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    Odontologia Clínico-Científica (Online)

      ISSN 1677-3888

    Odontol. Clín.-Cient. (Online) vol.12 no.4 Recife oct./dic. 2013

     

    Artigo Original / Original Article

     

    Incidência de perfurações em luvas de látex estéreis utilizadas por estudantes nas clínicas de periodontia e cirurgia bucal

     

    Incidence of perforation in sterile latex gloves used by students in periodontic and oral surgery clinical

     

     

    Vandilson Pinheiro Rodrigues I,II; Antônio Luiz Amaral Pereira I,III; Antônio José Duarte Ferreira Júnior III

    I Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Maranhão, Brasil
    II Departamento de Morfologia, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Maranhão, Brasil
    III Departamento de Odontologia II, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Maranhão, Brasil

    Endereço para correspondência

     

     


    RESUMO

    O objetivo deste estudo comparativo foi determinar a incidência e locais de ocorrência de perfurações em luvas anatômicas estéreis, utilizadas por estudantes de Odontologia durante os procedimentos clínicos das Disciplinas de Periodontia e Cirurgia Bucal. Um total de 220 luvas utilizadas por estudantes com mão dominante direita foram incluídas neste estudo. O teste da inflação com solução corante foi utilizado para avaliar visualmente a presença ou ausência de perfurações. Foram coletados dados sobre quantidade, mão (direita/esquerda) e região anatômica de ocorrência das perfurações. Para a análise estatística, foi usado o Teste Exato de Fisher. Observou-se que a probabilidade de ocorrência de perfurações em luvas utilizadas por estudantes em procedimentos cirúrgicos foi 1,4 maior, quando comparados a procedimentos periodontais. A incidência de luvas perfuradas foi de 11,8% e 37,3% nas clínicas de Periodontia e Cirurgia, respectivamente (p<0,001). As regiões mais afetadas foram os dedos polegares e indicadores. Os resultados revelam que as luvas podem perder uma integridade física durante a utilização clínica, portanto deve ser dada uma maior ênfase aos cuidados quando do manuseio de instrumentais e materiais pérfuro-cortantes.

    DESCRITORES: Luvas cirúrgicas; Estudantes de odontologia; Mãos.


    ABSTRACT

    The objective of this comparative study was to determine the incidence and sites of occurrence of perforations on anatomical sterile gloves used by students of dentistry during the Periodontics and Oral Surgery clinical procedures. A total of 220 gloves used by students with the right dominant hand were included in this study. The test of inflation with a dye solution was used to visually evaluate the presence or absence of perforations. We collected data on quantity, hand (right / left) and anatomical region of occurrence of perforations. For statistical analysis we used the Fisher exact test. It was observed that the risk of punctures in gloves used by students in surgical procedures was 1.4 higher when compared to periodontal procedures. The incidence of perforated gloves was 11.8% and 37.3% in periodontics and surgery clinical, respectively (p <0.001). The regions most affected were the thumb and index finger. The results show that the gloves may lose a limb during clinical use and should therefore be given greater emphasis to care when the instruments and materials handling sharps.

    Keywords: Surgical gloves; Dental students; Hands.


     

     

    INTRODUÇÃO

    Lesões causadas por acidentes com material pérfuro-cortante podem representar uma ameaça para a disseminação de várias doenças infecto-contagiosas entre profissionais da saúde. O cirurgião-dentista em particular apresenta um risco biológico incrementado, visto que a prática clínica odontológica envolve o contato íntimo com tecidos e fluídos bucais, além da utilização de diversos instrumentais cortantes e montados em alta-rotação1. Isso faz com que a adoção de medidas de biossegurança assuma importância fundamental na rotina do cirurgião-dentista, visando reduzir os riscos de contaminação tanto de profissionais quanto de pacientes.

    Dentre essas medidas, barreiras físicas, como o uso de luvas, são de grande importância, pois as mãos são consideradas fontes primárias de contaminação da equipe odontológica e do paciente. As luvas representam uma barreira mecânica, que impede o contato direto das mãos do profissional com a membrana mucosa, sangue e saliva do paciente2.

