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Arquivos em Odontologia

versão impressa ISSN 1516-0939

Arq. Odontol. vol.52 no.1 Belo Horizonte Jan./Mar. 2016

 

 

Autopercepção de idosos de Teresina-PI sobre saúde bucal e fatores associados

 

Self-perception of oral health by elderly and associated factors in Teresina-PI

 

 

Maria Josecí Lima Cavalcante Vale I; Flávia Martão Flório II; Luciane Zanin III; Glaucia Maria Bovi Ambrosano IV; Roberta Blanco Santos II

 

I Faculdade Integral Diferencial (FACID), Teresina, PI, Brazil
II São Leopoldo Mandic School of Dentistry and Research Center, Campinas, SP, Brazil
III Centro Universitário Hermínio Ometto (Uniararas), School of Dentistry, Araras, SP, Brazil
IV Universidade Federal de Campinas (FOP-UNICAMP), Piracicaba, SP, Brazil

 

Contatos: josecivale67@gmail.com, flaviaflorio@yahoo.com, zaninsouza@yahoo.com.br, glaucia@fop.unicamp.br, robertablanco@gmail.com

 

 


 

RESUMO

Objetivo: Avaliar a autopercepção da saúde bucal, associando-a a variáveis socioeconômicas, clínicas e comportamentais. Material e Métodos: Este estudo de natureza transversal avaliou uma amostra de 425 idosos de 60 anos, de Teresina-PI. O exame intrabucal foi realizado pelo índice de ataque de cárie (CPO-D), índice periodontal e uso e necessidade de prótese. O índice de saúde bucal geriátrica (GOHAI) foi avaliado por meio de entrevista, cujos dados referentes foram apresentados de forma descritiva e posteriormente dicotomizados em baixa percepção (somatório dos escores < 32) e alta percepção (somatório dos escores ≥ 32). Foram feitas análises univariadas por meio do teste de qui-quadrado para se avaliar a associação entre o perfil do idoso, CPO-D, índice periodontal e uso e necessidade de prótese (variáveis de exposição) e o índice GOHAI (variável de desfecho). As variáveis que apresentaram nível de significância menor que 0,2 foram estudadas na análise de regressão logística múltipla com procedimento stepwise, a fim de identificar os fatores associados à baixa percepção. Resultados: O CPO-D foi de 29,3 ± 4,4 (média / ± dp). Em relação à doença periodontal, 14,2% dos dentes eram hígidos, 23,5% com sangramento e 7,0% com bolsa periodontal. Quanto ao uso de prótese, 73,4% e 47,5% dos idosos pesquisados usam-na na região superior e inferior, respectivamente; e 25,0% e 51,0% necessitam de prótese na região superior e inferior, respectivamente. Os idosos com renda menor ou igual a um salário mínimo apresentaram 2,19 (IC: 1,30-3,69) vezes mais chance de apresentar baixa percepção de saúde bucal. Aqueles que ingerem diariamente medicamentos têm 1,90 (IC: 1,10-2,87) vezes mais chance de apresentar baixa percepção de saúde bucal e os que não necessitam de próteses dentárias inferiores têm 1,88 (IC: 0,35-1,09) vezes mais chance de apresentar baixa percepção de saúde bucal que os idosos que necessitam de próteses totais. Conclusão: A autopercepção da saúde bucal pelos idosos de Teresina-PI, participantes deste estudo, foi positiva. No entanto, possuir renda mensal menor que um salário mínimo, ingerir diariamente medicamentos e necessitar de próteses totais inferiores são fatores associados a uma baixa percepção desses sujeitos em relação à sua saúde bucal.

Descritores: Autoimagem. Saúde bucal. Idoso.


