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Arquivos em Odontologia

versão impressa ISSN 1516-0939

Arq. Odontol. vol.47 no.2 Belo Horizonte Abr./Jun. 2011

 

 

Perfil epidemiológico dos participantes do Programa de diagnóstico e prevenção do câncer de boca em Mato Grosso

 

Epidemiologic profile of participants in the Program for the diagnosis and prevention of oral cancer in Mato Grosso

 

 

Diurianne Caroline Campos FrançaI; Giseli Cristina DuarteII; André Destéfani MonteiroIII; Alessandro Augusto Lopes Santana da SilvaIII; Sandra Maria Herondina Avila de AguiarIV

I Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Araçatuba, SP, Brasil
II Curso de Odontologia, Centro Universitário Várzea Grande (UNIVAG), Várzea Grande, MT, Brasil
III Cirurgião-dentista
IV Departamento de Clínica Infantil e Social, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Araçatuba, SP, Brasil

Contato: diurianne.odonto@terra.com.br, gc_duarte@hotmail.com, andre1monteiro@yahoo.com.br, alessandrosantana@terra.com.br, sandra.avila@terra.com.br

Autor correspondente

 

 


 

RESUMO

Objetivo: Conhecer o perfil dos participantes do programa de diagnóstico e prevenção do câncer de boca em Mato Grosso, nos anos de 2008 e 2009. Materiais e Métodos: Foram analisadas as fichas individuais dos pacientes atendidos no programa de diagnóstico e prevenção do câncer de boca em Mato Grosso no período de 2008 a 2009. Resultados: Foram analisadas 1.293 fichas, com predomínio de pacientes do sexo feminino (60%) e com faixa etária de maior participação de 10-19 anos (20%). As doenças pré-existentes relatadas somaram 302 casos registrados. Foram encontradas 292 variações da normalidade. No período estudado, 25 participantes foram encaminhados para realização de citologia esfoliativa e 133 para biópsia, por apresentarem lesões bucais com suspeita de malignidade. Conclusão: As campanhas para orientação e prevenção do câncer bucal são importantes e devem ser estendidas a toda população do Estado de Mato Grosso, tanto pela UNIVAG - Centro Universitário, como por outras entidades e instituições de saúde.

Descritores: Diagnóstico bucal. Prevenção primária. Epidemiologia.


 

ABSTRACT

Aim: To determine the profile of the patients who participated in the program of oral cancer diagnosis and prevention in Mato Grosso, from 2008 to 2009. Materials and Methods: The medical records of the treated patients were examined. Results: 1.293 records were analyzed, with a predominance of female patients (60%) and a greater participation of patients from 10 to 19 years of age (20%). Reports of pre-existing illnesses amounted to 302 recorded cases. In addition, 292 variations of normality could be also identified. During the period, 25 participants were recommended for exfoliative cytology and 133 for biopsy, as they presented oral lesions that raised the suspicion of malignancy. Conclusions: Campaigns to raise awareness of and prevent oral cancer are very important and should be extended to the entire population of the state of Mato Grosso, either by means of the local University Center (UNIVAG), or by other agencies and health institutions.

Uniterms: Oral diagnosis. Primary prevention. Epidemiology.


 

 

INTRODUÇÃO

A identificação de lesões bucais é fundamental na prática profissional, assim como o reconhecimento dos aspectos clínicos e a probabilidade das mesmas ocorrerem de acordo com as características de um determinado grupo de indivíduos. Inúmeros trabalhos têm sido publicados sobre a epidemiologia de câncer bucal, todavia estudos mais abrangentes que incluem outras lesões e alterações de mucosa bucal são escassos1.

Em estudos realizados em diversas partes do mundo, as prevalências das variações de normalidade da mucosa bucal variam conforme idade, gênero, hábitos dentre outros fatores. Há estudos voltados para populações específicas que não envolvem a determinação prévia das alterações a serem investigadas, do mesmo modo em que há estudos que abordam alterações específicas em populações diversas. Assim, por vezes os resultados tornam-se difíceis de serem comparados e avaliados. No que se refere à população brasileira, pouca informação está disponível em relação a essas alterações2.

A literatura científica demonstra claramente a necessidade de mudanças na orientação e sensibilização da sociedade quanto ao assunto. As ações de prevenção e conscientização da população revelam um fator importantíssimo para o diagnóstico precoce e ideal tratamento de um paciente. O conhecimento por parte da população e dos profissionais é extremamente relevante3.

