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Odontologia Clínico-Científica (Online)

versão On-line ISSN 1677-3888

Odontol. Clín.-Cient. (Online) vol.10 no.3 Recife Jul./Set. 2011

 

ARTIGO ORIGINAL / REVIEW ARTICLE

 

Conhecimento e fatores de risco do câncer de boca em um programa de prevenção para motoristas de caminhão

 

Knowledge and risk factors of oral cancer in a prevention program for truck drivers

 

 

Fernanda ZanettiI; Mário Lúcio da Costa AzevedoII; Danyel Elias da Cruz PerezIII; Sílvio Rocha Corrêa da SilvaIV

I Aluna de Graduação do Curso de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto
II Aluno do Curso de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto
III Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco
IV Professor Doutor do Curso de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O objetivo deste estudo foi identificar, entre motoristas de caminhão, os conhecimentos em relação ao câncer de boca, seus fatores de risco, as lesões cancerizáveis e o tratamento dessa doença. O estudo foi realizado por meio de questionário em 776 pessoas que participaram de uma campanha de saúde realizada no estado de São Paulo, em 2009. O questionário com 17 questões procurou caracterizar a população de estudo em relação ao conhecimento, aos hábitos e às atitudes, como: fatores etiológicos; sinais e sintomas; prevenção; autoexame; visitas ao cirurgião-dentista. Os resultados mostraram que a idade média dos participantes foi de 42 anos (dp±10,1) e com baixa escolaridade (63,1% apenas com o ensino fundamental). A maioria (64,6%) não havia recebido nenhuma orientação sobre o câncer de boca, e apenas 32,1% souberam citar algumas das prováveis causas da doença. Os sinais suspeitos da doença foram relatados por 27,6% das pessoas, e apenas 15,9% responderam conhecer o autoexame da boca. Diante dos resultados apresentados, pode-se concluir que é importante a realização de campanhas educativas que visem à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de boca, pois a desinformação mostrou-se elevada.

Descritores: Neoplasias bucais; Boca; Prevenção de doenças; Autoexame.


ABSTRACT

The purpose of this study was to evaluate the knowledge of driver truck about oral cancer, its risk factors, injuries and treatment of disease. The study was conducted by questionnaire with 776 people who participated in a health campaign in the state of Sao Paulo in 2009. The questionnaire had 17 questions, wich looked for to characterize the population of study in relation to the knowledge, the habits and the attitudes, as etiological factors, signs and symptoms, prevention, self-examination; visits to the dentist. The results showed that the mean age of participants was 42 years (± 10.1), with low education (63.1% with basic education). The majority (64.6%) had not received any guidance on oral cancer and only 32.1% had known to cite some of the probable causes of the disease. The suspect signs of disease were reported by 27.6% of the people and only 15.9% said knowing the mouth's self-examination. Results of this study suggested that it is important to carry out educational campaigns aimed at the prevention and early diagnosis of oral cancer, because the lack of information was high.

Keywords: Mouth neoplamy; Mouth, Disease Prevention; Self-examination.


 

 

INTRODUÇÃO

O câncer de boca se constitui como uma das principais causas de morte no Brasil, sendo um problema de saúde pública devido ao grande número de pacientes diagnosticados anualmente e a sua repercussão na sociedade. O Estado de São Paulo teve estimativa de 15,19 casos a cada 100.000 homens e de 4,02 casos a cada 100.000 mulheres em 20101. Os fatores de risco mais significativos para o seu desenvolvimento são o consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas, que são responsáveis por aproximadamente 75% dos casos nos países desenvolvidos2, podendo, também, citados os hábitos alimentares3 e a condição socioeconômica4,5.

O câncer de boca, geralmente, é assintomático nos seus estágios iniciais, podendo mimetizar condições benignas comuns da boca. A despeito da facilidade de diagnóstico desse tumor, da existência de lesões precursoras bem definidas e de fatores de risco reconhecidamente envolvidos em grande parte dos casos, poucos resultados têm sido obtidos no tocante a sua prevenção junto às populações6. No Brasil, o índice de identificação de lesões malignas iniciais na boca é muito baixo, correspondendo a menos de 10% dos casos diagnosticados7.

O exame de detecção do câncer de boca deve ser parte integrante tanto do exame médico quanto do odontológico, pois a detecção precoce é fundamental. Entretanto, na maioria dos casos, a sua detecção acontece tardiamente quando a doença já se encontra em estádio considerado avançado e com índices de mortalidade maiores. O diagnóstico no início da doença e a efetivação do tratamento imediato possibilitam ao paciente de 80 a 85% de chance de cura, enquanto que, no estágio avançado, a chance de cura fica reduzida em 20 a 25%5.