 

ABSTRACT

Aim: To assess self-perceived oral health and its association with socioeconomic, clinical, and behavioral variables. Methods: This cross-sectional study evaluated 425 elderly patients (60 years of age) from Teresina, PI, Brazil. The intraoral examination was performed by the caries attack rate (DMFT), the periodontal index and the need for prosthesis. The Geriatric Oral Health Assessment Index (GOHAI) was assessed through interviews. The data related to GOHAI were presented descriptively and then dichotomized into low perception (sum of scores < 32) and high perception (sum of scores ≥ 32). Univariate analyses were performed using the chi-square test to assess the association between the old profile, the DMFT, the periodontal index, the use and need for prostheses (exposure variables), and GOHAI (outcome variable). Variables with a significance level of less than 0.2 were studied in a multiple logistic regression analysis, using the "stepwise" procedure, in order to identify the factors associated with low perception. Results: The DMFT was 29.3 ± 4.4 (mean / ± SD). Regarding periodontal disease, 14.2% of the teeth were healthy, 23.5% presented bleeding, and 7.0% presented a periodontal pocket. Regarding the use of a prosthesis, 73.4% and 47.5% used it in the top and bottom regions, respectively, while 25.0% and 51.0% needed the prostheses in the upper and lower regions, respectively. Elderly patients with incomes of lower or equal to 1 minimum salary are 2.19 (CI: 1.30 to 3.69) times more likely to present a weak perception of oral health. By contrast, the elderly patients who take medications on a daily basis are 1.90 (CI: 1.10 to 2.87) times more likely to present a weak perception of oral health, while the elderly who require lower dentures are 1.88 (CI: 0.35 to 1.09) times more likely to present a weak perception of oral health than are the elderly who need to use full dentures. Conclusion: The self-perception of oral health by the elderly of Teresina, Piauí, Brazil in this study was positive; however, monthly incomes of lower than 1 minimum salary, daily intakes of medications, and the need for lower dentures are factors associated with a weak perception of oral health reported by this study's participants.

Uniterms: Self-perception. Oral health. Elderly.


 

 

INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população é uma realidade vivenciada tanto em países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento, consequência, principalmente, da diminuição das taxas de fecundidade, diminuição da mortalidade infantil e mortalidade nas idades mais avançadas e a melhoria na qualidade de vida1.

No Brasil, essa mudança no perfil epidemiológico da população idosa exigiu mudanças na área da saúde, bem como na prática da Odontologia, sendo necessário o conhecimento mais aprofundado sobre a odontogeriatria e sobre aspectos psicossociais dos idosos que possam influenciar diretamente no tratamento odontológico2.

A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, Projeto SB Brasil 2010, teve como objetivo geral conhecer as condições de saúde bucal da população brasileira, subsidiar o planejamento e a avaliação das ações e serviços junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) e manter uma base de dados eletrônica para o componente de vigilância à saúde da Política Nacional de Saúde Bucal. Os maiores problemas bucais detectados na pesquisa foram na população entre 65 e 74 anos de idade. Atualmente, cerca de 7 milhões de idosos não utilizam prótese nas duas arcadas ou usam-na em apenas uma delas, caracterizando o perfil de edentulismo da população idosa brasileira. De 2003 a 2010, a proporção de idosos afetados pelo problema caiu pouco, com redução de apenas um ponto percentual para os dois casos: de 24,0% para 23,0%, entre os que precisam de prótese total e de 16,0% para 15,0% entre os que necessitam de prótese parcial3.

A saúde bucal do idoso, quando comprometida, pode influenciar negativamente o nível nutricional, o bem-estar físico e mental, além de diminuir o prazer de uma vida social. Assim, o desenvolvimento de programas específicos que valorizem a manutenção da saúde bucal e, conseqüentemente, a qualidade de vida, se tornam importantes4.

De acordo com a pesquisa SB Brasil 20035 a autopercepção em saúde bucal dos voluntários na faixa etária de 65 a 74 anos mostrou uma porcentagem de 4,7%, 11,6% e 27,5% de pessoas relatando uma situação de saúde bucal péssima, ruim ou regular, respectivamente. Já em 2010, essas porcentagens foram de 3,0%, 25,2% e 17,3% dos avaliados, considerando que estão muito insatisfeitos, insatisfeitos, nem satisfeitos nem insatisfeitos, respectivamente, com sua saúde bucal3.

