professional qualification.

 


 

Introdução

Segundo a Academia Europeia de Periodontia, um implante pode ser considerado como sucesso se não apresentar mobilidade, infecção persistente ou dor quando em função, submetido às forças mastigatórias. Para se obter sucesso com implante é necessário realizar sua instalação com técnica cirúrgica adequada, aguardar um longo tempo de cicatrização e fazer uma correta distribuição do estresse, quando em função1,2. Quando um implante em função não cumprir algum dos quesitos de sucesso, ele não deve ser considerado sobrevivente2-4.

Geralmente as perdas dos implantes endósseos orais ocorrem logo após a instalação devido à falta de estabilidade primária, que pode ser causada pela falta de experiência do cirurgião operador com pouca qualificação para exercer a especialidade5,6. Essa falta de estabilidade do implante acaba possibilitando a formação de um tecido conjuntivo fibroso entre o tecido ósseo e o implante ou, posteriormente, após ocorrer a osseointegração, devido ao trauma da sobrecarga oclusal, à infecção, ou as duas situações associadas7.

Algumas doenças sistêmicas (como diabete e paciente irradiados) e/ou medicações (como os bifosfonatos) utilizadas para o tratamento ou controle dessas doenças podem comprometer o contato íntimo entre o implante e o tecido ósseo, antes de sua exposição ao meio oral8-10.

A variável sexo do paciente parece não ter influência sobre o insucesso dos implantes, mas problemas de saúde associados ao aumento da idade podem exigir modificações no plano de tratamento11. Esses pacientes podem vir a ter doenças crônicas e passar a usar medicações por longos períodos de tempo, o que pode influenciar negativamente, visto que quanto maior o tempo de tratamento, menor é a taxa de sucesso da reabilitação protética8,10,12.

Assim, vários são os fatores locais e sistêmicos que podem causar a falha dos implantes, e após a avaliação de anamnese e física, o paciente deve ser informado dos riscos antes da cirurgia de instalação dos implantes10.

As falhas nos implantes também podem aparecer na fase de instalação da reabilitação protética sobre esses, que geralmente é baseada em conceitos de próteses convencionais feitas sobre dentes e que podem gerar dúvidas na sobrevida dos implantes, fato justificado pelo pequeno número de estudos longitudinais com resultados clínicos e radiográficos dos diferentes tipos de reabilitações protéticas sobre implantes orais13,14.

O objetivo deste estudo foi avaliar retrospectivamente a taxa de sobrevivência dos implantes instalados por profissionais com diferentes graus de experiência na implantodontia.

 

Materiais e método

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia e do Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic de Campinas, SP, sob o Protocolo n° 2011/0222.

Os critérios de inclusão dos pacientes no estudo foram:

a) saúde classificada como ASA I ou ASA II;

b) fumantes; e

c) implantes instalados em áreas com osso primitivo, enxertadas e em alvéolos pós-extração;

d) planejamento cirúrgico e protético realizado pela mesma equipe de profissionais;

e) implantes instalados do Sistema Conexão de Prótese Ltda.;

f) próteses sobre os implantes em função há, pelo menos, um ano.

Foram analisados prontuários de pacientes atendidos no curso de Especialização em Implantodontia do Núcleo de Educação Continuada em Odontologia (NEC Odonto) de Araçatuba, SP, Brasil, e em um consultório odontológico especializado em implantodontia, cujo profissional conta com experiência de mais de vinte anos na área, no período de 2005 a 2010. Os pacientes receberam os implantes e aguardaram o período de osseointegração de quatro meses na mandíbula e seis meses na maxila quando foram expostos ao meio bucal. Em seguida, as próteses foram confeccionadas. Todos os implantes e componentes protéticos eram da mesma marca comercial (Sistema Conexão de Prótese Ltda.®, São Paulo, Brasil).

Os dados dos prontuários foram coletados e agrupados em: profissional que realizou a instalação do implante (profissional experiente ou aluno do curso de especialização), idade, sexo, queixa principal, comprometimento sistêmico, uso de tabaco.