Este estudo teve por objetivo identificar, entre motoristas de caminhão que participaram de uma campanha de saúde dirigida a esse grupo ocupacional, os conhecimentos em relação ao câncer de boca, seus fatores de risco, as lesões cancerizáveis e o tratamento dessa doença. Também procurou comparar o conhecimento dos motoristas que já participaram de campanhas anteriores com os que participaram pela primeira vez.

 

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa quantitativa e descritiva desenvolvida entre motoristas de caminhão que participaram de uma campanha de saúde, realizada por uma concessionária de rodovias do estado de São Paulo, no ano de 2009. A campanha teve duração de três dias, foi realizada em um posto de combustível, aberta à participação de pessoas interessadas e divulgada ao longo da rodovia, por meio de faixas e placas indicativas. Os participantes receberam orientações, fizeram exames médicos e odontológicos e receberam folhetos com fotografias sobre como realizar o autoexame bucal. Todas as atividades foram desenvolvidas por alunos dos cursos de graduação em Odontologia, Medicina e Enfermagem de uma universidade de Ribeirão Preto com a supervisão de docentes das áreas.

Participaram da campanha 1005 pessoas, e a população de estudo desse trabalho foi composta somente pelos motoristas de caminhão, num total de 776 pessoas (77,2% do total de participantes da campanha). A escolha por esse grupo ocupacional se deu em função de se constituírem em grupo de risco para o câncer de boca e de faringe6 que, além de geralmente, passar longos períodos fora da residência, alega falta de tempo para a realização de exames médicos preventivos e apresenta altos índices de hábitos nocivos potencialmente carcinogênicos, como o tabagismo e o alcoolismo8.

A coleta dos dados foi realizada mediante a aplicação de um questionário autoaplicável, desenvolvido para esse estudo e composto por 17 questões, abertas e fechadas, relacionadas à caracterização da amostra, como idade e escolaridade, hábitos, conhecimento das causas e características do câncer de boca.

Foi considerada como variável dependente a participação do entrevistado em campanhas anteriores. O questionário foi pré-testado, antes de sua aplicação definitiva, em população similar à de estudo em campanha anterior para correção e ajuste do instrumento de coleta dos dados.

A variável tabagismo foi mensurada, segundo a experiência com o tabaco de cada pessoa e, para isso, os participantes foram classificados em: nunca fumou, parou de fumar há mais de um ano e fuma atualmente. Para a ingestão de álcool, foi seguida a recomendação da Organização Mundial da Saúde9, na qual o consumo atual de álcool deve ser caracterizado como, pelo menos, uma dose de bebida alcoólica nos últimos 30 dias.

O estudo foi iniciado após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Ribeirão Preto (Protocolo 023/09), e todos os participantes receberam e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

O processamento e a análise dos dados foram realizados por meio do programa Epi-info versão 3.4.3. Foram construídas tabelas com as frequências absolutas e relativas dos dados coletados e, para testar a variável dependente, foi empregado o teste qui-quadrado com nível de significância de 5%.

 

 

 

 

 

 

 

RESULTADOS

A caracterização da amostra mostrou que a idade média encontrada foi de 42 anos (dp= 10,1 anos), com idade mínima de 20 e máxima de 74 anos. A escolaridade dos participantes foi baixa, pois 63,1% dos participantes haviam frequentado, apenas, o ensino fundamental, 29,4% o ensino médio, e 7,5%, o ensino superior. Já haviam participado de campanhas anteriores, 35,0% dos entrevistados.

Os hábitos da população estudada quanto ao consumo de bebida alcoólica indicaram que 47,8% ingeriram, pelo menos, uma dose de bebida alcoólica nos 30 dias anteriores à pesquisa, enquanto, em relação ao tabagismo, identificaram-se 20,5% de fumantes.

O uso de prótese total foi relatado por 16,5% dos entrevistados, e o de prótese parcial removível, por 19,3%, com uma média de 12,6 anos de tempo de uso da mesma prótese. A escovação dentária era realizada, uma vez ao dia, por 13,1% dos entrevistados, duas ou mais vezes/dia por 84,3% dos motoristas, enquanto 2,6% dos motoristas não faziam a escovação dentária. Frequentavam um dentista, anualmente, 43,0% dos participantes, e ocasionalmente, 57,0%.

Sobre as doenças que podem ocorrer na boca, o câncer foi a mais citada com 49,8%, percentual superior aos que responderam cárie (23,7%) e gengivite (6,6%). Também foram citadas: afta, herpes, tártaro, mau-hálito, micose e tuberculose. O médico foi o profissional que 52,8% dos motoristas procurariam, caso tivessem alguma das doenças citadas acima, enquanto o cirurgião-dentista seria procurado por 42,0% dos entrevistados, enquanto 2,8% não procurariam ninguém ou não saberiam a quem procurar.