A avaliação da autopercepção da condição de saúde bucal permite que se tenha um panorama mais próximo da real condição do indivíduo, integrando os resultados clínicos às reais expectativas, anseios, medos e necessidades individuais do idoso6, além de fornecer informação fidedigna que contribua para a elaboração de estratégias pertinentes no âmbito da saúde pública.

Os objetivos deste estudo foram: avaliar a autopercepção da saúde bucal, associando-a a variáveis socioeconômicas, clínicas e comportamentais em idosos de Teresina-PI.

 

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo observacional transversal buscou avaliar idosos de todos os nove centros de convivência e quatro abrigos da cidade de Teresina-PI. O universo foi composto por 1.911 idosos de ambos os sexos. O cálculo do tamanho amostral foi realizado em função da freqüência de pessoas (43,6%) que relataram uma situação de saúde bucal negativa (péssima, ruim ou regular) para a faixa etária de 65 a 74 anos, segundo dados do Levantamento Epidemiológico SB-Brasil 20035 e considerou-se 1,96 para o valor limite da área de rejeição (nível de significância de 95,0%) e 10,0% como a margem de erro aceitável. Os ajustes ao tamanho da amostra mínima calculada consideraram a correção para população finita e 10% como a taxa de não resposta (0,10), chegando-se ao cálculo de 433 indivíduos. Esse tamanho de amostra proporcionou um poder do teste (1-β) de 0,80 com nível de significância α de 0,05 para um odds ratio de 1,5 e porcentagem de respostas no grupo não exposto de 50%.

De posse de uma listagem com os nomes dos idosos com mais de 60 anos de cada centro/abrigo, realizou-se um sorteio aleatório simples, excluindo-se os voluntários que não aceitaram participar do estudo, ou apresentaram dificuldade para abrir a boca para a realização do exame clínico e os que não entenderam as instruções ou não conseguiram responder ao questionário, chegando-se, por fim, a 425 idosos voluntários.

Com a finalidade de garantir a uniformidade de interpretação, compreensão e aplicação dos critérios estudados, foi realizada a calibração da examinadora7. Esse processo teve duração de 12 horas com 10 voluntários no Abrigo São Lucas, não participantes do estudo principal. Teve como objetivo a verificação do tempo de aplicação do questionário, do exame clínico e possíveis dúvidas no entendimento do questionário. A porcentagem de concordância intraexaminador observada foi de 75,0% (CPI), 93% (CPO-D) e 100% (uso e necessidade de prótese).

A coleta de dados clínicos foi realizada apenas por uma examinadora previamente calibrada, uma cirurgiã-dentista com experiência em levantamentos epidemiológicos. A verificação da cárie dentária foi realizada baseada nos códigos e critérios preconizados pela OMS8, adaptados pela Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP)9, pelo índice CPO-D, o qual avalia o número de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados.

Para a avaliação das condições periodontais, foi utilizado o Índice Periodontal Comunitário (CPI) que avaliou três indicadores das condições periodontais: sangramento gengival, cálculo e bolsas periodontais nos dentes: 17, 16; 11; 26, 27; 47, 46; 31 e 36, 37, representantes dos seis sextantes, preconizado pela OMS8.

Avaliou-se o uso e necessidades protéticas para os arcos superior e inferior. O critério "prótese presente" foi considerado quando esta estava sendo usada no momento do exame. As condições protéticas consideradas foram: prótese fixa, prótese parcial removível, prótese parcial fixa e removível, prótese total, sem prótese e não registrado, conforme preconizado pela OMS8.

