SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.46 número2 índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Arquivos em Odontologia

versão impressa ISSN 1516-0939

Arq. Odontol. vol.46 no.2 Belo Horizonte Abr./Jun. 2010

 

Uso de equipamentos de proteção individual entre cirurgiões-dentistas de Montes Claros, Brasil

 

The use of personal protection equipment among dentists in Montes Claros, MG Brazil

 

 

Raquel Conceição FerreiraI, II; Andréa Maria Eleutério de Barros Lima MartinsI, II; Dayanna Lopes MotaII; Rodrigo Dantas PereiraII; Nívia Carla SantosI; Índia Olinta de Azevedo QueirozIII

IDepartamento de Odontologia, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Montes Claros, MG, Brasil
IIDepartamento de Odontologia, Faculdades Unidas do Norte de Minas (Funorte), Montes Claros, MG, Brasil
IIIDepartamento de Medicina, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Montes Claros, MG, Brasil

Autor correspondente

 

 


RESUMO

Esse estudo avaliou a prevalência e os fatores associados do uso de equipamentos de proteção individual entre os cirurgiões-dentistas e as principais razões alegadas para o não uso. Os cirurgiões-dentistas em atividade clínica em Montes Claros/MG responderam a um questionário estruturado previamente testado, com variáveis referentes à caracterização do cirurgião-dentista e de sua clientela, ao uso de cada Equipamento de Proteção Individual (EPI) e aos principais motivos alegados para o não uso de EPI (CEP/Funorte: 001/ 2007). Os dados foram submetidos à análise descritiva, bivariada e análise de Poisson empregando o pacote estatístico SPSS v. 15.0. Um total de 297 profissionais (89,2%) participou, sendo a maioria do sexo feminino, casados e com especialização como maior titulação. A prevalência de uso de cada um dos EPI 100% do tempo foi: luvas (88,5%), máscara (81,7%), avental (76,8%), gorro (62,2%) e óculos de proteção (51,9%). O uso de todos os equipamentos, simultaneamente, 100% do tempo, foi relatado por 36,6%. Os motivos mais comuns para o não uso foram: achar desnecessário para máscara, avental e gorro; dificultam o trabalho para luvas e óculos. Foram significativamente associados ao uso de todos os equipamentos 100% do tempo: sexo (OR=1,67), realização de pausas entre cada paciente (OR=1,48) e não vacinação contra hepatite B (OR=0,32). O uso de EPI ainda é negligenciado pelos cirurgiões-dentistas de Montes Claros, que justificam o não uso, principalmente, por considerá-los desnecessários ou dificultadores da prática. O uso de EPI é maior entre mulheres, entre cirurgiões-dentistas que realizam pausas entre cada paciente e naqueles que foram vacinados contra hepatite B.

Descritores: Exposição a agentes biológicos. Saúde do trabalhador. Odontologia.


ABSTRACT

The present study evaluated the prevalence and factors associated with the use of personal protective equipment (PPE), as well as the main reasons for its non-use, among dentists. A survey was conducted among all dentists residing and working in Montes Claros, MG Brazil, using a structured, self-administered questionnaire. The data were submitted to descriptive, bivariate, and Poisson analyses using the statistical package SPSS v. 17.0. A total of 297 professionals (89.2%) participated in the study. The prevalence of 100% of the time PPE use was: gloves (88.5%), mask (81.7%), apron (76.8%), cap (62.2%), and protective glasses (51.9%). The simultaneous use of all available equipment 100% of the time was reported by 36.6% of the participants. The most common reasons for not using the appropriate equipment included: "not necessary", for masks, aprons, and caps, and "hinders work", for gloves and protective glasses. The variables significantly associated with the use of all available equipment 100% of the time included: sex (OR = 1.67), time intervals between each patient (OR = 1.48), and no vaccination against hepatitis B (OR = 0.32). The use of PPE is still neglected by many dentists in Montes Claros, who justify this action by claiming that the equipment is unnecessary and/ or hinders work. PPE use is higher among women, among dentists who take breaks between each patient, and among those who had been vaccinated against hepatitis B.

Uniterms: Exposure to biological agents. Occupational health. Dentistry.


 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.
Full text available only in PDF format.

 

 

AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos cirurgiões-dentistas que participaram da investigação e as Faculdades Unidas do Norte de Minas FUNORTE/SOEBRAS pelo apoio logístico. Ferreira RC e Martins AMEBL
recebem Bolsa de Incentivo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico da FAPEMIG.

 

REFERÊNCIAS

1. Araujo MWB. Andreana S. Risk and prevention of transmission of infectious diseases in dentistry. Quintessence Int. 2002; 33:376-82.         [ Links ]

2. Palenik CJ. Strategic planning for cross infection control. J Contemp Dent Pract. 2000; 1:103.         [ Links ]

3. Hu DJ, Kane MA, Heymann DL. Transmission of HIV and Hepatitis B virus and other bloodborne pathogens in health care setting: a review of risk factors and guide lines for prevention. World Health Organization. Bull World Health Organ. 1991; 69:623-30.         [ Links ]

4. Ahtone J, Goodman RA. Hepatitis B and dental personnel: transmission to patients and prevention issues. J Am Dent Assoc. 1983; 106:219-22.         [ Links ]

5. Hadler SC, Sorley DL, Acree KH, Webster HM, Schable CA, Francis DP et al. An out break of Hepatitis B in a dental practice. Ann Intern Med. 1981; 5:133-38.         [ Links ]

6. Calfee DP. Prevention and management of occupational exposures to Human Immunodeficiency Virus (HIV). Mt Sinai J Med. 2006; 73: 852-56.         [ Links ]