    Dentre as doenças de reconhecida transmissão ocupacional na prática odontológica, destaca-se a Hepatite B como a de maior risco de contaminação; o Herpes, como a de maior frequência e a AIDS que, apesar de pequeno risco ocupacional, é a que mais dissemina medo e mobiliza profissionais para a adoção das medidas universais de biossegurança3. Portanto as luvas devem estar íntegras para serem efetivas como barreiras protetoras, garantindo sua impermeabilidade a possíveis agentes patógenos. Sendo recomendado para todos os tipos de intervenção e para qualquer paciente em Odontologia4.

    Alguns procedimentos odontológicos possuem maior risco biológico, como os desenvolvidos na área da Periodontia e Cirurgia Bucal, visto que a grande maioria dos procedimentos executados nessas especialidades, desde o exame periodontal, raspagens e polimento corono-radicular e as diversas cirurgias, são denominados críticos, pois os instrumentos possuem pontas e superfícies cortantes, e esses procedimentos geralmente estarão acompanhados de sangramento e exposição de tecido cruento, aumentando a probabilidade de acidentes durante sua prática.

    Além disso, evidências sugerem que estudantes de Odontologia podem estar mais vulneráveis à exposição biológica ocupacional5-9. Experiência profissional e destreza no uso de instrumentos cortantes são importantes para minimizar o risco de acidentes como consequência de movimentos inesperados por parte dos pacientes durante o tratamento odontológico10.

    Diante disso, o objetivo deste estudo comparativo foi determinar a incidência e locais de ocorrência de perfurações em luvas utilizadas por estudantes de Odontologia durante os procedimentos clínicos das Disciplinas de Periodontia e Cirurgia Bucal.

     

    METODOLOGIA

    A presente pesquisa realizou um estudo observacional comparativo, avaliando, através do exame visual, a presença de perfuração em luvas de látex anatômicas estéreis, utilizadas pelos estudantes em procedimentos de raspagem e alisamento corono-radicular (Disciplina de Periodontia) e procedimentos cirúrgicos dento-alveolares (Disciplina de Cirurgia Bucal) do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Maranhão. Participaram da pesquisa apenas os estudantes que exerciam a função de operador e apresentavam a mão direita como dominante. As luvas coletadas foram utilizadas em procedimentos que não excederam duas horas de duração.

    Foram selecionadas duas marcas comerciais de luvas tipo látex, anatômicas, estéreis, tamanhos variados, acondicionadas em embalagens contendo um par, em condições próprias para uso: Maideitex® (São José dos Campos, São Paulo, Brasil) e Supermax® (Curitiba, Paraná, Brasil). Essas marcas foram selecionadas por serem facilmente encontradas no mercado local, não sendo intenção encontrar marcas especialmente resistentes ou testar produto de empresa específica, mas retratar o risco real de perfuração das luvas utilizadas na rotina do atendimento clínico.

    Os estudantes participantes receberam as instruções sobre a técnica correta para calçar e descalçar as luvas. No início de cada atendimento clínico das Disciplinas de Periodontia e Cirurgia Bucal, eram distribuídos os pares de luvas para os estudantes participantes a fim de serem utilizadas na respectiva atividade clínica. A cada um dos participantes foi solicitado que, ao término do atendimento, retirassem as luvas, colocando- as em embalagens plásticas individuais, devidamente etiquetadas, tendo sido as embalagens posteriormente recolhidas pelo pesquisador. As luvas que foram visualmente danificadas (rasgadas) durante o atendimento foram imediatamente trocadas por um novo par.

    Após sua utilização, as luvas foram lavadas num recipiente com água e submetidas ao processo de desinfecção através de sua imersão num recipiente contendo solução de hipoclorito de sódio a 1%, durante 5 minutos. A seleção do hipoclorito de sódio como agente desinfetante neste estudo é decorrente de sua efetiva ação antimicrobiana e por ser uma solução ativa em presença de matéria orgânica11. Além disso, luvas de látex apresentam boa resistência ao contato prolongado sob imersão ao hipoclorito de sódio12.