Sobre o câncer de boca, 64,6% responderam que nunca foram orientados sobre essa doença, e apenas 32,1% dos entrevistados souberam citar algumas das prováveis causas (tabela 1); 27,6% disseram conhecer algum sinal ou sintoma suspeito do câncer de boca (tabela 2). Sobre o autoexame bucal, apenas 15,9% dos motoristas o conhecem.

A tabela 3 compara o conhecimento e os hábitos dos motoristas de caminhão que estavam participando, pela primeira vez, da campanha com aqueles que já haviam participado de campanhas anteriores.

 

DISCUSSÃO

Estudos10,11,12 que procuram avaliar o conhecimento e as práticas de saúde da população adulta sobre o câncer de boca apresentam em comum o baixo entendimento que as pessoas, em geral, têm dessa doença. Uma exceção foi o estudo de Ribeiro et al.12, o qual mostrou que pessoas não pertencentes aos principais grupos de risco, como mulheres não consumidoras de tabaco e álcool, apresentavam alto percentual de conhecimento da doença e de seus fatores de risco. Porém é preciso admitir que poucas campanhas de saúde são realizadas com o objetivo de educar e informar sobre os sinais e sintomas desse tipo de câncer bem como do autoexame bucal.

Este estudo confirma essa situação ao focar motoristas de caminhão. Sabe-se que essa categoria profissional é composta majoritariamente por homens com pouca escolaridade e que passam grandes períodos fora de casa. Conforme dados da Confederação Nacional dos Transportes13, o Brasil tinha, em 2009, aproximadamente 2,5 milhões de trabalhadores no setor de transporte rodoviário, com idade média de 39 anos, escolaridade média de 8 anos de estudo e que trabalhavam, em média, 6,4 dias por semana. Essa alta carga horária reflete diretamente na saúde dessas pessoas. Estudo realizado por Masson e Monteiro8, na cidade de Campinas, mostrou que 49,5% dos motoristas ingeriam bebidas alcoólicas, 40,9% apresentavam sobrepeso, 21,0% eram tabagistas, e 54,2% admitiram o uso de anfetaminas para suportar a rotina de trabalho.

A idade média dos participantes deste estudo (42 anos) é muito próxima da idade na qual o câncer de boca é mais comum (40 anos), por isso os resultados são importantes para mostrar como a falta de informações e alguns comportamentos podem aumentar os riscos à doença. A proporção de pessoas que nunca foi orientada sobre a doença (64,6%), a baixa porcentagem de motoristas que soube citar as causas do câncer (32,1%) ou ainda que citou algum sinal ou sintoma (27,6%) são um indicativo de que esse desconhecimento pode resultar em simplesmente ignorar um sinal da doença, se ela ocorrer, com sérias consequências. Sabe-se que é importante conhecer os fatores de risco associados às principais doenças, porque, embora esse conhecimento não leve automaticamente a pessoa a uma mudança de comportamento, para que ela possa decidir, é necessário que tenha acesso a informações corretas e atuais.

O uso de bebidas alcoólicas pode ser considerado elevado (47,8%), embora a comparação com outros estudos seja prejudicada, pois cada trabalho segue uma metodologia para a caracterização do consumo de bebidas alcoólicas. Mesmo assim, na cidade de São Paulo14, em 2004, foram considerados bebedores 44,9% da população adulta, e em Taubaté, SP11, em 2005, o percentual foi de 32,7%. Santos et al.15 encontraram, no ano de 2005, em estudo realizado na cidade de Feira de Santana - BA, que 60% dos homens diagnosticados com câncer de boca eram etilistas e tabagistas. O consumo de álcool é um dos principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de câncer de boca, principalmente quando associado ao hábito de fumar, o que se observa na maioria das pessoas.

Ainda em relação aos fatores de risco, chama a atenção para menção a fatores sem qualquer relação com a doença, como: herpes, afta, sangramento e uso de drogas. O sol, fator mais importante nos casos de câncer de lábio, foi lembrado por, apenas, cinco pessoas. Quirino et al.11 tiveram resultados similares ao deste estudo com adultos na cidade de Taubaté, SP e reforçaram a preocupação com a baixa lembrança da radiação solar como fator de risco em um país tropical como o Brasil.

Apenas 27,6% dos entrevistados citaram algum sinal ou sintoma da doença, sendo a ferida a mais lembrada, seguida de manchas e sangramento gengival. Em estudo com adultos norte-americanos, Horowitz et al.16 encontraram que apenas 25% dos entrevistados conseguiram identificar corretamente um sinal precoce de câncer, enquanto 44% não conheciam nenhum sinal da doença. No Brasil, Quirino et al.11 encontraram 29% de adultos sem saber identificar uma situação suspeita de câncer de boca.

