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Arquivos em Odontologia

versão impressa ISSN 1516-0939

Arq. Odontol. vol.47 no.1 Belo Horizonte Jan./Mar. 2011

 

 

Saúde bucal coletiva: análise dos periódicos especializados

 

Public oral health: a review of professional journals

 

 

Michelle Pimenta OliveiraI; Lana Kei Yamamoto de AlmeidaII; Luciana Antunes de MeloII; Daniella Reis Barbosa MartelliIII; Paulo Rogério Ferreti BonanIV; Hercílio Martelli-JúniorIII

I Secretaria de Saúde, Prefeitura Municipal de Montes Claros, Montes Claros, MG, Brasil
II Curso de Odontologia, Faculdades Unidas do Norte de Minas Gerais (Funorte), Montes Claros, MG, Brasil
III Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Montes Claros, MG, Brasil
IV Departamento de Clínica e Odontologia Social, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB, Brasil

Contato: daniellareismartelli@yahoo.com.br, hmjunior2000@yahoo.com, pbonan@yahoo.com

Autor correspondente

 

 


 

RESUMO

Objetivo: O presente estudo objetivou analisar a produção científica odontológica na área de saúde coletiva a partir de periódicos indexados na base de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), sessão Saúde Pública. Materiais e Métodos: Foram analisados 10 periódicos, sessão Saúde Pública, com 605 números, totalizando 8.494 artigos científicos, indexados no SciELO e publicados entre janeiro de 1998 e dezembro de 2007. Resultados: Verificou-se que em relação à produção científica, das 8.494 publicações, 260 eram da área odontológica, correspondendo a 3% da produção analisada. A maior produção de artigos científicos concentrou-se no periódico Cadernos de Saúde Pública (26,5%) e a menor, na Revista de Salud Pública da Colômbia (2%). A maior parcela da produção científica originou-se de Instituições de Ensino Superior (48%). Dessas, 76,5% foi oriunda de instituições públicas localizadas, principalmente, no Sudeste do Brasil (54%). Conclusão: Foi possível observar, portanto, a crescente produção científica da área de saúde bucal coletiva brasileira, evidenciando-se uma maior concentração na região sudeste e uma grande participação das instituições de ensino superior.

Descritores: Odontologia. Saúde pública. Publicações periódicas. Base de dados.


 

ABSTRACT

Aim: This study aimed to analyze the dental scientific production in the area of Public Health, from periodicals indexed in the Scientific Electronic Library Online (SciELO) database. Materials and Methods: The present study analyzed 10 journals, in the area of public health, with 605 editions, totaling 8.494 articles, indexed in SciELO and published between January 1998 and December 2007. Results: Considering the total number of published articles (n=8.494), 260 were associated with dentistry, corresponding to 3% of the analyzed production. The largest scientific article production was concentrated in the Public Health Journals (26.5%), whereas a lesser amount could be found in the Revista de Salud Pública (Public Health Journal, Colombia) (2%). The great majority of scientific production came from institutions of higher education (48%), 76.5% of which came from public institutions, located mainly in the Southeastern regions of Brazil (54%). Conclusion: The results demonstrated the growth of scientific literature on public health in Brazil, but with obvious regional bias and prominent involvement of institutions of higher education.

Uniterms: Dentistry. Public health. Periodicals. Database.


 

 

INTRODUÇÃO

A pesquisa científica é uma atividade que deve satisfazer a três características básicas: ser socialmente relevante, ser ética e pautada no mérito, sendo conduzida com rigor metodológico para que produza conhecimentos verdadeiros1,2. Volpato & Freitas2 afirmaram que apesar dos encontros e eventos científicos possibilitarem a divulgação rápida de informações científicas, apenas a divulgação formal por meio das publicações científicas fornece o aval e a credibilidade necessários para que a informação passe a ser incorporada.

Nos últimos anos verificou-se um aumento significativo de publicações científicas na área odontológica, destacando-se a saúde coletiva3. Esse incremento é comprovado pelo número de artigos publicados em periódicos especializados como a Community Dentistry and Oral Epidemiology, Community Dental Health e Journal of Public Health Dentistry3. Também se observa considerável aumento na participação da saúde bucal coletiva, na última década, expresso na ampliação dos programas de pós-graduação, constituição de grupos de pesquisa, número de pesquisadores qualificados e consolidação da produção científica4. Neste contexto, a saúde bucal coletiva, enquanto campo científico constitui um conjunto de teorias e práticas que se organiza e se diferencia para compreender, explicar e modificar o processo saúde-doença, encontrando formas de respostas socialmente organizadas para o enfrentamento das necessidades de saúde5.

