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Odontologia Clínico-Científica (Online)

versão On-line ISSN 1677-3888

Odontol. Clín.-Cient. (Online) vol.11 no.1 Recife Jan./Mar. 2012

 

ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE

 

Programas de educação e prevenção em saúde bucal nas escolas: análise crítica de publicações nacionais

 

Education and prevention programs for oral health in schools: a critical analysis of national publications

 

 

Christina Oliveira de CastroI; Katiane Savazzini de OliveiraI; Raquel Baroni de CarvalhoIII; Cléa Adas Saliba GarbinII; Raphael Nunes BuenoIII

IMestranda do Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica da Universidade Federal do Espírito Santo
IIProfessora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.
IIIProfessora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica da Universidade Federal do Espírito Santo.

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Objetivo: Realizar um levantamento, em bases de dados nacionais, de publicações sobre Programas de Saúde Bucal (PSB) nas escolas, nos últimos onze anos. Material e Métodos: Foi realizado um levantamento nas duas principais bases de publicações nacionais da área de Odontologia: Bireme e Scielo. A pesquisa teve como referência inicial o tema dos artigos. Foram utilizados, na pesquisa, os unitermos 'educação em saúde bucal'; 'programas and saúde bucal and odontologia'; 'programas and saúde bucal and educação'. Resultados: Ao todo, foram selecionadas 20 publicações, e destas, sete (35%) tinham como objetivo avaliar métodos educativos empregados em PSB, 12 (60%) avaliaram a eficácia do próprio PSB desenvolvido no âmbito escolar, e uma (5%) relatou a experiência de um PSB. Somente duas não obtiveram resultado positivo, e as 18 restantes obtiveram resultados vantajosos. Conclusão: Existem, na literatura científica nacional, poucas publicações sobre a temática em questão, sugerindo que as experiências exitosas sobre PSB precisam ser publicadas, para que sejam reproduzidas, também, em outras localidades do Brasil.

Descritores: Programas Educativos; Saúde Bucal; Promoção de Saúde.


ABSTRACT

Objective: To conduct a survey on national databases about Oral Health Program (OHP) publications in schools, in the last eleven years. Material and Methods: A survey was conducted in two main bases of national publications in the field of dentistry: Bireme and Scielo. To start the research, it was used the articles theme/subject. In the search, it was used the keywords 'oral health education', 'programs and oral health and dentistry', 'programs and oral health and education'. Results: A total of 20 publications were selected. From these, seven (35%) had the aim to evaluate educational methods used in OHP, 12 (60%) evaluated the effectiveness of the OHP itself developed in the school and one (5%) reported the experience of OHP. Only two publications did not get positive results and the other eighteen obtained advantageous results. Conclusion: In the national scientific literature, there are few publications about the subject in question, suggesting that the successful experiences about OHP in schools must be published to be replicated in other parts of Brazil.

Descriptors: Education's programs; Oral Health; Health Promotion.


 

 

INTRODUÇÃO

A educação é um fator importante e decisivo em qualquer área, pois possibilita a abertura de caminhos para a introdução de conceitos, além de oportunizar às pessoas comuns a aquisição de conhecimentos com os quais não estão familiarizadas, mas que poderiam fazer parte do seu dia a dia, permitindo uma melhoria na qualidade de suas vidas.

Na Odontologia, a educação em saúde pode esclarecer a população sobre a importância dos hábitos de higiene bucal com procedimentos simples e baratos e, ainda, como eles influenciam a saúde e a vida cotidiana das pessoas. Saliba et al.1 (2003) ressaltam que a educação em saúde bucal assume papel relevante, quando se pretende conscientizar os indivíduos para atuarem na valorização de sua saúde bucal, permitindo, com isso, a incorporação de hábitos e atitudes saudáveis.

Vários autores compartilham os mesmos pensamentos, quando o assunto é educação em saúde. Garcia et al.2 (2009) pontuam que o processo educativo consiste na informação, conscientização e motivação. A existência de uma força motivadora provocará uma mudança de atitude e, consequentemente, de comportamento no sujeito, resultando numa alteração de hábitos e atitudes que levem à preservação da saúde bucal, objetivo maior da prevenção.