Baseado nisso, desde 2005, o curso de Odontologia do UNIVAG, através dos docentes e discentes da Disciplina de Diagnóstico em Odontologia, possibilita à população em geral o exame para diagnóstico e prevenção das doenças bucais. Sempre que necessário, os pacientes examinados são encaminhados para realização de citologia esfoliativa e biópsias Quando as neoplasias malignas são confirmadas os pacientes são encaminhados aos centros de referência cadastrados.. Os discentes e docentes já realizaram as atividades em vários municípios mato-grossenses, totalizando até o primeiro semestre de 2010, 2.573 pessoas atendidas4. O objetivo desse programa é o diagnóstico precoce de lesões bucais com ênfase no câncer de boca, pois este representa uma situação de alerta para a saúde pública.

O trabalho realizado no Programa de diagnóstico e prevenção do câncer de boca do UNIVAG visa à mudança gradual dessa realidade. Com a realização de campanhas que conscientizam, ensinam, previnem, diagnosticam precocemente e encaminham para o ideal tratamento teremos cada vez mais um número significativo de pacientes beneficiados e de futuros profissionais habilitados para realizar a devida conduta perante esses casos4.

Tendo em vista a escassez de informações acerca da epidemiologia das lesões bucais na população nas suas diversas variáveis, este estudo pretende colaborar com a caracterização da população atendida no programa de diagnóstico e prevenção do câncer de boca em Mato Grosso no que se refere a gênero, faixa etária, cor de pele, hábitos, doenças pré-existentes e variações da normalidade. Desta forma, objetivou-se conhecer o perfil dos participantes do programa de diagnóstico e prevenção do câncer de boca em Mato Grosso, nos anos de 2008 e 2009, através da análise das fichas individuais dos pacientes atendidos.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo realizado se caracterizou por ser uma pesquisa quantitativa, descritiva e exploratória, de corte transversal, servindo-se de dados secundários, obtidos a partir de 1.293 fichas de pacientes, preenchidas durante a execução do Programa de diagnóstico e prevenção do câncer de boca no período compreendido entre abril de 2008 e novembro de 2009.

A pesquisa foi aprovada pelo CEP/HUJM/ UFMT (Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Muller/Universidade Federal de Mato Grosso) sob o número 806/CEP-HUJM/10.

Para coleta de dados foram utilizadas as fichas dos pacientes examinados, preenchidas pelos acadêmicos participantes do programa. Os mesmos foram capacitados com 20 horas de aulas teóricas e 8 horas de aulas práticas, abordando um detalhado e minucioso exame clínico, com a verificação de variações de normalidade ou alterações dos tecidos do sistema estomatognático, realizando o diagnóstico quando necessário através de exames complementares como radiografias, biópsias e citologias esfoliativas. Os alunos envolvidos faziam o exame clínico e após isso, chamavam o professor responsável para finalizar o atendimento, propor diagnóstico e tratamento caso houvesse necessidade. As informações foram transcritas por um único pesquisador em tabela elaborada para esta pesquisa. Os dados analisados foram: idade, sexo, cor da pele, hábitos, doenças pré-existentes e variações da normalidade.

As idades foram agrupadas nas seguintes faixas etárias: 0 a 9 anos, 10 a 19 anos, 20 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos, 50 a 59 anos, maiores de 59 anos. No que se refere ao sexo do participante, foram definidos em masculino e feminino; a etnia/raça foi dividida em melanoderma, feoderma, leucoderma e xantoderma. Os hábitos avaliados foram etilismo, tabagismo, etilismo e tabagismo (ambos) e outros.

As doenças pré-existentes relatadas nas fichas individuais dos participantes foram transcritas e classificadas em: anomalias congênitas, transtornos psiquiátricos, distúrbios sensoriais, doenças sistêmicas crônicas, doenças infectocontagiosas, condições sistêmicas e outros, segundo classificação de Sabbagh-Haddad & Magalhães5 .

Na análise de variações da normalidade, foram consideradas todas as alterações de estruturas anatômicas que estivessem fora do padrão da normalidade bucal, porém, que não caracterizasse qualquer patologia, segundo classificação de Neville6. Importante ressaltar que cárie e doença periodontal são condições patológicas que foram desconsideradas nessa classificação, pois não caracterizaram objeto deste estudo.

Os resultados foram analisados estatisticamente utilizando tabelas do Microsoft Office Word e Microsoft Office Excel, versão 2007, visando facilitar a identificação e a análise dos dados relevantes para este estudo.

 

RESULTADOS

As campanhas realizadas nos anos de 2008 e 2009 contaram com a presença de 1.293 pessoas, sendo 60% do gênero feminino e 40% do masculino. A faixa etária de maior frequência foi dos 10-19 anos (20%), seguida por 30-39 anos (19%).