Assim, baseado no aumento da produção científica da odontologia brasileira, este estudo objetivo foi analisar a produção científica odontológica na área de saúde coletiva a partir de periódicos indexados na base de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), sessão Saúde Pública.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

A base de dados SciELO foi utilizada como fone dos dados. A mesma possui 646 periódicos, sendo que 230 referem-se ao assunto "Ciências da Saúde". Desses, 11 fazem parte da sessão Saúde Pública: Bulletin of the World Health Organization, Cadernos de Saúde, Ciência e Saúde Coletiva, Gazeta Sanitária, Revista Brasileira de Epidemiologia, Revista Cubana de Saúde Publica, Revista de Salud Pública da Colômbia, Revista de Saúde Pública, Revista Española de Salud Pública, Revista Panamericana Salud Pública e Salud Pública de México6. A Revista Cubana de Saúde Pública foi excluída por possuir um número restrito de exemplares. Assim, este estudo totalizou 10 periódicos com 605 números, publicados entre janeiro de 1998 e dezembro de 2007, com um montante de 8.494 artigos científicos. Desses, 260 artigos eram da área de odontologia. Algumas sessões dos periódicos, como apresentação, cartas, resenhas, homenagens, notas, informes, entre outras, foram excluídas pela dificuldade de padronização e heterogeneidade verificada.

As questões analisadas foram: artigos científicos distribuídos por cada um dos periódicos, evolução da publicação na saúde coletiva odontológica no intervalo do estudo, origem institucional dos artigos científicos e natureza jurídica da instituição (públicas, privadas e combinações).

Os dados coletados foram analisados pelo software SPSS® 17.0 (Statistical Package for Social Science for Windows, Inc., USA).

 

RESULTADOS

O Gráfico 1 ilustra a distribuição dos 8.494 artigos em relação aos 10 periódicos avaliados. Observou-se que a maior quantidade de artigos científicos encontra-se no periódico Cadernos de Saúde Pública (27%) e a menor parcela na Revista de Salud Pública da Colômbia (2%).

 

 

 

O Gráfico 2 destaca a distribuição dos números existentes (n=605) entre os 10 periódicos consultados. Verificou-se que as revistas com maiores números existentes foram, respectivamente, a Revista Pan-Americana de Saúde Pública (18%), Boletim da Organização Mundial de Saúde (16%) e Cadernos de Saúde Pública (14%).

 

 

 

O Gráfico 3 exibe uma parcela significativa da produção científica da área de saúde bucal coletiva, sendo originada exclusivamente por instituição de ensino superior, seguida pelas produções geradas por instituições de ensino superior associadas a institutos de pesquisa.

 

 

 

Em relação à distribuição regional dos artigos publicados no período investigado, entre janeiro de 1998 a dezembro de 2007, percebeu-se uma evidente concentração na região Sudeste (54%), seguido, respectivamente, pelas regiões Sul (23,8%) e Nordeste (11,5%). Não houve produção advinda da região Norte do país (Gráfico 4).

 

 

 

O Gráfico 5 demonstra que a maior parcela da produção científica odontológica analisada foi oriunda de Instituições de Ensino Superior Públicas, seguido pela colaboração de Instituições Privadas e Públicas.

 

 

 

A Tabela 1 mostra a distribuição das publicações científicas, assim como a evolução dessas entre 1998 e 2007. A maior densidade de seguido pela colaboração de Instituições Privadas e Públicas. artigos foi publicado nos periódicos Cadernos de Saúde Pública (37,9%) e Ciência e Saúde Coletiva (23,4%).

 

 

 

DISCUSSÃO

O desenvolvimento da pesquisa apresenta importante papel para geração de novos conhecimentos, de tecnologias e do desenvolvimento de um espírito crítico e reflexivo na formação acadêmica do profissional7. A publicação científica é parte intrínseca desse processo e os periódicos são formas dinâmicas de divulgar esse conhecimento8. O Brasil aumentou sua produção científica sistematicamente. Esse aumento não é apenas absoluto, observa-se também uma elevação percentual em relação a outros países, como confirmado por dados do Institute for Scientific Information (ISI) e SciELO9.

A produção científica na área de saúde também apresentou um notável crescimento, colocando o Brasil entre os 25 países mais produtivos10. Um dos responsáveis por esse aumento da produção científica nacional é o sistema de pós-graduação que, por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), prioriza o número de artigos publicados para conceituar os programas nacionais2. Esse aumento quantitativo significativo da pesquisa no país foi expresso, nos primeiros anos do século XXI, pela maior divulgação de publicações em revistas especializadas e por apresentações em encontros científicos11.

Este mesmo padrão de crescimento e relevância da produção científica também é identificado na odontologia, na área de saúde coletiva10,12. Este aumento se deu em decorrência do crescimento dessa área na última década, expresso no aumento do número e ampliação da distribuição de programas de pós-graduação, constituição de grupos de pesquisa, número de pesquisadores qualificados além da consolidação da produção científica4. Com a expansão da produção científica e a formação de recursos humanos através da pós-graduação houve um expressivo aumento na demanda por recursos de financiamento a projetos de investigação e bolsas de produtividade em pesquisa, bem como solicitação de bolsas de pós-doutorado e bolsas "sanduíche"13,14. Martelli-Júnior et al.15 mostraram ser expressiva a participação da odontologia na área de saúde coletiva em projetos de pesquisas financiados no estado de Minas Gerais, em editais universais, no período de 1986-2006.