Dessa forma, o conhecimento em saúde bucal é considerado um requisito essencial para comportamentos positivos relacionados à saúde. Assim, Programas Educativos e Preventivos em Saúde Bucal podem contribuir para mudanças de comportamento por meio da aquisição de conhecimentos, o que refletirá nos índices de saúde bucal e na qualidade de vida3.

A escola é considerada um espaço ideal para o desenvolvimento de estratégias que promovam saúde, devido a sua abrangência e ao fato de ser também responsável pela formação de atitudes e valores. Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPS), a promoção de saúde nas escolas trabalha com uma visão multidisciplinar do ser humano, responsável por considerar as pessoas em seu contexto familiar, comunitário, social e ambiental. Sendo assim, a educação em saúde bucal no âmbito escolar se constitui em um instrumento essencial para o desenvolvimento integral do estudante.

Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento em bases de dados nacionais de publicações sobre Programas de Saúde Bucal (PSB) nas escolas, nos últimos onze anos. Além disso, esse artigo propõe-se a discutir aspectos relevantes desse processo e, com isso, gerar conhecimentos que possam ser compartilhados e utilizados por educadores, melhorando o que já fora feito e incorporando novos conceitos.

 

MATERIAL E MÉTODOS

Iniciou-se esta pesquisa a partir de um levantamento bibliográfico, nas duas principais bases de publicações nacionais da área de Odontologia: Bireme e Scielo. A pesquisa possui como referência inicial o tema dos artigos.

Para pesquisar nas bases de dados por meio do formulário básico, foram utilizados os unitermos: 'educação em saúde bucal'; 'programas and saúde bucal and odontologia'; 'programas and saúde bucal and educação'. Os unitermos utilizados na busca são Descritores em Ciência da Saúde (DeCS), obtidos na Biblioteca Virtual em Saúde.

Artigos sobre Programas de Saúde Bucal (PSB) – cujos desenvolvimentos estivessem centrados no modo como os programas foram implantados em âmbito escolar - e publicados nos últimos onze anos (2000-2010), foram os critérios utilizados para a inclusão dos manuscritos neste estudo. Assim, foram excluídos artigos de revisão de literatura. As publicações de interesse foram selecionadas pelo resumo e, em seguida, avaliadas e classifi cadas de acordo com os objetivos e o ano da publicação.

Posteriormente, os PSB foram analisados segundo as seguintes variáveis: tipo de escola envolvida (pública ou privada); local de realização do programa (localidade no Brasil); ações desenvolvidas (educativas, preventivas e/ou curativas); metodologia de avaliação (questionários, índice de placa dental, índice de sangramento gengival, redação de conceitos expostos), sempre aplicada antes e após a realização do programa; duração do PSB (dias, meses ou anos); recursos humanos envolvidos no processo (cirurgiões-dentistas, acadêmicos de Odontologia, Atendentes de Consultório Dentário previamente treinadas e professores) e idade do público-alvo (cronológica).

 

RESULTADOS

Do total, foram selecionadas 20 publicações 4-21. Destas, sete (35%) tinham como objetivo avaliar métodos educativos empregados em PSB; 12 (60%) avaliaram a efi cácia do próprio PSB desenvolvido no âmbito escolar, e uma (5%) relatou a experiência de um PSB.

Verificou-se que a maioria dos PSB (90%) foi desenvolvida em escolas públicas, e 9 (45%) delas estão localizadas no estado de São Paulo. Quanto ao ano da publicação, um artigo foi publicado em 2000; um, em 2001; três, em 2002; três, em 2003; seis, em 2004; dois, em 2005; um, em 2007; dois, em 2008; um, em 2009. Não foram encontradas publicações entre 2006 e 2010 (Quadro 1).

