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Arquivos em Odontologia

versão impressa ISSN 1516-0939

Arq. Odontol. vol.47  supl.2 Belo Horizonte Dez. 2011

 

 

Meninos no Parque

 

Children in the Park

 

 

Mara Vasconcelos I; Carolina Cosme Silva II; Stefany Alcântara Vargas II; João Henrique Lara do Amaral I; Célia Regina Moreira Lanza III; Flávio de Freitas Mattos I

I Departamento de Odontologia Social e Preventiva, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
II Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
III Departamento de Odontologia Restauradora, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Contato: maravas@uol.com.br, jhamaral@uai.com.br, celialanza@terra.com.br, f.f.mattos@uol.com.br

Autor correspondente

 

 


 

RESUMO

O projeto Meninos no Parque surgiu como desdobramento do Projeto Casa Menino no Parque, implantado pela comunidade do Aglomerado da Serra, no Município de Belo Horizonte. O projeto original tinha como objetivo oferecer atendimento integral na área da educação às crianças e jovens residentes no entorno do Parque das Mangabeiras. O projeto Meninos no Parque tem como objetivo atuar junto às crianças e adolescentes, com ações de promoção à saúde, com ênfase na co-responsabilização dos sujeitos e coletividade para com a saúde. O projeto também promove o atendimento clínico em atenção primária para essa população. As atividades de promoção à saúde acontecem semanalmente no Parque das Mangabeiras e o atendimento clínico nas dependências da Faculdade de Odontologia da UFMG. Participam do projeto estudantes de graduação, professores do curso e funcionários da Prefeitura Municipal lotados no Parque das Mangabeiras. Nas atividades com as crianças e adolescentes são utilizados métodos participativos, incluindo oficinas. O projeto tem se mostrado um cenário promissor para o atendimento das demandas sociais e da formação profissional segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação na área da saúde. Existe expectativa no projeto que o atendimento clínico das crianças e adolescentes seja realizado, em um futuro próximo, nas unidades de atenção primária localizadas na comunidade. Prevê-se no momento, a expansão das atividades do projeto o que exigirá o fortalecimento da articulação com a comunidade, com o poder público municipal e com a Universidade. Cresce em importância nesse cenário a definição de estratégias de sustentabilidade. O projeto tem se mostrado com grande potencial para alargar os horizontes da prática odontológica e da formação profissional reforçando o potencial dos atores nele implicados, particularmente no que tange às práticas de promoção à saúde.

Descritores: Criança. Atenção primária à saúde. Saúde bucal.


 

ABSTRACT

The Children in the Park Project, begun as an extension of the Children's House in the Park Project, implemented by the community of the Serra neighborhood, in the city of Belo Horizonte. The original project, aimed at offering full services of education and healthcare to children and youth living in the surroundings areas of Mangabeiras Park. The Children in the Park Project aims to act directly with children and adolescents through health promoting initiatives, emphasizing the empowerment of individuals and the community concerning their own health. It also offers primary health care for the same population. Weekly health promoting activities take place at Mangabeiras Park, and clinical healthcare is provided at the UFMG School of Dentistry. Undergraduate students, teachers, and civil servants working in the park take part in the project. Active methods such as workshops are used in the activities with children and adloescents. The project has proven to be a promising scenario to respond to social demands and for the education of dental students as required by the National Curricular Guidelines for undergraduate courses in the field of health. There is some expectation that, in the near future, clinical care can be provided for children and adolescents in the primary healthcare units located near the community. It is currently expected that the expansion of the project's activities will require a strengthening in the interaction among the community, city hall, and UFMG. In such a scenario the definition of sustainability strategies is of utmost importance. The project has shown great potential to enlarge the horizon of both dental practice and dental education, reinforcing the potential of those involved, particularly as regards health promotion practices.

Uniterms: Child. Primary health care. Oral health.