Com o objetivo de delinear o perfil dos voluntários, foram realizadas entrevistas por um auxiliar em saúde bucal, envolvendo perguntas referentes ao estado civil (solteiro/ casado/ separado/ viúvo), escolaridade (analfabeto/ não analfabeto) ocupação profissional (aposentado/ não aposentado/ ativo), procedência (rural/ urbana), idade, renda mensal (salário mínimo e câmbio vigentes na ocasião da coleta de dados = R$ 415,00 = US$ 192,57), se fumava (sim/ não), ingeria medicamentos diariamente (sim/ não) e bebia álcool (sim/ não), além de informações sobre hábitos de higiene oral. A entrevista também coletou informações sobre os cuidados com os dentes, nas perguntas em que o sujeito relatava se: havia recebido atendimento dentário no último ano (sim/ não), usava escova dental (sim/ não), usava a escova diariamente (sim/ não), usava fio dental (sim/ não), usava fio dental diariamente (sim/ não).

A regularidade na busca ao dentista para cuidados com a saúde bucal foi referenciada na avaliação do atendimento. Perguntou-se quando o idoso havia ido ao dentista (nos últimos 12 meses/ há mais de 1 ano/ há mais de 2 anos/ há mais de 5 anos/ nunca foi), o que achou do atendimento (bom/ regular/ ruim), se foi realizado no serviço público (sim/ não), se completou o tratamento (sim/ não) e se recebeu orientações de saúde bucal durante o tratamento odontológico (sim/ não).

O Geriatric Oral Health Assesment Index – Índice de Saúde Bucal Geriátrica (GOHAI) foi traduzido e validado para ser aplicado à população brasileira10,11. O índice é composto por um instrumento com doze perguntas que procuram avaliar se nos últimos três meses o idoso apresentou algum problema funcional, psicológico ou doloroso, devido a problemas bucais12.

O índice permite analisar a saúde bucal em relação a três funções básicas: (a) física, incluindo alimentação, fala e deglutição (questões 1, 2, 3 e 4); (b) psicológica, compreendendo a preocupação ou o cuidado com a própria saúde bucal, insatisfação com a aparência, autoconsciência relativa à saúde bucal e o fato de evitar contatos sociais por problemas odontológicos (questões 6, 7, 9, 10 e 11); (c) dor ou desconforto, considerando o uso de medicamento para aliviar essas sensações, desde que provenientes da boca (questões 5, 8 e 12). A aplicação desse questionário foi realizada apenas pela cirurgiã-dentista responsável pela pesquisa, na forma de entrevista.

Análise estatística

A análise estatística foi realizada utilizando o programa estatístico Statistical Analysis System (SAS Institute Inc., Cary, NC, USA, Release 8.2, 2001), por meio do qual se fez uma análise descritiva do índice GOHAI, calculando-se a média, mediana, valor mínimo, valor máximo e desvio padrão em função de cada variável estudada. Por conseguinte, a variável índice GOHAI foi dicotomizada na mediana em baixa percepção (somatório dos escores < 32) e alta percepção (somatório dos escores ≥ 32).

Foram feitas análises univariadas por meio do teste de qui-quadrado para se avaliar a associação entre o perfil do idoso, definido pela idade no momento do exame, estado civil, gênero, procedência, escolaridade, renda mensal, ocupação profissional, características de hábitos de ingestão de bebidas alcoólicas e ingestão de medicamentos diariamente; as características de saúde bucal do idoso foram definidas pelas condições e necessidades de próteses superior e inferior, uso de escova e fio dental, índice periodontal comunitário (CPO-D) e o índice GOHAI, tomando-se como elemento de discriminação o valor da mediana.

As variáveis que apresentaram nível de significância menor que 0,20 foram inseridas na análise de regressão logística múltipla com procedimento stepwise, a fim de identificar os fatores associados para um índice GOHAI baixo. O modelo final ajustado contou com as variáveis que constituíram o perfil dos idosos, descritas acima, as quais apresentaram associação significativa com o GOHAI, estimando-se odds ratio e os intervalos de confiança a 95,0%, com nível de significância de 5,0%.