Este estudo comparou alguns conhecimentos e hábitos dos motoristas que estão participando pela primeira vez em relação aos que já participaram anteriormente, para observar se as informações, dadas anteriormente, foram retidas e as que chegaram a provocar mudanças de comportamento. A campanha de saúde, no qual se baseou este estudo, é realizada três vezes ao ano, sempre com o mesmo esquema de trabalho, no mesmo local, e pelo menos um terço dos participantes são pessoas que retornam para a atualização de vacinas ou de exames médicos. Os resultados mostraram que essas campanhas melhoram o conhecimento dos participantes, pois quem já passou por uma delas conhece mais sobre o autoexame bucal e também já foram orientados sobre como fazê-lo. A mudança de comportamento, porém, é mais difícil de ocorrer. Os dados não mostraram diferença estatisticamente significante em relação a uma maior procura por atendimento odontológico, mas foi significante no número de vezes em que a higiene bucal é feita.

Lima et al.17 avaliam que é difícil melhorar o conhecimento sobre o câncer, uma vez que as pessoas não se veem como sendo uma população de risco, com um agravante no caso do câncer de boca, pois estudos11,18 mostraram que a população brasileira tem pouco conhecimento de que o câncer pode ocorrer na boca e que a doença está ligada principalmente ao estilo de vida de cada indivíduo. Além disso, de acordo com Matos et al.19, de nada adianta dizer que o autoexame é um método simples, se a população não tem essa prática incorporada e que as lesões suspeitas do câncer (mudança de cor, úlcera, inchaço) são difíceis de serem identificadas, pois as pessoas percebem mais facilmente as manifestações mais visíveis e concretas, que caracterizam os estágios avançados da doença, como a dificuldade de mastigar, de falar, o emagrecimento rápido ou as dores.

De tudo isso, ressalta-se a importância da realização de programas de educação em saúde, de incentivo ao autoexame e de medidas de combate ao consumo de álcool e tabaco.

Programas de educação são importantes para a divulgação da doença, suas causas e modos de prevenção, particularmente através de meios de comunicação de massa, como televisão, rádio, outdoor ou folhetos, como já demonstrado por Kujan et al.,20. O exemplo do autoexame para a prevenção do câncer de mama, que recebe campanhas expressivas, deveria servir para uma maior divulgação do autoexame da boca. Eadie et al.21 avaliaram o impacto de uma campanha de televisão sobre o conhecimento dos sintomas do câncer de boca na Escócia, e os resultados mostraram uma grande repercussão no curto prazo, mas que diminui com o tempo.

As campanhas para detecção precoce são realizadas por meio de exame clínico dos tecidos duros e moles da boca e têm por objetivo o diagnóstico da doença em seus estágios iniciais. Pelo que é observado na literatura, não há um consenso sobre a efetividade das campanhas de rastreamento do câncer de boca e, por isso, Kujan et al.20 realizaram revisão sistemática dessas estratégias e concluíram que não existem evidências suficientes para recomendar ou não a realização de exame visual na população em geral.

Aparentemente, quando a campanha de rastreamento é dirigida a pessoas com alto risco de desenvolvimento da doença ela é eficaz, como demonstrou Cruz et al.22 em estudo com 803 pessoas nos Estados Unidos. Os autores concluíram que esses programas representam oportunidade não apenas para a detecção precoce da doença mas também para aumentar a consciência e a preocupação com relação ao câncer de boca. Gourin et al.23, em estudo de rastreamento com 89 pessoas em Baltimore nos Estados Unidos, também concluíram que houve amplitude do conhecimento do indivíduo, o que facilitou a identificação de pessoas que requeriam uma avaliação mais detalhada. Por outro lado, quando a campanha não foca grupos suscetíveis, tende a ser ineficaz, como demonstrado por Antunes et al.10, que avaliaram os resultados da campanha de prevenção e diagnóstico do câncer de boca realizado em conjunto com a campanha de vacinação contra a gripe no Estado de São Paulo, em 2004.

 

CONCLUSÃO

Os dados desta pesquisa mostraram o desconhecimento dos motoristas entrevistados em relação aos fatores de risco e à prevenção do câncer de boca. Campanhas de saúde de baixo custo são importantes para levar informações adequadas a grupos populacionais, embora se faça necessário que sejam realizadas com frequência e chamem a atenção das pessoas. Outro fator importante seria um maior envolvimento dos profissionais de saúde, principalmente cirurgiões-dentistas, na realização de exames e divulgação de informações sobre a doença. Dessa forma, o câncer de boca poderá ser desmistificado, e as pessoas, incentivadas a adotar estilo de vida que previna o desenvolvimento da doença.

 

REFERÊNCIAS

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Endereço para correspondência:
Sílvio Rocha Corrêa da Silva
Rua Brigadeiro Tobias de Aguiar, 459
Ribeirão Preto, SP CEP 14076-160
E-mail: silviorcs@ibest.com.br

 

Recebido para publicação: 29/12/10
Aceito para publicação: 15/04/11