    As luvas foram submetidas ao teste da inflação com solução corante para avaliar a presença ou ausência de perfurações14-21. As luvas foram infladas com solução de água e fucsina básica (Eviplac- Biodinâmica). O corante foi utilizado para facilitar a avaliação visual do teste. O volume necessário para preencher as luvas foi mensurado através de um cilindro graduado. O volume de preenchimento foi variado de acordo com o tamanho da luva, da seguinte maneira: 350 mL para luva tamanho 7,0; 500 mL para luva tamanho 7,5 e 750 mL para luva tamanho 8,0. Dessa forma, o volume foi capaz de preencher a luva até o nível do punho.

    Posteriormente a luva foi apreendida pelo punho, torcida e confeccionado um nó nesse nível. Foi aplicada uma pressão moderada no punho para verificar os vazamentos, e essa pressão devia ser suficiente para promover uma distensão uniforme do látex. A pressão foi assim projetada para as regiões anatômicas nesta sequência: dorso, palma, dedo polegar, dedo indicador, dedo médio, dedo anular e dedo mínimo, sendo que, em cada região, a pressão foi mantida por cerca de 20 segundos. Verificou-se, por meio da avaliação visual, a ocorrência de um jato de água, sendo assim detectada a presença de perfurações nas luvas. Foram coletados dados sobre a localização anatômica e a mão (direita ou esquerda) de ocorrência das perfurações.

    A amostra final obtida para a realização do estudo foi de 110 pares de luvas, sendo 55 pares coletados após as práticas clínicas da Disciplina de Periodontia, 55 após as práticas clínicas da Disciplina de Cirurgia Bucal. Além desses, foram analisados 10 pares de cada marca.

    Os dados foram tabulados na planilha eletrônica Excel e posteriormente analisados pelo programa estatístico Epi-Info, versão 3.4.3 (Center for disease Control and Prevention, Atlanta, GA, USA). Inicialmente foi realizada a estatística descritiva dos dados por meio de frequência absoluta, percentual e intervalos de confiança. Para a análise comparativa das incidências, foi utilizado o Teste Exato de Fisher. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). A medida de associação risco relativo (RR) foi utilizada para calcular a probabilidade de incidência de perfuração na Disciplina de Cirurgia Bucal comparada à Disciplina de Periodontia.

     

    RESULTADOS

    Um total de 220 luvas utilizadas por estudantes de Odontologia foi incluído neste estudo. A incidência de luvas perfuradas nas Disciplinas de Periodontia e Cirurgia foi 11,8% e 37,3%, respectivamente. Essa diferença foi estatisticamente significante (p<0,001). Observou-se que a probabilidade de ocorrência de perfurações em luvas utilizadas por estudantes em procedimentos cirúrgicos foi 1,4 maior, quando comparados a procedimentos periodontais (Tabela 1).

     

     

     

    Os resultados revelaram incidência maior de perfurações em luvas da mão esquerda, mão não dominante no grupo, nas duas disciplinas analisadas, entretanto essa diferença não foi estatisticamente significante (Tabela 2).

     

     

     

     

     

    A Tabela 3 ilustra a incidência de perfurações em luvas de acordo com a localização. As regiões anatômicas que apresentaram maior frequência de furos foram os dedos polegar, indicador e médio nas luvas utilizadas na Disciplina de Cirurgia Bucal e os dedos polegar, indicador e anelar nas luvas utilizadas na Disciplina de Periodontia. Na análise comparativa, observou-se que a incidência de perfurações nos dedos polegar (p<0,001) e médio (p<0,02) foi maior e estatisticamente significante, quando utilizadas em procedimentos cirúrgicos dento-alveolar.

    Além disso, foram testados 40 pares de luvas de látex estéreis, sem uso de ambas as marcas comerciais. Não foram observadas perfurações nessas luvas.