Todo o estudo foi conduzido de acordo com os preceitos determinados pela Resolução 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o nº 06/224.

 

RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta a classificação dos indivíduos segundo o índice GOHAI, dicotomizadas em função do tipo de instituição. Visto que as variáveis não se relacionaram estatisticamente, a análise do resultado desconsiderou o tipo de instituição estudada.

 

 

 

Após tabulação dos dados relativos aos 425 voluntários, realizou-se uma análise descritiva das variáveis, considerando-se as medidas de tendência central (média e mediana), a medida de dispersão, desvio padrão e os valores mínimo e máximo do índice GOHAI (Tabela 2).

 

 

 

Dos 425 idosos examinados, 212 (49,9%) tinham entre 60-70 anos, 169 (39,8%) eram viúvos (as), 322 (75,8%) eram do gênero feminino, 240 (56,4%) eram de origem urbana, 339 (79,8%) tinham uma renda mensal menor ou igual a um salário mínimo e 367 (86,4%) eram aposentados. Apenas 3,5% nunca foram ao dentista e a maioria (56,9%) relatou que foi ao dentista nos últimos 5 anos.

Observou-se que a maior parte dos idosos (65,4%) usava próteses, especialmente as totais superiores.

Dos idosos avaliados, 85,4% usavam escova dental, 82,8% destes usavam diariamente e 86,8% relataram que não usavam fio dental.

Na Tabela 3 podem ser observadas as associações entre as variáveis de estudo com a dicotomização do índice GOHAI, tomando-se como elemento de discriminação o valor da mediana.

 

 

 

Entre as variáveis analisadas na Tabela 3, grau de escolaridade, renda mensal, ocupação profissional, ingestão de medicamentos diariamente, necessidade de prótese superior e inferior apresentaram uma associação estatisticamente significativa (p ≤ 0,05) em relação ao GOHAI.

Ao se avaliar a associação entre o perfil do idoso e o índice GOHAI, observou-se que 226 idosos (53,2%) apresentaram um GOHAI alto e 199 idosos (46,8%) GOHAI baixo.

Dos idosos que tinham baixa percepção de saúde bucal, 54,8% eram analfabetos, 51,0% possuíam uma renda mensal menor ou igual a um salário mínimo, 71,4% eram economicamente ativos, 61,4% não eram aposentados, 49,5% ingeriam medicamentos diariamente, 58,5% necessitavam de prótese total superior e 60,0% de prótese total inferior.

As variáveis que apresentaram nível de significância menor que 0,20 nas análises individuais foram testadas na análise de regressão logística múltipla. Permaneceram no modelo de regressão logística múltipla as variáveis que apresentaram associação significativa (p ≤ 0,05), estimando-se os odds ratio e os intervalos de confiança a 95% (Tabela 4).

 

 

 

Entre as variáveis que permaneceram no modelo final, renda mensal, ingestão diária de medicamentos e necessidade de prótese inferior foram identificados como os fatores de risco para uma baixa percepção de saúde bucal (p < 0,05).

Verificou-se que os idosos com renda menor ou igual a um salário mínimo apresentam 2,19 (95%IC: 1,30 - 3,69) vezes mais chance de apresentar baixa percepção de saúde bucal.

Os idosos que ingerem diariamente medicamentos têm 1,90 (95%IC: 1,10 - 2,87) vezes mais chance de apresentar baixa percepção de saúde bucal do que os idosos que não apresentam essa ingestão diária (p = 0,03).

Os idosos que não necessitam de próteses dentárias inferiores têm 1,88 (IC: 0,35 - 1,09) vezes mais chance de apresentar baixa percepção de saúde bucal do que os idosos que necessitam de próteses totais.

