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Odontologia Clínico-Científica (Online)

versão On-line ISSN 1677-3888

Odontol. Clín.-Cient. (Online) vol.11 no.1 Recife Jan./Mar. 2012

 

ARTIGO DE REVISÃO / REVIEW ARTICLE

 

Síndrome do túnel do carpo em cirurgiões-dentistas

 

Carpal tunnel syndrome in dentists

 

 

Joandina Veloso de MeloI; Luciana Freitas BastosII; Ana Cláudia de Souza MeloIII; Paulo Correia de Melo JúniorIV

ICirurgiã-Dentista do Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco
IIProfessora Adjunta da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
IIICirurgiã-Dentista do Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco, Presidente da Associação Brasileira de Odontologia do Trabalho – seção Pernambuco
IVMestrando em Clínica Integrada pela Universidade Federal de Pernambuco

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A Síndrome do Túnel do Carpo é uma patologia neuro-compressiva, que acomete os cirurgiões-dentistas em face de sua vulnerabilidade, como distúrbio ocupacional. Essa síndrome tem aumentado nos últimos anos, em função das condições de trabalho existentes, flexão e extensão do punho repetidamente e de forma contínua, principalmente se associada à força e a movimentos vibratórios. Em consequência disso, objetivou-se revisar a literatura sobre o tema com um enfoque clínico, buscando determinar os principais aspectos etiológicos bem como suas principais características clínicas e métodos de prevenção.

Descritores: Síndrome do Túnel Carpal; Odontologia; Doenças; Profissionais Odontólogos.


ABSTRACT

The Carpal Tunnel Syndrome is a neuro-compressive pathology that affects the dentists because of their vulnerability, such as occupational disorder. This syndrome has increased over recent years because of working conditions that exist, flexion and extension of the wrist repeatedly and continuously, especially if associated with the strength and vibratory movements. The objective was to review the literature on the theme with a clinical focus seeking to determine the main aetiologicals aspects, as well as its clinical characteristics and methods of prevention.

Descriptors: Carpal Tunnel Syndrome; Dentistry; Occupational Diseases; Dentists.


 

 

INTRODUÇÃO

Ao longo dos séculos, a relação existente entre trabalho e doença tem sido estudada por historiadores, filósofos e profissionais da área de saúde. As pesquisas têm demonstrado como os diferentes tipos de ocupações afetam a saúde das pessoas e o desenvolvimento científico tem permitido estabelecer medidas para tratar ou prevenir as doenças ocupacionais.

O odontologista está exposto a vários riscos associados a diversos agentes presentes no ambiente de trabalho, resultando em dores e incapacidade temporária ou permanente. Entre as patologias com sintomatologia dolorosa, a Síndrome do Túnel do Carpo tem sido relatada como sobrecarga de atendimento.

O exercício profissional obriga que cirurgiões-dentistas utilizem, na execução das tarefas, os membros superiores e as estruturas adjacentes, sendo as mãos particularmente as mais exigidas. Frequentemente, existe a repetitividade de um mesmo padrão de movimento, em virtude da atividade clínica, compressão mecânica das estruturas localizadas na região, em função de instrumentos inadequados. Os cirurgiões-dentistas assumem posturas incorretas por necessidade de técnicas operatórias e utilizam força excessiva, em virtude das características próprias de algumas patologias, trabalhando, na maioria dos casos, sob pressão temporal.

Abordar a temática na esfera da vulnerabilidade nos cirurgiões-dentistas, bem como aprofundar os estudos da etiologia e buscar orientações para evitar a Síndrome do Túnel do Carpo, tornou-se uma necessidade emergencial, uma vez que existe um visível crescimento em relação ao fato de desenvolver esse tipo de patologia neuro-compressiva nos profissionais da Odontologia.

 

REVISÃO DE LITERATURA

A Síndrome do Túnel do Carpo é caracterizada pela compressão do nervo mediano em sua passagem pelo túnel do carpo no segmento punho-palmar1, estando associada a tarefas que exigem alta força e/ou repetitividade2. Definida também como uma neuropatia mediana3, ela tem aumentado nos últimos anos entre vários tipos de trabalhadores que utilizam instrumentos vibratórios com esforço repetitivo, inclusive entre os profissionais da odontologia, quando associada às posturas incorretas na sua utilização em função das condições de trabalho existentes4,5, incluindo pressão laboral, sendo o agravo que mais acomete o cirurgião-dentista6.

Acomete, predominantemente, o sexo feminino na faixa etária entre 30 e 50 anos, expressando-se como dor e parestesias nas mãos e/ou punhos7.8.9.10.

As patologias, denominadas genericamente de LER/DORT,apresentam sinais e sintomas de inflamações dos músculos, tendões, das fáscias e dos nervos, escapular e pescoço, entre outras, e têm chamado a atenção não só pelo aumento da sua incidência mas também por existirem evidências de sua associação com o ritmo de trabalho11.

Os odontologistas estão expostos a riscos ocupacionais, e seus efeitos tendem a intensificar-se com a idade, quando as condições músculo-esqueléticas sofrem devido à postura corporal inadequada12. A exposição cumulativa de vibração deve ser mais bem estudada para esclarecimento e avaliação dos efeitos13, pois os profissionais, que trabalham com uma ou duas mãos em tarefas repetitivas ou submetidas à vibração, têm perda de horas de serviços com o aparecimento da Síndrome do Túnel do Carpo14, o que para Van Rijn et al. 15(2009) está associado a uma média de força de 4kg, repetitividade no trabalho e carga horária prolongada.