     

    DISCUSSÃO

    A incidência de perfurações em luvas cirúrgicas e de procedimentos, após seu uso em procedimentos odontológicos de rotina, tem sido investigada. Este estudo revelou a presença de perfurações em 11,8% nas luvas utilizadas na disciplina de Periodontia e em 37,3% nas luvas utilizadas na disciplina de Cirurgia Bucal, revelando um risco 1,4 maior de incidência de perfurações durante o uso em procedimentos cirúrgicos orais. Avery et al.13 encontraram um percentual de 8,6% de luvas perfuradas após utilização em exodontia de terceiro molar. O estudo de Bezerra e Pinheiro14, avaliando a integridade de luvas utilizadas em procedimentos endodônticos, constatou que 10,1% das luvas apresentaram furos. Melo e Smaha15 avaliaram a integridade de luvas de procedimento e luvas cirúrgicas após o uso em procedimentos odontológicos de rotina e encontraram um percentual de 55% de luvas de procedimento perfuradas e, em 45% das luvas cirúrgicas, foram diagnosticadas perfurações após uso único. Queiroz, Ramos e Barbeiro16 analisaram a incidência de perfurações em luvas utilizadas por acadêmicos na Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo- Facial, tendo encontrado um percentual de 19,4% de luvas perfuradas. Leal et al.17 demonstraram que 15,6% das luvas avaliadas após uso em procedimentos ortodônticos apresentaram perfurações. Serratine et al.18 observaram que 14,84% das luvas utilizadas em cirurgias por estudantes de Odontologia apresentavam furos. Oliveira Neto et al.19 encontraram, em seu estudo, um total de 21,3% de luvas perfuradas utilizadas por estudantes nas Disciplinas de Periodontal e Cirurgia Bucal.

    Com relação ao percentual de luvas perfuradas de acordo com a mão este estudo mostrou incidência maior na mão esquerda (mão não dominante) tanto nas luvas utilizadas em procedimentos cirúrgicos quanto periodontais, porém essas diferenças não foram estatisticamente significantes. O fato de a mão não dominante ser utilizada pelos cirurgiões- dentistas como ponto de apoio pode facilitar uma perfuração acidental durante a execução do procedimento odontológico. Esses resultados estão em concordância com os encontrados por Bezerra e Pinheiro14, Queiroz, Ramos e Barbeiro16 e Serratine et al.18 que encontraram percentual maior em luvas usadas na mão esquerda (mão não dominante no grupo estudado).

    Outro item avaliado foi a região anatômica, na qual ocorriam as perfurações. O presente estudo constatou que as regiões mais atingidas por perfurações foram os dedos indicadores e polegares. Existe concordância entre os resultados encontrados por outros autores. Schwimmer20 relatou, em seu estudo, que 82% das perfurações ocorreram nos dedos polegar ou indicador. Bezerra e Pinheiro14 mostraram que 81% das perfurações ocorreram nos dedos. Queiroz, Ramos e Barbeiro16 constataram que o maior número de perfurações ocorreu nos dedos indicadores e polegares. Leal et al.17 relataram que a localização mais afetada por perfurações foram os dedos, representando 82,2% das luvas perfuradas.

    Torres21 afirma que as luvas de látex estéreis são confeccionadas com material de melhor qualidade, com indicação para todos os procedimentos críticos, em que houver invasão do sistema vascular. Contudo, em seu estudo, 87% dos cirurgiões-dentistas entrevistados não utilizavam luvas cirúrgicas para procedimentos críticos. Neste presente estudo, foram utilizadas luvas de látex estéreis, visto que os procedimentos executados nas práticas clínicas das Disciplinas de Periodontia e Cirurgia Bucal II são denominados críticos, pois os instrumentais utilizados possuem pontas e superfícies cortantes, e esses procedimentos geralmente são acompanhados de sangramento e exposição de tecido cruento.