 

 

 

 

 

Os artigos que avaliaram os métodos educativos empregados em PSB utilizaram as seguintes metodologias: três deles (42,85%) consideraram como método de instalação do programa o índice de placa dental; dois (28,5), usaram questionários; um deles (14,29%) utilizou redação após palestra, e um (14,29%) avaliou o índice de placa dental junto ao índice de sangramento gengival. Por outro lado, aqueles que avaliaram a efi cácia do programa procederam da seguinte forma: 4 (33,33%), por meio de questionário; 2 (16,67%), por número de procedimentos realizados; 2 (16,67%), pelo índice de placa dental e sangramento gengival; 1 (8,33%), pelo índice de placa dental; 1 (8,33%), por meio do CPO-D; 1 (8,33%), pelo índice de placa e questionário, e1 (8,33%), pelo índice de placa, questionário e desenho.

Ressalta-se que tanto a avaliação dos métodos empregados quanto a avaliação da eficácia eram concretizadas com a análise comparativa dos resultados nos procedimentos realizados antes e após o término do programa. Levando em consideração que uma publicação não informou o número de participantes, os PSB descritos nos artigos envolveram 60 escolas com 5153 escolares atingidos. A idade média do público-alvo foi de 12 anos.

Quanto aos recursos humanos envolvidos, 13 programas foram conduzidos por cirurgiões-dentistas (65%); dois programas, por cirurgiões-dentistas e acadêmicos em conjunto (10%); dois, somente por acadêmicos (10%), dois envolveram cirurgiões-dentistas e professores (10%), e um, atendente de consultório dentário (5%).

O tempo de duração dos programas variou, e o PSB que obteve a maior duração registrou 10 anos. Dos programas restantes, três (16,66%) tiveram duração de três a cinco dias; três (16,66%) duraram de 30 a 45 dias; seis (33,33%), de cinco a 10 meses, e seis (33,33%), de 1 ano a 1 ano e meio.

Os PSB, normalmente, possuem abordagens diferentes e fazem uso de atividades educativas, preventivas e curativas. As atividades somente educativas estavam presentes em oito artigos (40%); as atividades educativas e preventivas apareceram em 10 (50%), e, em dois artigos (10%), foram utilizadas as três abordagens juntas (educativas, preventivas e curativas).

Os recursos educativos que foram utilizados nas abordagens dos programas foram: modelos e macromodelos, folhetos explicativos, palestras e recursos audiovisuais, pôsteres, banners, vídeos, livros e revistas específicos. Também foram utilizados recursos mais abrangentes, como: discussão e/ou discussão e re-escrita de leitura autoinstrutiva, fantoches, álbuns seriados, palestras com pais e responsáveis, aplicação de questionários, uso de robôs, sorriso e peças teatrais, jogos pedagógicos (gincana e competição), oficina pedagógica, atividades lúdicas.

As atividades preventivas foram: escovação supervisionada, avaliação do índice de placa e índice de sangramento gengival e aplicação de flúor tópico. As ações curativas foram as seguintes: realização de Tratamento Restaurador Atraumático e tratamento convencional em consultório.

Apenas dois programas não obtiveram resultados positivos após as referidas avaliações (antes e depois). Os demais informaram que houve melhoras na análise comparativa, de acordo com cada metodologia utizada. Em quatro programas, os pais/responsáveis, juntamente com as crianças, participaram por meio de recursos, como palestra, reunião e, também, questionários.

 

DISCUSSÃO

A situação epidemiológica em saúde bucal dos brasileiros, em geral, é preocupante devido às condições sociais e econômicas de grande parcela da população, à falta de recursos em saúde no setor público e à falta de informação sobre cuidados básicos de saúde22. A cárie dentária é uma das doenças bucais que mais acometem os indivíduos e influencia consideravelmente a qualidade de vida e bem-estar destes.

Marra et al.23 (2008) comentam que, atualmente, apesar de a Odontologia estar avançada em decorrência do desenvolvimento tecnológico e científico, observa-se que uma parcela da população brasileira perde seus dentes muito cedo, e a dificuldade de acessoà assistência somada à falta de informação fazem com que as pessoas acreditem que esse fato é certo.