 

DISCUSSÃO

A perda total de dentes ainda é aceita pela sociedade como algo normal e natural e não como reflexo da falta de políticas preventivas de saúde, destinadas principalmente à população adulta, para que mantenha seus dentes até idades mais avançadas13. Dessa forma, faz-se necessário uma reflexão mais profunda sobre a questão social que o idoso representa, diante das angústias daqueles que conseguem ter uma vida longa sem qualidade de vida, acentuando os problemas da aposentadoria, da redução de renda, das doenças crônicas, da solidão e pobreza.

No Brasil, verificam-se grandes desigualdades sociais, vivenciadas principalmente pelos idosos que, em sua maioria, tiveram pouco acesso à educação. Até o ano de 1994 não existia, no país, uma política nacional para os idosos. As autoridades governamentais brasileiras só intensificaram sua mobilização em prol de políticas específicas para essa faixa etária a partir dos efeitos produzidos pela sua organização sociopolítica14.

A Política Nacional do Idoso15, instituída pela lei nº 8.842/94, regulamentada em 3 de julho de 1996, pelo decreto nº 1.948/96, teve como objetivo assegurar os direitos do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.

O Governo Federal deu um grande passo com a criação da Política Nacional de Saúde Bucal: Brasil Sorridente, com ações em saúde bucal voltadas para cidadãos de todas as idades. Criada em 17 de março de 2004, pela primeira vez na história, o governo desenvolveu uma política estruturada com o objetivo de ampliar e garantir a assistência odontológica à população. Essa política apresenta, entre suas linhas de ação, a reorganização da atenção especializada, pela implantação de Centros de Especialidades Odontológicas e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias16.

O aumento da expectativa de vida tem como consequência o crescimento do número de idosos, sendo importante o desenvolvimento de pesquisas que forneçam um diagnóstico preciso das reais condições de saúde bucal dessa população17.

Embora a cidade de Teresina-PI possua 226 equipes de Saúde da Família (PSF), sendo destas 150 de equipes de Saúde Bucal, hospitais e serviços de referência, não possuem nenhum serviço de saúde específico que valorize e priorize o paciente idoso. Buscar uma Odontologia que reconheça a forma como a população percebe sua condição de saúde bucal seria uma forma de melhorar as condições precárias de saúde bucal e, conseqüentemente, a qualidade de vida das pessoas18.

O município de Teresina possui nove Centros de Convivência na área urbana, três abrigos administrados por organizações não governamentais (ONGs) e um abrigo gerenciado pelo Estado. Embora a finalidade dos Centros de Convivência não seja diretamente dar assistência médica ou odontológica para essa população, eles desempenham importante papel social, pois têm como objetivo integrar o idoso na sociedade em que vive. Trata-se, assim, de um local destinado à permanência diurna do idoso, onde são desenvolvidas atividades físicas, laborais, culturais, recreativas, associativas e de educação para a cidadania. Ali são promovidas palestras, debates e outras atividades, com informações sobre previdência social e outras questões relativas ao envelhecimento.

A autopercepção da saúde bucal do idoso permitirá o conhecimento da sua condição e facilitará a integração do profissional com o paciente, melhorando a implementação de ações que aumentem a sua qualidade de vida.

Em relação ao perfil do idoso, observou-se que 34,3% eram analfabetos, 86,3% eram aposentados e a maioria dos idosos (79,76%) possuía uma renda igual ou inferior a 1 salário mínimo (R$ 415,00 em 2008). Apesar do baixo valor do salário mínimo, este é o benefício social que contempla grande parte dos idosos brasileiros, sendo que muitos deles vivem apenas com essa receita como única fonte de renda18.

A predominância de idosas pode estar relacionada à maior longevidade das mulheres em relação aos homens, devido, principalmente, à menor exposição a determinados fatores de risco de trabalho, menor prevalência de tabagismo e uso de álcool, diferenças quanto à atitude em relação a doenças e/ou incapacidades e maior assistência médico-obstétrica19.