    As luvas fazem parte do equipamento de proteção individual (EPI), constituindo-se numa barreira mecânica, que impede o contato direto das mãos do profissional com a membrana mucosa e fluidos bucais do paciente, sendo recomendadas para todos os tipos de intervenção e para qualquer paciente em Odontologia4,15. As luvas devem ser usadas uma única vez e descartadas, não devendo ser reprocessadas22. O uso dessa barreira de proteção em pacientes selecionados constitui procedimento não recomendado e muito perigoso, pois, como demonstraram Gonzáles e Naleway23, a frequência de infecções pelo vírus da hepatite B é duas vezes maior que naqueles que as usam rotineiramente.

    Segundo Rider24, certas condições devem estar presentes para uma infecção se instalar: um número suficiente e virulência do agente patógeno, reservatório adequado, modo de transmissão, um portal de entrada no organismo e uma suscetibilidade imunológica do organismo. Martin et al.25 enfatizaram esse fato afirmando que o risco de transmissão da infecção está estreitamente ligado à quantidade do agente transmissor, sendo que o uso de luvas reduz em 46-86% o volume de sangue levado à ferida. Mast e Gerberding26 demonstraram, em estudos de laboratório simulando acidentes, que o volume de sangue passado à pele através da luva é reduzido no mínimo 40%, quando foram avaliadas agulhas com luz e mais de 85% para agulhas de suturas. Portanto, mesmo sendo as luvas falíveis a injúrias físicas (perfurações e cortes), elas reduzem o risco de contaminação na medida em que diminuem o volume do agente infectante.

    Hubner et al.27 constataram que as mãos dos profissionais de saúde eram contaminadas pelos mesmos microorganismos encontrados nas luvas. Oberg et al.28 reforçam a ocorrência de transmissão bacteriana entre paciente e profissional de saúde através de microperfurações presentes nas luvas, enfatizando-se, assim, a importância da lavagem rotineira das mãos antes e após o uso de luvas.

    No intuito de reduzir os riscos de acidentes durante a prática odontológica, Schwimmer20 pesquisou a eficácia da utilização de luvas duplas e constatou que 93,3% das perfurações surgiram apenas na luva externa, diminuindo a probabilidade de perfuração das mãos do operador. Fay et al.29 também recomendam o uso de luvas duplas, quando o risco de perfuração ou rompimento for elevado. Queiroz, Ramos e Barbeiro16 afirmam que tão importante quanto o uso de duas luvas é o emprego de técnica cirúrgica cuidadosa, apreendendo os instrumentos pérfuro-cortantes com o instrumental adequado e redobrando os cuidados no momento da sutura, sendo fundamental o uso da pinça durante a sutura. Os cuidados no momento da sutura são reforçados por Chagas et al.30, os quais constataram que 47,23% dos acidentes tiveram origem com a manipulação de agulhas durante o procedimento clínico.

     

    CONCLUSÕES

    Os resultados deste trabalho sugerem um risco maior de incidência de perfurações em luvas utilizadas em procedimentos cirúrgicos dento-alveolares que em procedimentos periodontais. Além disso, ocorreu com maior frequência nos dedos polegares e indicadores e na mão esquerda (não dominante), que são frequentemente utilizados como apoio durante a execução de procedimentos odontológicos. Revelando que, apesar do seu uso servir como uma barreira de proteção eficaz, as luvas podem perder uma integridade física durante a utilização clínica, o que torna importante trocá-las durante a execução de procedimentos demorados. Sendo assim, deve ser dada maior ênfase aos cuidados quando do manuseio de instrumentais e materiais pérfuro-cortantes, no sentido de evitar perfurações nas luvas.

     

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    Endereço para correspondência:
    Vandilson Pinheiro Rodrigues
    Rua 12, Qd. H, nº 10, Cohaserma - 65072-260
    São Luís – MA – Brasil
    e-mail:
    vandilson@hotmail.com

     

    Recebido para publicação: 14/11/2011
    Aceito para publicação: 27/06/2014