Quanto à cor da pele, 35% dos participantes se consideraram melanodermas, 30% feodermas, 11% leucodermas, 2% xantodermas e em 22% das fichas não constavam essa informação. Dentre os hábitos relatados pelos participantes, 806 pessoas (62%) afirmaram não possuir nenhum hábito, 121 (10%) se declaram etilistas, 108 (8%) tabagistas, 52 (4%) relatam tabagismo e etilismo. No total, 281 pessoas (22%) apresentaram etilismo e/ou tabagismo. Houve relato de outros hábitos em 4% da amostra e as informações que estavam ausentes em 12% das fichas. No que se refere às doenças préexistentes, as mais prevalentes foram as doenças sistêmicas crônicas em 77% dos participantes. Dentre elas, as de maior ocorrência foram: 141 casos de doenças cardiovasculares (46,7%), 41 ocorrências de doenças endócrinas (13,6%) e 23 casos de doenças infectocontagiosas (7,6%).

Das 1.293 fichas analisadas, 292 variações da normalidade foram encontradas, sendo as mais frequentes a língua saburrosa em 59 dos participantes (20%), pigmentação melânica racial em 55 (18,7%) e torus 33 (11,3%) (Tabela 1).

Dentre as informações obtidas, 77,4% dos participantes não apresentaram variações. Os participantes que apresentaram qualquer alteração dos tecidos da boca foram encaminhados para a realização de exames complementares. No período estudado, 25 participantes foram encaminhados para citologia esfoliativa e 133 para biópsia.

 

 

 

DISCUSSÃO

Os estudos de prevalência fornecem dados sobre a distribuição de uma determinada condição em um grupo populacional específico. Essas informações podem ser utilizadas para o planejamento de ações coletivas de saúde, bem como para o levantamento de hipóteses a serem testadas em estudos analíticos futuros. Para o diagnóstico correto e tratamento mais adequado, torna-se evidente que o conhecimento das alterações que podem ocorrer na boca, bem como sua etiologia, é de fundamental importância7.

Marin et al.8 destacam a importância do conhecimento das variáveis clínico-patológicas, especialmente, idade, gênero, raça, hábitos, tempo e estágio de desenvolvimento das lesões, bem como relação com a atividade laborativa como importantes para a padronização diagnóstica e desenvolvimento de programas de identificação, prevenção e controle de doenças. Nas campanhas realizadas, o predomínio de participantes foi do sexo feminino; observou-se uma preocupação notória com a prevenção, demonstrada com um percentual significativo de participantes também do sexo masculino, concordando com os dados encontrados na literatura2,9.

Sabe-se que o tabagismo e o etilismo, representam fatores de risco para o acometimento de lesões, principalmente malignas10; destacando a importância da conscientização sobre os fatores de risco a população. O hábito combinado, etilismo e tabagismo foi relatado por 52 participantes (4%).

A idade tem sido apontada como sendo um fator importante no aumento de lesões de mucosa bucal. Para Henrique et al.1, contudo, o fator idade isolado não parece ser de grande importância no aparecimento dessas alterações. A expressiva participação de pessoas de 10-19 anos (20%) demonstra o interesse de pais/responsáveis em ações de promoção e prevenção em saúde; porém, seria desejável a participação de pessoas acima de 40 anos (27%), faixa etária mais acometida pelo desenvolvimento de patologias maxilofacias, em especial o câncer bucal. Esses dados condizem com os achados por Marin et al.8.

O fato da maioria dos participantes ser melanodermas (35%), seguidos pelos feodermas (30%) e leucodermas (11%), demonstra adequadamente as características populacionais do Estado.

As doenças pré-existentes relatadas somam 302 casos (23,4% de todos os atendimentos), sendo as doenças sistêmicas crônicas relatadas com maior frequência (76,9%). Dentro desse grupo, doenças cardiovasculares estavam presentes em 46,7% dos participantes.

Os dados encontrados durante o estudo demonstram que essa população necessita de ações que promovam saúde em grupos específicos como, por exemplo, os hipertensos e diabéticos que juntos somaram 159 casos dos 232 casos de pacientes com enfermidades crônicas pré-existentes. Deve-se considerar a importância dos cuidados odontológicos a pessoas com alterações sistêmicas, tais como os diabéticos

As variações da normalidade diagnosticadas condizem com estudo realizado por Henrique et al.1 que registrou casos de varicosidade lingual (9,9%), Grânulos de Fordyce (6,6%) e língua fissurada (3,2%) em 1.006 indivíduos estudados em 2008. Crespo et al.11 apresentaram dados que assemelhamse ao nosso estudo, língua saburrosa (29,15%) e língua geográfica (9,08%).