7. James J, Crawford. Current status of occupational safety and health administration infection control regulations. Dent Clin North Am. 1991; 35:309-22.         [ Links ]

8. Centers for Disease Control and Prevention. Recommendations for preventing transmission of human immunodeficiency virus and hepatitis B virus to patients during exposure pro invasive procedures. MMWR. 1991.         [ Links ]

9. Campos H, Marcenes WS, Souki BQ, Damasceno CAV, Carvalho MAR, Cisalpino EO. Procedimentos utilizados no controle de infecção em consultórios odontológicos de Belo Horizonte. Arq Cent Estud Curso Odontol. 1988/ 89; 25/26:46-52.         [ Links ]

10. Gibson GB, Noble MA. A pilot survey on compliance with recommended infection control procedures in ninety dental practices in New Zeland. Int Dent J. 1995; 20:15-29.         [ Links ]

11. Naidoo S. Dentists and cross infection. J Dent Assoc S Afr. 1997; 16:12-20.         [ Links ]

12. Discacciati JAC. Disposiçäo de cirurgiõesdentistas para atender indivíduos em risco para a infecçäo pelo HIV ou com AIDS/ Dentist's willingness to treat patients at risk of HIV infection or with AIDS [dissertação]. Belo Horizonte (MG): Faculdade de Odontologia da UFMG; 1997.         [ Links ]

13. Vignarajah S, Eastmond VH, Ashraph A, Rashad M. An assessment of cross-infection control procedures among English-speaking Caribbean general dental practitioners. A regional preliminary study. Int Dent J. 1998; 48:67-76.         [ Links ]

14. McCarthy GM, Koval JJ, MacDonald JK. Occupational injuries and exposures among Canadian dentists: the results of a national survey. Infect Control Hosp Epidemiol. 1999; 20:331-6.         [ Links ]

15. Serra MC, Garcia PPNS, Henriques C, Matsuzaki R. Medidas de proteção utilizadas por cirurgiões-dentistas para o controle da infecção cruzada no consultório odontológico. ROBRAC. 2000; 9:36-9.         [ Links ]

16. Martins AMEBL, Barreto SM. Uso de equipamento de proteção individual entre CD de Montes Claros, MG. Odontologia, Ciência e Saúde – Revista do CROMG. 2003; 9:123-33.         [ Links ]

17. Elkarim IA, Abdulla ZA, Yahia NA, AlQudah A, Ibrahim YE. Basic infection control procedures in dental practice in Khartoum – Sudan. Int Dent J. 2004; 54:413-17.         [ Links ]

18. Bellissimo-Rodrigues WT, Bellissimo-Rodrigues F, Machado AA. Occupational exposure to biological fluids among a cohort of Brazilian dentists. Int Dent J. 2006; 56:332-37.         [ Links ]

19. Garcia LP, Blank VLG. Prevalência de exposições ocupacionais de cirurgiões-dentistas e auxiliares de consultório dentário a material biológico. Cad Saúde Pública. 2006; 22:97-108.         [ Links ]

20. Alnegrish A, Momani ASA, Sharafat FAL. Compliance of Jordanian dentists with infection control strategies. Int Dent J. 2008; 58:231-36.         [ Links ]

21. Teixeira CS, Pasternak-Júnior B, Silva-Sousa YTC, Correa-Silva SR. Medidas de prevenção pré e pós-exposição a acidentes pérfurocortantes na prática odontológica. Rev Odonto Ciênc. 2008; 23:10-14.         [ Links ]

22. Centers for Disease Control and prevention. Recommended infection-control practices for dentistry. 1993. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 1993; 42:1-11.         [ Links ]

23. Discacciati JAC, Neves AD, Pordeus IA. Aids e controle de infecção cruzada na prática odontológica: percepção e atitudes dos pacientes. Rev Odontol Univ São Paulo. 1999; 13:75-82.         [ Links ]

24. Yengopal V, Naidoo S, Chikte UM. Infection control among dentists in private practice in Durban. SADJ. 2001; 56:580-4.         [ Links ]

25. Garcia LP, Blank VLG, Blank N. Aderência a medidas de proteção individual contra a hepatite B entre cirurgiões-dentistas e auxiliares de consultório dentário. Rev Bras Epidemiol. 2007; 10:525-35.         [ Links ]

26. Farias ABL, Albuquerque FB, Prado MG, Cardoso, SO. Identificação de cuidados preventivos contra as hepatites B e C em cirurgiões-dentistas da cidade do Recife. Rev Fac Odontol P Alegre. 2007; 48:43-7.         [ Links ]

27. Rose DA. Usage patterns and perforation rates for 6,396 gloves from intra-operative procedures at San Francisco General Hospital. Infect Control Hosp Epidemiol. 1994;35:349.         [ Links ]

28. Veronesi L, Bonanini M, Dall'Aglio P. Health hazard evaluation in private dental practices: a survey in a province of northern Italy. Acta Biomed Ateneo Parmense. 2004; 75:50-5.         [ Links ]

29. Nunes MF, Freire MCM. Aids e odontologia: conhecimentos e atitudes dos cirurgiõesdentistas. ROBRAC. 1999; 26:7-10.         [ Links ]

 

 

Autor correspondente:
Raquel Conceição Ferreira
Universidade Estadual de Montes Claros – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Departamento de Odontologia
Av. Rui Braga, S/N - Vila Mauríceia
CEP: 39400-000 - – Montes Claros - MG
e-mail: ferreira_rc@hotmail.com

Recebido em 20/01/2010 - Aceito em 10/03/2010

 

 

Contatos: ferreira_rc@hotmail.com / martins.andreamebl@gmail.com / daycachuite@hotmail.com / rodrigojaiba@hotmail.com / niviaodonto@yahoo.com.br / indyhallora@yahoo.com.br