 

 

 

Os implantes foram considerados sobreviventes quando não apresentaram mobilidade, dor e estavam sustentando e retendo as próteses em função. Implantes que foram removidos ou perdidos por falta de osseointegração, doença peri-implantar ou alguma outra causa foram considerados como insucessos7. Os implantes que não estavam suportando ou retendo prótese foram excluídos do estudo.

Com relação aos implantes, foram coletadas informações sobre a localização (maxila, mandíbula, anterior ou posterior), tipo de osso receptor (qualidade óssea, área enxertada ou osso remanescente). Nos casos de insucesso, foram considerados os possíveis fatores responsáveis pela perda.

 

Resultados

Durante o período avaliado, de 2005 a 2010, o profissional experiente e os alunos da especialização atenderam 612 pacientes, 221 homens e 391 mulheres, que receberam 1.640 implantes, dos quais 48 foram perdidos, resultando em um índice geral de sobrevivência de 97,07% (Tabela 1 ).

 

 

 

O profissional experiente fez cirurgias para instalação de implantes em 329 pacientes, sendo 125 homens e 204 mulheres, que receberam 764 implantes, dos quais 23 foram perdidos, resultando em uma taxa de sobrevivência de 96,99%. No mesmo período, os alunos da especialização (considerados com pouca experiência) do NEC Odonto fizeram cirurgias para instalação de implantes em 283 pacientes, sendo 96 homens e 187 mulheres. Foram realizados 876 implantes, dos quais 25 foram perdidos, resultando em uma taxa de sobrevivência de 97,15% (Tabela 2).

 

 

 

O profissional experiente instalou 407 implantes na maxila, sendo que dezoito foram perdidos, resultando em índice de sobrevivência de 95,58%; já na mandíbula ele instalou 357 implantes, sendo que cinco foram perdidos, com índice de sobrevivência de 98,6%. Os alunos instalaram na maxila 387 implantes e onze foram perdidos, resultando em um índice de sobrevivência de 97,16%, e na mandíbula foram instalados 489 implantes, dos quais catorze foram perdidos, com uma taxa de sobrevivência de 97,14% (Tabela 3).

 

 

 

Dos 764 implantes instalados pelo profissional experiente, 178 foram na maxila anterior, sendo que oito foram perdidos, resultando em um índice de sobrevivência de 95,5%; já na maxila posterior, ele instalou 229 implantes, desses dez foram perdidos, com índice de sobrevivência de 95,63%. Na mandíbula anterior, ele instalou 99 implantes e teve 100% de sobrevivência, já na mandíbula posterior, o profissional instalou 258 implantes, dos quais perdeu cinco, obtendo índice de sobrevivência de 98,06%.

Os alunos instalaram na maxila anterior 175 implantes, e seis foram perdidos, resultando em um índice de sobrevivência de 96,57%, na maxila posterior, eles instalaram 212 implantes, dos quais perderam cinco, obtendo um índice de sobrevivência de 97,64%. Na mandíbula anterior, eles instalaram 165 implantes, dos quais apenas um foi perdido, tendo uma taxa de sobrevivência de 99,4%, e na mandíbula posterior instalaram 324 implantes, sendo que treze foram perdidos, um índice de sobrevivência de 95,99% (Tabela 4).

 

 

 

O profissional experiente instalou 764 implantes e perdeu 23, resultando em um índice de insucesso de 3,01%, perdas que podem estar associadas a causas variadas (Tabela 5).

 

 

 

Os alunos do curso de especialização instalaram 876 implantes e perderam 25, obtendo uma taxa de insucesso de 2,85%, perdas que também podem estar associadas a várias causas (Tabela 6).

 

 

 

Discussão

Poucos estudos são relatados na literatura comparando o nível de experiência entre os profissionais que instalam implantes. Lambert et al.6 (1997) demonstraram que implantes instalados por cirurgiões inexperientes tinham duas vezes mais chance de falhar em relação aos instalados por um profissional experiente. Porém, Kohavi et al.15 (2004) relataram que a experiência clínica parece não ser um fator influente na sobrevivência dos implantes, desde que haja monitoramento dos níveis de formação profissional e também que os alunos, durante o curso, tenham acompanhamento e recebam orientação constante de professores experientes. Esse fator parece ter contribuído para que os índices de sobrevivência dos implantes instalados, tanto pelo profissional experiente quanto pelos profissionais com pouca experiência no ramo, fossem próximos.