 

 

INTRODUÇÃO

A comunidade do Aglomerado da Serra em Belo Horizonte, formada por quatro vilas localizadas na transição entre as Regiões Leste e Centro Sul da cidade, representada pela sua porção populacional mais próxima ao Parque das Mangabeiras1a, implantou em 1993 o Projeto Casa Menino no Parque (CMP) com o objetivo de oferecer atendimento integral na área da educação às crianças e jovens da comunidade. A viabilidade operacional do projeto resultou de uma parceria com a Fundação de Parques e Jardins da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (FPJ/PBH). O projeto oferecia às crianças e jovens uma alternativa de educação complementar e ações de caráter formativo e recreação. Atualmente as atividades do projeto são desenvolvidas na área interna do Parque das Mangabeiras, no período da manhã e da tarde, atendendo cerca de 180 crianças e adolescentes de 7 a 14 anos, em tempo integral, e promove para essa população oficinas de plantio de horta, canto coral, esporte, e atividade circense. Desde a sua fundação o PMP vem diversificando a oferta dessas oficinas que já incluíram atividades de teatro, capoeira, reciclagem de resíduos sólidos, leitura e prática de informática. O projeto visa contribuir com a formação das crianças e adolescentes aumentando as oportunidades de interação destes com o meio e com seus iguais.

Em 1995, foi feita uma parceria entre o projeto e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com a participação de estudantes e professores dos Cursos de Medicina e Odontologia. Com o nome de Projeto Saúde Menino no Parque os dois cursos organizavam ações de promoção e recuperação da saúde dirigidas para as crianças e adolescentes vinculados ao projeto. A participação dos estudantes do Curso de Medicina estendeuse até 2006, quando foi interrompida em razão da aposentadoria do professor orientador.

Após essa data, as ações no campo da saúde ficaram sob a responsabilidade da Faculdade de Odontologia (FO-UFMG) na forma de atividades educativas, preventivas, de vigilância e diagnóstico das necessidades na atenção primária à saúde, principalmente da saúde bucal. Quanto à atenção de caráter curativo optou-se pelo deslocamento das crianças e adolescentes, sob a responsabilidade da FPJ/PBH, para atendimento nos ambulatórios da FO-UFMG. Tal iniciativa, de caráter emergencial e provisório, foi motivada principalmente porque as crianças e adolescentes não compareciam às consultas agendadas para tratamento odontológico na unidade de atenção primária à saúde (APS) responsável pelo atendimento da população residente próxima ao parque.

O projeto atende ao que estabelece a Política Nacional de Promoção da Saúde nos seus objetivos específicos de viabilizar ações de promoção da saúde, com ênfase na atenção primária, co-responsabilizar os sujeitos e coletividades, e valorizar a concepção ampliada de saúde entre os estudantes de graduação e futuros trabalhadores da área da saúde2. Nesse sentido, o trabalho é realizado segundo o princípio de que a promoção à saúde deve atender à integralidade do cuidado.

O projeto promove em parceria com FPJ/ PBH, por meio das oficinas nas dependências do parque das Mangabeiras, a criação de ambientes saudáveis ao convívio e às práticas de atividades coletivas incluindo a promoção à saúde bucal. O atendimento clínico odontológico é realizado pela Faculdade de Odontologia.

Considerando as atuais diretrizes da extensão na UFMG3 o projeto atende aos princípios da indissociabilidade entre ensino e extensão, da interdisciplinaridade e, inserido no contexto da Faculdade de Odontologia, tem o respaldo institucional pela histórica trajetória da instituição no campo das atividades de cunho promocional na saúde. Para os estudantes o projeto atende aos princípios das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a área da saúde, uma vez que responde ao requisito da formação integral no campo da articulação entre o ensino e a extensão/assistência4.

Finalmente, no que tange aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo a FO-UFMG parte da rede assistencial e órgão formador, atende-se de forma cristalina no projeto ao princípio da equidade uma vez que a população assistida configura-se como de alta vulnerabilidade apresentando o maior Índice de Vulnerabilidade Social Familiar (IVSF)b2 entre a população residente no Município de Belo Horizonte no ano de 20005, e o menor Índice de Qualidade de Vida Urbana (IQVU)c3 entre a mesma população em 20067.

Em 2004 o projeto vinculou-se ao Programa de Saúde Bucal para Crianças e Adolescentes da FO-UFMG integrando-se a um conjunto de ações já desenvolvidas por outros projetos de extensão. Com essa iniciativa, o Projeto Saúde Menino no Parque percebe-se fortalecido e também responsável pela maior qualificação das ações de extensão, de ensino e de pesquisa da unidade.