Os idosos percebem suas necessidades de tratamento a partir de sinais e sintomas específicos, como perda dentária e dor e não a partir de uma avaliação geral de sua real condição de saúde bucal. A própria sociedade acredita na naturalidade das perdas dentárias com avanço da idade e não considera que a falta de dentes acarreta na redução da qualidade da mastigação e deglutição dos alimentos20.

Quanto à doença periodontal, os resultados estão próximos dos encontrados no SB Brasil 20035 para a faixa etária de 65 a 74 anos, que foi de 60,8% para sextantes nulos e também, de acordo com estudo já publicado, que foi de 60,9%21, mas inferior a outros estudos realizados em duas cidades do estado de São Paulo que tiveram uma frequência de 80,8%22 e 70,3%23. Essa realidade é consequência dos serviços odontológicos prestados que priorizam as extrações dentárias e não ações preventivas ocorridas ao longo dos anos5.

A não utilização do fio dental (86,8%) por idosos representa um procedimento comum, pela ausência de dentes ou falta de hábito, dificuldade motora e falta de motivação24. O CPO-D encontrado foi de 29,3 ± 4,4 (média / ± dp), próximo aos resultados dos estudos encontrados na literatura científica13 e também no SB Brasil 20035, que foi de 27,8. Quando avaliado cada componente em separado, observou-se que o componente perdido foi responsável por 93,8% do índice nesta população5,13. No SB Brasil 2010, o CPO-D médio encontrado para a faixa etária entre 65- 74 anos na região Nordeste foi de 27,2 e para todo o Brasil, nessa mesma faixa etária foi de 27,53.

O índice elevado de edentulismo presente nos idosos justifica-se pelo modelo predominante de atenção à saúde bucal que prioriza, nessa faixa etária, as exodontias, as restaurações e a reabilitação oral (pelo uso de próteses) e não a promoção de saúde; além da maior dificuldade de adaptação às próteses inferiores e da falta de acesso aos serviços odontológicos25.

O fator "necessidade de prótese superior e inferior" teve associação estatisticamente significativa (p ≤ 0,05) com o índice GOHAI, mas somente a necessidade de prótese inferior foi identificada como um fator associado à baixa percepção.

A maioria dos voluntários usa prótese superior (73,4%), resultado não muito diferente daqueles colhidos em 2010, na região Nordeste, para a faixa etária entre 65 a 74 anos de idade, em que 68,6% utilizavam próteses superiores e entre esses, 56,1% utilizavam próteses totais3. Esses resultados também estão de acordo com outros estudos26,27, mas em desacordo com estudos que mostram que somente 20,0%28 e 43,4% dos idosos utilizavam próteses superiores29. A necessidade de prótese superior (24,9%) e inferior (51,0%) identificadas neste estudo foi inferior aos valores detectados para o Brasil em 20035, sendo 32,4% e 56,0% para prótese superior e inferior, respectivamente.

Verifica-se que a maioria dos examinados (76,4%) relatou não ter recebido atendimento dentário no último ano, sendo este número maior que os encontrados no levantamento nacional das condições de saúde bucal da população brasileira, que foi de 48,5% para a faixa etária de 65 a 74 anos5. Entretanto, não se pode deixar de lembrar que as pessoas têm o hábito de procurar o profissional da Odontologia apenas nos momentos dolorosos3.

Existe a necessidade de esclarecer a população da necessidade precoce dos cuidados à saúde bucal, pois não teremos idosos dentados enquanto houver adolescentes sem acesso à saúde bucal. Segundo dados obtidos no SB Brasil 20103, cerca de 18,0% dos adolescentes brasileiros na faixa etária de 15-19 anos nunca foram ao dentista. Existem desigualdades regionais marcantes: 5,0% dos adolescentes da Região Sul relataram nunca ter ido ao dentista, enquanto esse percentual chega a 16,0% na Região Nordeste. Verificou-se também que um dos principais motivos da ida ao dentista foi à consulta de rotina/manutenção, relatada por cerca de 36,2% dos adolescentes. Quanto aos adultos e idosos, a porcentagem de pessoas que foram ao dentista devido à presença de dor/tratamento foi de cerca de 45,0% nessas fases da vida3.