Os PSB, no âmbito escolar, podem contribuir para a aquisição de conhecimento, para o desenvolvimento de habilidades e aptidões pessoais, possibilitando a formação de atitudes e a criação de valores que levem o indivíduo e a sua família a agirem, no seu dia a dia, em benefício da própria saúde bucal e da saúde bucal dos outros. Por isso, levantar publicações científicas sobre a temática proposta é importante para que experiências exitosas sejam compartilhadas e, ainda, que essa prática possa ser discutida em todos os seus aspectos.

Muitas vezes, quando se pensa em desenvolver um PSB na escola, o que se discute é o direcionamento das atividades para pré-escolares e escolares. Isso porque as crianças possuem grande capacidade de imitar ações que presenciem e apresentem facilidade em alterar hábitos errôneos. No entanto, as ações podem e devem ser direcionadas para todas as idades, como evidenciado no trabalho de Vilalba, Madureira e Fernandez17, que avaliaram a eficácia de um programa com estudantes universitários, corroborando a afirmação da Organização Mundial de Saúde24 ao declarar que os estudantes, na escola, podem ser acessados durante todos os anos de sua formação.

Outro fator relevante percebido é o número reduzido de programas que trabalhem o adolescente. A adolescência constitui um período em que o ser humano cresce e se desenvolve tanto física como intelectualmente, o que gera grande vulnerabilidade a fatores externos, merecendo atenção redobrada25. O adolescente apresenta um período de risco para a saúde bucal devido à maior dependência em relação ao consumo de alimentos mais açucarados e à certa repulsa em relação à higiene bucal. Assim, é estratégica e necessária uma educação voltada para a saúde dessa população, que resultará em maior autonomia em relação ao cuidado consigo mesma, com o outro e com o meio em que vive, visandoà conquista de melhor qualidade de vida26.

Poucos PSB exploraram os pais ou responsáveis como sujeitos do processo. Esse fato pode levar a uma baixa continuidade dos conhecimentos e hábitos adquiridos na escola, principalmente quando se trata de crianças. Em 2000, Menezes e Tebechrani27 ressaltaram que "a educação e motivação das crianças e jovens e também de seus responsáveis são fatores determinantes no processo de promoção de saúde bucal, pois permitem que haja compreensão da necessidade dos cuidados com os dentes, resultando na manutenção de um estado de saúde satisfatório".

Os artigos evidenciam que os professores, também, foram poucos explorados nos PSB. Os professores podem colaborar com a educação em saúde, pelo fato de seu constante convívio com escolares favorecer o desenvolvimento de orientação quanto aos cuidados com a saúde bucal, agindo, assim, como parceiros dos programas preventivo-educativos. Uma forma efetiva e eficiente no desenvolvimento de atividades educativas em escolas ocorre por meio do estabelecimento de parcerias entre profissionais de saúde e professores, pois introduz aspectos relacionados à saúde bucal e reforça conteúdos discutidos em sala anteriormente.

Nenhum PSB relatado nos artigos envolveu o Técnico de Saúde Bucal, uma vez que a Odontologia foi implantada na Estratégia Saúde da Família em 2000, devendo ela priorizar as ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas de forma integral e contínua. Acredita-se que haja muitas experiências exitosas de PSB no serviço público em todo o Brasil, porém elas não são divulgadas e publicadas. Esse fato pode explicar alguns resultados desse artigo: poucas publicações no período de 10 anos, 45% delas oriundas do estado de São Paulo, sendo a maioria ligada às Universidades.

Vale ressaltar a importância do envolvimento de estudantes de Odontologia nesses programas, pois eles oportunizam aos acadêmicos aprendizagem na área de educação em saúde, realização
de pesquisas voltadas à saúde da criança e ao estreitamento de relações entre a universidade e a comunidade. Essa experiência é extremamente válida, pois, fora do ambiente acadêmico tradicional, o aluno tem oportunidade de desenvolver sensibilidade e responsabilidade social mediante uma participação mais ativa juntoà comunidade1.