Alunos dos cursos de especialização em implantodontia no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina instalaram 370 implantes do Sistema Conexão e, após o período de osseointegração, avaliaram a estabilidade secundária, obtendo um índice de sucesso de 97,57%, que foi obtido por meio do contratorque de 25 Ncm no momento da reabertura dos implantes para a instalação dos cicatrizadores16. Taxa de sucesso semelhante ao resultado dos alunos de especialização deste estudo (97,15%).

Em um estudo recente de Zupnik et al.17 (2011), os autores acompanharam estudantes residentes em Periodontia da Harvard School of Dental Medicine, de Boston, por um período de quatro anos, quando foram instalados 341 implantes com um índice de sucesso de 96,48%, valores que foram obtidos na avaliação da reabilitação protética. O índice de sucesso dos alunos residentes foi similar ao encontrado na literatura e não foi relevante o tempo de residência dos alunos, de um, dois ou três anos.

Apesar do pequeno número de trabalhos na literatura abordando a experiência profissional como possível fator de risco de perda de implantes, a maioria afirma que a curva de aprendizado desenvolvida nesses anos para a técnica de instalação de implantes parece ter sido fundamental para que os índices de sucesso fossem muito semelhantes entre os diversos níveis de experiência, quase sempre acima de 90% e muito próximos aos índices de sucesso obtidos no presente estudo, que foram de 96,99% para o profissional experiente e de 97,15% para os alunos de especialização.

Os índices obtidos neste trabalho são semelhantes aos de estudos pesquisados na literatura, como o de Adell et al.1 (1981), que acompanharam por quinze anos, de 1965 a 1980, 2.768 implantes do sistema Bränemark, que haviam sido instalados em 410 maxilares totalmente desdentados de 371 pacientes, obtendo uma taxa de sucesso de 89% na maxila e de 100% na mandíbula, em que o sucesso era considerado a partir da estabilidade protética.

Definir as causas das perdas dos implantes é muito difícil, pois na maioria das vezes elas podem ser multifatoriais. A maioria das perdas dos implantes instalados pelo profissional experiente, vinte em 23, parece estar associada a cirurgias com maior grau de dificuldade, casos mais complexos, envolvendo regiões com tecido ósseo de baixa qualidade (perda de dois implantes), áreas enxertadas (perda de cinco implantes), perdas que são explicadas devido ao fato de o osso neoformado geralmente ser de baixa qualidade, tipo IV, o que dificulta a estabilidade inicial do implante4,18, osso com pouca altura e/ou pouca espessura (perda de cinco implantes), trauma cirúrgico (perda de cinco implantes), implante imediato após exodontia (perda de dois implantes) e instalação de implante no canal incisivo (perda de um implante). Em apenas dois casos a perda parece estar relacionada ao estado de saúde dos pacientes (ASA II), um apresentava parafunção e doença psiquiátrica (perda de dois implantes), condição que é contraindicada para terapia com implantes11, e a outra paciente (perda de um implante) era fumante e diabética (ASA II), condições em que o sucesso de implantes tem uma taxa mais baixa8,10,13,18.

Os 25 implantes perdidos nos pacientes dos alunos parecem estar associados a causas variadas, e alguns sem causa definida. As perdas ocorreram em algumas fases do tratamento, sendo:

a) um implante foi removido na cirurgia, pois o hexágono estava defeituoso e não foi possível instalar outro no local;

b) dez implantes foram perdidos no período de reparação óssea, dois implantes devido à parestesia e um implante imediato com mobilidade e secreção que podem ter sido perdidos devido à pouca experiência cirúrgica dos cirurgiões5,6,15,17, um implante com mobilidade em paciente diabético (ASA II), que tem índice de sucesso menor que em paciente normal8,10,13, um implante curto de 3,75 x 8,5 em região posterior, que pode ter sido perdido devido à inexperiência do operador, visto que a literatura mostra índice de sucesso de 96,46% em mandíbulas atróficas19, um implante em paciente com anemia (ASA II) e quatro implantes que não estavam associados a qualquer fator específico;