1aO Parque das Mangabeiras é a maior área verde do Município de Belo Horizonte com dois milhões e oitocentos mil metros quadrados, sendo parte constitutiva da Serra do Curral. O parque oferece significativa diversidade de espécies da flora e fauna. A flora é nativa composta por exemplares típicos do campo. Contabilizam-se 29 espécies de mamíferos, 160 espécies de aves, 20 espécies de répteis e 19 de anfíbios. Além de ser uma importante área de preservação ambiental aberta ao público, o parque oferece condições para o descanso, lazer e turismo1.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO

O projeto é de caráter interdepartamental com a atuação de professores dos departamentos de Odontologia Social e Preventiva e de Clínica, Patologia e Cirurgia. É desenvolvido por meio de atividades semanais e está estruturado em duas frentes de trabalho, as ações de promoção de saúde realizadas com crianças e adolescentes nas dependências do Parque das Mangabeiras e o atendimento odontológico dessa população realizado na FO–UFMG. Os acadêmicos atuam nas duas frentes em sistema de rodízio. Participam do projeto três estudantes bolsistas e seis voluntários (3º ao 9º período). Para o atendimento odontológico, conta-se com o apoio integral da FPJ que promove o transporte das crianças, adolescentes e os seus responsáveis até as dependências da FO-UFMG. Na clínica, os procedimentos em atenção primária e secundária são executados pelos estudantes, trabalhando em duplas, com supervisão docente. Os responsáveis pelas crianças e adolescentes assinam um termo de compromisso e autorização como condição para o início do atendimento clínico.

No Parque das Mangabeiras o trabalho é desenvolvido com o uso de métodos participativos e na forma de oficinas, que permitem a troca de informações entre os participantes que trazem para o coletivo as experiências do seu cotidiano8. Nesse momento ocorre a interação dos acadêmicos com as crianças e adolescentes, destes com os educadores vinculados ao parque e o processo de ensino aprendizagem se materializa. Os temas trabalhados são escolhidos coletivamente e referem-se principalmente às necessidades apontadas pelas crianças e adolescentes. Em geral os temas versam sobre higiene corporal e bucal, saúde e meio ambiente, direitos e deveres das crianças e adolescentes. Antecede o desenvolvimento das oficinas a apresentação da demanda e planejamento das atividades à coordenação do Parque das Mangabeiras, no papel de responsável pelo acompanhamento das atividades do projeto em nome do poder público. As oficinas são organizadas com material disponibilizado pelo parque.

Um dos desafios que se apresenta para o projeto é o planejamento e organização das atividades que respondam aos princípios gerais da promoção á saúde em duas frentes de trabalho que se articulam, a promoção à saúde de caráter coletivo e o atendimento clínico individual. A orientação metodológica para o desenvolvimento do projeto utiliza ainda o referencial da promoção à saúde e o princípio da conquista da autonomia de Paulo Freire. Nesse sentido, propõe-se superar a utilização de medidas normativas centradas no modelo biomédico, que normalmente são empregadas nos programas educativos e preventivos9. Além disso, o projeto favorece entre as crianças e adolescentes o desenvolvimento de atitudes e comportamentos compatíveis com a responsabilidade no cuidado com a própria saúde10,11. É oportunizado o livre acesso a temas fundamentais relacionados à saúde, que passam a fazer parte da vida da população e o exercício da auto-expressão e, consequentemente, do autoconhecimento.

Mensalmente são realizadas reuniões com os acadêmicos de Odontologia e professores para o aprimoramento do planejamento inicial. A avaliação da participação dos estudantes ocorre semestralmente por meio dos indicadores de assiduidade, frequência, responsabilidade e capacidade de solucionar problemas. Ao final de cada ano letivo os acadêmicos organizam uma atividade de confraternização para toda a equipe do projeto.

Durante os 10 anos de implantação e desenvolvimento do projeto, onde participaram mais de uma centena de estudantes do Curso de Odontologia, além das atividades semanais de promoção á saúde e atendimento clínico, é importante destacar a edificação no parque de um local destinado à higienização bucal das crianças e adolescentes, a implantação do mural da saúde e da rotina de higiene bucal, o atendimento clínico da totalidade das crianças e adolescentes que anualmente se inserem no programa e dos funcionários do Parque das Mangabeiras vinculados ao projeto. Ao atendimento odontológico está articulado um programa de manutenção preventiva da saúde bucal daqueles pacientes que já tiveram o tratamento completado e que continuam vinculados ao projeto.