Apesar de todos esses dados apontarem para uma condição de saúde bucal e qualidade de vida insatisfatória, ao se avaliar a associação entre o perfil do idoso e o índice GOHAI, observou-se que 226 dos idosos (53,1%) apresentaram alta percepção de saúde e 199 idosos (46,8%) baixa percepção. Esses resultados coincidem com os resultados já apresentados na literatura que trata desse tema10,29.

Não se pode avaliar a percepção da saúde bucal dos idosos analisando apenas fatores clínicos, sem compreender o contexto social deles. Idosos de baixa renda, analfabetos e sem moradia digna podem apresentar uma percepção equivocada sobre sua saúde bucal. Portanto, as respostas para doença e a experiência do processo saúde -doença dependem dos fatores sociais30.

A percepção e a importância da sua condição bucal é um indicador do comportamento dos idosos, pois tem sido observado que ela não está associada ao uso de serviços de saúde e à mortalidade. Mesmo nos países que mantêm programas dirigidos a idosos, a principal razão para esse grupo não procurar o serviço odontológico é a não percepção de sua necessidade31. Em idosos, a percepção também pode ser afetada por valores pessoais, como a crença de que algumas dores e incapacidades são inevitáveis nessa idade 10,29.

As condições de saúde bucal através da autopercepção demonstram que as pessoas veem sua saúde bucal de maneira favorável, apesar da presença de problemas na mastigação e insatisfação com aparência, pois os sintomas dolorosos são as necessidades odontológicas12 mais reconhecidas.

Entre as variáveis analisadas, o grau de escolaridade, renda mensal, ocupação profissional, ingestão de medicamentos diariamente, necessidade de prótese superior e inferior apresentaram uma associação estatisticamente significativa em relação ao GOHAI na análise univariada. Os resultados sugerem uma associação entre ser analfabeto e apresentar baixa percepção de saúde bucal. Até o momento, a literatura científica tem explorado pouco esse tema na Odontologia, sendo necessária a realização de mais pesquisas17,18.

A análise multivariada mostrou que os fatores relativos à renda mensal, ingestão diária de medicamentos e necessidade de prótese inferior foram considerados como associados para o paciente apresentar uma baixa percepção de saúde bucal. A identificação desses fatores na população estudada é de grande interesse para estimar suas demandas por atividades preventivas e promoção da saúde.

O fato de os idosos com renda menor ou igual a um salário mínimo terem 2,19 vezes mais chance de apresentar baixa percepção de saúde bucal do que os idosos com renda mensal maior que um salário mínimo coincide com resultados já apresentados pela literatura científica que trata deste tema18.

A partir do conhecimento prévio da percepção de saúde bucal do idoso, a equipe de saúde bucal poderá integrar os resultados clínicos às reais expectativas, anseios, medos e necessidades individuais do paciente idoso. Assim, considerase a avaliação da autopercepção de idosos em relação à saúde bucal uma medida significativa para desenvolver ações de educação em saúde com ênfase na autoproteção e na autopercepção, conscientizando a pessoa para a necessidade de cuidados com sua saúde bucal, fornecendo também dados para subsidiar o planejamento e ações preventivas e curativas para essa população específica.

 

CONCLUSÃO

A autopercepção da saúde bucal pelos idosos de Teresina-PI, participantes deste estudo, avaliada através do índice GOHAI foi positiva. Possuir renda mensal menor que um salário mínimo, ingerir diariamente medicamentos e necessitar de próteses totais inferiores são fatores associados para uma baixa percepção desses sujeitos em relação à sua saúde bucal.

 

REFERÊNCIAS

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