Dentistas e higienistas desenvolvem desordens músculo-esqueléticas, podendo ser extremamente debilitantes, se não houver ensino no manuseio dos instrumentos na realização da raspagem e do alisamento radicular por horas semanais, com força de compressão do punho sob uso de instrumentos vibratórios16. Diagnosticar a força do instrumento poderia ser útil nos postos de trabalho com riscos elevados de lesão e ajudaria na concepção de instrumentos mais seguros17.

A sensibilidade do nervo mediano na condução do terminal é mais sensível e facilita o diagnóstico da Síndrome do Túnel do Carpo18. A temperatura é uma variável comum e importante, que modifica os parâmetros de condução nervosa na prática eletrodiagnóstica1, enquanto a hipermobilidadeé um fator predominante, havendo uma correlação positiva entre a Síndrome do Túnel do Carpo e a hipermobilidade19.

A diminuição da condução motora mediana no antebraço é um achado comum na prática do eletrodiagnóstico da Síndrome do Túnel do Carpo20, o que tem demonstrado eficácia para identificar a patologia já existente, quando os exames físicos nem sempre a identificam10. Parestesia e/ou dor nas mãos e/ou punhos foram motivos frequentes de encaminhamento para exame eletrofisiológico, e sua avaliação revelou que a compressão do nervo mediano do carpo foi a principal causa desses sintomas, mas um número significativo mostrou ter exames normais21.

A ultrassonografia de alta frequência é sensível e específica para o diagnóstico da Síndrome do Túnel do Carpo22, mas o diagnóstico do parâmetro da sensibilidade ultrassonográfico é menor do que os parâmetros eletrofisiológicos em pacientes com essa patologia23. No entanto, o eletrodiagnóstico tem demonstrado eficácia limitada, e exames físicos nem sempre são eficientes para identificar a patologia quando existente10, podendo-se perceber que não há critérios clínicos padronizados para o diagnóstico de Síndrome do Túnel do Carpo, não havendo consenso universal, se o diagnóstico deve ser feito em bases clínicas ou eletrofisiológicas24.

A identificação dos fatores de risco, como os motivos ergonômicos, que impactuam a musculatura esquelética e o stress psicológico, poderia ser incorporada a uma prática padrão de gestão na educação profissional, e as organizações poderiam ajudar com informações e métodos de como lidar com esses fatores de risco. Estes influenciam a duração do trabalho incapacitante12 e têm influência importante sobre o retorno ao trabalho25. Existe a necessidade de uma intervenção fisioterapêutica de forma a adaptar medidas ergonômicas no ambiente de trabalho, a reorganizar o processo de trabalho e a minimizar as desordens músculo-esqueléticas6.

A terapia a laser foi eficaz em aliviar a dor e os sintomas na melhoria da capacidade funcional e na força da mão e dos dedos, de leve a moderada, nos pacientes com a Síndrome do Túnel do Carpo sem efeitos colaterais26. A utilização de uma mão na braçadeira ou punho na tala traz benefício sintomático e funcional aos pacientes com a Síndrome do Túnel do Carpo27.

A abertura ou endoscopia para liberação do túnel do carpo é um tratamento confiável. Tem a vantagem de uma ligeira cicatriz, funciona com menos tempo, menos internação hospitalar, recuperação precoce, alta taxa de satisfação em comparação com métodos invasivos28.

A imobilização do pulso no período pós-operatório imediato não apresenta vantagens, quando comparada com a ausência de imobilização após a descompressão cirúrgica do nervo mediano no punho29, razão por que há quem defenda que o paciente pode escolher o momento de remover30, dependendo da gravidade do caso, podendo variar de 24 horas a duas semanas. Acreditamos que o melhor é informar o paciente, caso ele seja mantido com a imobilização, sobre a duração do tempo, deixando-o de fora dessa decisão.

Essa síndrome é uma condição complexa e onerosa, causando impacto no trabalho, como mudança de emprego ou parada para o tratamento, o que leva à perda de rendimentos31. É importante fazer intervalos, diversificar os trabalhos e manter postura adequada4.

As doenças ocupacionais estão presentes na vida dos cirurgiões-dentistas devido ao exercício de sua profissão, podendo estar comprometendo sua capacidade e saúde ocupacional, se não buscar alternativas para melhorar sua qualidade de vida no trabalho. Daí a importância em realizar campanhas de conscientização e programas de adaptação ergonômica e alongamentos fisioterápicos, antes e após o exercício laboral, para toda a comunidade acadêmica e profissional de Odontologia.

 

CONCLUSÃO

Após revisão da literatura, pode-se concluir que

• A flexão e a extensão do punho repetidamente e de forma contínua, principalmente se associada à força e a movimentos vibratórios em virtude da atividade clínica, são os principais fatores etiológicos, que concorrem para o aparecimento da Síndrome do Túnel do Carpo. As más condições de trabalho existentes, como a utilização de instrumentos inadequados, posturas incorretas, força excessiva e pressão laboral, também contribuem para o desenvolvimento dessa enfermidade;

• Os sintomas clínicos apresentados são: dor nas mãos e no punho, insensibilidade/formigamento, sensação de queimação, dificuldade de movimentos dos dedos e da mão e de segurar coisas, tendendo a intensificar com a idade;

• A prevenção deve ser feita com posição confortável da mão e do punho, devendo se usar duas mãos ao invés de uma, reduzir a repetição, variar a realização de tarefas, utilizar ferramentas ergonomicamente desenhadas e em boas condições de trabalho para evitar a utilização de força excessiva, além de realizar exercícios fisioterápicos antes e após a atividade laboral.

 

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Recebido para publicação: 30/11/10
Aceito para publicação: 30/03/10