Quanto ao retorno para a formação profissional, o projeto oferece ao estudante a diversificação dos cenários de aprendizagem, a convivência com situações reais da prática odontológica e a oportunidade da resolução de problemas por meio de práticas intersetoriais e de caráter interdisciplinar. São ainda desenvolvidas pelos estudantes as competências para a comunicação, liderança, tomada de decisão, planejamento e avaliação de projetos de atenção à saúde.

2bO Índice de Vulnerabilidade Social Familiar foi gerado considerando os indicadores de educação, renda e habitação tomando-se como unidade básica a família5.
3cO Índice de Qualidade de Vida Urbana em Belo Horizonte foi calculado segundo as variáveis: abastecimento, cultura, educação, esportes, habitação, infra-estrutura urbana, meio ambiente, saúde, serviços urbanos, e segurança pública6.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto apresenta grande potencial para alargar os horizontes da prática odontológica e da formação profissional reforçando o potencial dos atores nele implicados, particularmente no que tange às práticas de promoção à saúde. As experiências com o trabalho interdiciplinar e intersetorial são particularmente ricas no aspecto colaborativo, revelando a capacidade de superação de problemas quando o trabalho é realizado em equipe. Com o projeto, a FO-UFMG fortalece a formação do cirurgião dentista naquilo que lhe compete na oferta do ensino segundo as recomendações das DCN e garante a presença da Universidade em espaços mais próximos das demandas da comunidade.

Se por um lado, o projeto tem se apresentado como promissor para o atendimento das demandas sociais, e cenário de aprendizagem para a formação profissional segundo as DCN, por outro, o atendimento clínico da população realizado provisoriamente nas clínicas da FO-UFMG merece atenção especial para o encaminhamento de solução definitiva e negociada, com a comunidade e com os serviços de saúde. Nessa direção, existe também a expectativa da ampliação das oportunidades de atuação na comunidade do entorno do Parque das Mangabeiras. Prevê-se uma expansão das atividades do projeto o que exigirá novo trabalho de articulação com a comunidade, com a Prefeitura Municipal e com a Universidade. Com esse cenário cresce em importância a definição de estratégias de sustentabilidade para o projeto.

 

REFERÊNCIAS

1. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte [Internet]. Belo Horizonte: Fundação de Parques Municipais [acesso em 2011 nov 1]. Disopnível em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPo rtal&app=fundacaoparque&tax=15257&lang= pt_BR&pg=5521&taxp=0&         [ Links ].

2. Brasil [Internet]. Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde. [acesso em 2011 jul 9]. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Politica_ nacional_%20saude_nv.pdf.

3. Universidade Federal de Minas Gerais [Internet]. Diretrizes da Extensão na UFMG. Belo Horizonte: Pró-Reitoria de Extensão da UFMG. [acesso em 2011 jul 9]. Disponível em: http://www.ufmg.br/proex/politicas.php.

4. Brasil [Internet]. Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Farmácia e Odontologia. Brasília: Ministério da Educação, [acesso em 2001 nov 6]. Disponível em: http://www.odonto.ufmg.br/discussao_curriculo/parecerces1300.pdf.

5. Garcia R, Matos R. [Internet]. A distribuição espacial da vulnerabilidade social das famílias brasileiras [acesso em 2011 jul 9]. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/SeminarioPopulacaoPobrezaDesigualdade2007/docs/SemPopPob07_1036.pdf.

6. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. [InternetSérie histórica IQVU: 1994-2000- 2006: notas metodológicas [acesso em 2011 jul 9]. Disponível em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=planejamentoegestao&tax=19447&lang=pt_BR&pg=6901&taxp=0&.

7. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. [Internet]. Índice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte –2006. nova metodologia [acesso em 2011 jul 9]. Disponível em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/files.do?evento=download&urlArqPlc=iqvu2006.pdf.

8. Afonso MLM. Oficinas em dinâmica de grupo na área da saúde. Belo Horizonte: Casa do Psicólogo; 2010.

9. Matos ANF. Promoção de Saúde: a percepção dos docentes de um curso de odontologia [dissertação]. Belo Horizonte: Faculdade de Odontologia da UFMG; 2003.

10. Buss PM. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciênc Saúde Coletiva. 2000; 5:163-77.

11. Freire P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra; 1997.

 

 

Autor correspondente:
Flávio de Freitas Mattos
Departamento de Odontologia Social e Preventiva – FO-UFMG
Av. Antônio Carlos 6627 – Campus Pampulha
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E-mail: f.f.mattos@uol.com.br