Quanto aos aspectos metodológicos, observou-se nos artigos que, quando o processo educativo foi realizado por meio do diálogo com discussão e escrita do aprendizado, bem como quando o estudante foi colocado a par de sua condição bucal, participando em conjunto com o cirurgião-dentista do seu diagnóstico e de suas instruções, foram obtidos melhores resultados. Porém esses métodos não foram observados em todos os artigos pesquisados. Pauleto et al.22 comentam, que, apesar da existência de vários programas, a dimensão educativa é pouco desenvolvida e, quando realizada, está fortemente apoiada em práticas de transmissão de conhecimentos, sem espaço para práticas dialógicas, capazes de mobilizar as crianças quanto à problemática da saúde bucal, visando à autonomia em relação ao cuidado com a saúde.

Para que o programa alcance seus objetivos, alguns pontos quanto ao processo de ensino-aprendizagem devem ser observados. A ação educativa parte da necessidade dos indivíduos, da
consideração de algumas peculiaridades culturais, de diferenças sociais e dos desejos distintos. Cada indivíduo possui história, individualidade e um saber próprio, como relata Bossa28 em 2000: "cada sujeito tem suas histórias pessoais, da qual fazem parte várias histórias: a familiar, a escolar e outras, as quais, articuladas, condicionam-se mutuamente".

Outro ponto importante é o uso de atividades lúdico-pedagógicas como facilitadores desse processo, ocupando papel de destaque na educação, principalmente para crianças e adolescentes. O uso dessas atividades pode ser aproveitado para ensinar diversos conteúdos, transformar tarefas cansativas e tidas como desagradáveis em lazer e promover um aprendizado rápido. Rebello et al.29, conduzindo um estudo a respeito do interesse dos escolares pelo material lúdico utilizado para abordagem do uso das drogas, perceberam que as propostas interativas que favorecem o diálogo — como os jogos — são as mais valorizadas. Por outro lado, as ações predominantemente informativas foram criticadas. Os autores ainda ressaltam que o enfoque pode revelar o alcance das metas esperadas e sugerir reformulações nas ações e investigações no campo da Educação em Saúde.

Os programas de saúde bucal, desenvolvidos em períodos mais longos, repercutiram melhor no aprendizado dos estudantes, ou seja, houve melhor assimilação dos conhecimentos. É o que salienta Toassi e Petri7, ao concluírem que os reforços motivacionais nos programas atuam positivamente, para a redução de biofilme dental e sangramento gengival.

Como visto nos resultados deste trabalho, a maioria dos artigos trouxe resultados positivos nas avaliações realizadas. De acordo com Millher et al.30, os Programas de Saúde Bucal realmente
podem servir como um pequeno passo no sentido de as crianças alcançarem autonomia nas práticas de higiene bucal. Percebe-se a importância da realização de Programas Saúde Bucal para estudantes, com a finalidade de promover saúde bucal e qualidade de vida.

Apenas um PSB foi avaliado medindo a prevalência da doença cárie. É essencial avaliar a aquisição de conhecimento e redução de placa dental, pois se entende que, se essa avaliação for positiva, consequentemente haverá a redução de doenças bucais. É preciso avaliar também, a longo prazo, a real redução dessas doenças nos sujeitos envolvidos no processo.

 

CONCLUSÃO

A análise das publicações sobre Programas de Saúde Bucal no âmbito escolar permite concluir que:

a) poucas publicações nacionais foram encontradas sobre a temática;
b) a maioria dos artigos trouxe resultados positivos, quer avaliando método educativo empregados em PSB, quer avaliando a eficácia do programa propriamente dito. Para tanto, utilizaram métodos que permitissem verificar a aquisição de conhecimentos e redução de placa bacteriana por parte dos estudantes;
c) as experiências positivas precisam ser publicadas, para que sejam reproduzidas, também, em outras localidades do Brasil, disseminando conhecimentos e compartilhando experiências.

 

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Endereço para correspondência:
Karina Tonini dos Santos
Departamento de Medicina Social, CCS/UFES
Av. Marechal Campos n°1468, Maruípe, Vitória - ES
CEP: 29090-041

e-mail:
kktonini@yahoo.com.br

 

Recebido para publicação: 07/07/11
Enviado para Reformulação: 30/11/11
Aceito para publicação: 28/12/11