c) sete implantes foram perdidos na cirurgia de reabertura: um implante estava dentro do seio maxilar e um implante em contato com o dente adjacente, que podem ter sido perdidos devido à pouca experiência cirúrgica dos cirurgiões5,6,15,17, um implante instalado em região de levantamento de seio, cujo paciente era fumante18,20, dois implantes em paciente diabético e dois implantes em área enxertada com biomaterial em paciente diabético (ASA II). Pacientes nessas condições, fumante e diabético, apresentam menor índice de sucesso do que pacientes sem essas características8,10,13, embora em uma revisão de literatura9 concluiu-se que diabetes não deve ser considerada como uma contraindicação absoluta para a terapia com implantes, entretanto, deixar de fumar aumenta muito o índice de sobrevivência dos implantes5;

d) sete implantes foram perdidos na fase de reabilitação protética: um implante estava dentro do seio maxilar, um implante estava em contato com o dente adjacente, um implante estava mal posicionado, um implante que parece ter sofrido trauma da prótese total imediata, perdas que devem ter ocorrido devido à pouca experiência dos cirurgiões, que podem ter errado na execução das cirurgias para a instalação de implantes e nos controles de pós-operatório5,6,21-23, um implante imediato em paciente fumante e diabético (ASA II), um implante em paciente fumante e um implante em paciente com anemia (ASA II). Algumas doenças sistêmicas e/ou as medicações utilizadas para o tratamento ou controle dessas doenças podem comprometer o contato íntimo entre o implante e o tecido ósseo, antes de sua exposição ao meio oral8-10.

Quanto à região da instalação dos implantes, os índices de sobrevivência obtidos pelo profissional experiente e pelos alunos foram respectivamente: na maxila anterior 95,5% e 96,57%, na maxila posterior 95,63% e 97,64%, na mandíbula anterior 100% e 99,4% e na mandíbula posterior 98,06% e 95,99%. Esses índices são muito similares aos índices de sucesso obtidos por Souza9 (2010), que avaliou 753 implantes do sistema Conexão em um estudo retrospectivo de um a oito anos. O autor observou taxas de sucesso de 95,8% na maxila anterior, 93,8% na maxila posterior (menor índice), 100% na mandíbula anterior e 96,2% na mandíbula posterior.

A semelhança nos índices de sobrevivência dos implantes entre os dois grupos avaliados neste estudo retrospectivo pode estar relacionada com a grande evolução, nos últimos anos, da técnica do protocolo cirúrgico para instalação de implantes dentais, o que permite que mesmo profissionais sem experiência, uma vez que respeitem os princípios cirúrgicos, obtenham índices de sucesso semelhantes aos de um profissional experiente6,17,21-23. A melhoria na macro e na micro estrutura dos implantes otimizou seus desempenhos, em especial na estabilidade primária e na aceleração do processo de osseointegração assim como a seleção mais criteriosa dos pacientes candidatos à reabilitação com implantes12,15.

A proximidade dos resultados obtidos nos grupos estudados realça que se o protocolo de planejamento cirúrgico-protético for criterioso e acompanhado por professores experientes, a experiência profissional torna-se um fator irrelevante na reabilitação oral com implantes.

 

Conclusão

Este estudo retrospectivo permitiu concluir que houve semelhança entre as taxas de sobrevivência dos implantes instalados por um profissional experiente, em comparação com os implantes instalados pelos alunos de um curso de especialização em Implantodontia.

 

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Endereço para correspondência:
Jadison Junio Conforte
Faculdade de Odontologia de Araçatuba – Unesp
Rua José Bonifácio, 1.193
16015-050 – Araçatuba, SP
e-mail:
junioconforte@yahoo.com.br

 

Recebido: 30/12/14
Aceito: 10/09/15