Com relação à consolidação da produção científica odontológica, os resultados do presente estudo verificaram um aumento quantitativo dessa produção, sendo que dos 8.494 artigos científicos analisados, 260 foram da odontologia, correspondendo a 3,0% da produção avaliada. Pôde-se observar uma evolução quantitativa dessa produção, elevando-se o percentual de 3,0% em 1998 para 21,1% em 2007. Esses resultados corroboram os apontados por Nadanovsky3, que destacou o crescimento da produção científica da odontologia brasileira na área de saúde coletiva.

Dias et al.11 realizaram estudo com o objetivo de descrever as tendências da produção científica odontológica no Brasil, destacando-se a área de saúde bucal coletiva. Para tanto, utilizaram os resumos de trabalhos apresentados nas reuniões da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO), entre 2001 a 200616. Foi verificado pelos autores que a saúde bucal coletiva estava entre as cinco áreas com maior produção científica no país, no período analisado. Resultados similares foram encontrados por Amorim et al.17, ao observar os três periódicos brasileiros mais consultados pelos cirurgiões-dentistas, entre 1990 e 2004. Constatou-se que 52,73% dos artigos desses periódicos concentravam-se em apenas cinco áreas: dentística (13,41%), saúde coletiva (11,25%), endodontia (11,24%), estomatologia/patologia (8,95%) e prótese (7,89%).

Nesta investigação científica verificou-se que 48,0% da produção científica odontológica foram oriundas de Instituições de Ensino Superior e que a maior densidade da produção em saúde bucal coletiva derivou-se de Instituições Públicas (76,5%). Esses resultados concordaram com Narvai & Almeida20. Eles avaliaram a produção científica brasileira na área de odontologia social e preventiva no período de 1986 a 1993 e a associação dessa produção com o sistema de saúde e as políticas de saúde. Foram examinados 386 artigos, publicados em 19 periódicos e observado que 75% da produção nessa área tiveram origem em universidades públicas. Barros18 e Birman19 afirmaram que o progresso observado na saúde coletiva refletiu a demanda crescente de estudos realizados nesta área nas universidades e investigações derivadas da compreensão e o interesse despertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Embora incipiente essa evolução quantitativa acene para uma nova realidade, na qual o interesse pelo social vem se consolidando como objeto de estudos nas instituições de ensino e pesquisa.

Quanto à localização geográfica das Instituições de Ensino Superior e Institutos de Pesquisa, com produção científica odontológica, o presente estudo constatou que 54% das publicações concentram-se na região Sudeste. É importante ressaltar que algumas publicações foram realizadas em colaboração por pesquisadores de instituições de ensino superior e institutos de pesquisa de uma ou mais regiões, sendo inseridas na categoria "duas ou mais regiões", num total de 7,3% das publicações avaliadas. Esses resultados concordam com dados da Capes (2005)21, que constataram que 74,6% dos programas de pós-graduação no Brasil localizam-se nas regiões Sudeste (55%) e Sul (19,6%). Cavalcanti et al.22 avaliaram o perfil dos pesquisadores da odontologia no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e observaram que os mesmos estavam distribuídos por 11 diferentes estados da federação, sendo que apenas na região Sudeste concentraram-se 85,6% destes bolsistas de produtividade científica. Recentemente, estes resultados foram corroborados por Santos et al.23, ao avaliarem o perfil dos pesquisadores da saúde coletiva no CNPq; 70,96% e 14,9% destes concentravam-se nas regiões Sudeste e Sul do país, respectivamente.

 

CONCLUSÕES

No período entre 1998 e 2007, houve importante participação da produção científica da saúde bucal coletiva na pesquisa odontológica brasileira, sendo a maior concentração de artigos científicos observados no periódico Cadernos de Saúde Pública (37,9%), além de serem produzidos por instituições de ensino superior (48%), que se concentram, em sua maioria, na região Sudeste do país (54%).

Vale também ressaltar que a maior parte da produção científica analisada foi oriunda de instituições de ensino superior públicas (76,5%).

 

REFERÊNCIAS

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20. Narvai PC, Almeida ES. O sistema de saúde e as políticas de saúde na produção científica odontológica brasileira no período 1986-1993. Cad Saúde Pública. 1998; 14:513-21.

21. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). [cited 9th December] Available from: www.capes.gov.br.

22. Cavalcanti RA, Barbosa DR, Bonan PRF, Pires MBO, Martelli Junior H. Perfil dos pesquisadores da área de odontologia no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Rev Bras Epidemiol. 2008; 11:106-13.

23. Santos SC, Lima LS, Martelli DRB, Martelli Junior H. Perfil dos pesquisadores da saúde coletiva no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Physis. 2009; 19:761-75.

 

 

Autor correspondente:
Paulo Rogério Ferreti Bonan
Hospital Universitário Clemente de Faria - Mestrado
Av. Cula Mangabeira, 562 - Santo Expedito
CEP: 39.401-002 - Montes Claros - MG - Brasil

E-mail: pbonan@yahoo.com

Recebido em 09/11/2010 - Aceito em 26/01/2011