No que diz respeito à higiene oral, os dados encontrados revelam maior necessidade de orientações a essa população, pois a língua saburrosa representou 20% (59) dos casos de variações da normalidade encontrados; a necessidade de realização de higiene oral nessa população pode ser ainda maior, pois dados referentes a condições de estrutura dentária não foram detalhadas nas fichas de atendimento por não caracterizarem objetivo do programa.

Os dados ausentes em idade (2%), cor da pele (22%) e hábitos (12%), interferem na comparação dos resultados com outros estudos e esse fato sinaliza o não preenchimento de informações essenciais por parte dos alunos. Esses dados são importantes no delineamento do perfil de acometimento das doenças bucais; o que ressalta a importância da obtenção correta de todas as informações pertinentes7.

Os encaminhamentos para a realização de 25 citologias e 133 biópsias durante as campanhas ressaltam a importância de um diagnóstico precoce para o correto tratamento. A utilização desses exames complementares possibilita que lesões suspeitas de malignidade sejam diagnosticadas em estágio inicial e consequentemente a terapêutica seja instituída em tempo hábil, objetivando procedimentos menos invasivos quando necessários.

 

CONCLUSÃO

Dos participantes atendidos durante os anos estudados, prevaleceu o sexo feminino, na segunda década de vida e da cor de pele melanoderma. A grande maioria dos atendidos alegou não possuir nenhum hábito e as doenças mais registradas foram as sistêmicas crônicas. Dentre as variações de normalidade, a língua saburrosa e a pigmentação melânica racial foram as mais prevalentes.

Além de realizar o diagnóstico precoce de patologias bucomaxilofaciais, os profissionais de saúde são responsáveis por sensibilizar os indivíduos sobre as consequências de hábitos deletérios como tabagismo e etilismo e quanto ao risco de doenças como o câncer bucal.

 

REFERÊNCIAS

1. Henrique PR, Bazaga Júnior M, Araújo VC, Junqueira JLC, Furuse C. Prevalência de alterações da mucosa bucal em indivíduos adultos da população de Uberaba, Minas Gerais. RGO. 2009; 57:261-7.         [ Links ]

2. Vieira VG, Fernandes AM, Machado APB, Grossman SMC, Aguiar MCF. Prevalência das alterações da normalidade e lesões da mucosa bucal em pacientes atendidos nas Clínicas Integradas de Atenção Primária (CIAPS) da Faculdade de Odontologia/UFMG. Arq Odontol. 2007; 43:13-8.

3. Leite ACE, Guerra ENS, Melo NS. Fatores de risco relacionados com o desenvolvimento do câncer bucal: revisão. Rev Clin Pesq Odontol. 2005;1:31-6.

4. França DCC, Pinto MMO, Monteiro AD, Silva AAS, Zina O, Lima GS, Aguiar AMHA. Programa de diagnóstico e prevenção de câncer de boca: uma estratégia simples e eficaz. ROBRAC. 2010; 19:159-61.

5 Sabbagh-Haddad A, Magalhães MHG. Introdução in: Sabbagh-Haddad A, et al. Odontologia para pacientes com necessidades especiais. São Paulo: Santos; 2007.

6. Neville BW. Patologia Oral e Maxilofacial. 2aed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004.

7. Hipólito RA, Martins CR. Prevalência de alterações da mucosa bucal em adolescentes brasileiros institucionalizados em dois centros de reeducação. Cienc Saude Coletiva. 2010:15:3233- 42.

8. Marin HJI, Silveira MMF, Souza GFM, Pereira JRD. Lesões bucais: concordância diagnóstica na Faculdade de Odontologia de Pernambuco. Odontologia. Clín Científ. 2007; 6:315-8.

9. Kiniest G, Stramandinole RT, Ávila LFC, Izidoro ACAS. Frequência das lesões bucais diagnosticadas no Centro de Especialidades Odontológicas de Tubarão (SC). RSBO. 2011; 8:13-8.

10. Santos GL, Freitas VS, Andrade MC, Oliveira MC. Fumo e álcool como fatores de risco para o câncer bucal. Odontol Clín Cient. 2010; 9:131-3.

11. Crespo MRR, Pozo PP, García RR. Epidemiología de la patologia de la mucosa oral más frecuente en niños. Med Oral Patol Oral Bucal. 2005; 10:376- 87.

 

 

Autor correspondente:
Diurianne Caroline Campos França
GPA de Ciências da Saúde - UNIVAG - Centro Universitário
Av. Dom Orlando Chaves, n.º 2.655 - Bairro Cristo Rei
CEP 78118-900 - Várzea Grande - MT - Brasil

E-mail: diurianne.odonto@terra.com.br

Recebido em 15/01/2011 - Aceito em 19/05/2011