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Odontologia Clínico-Científica (Online)

versão On-line ISSN 1677-3888

Odontol. Clín.-Cient. (Online) vol.14 no.4 Recife Out./Dez. 2015

 

Artigos Originais / Original Articles

 

CONHECIMENTOS E ATITUDES DE CIRURGIÕES-DENTISTAS FRENTE AO CÂNCER BUCAL

 

Knowledge and attitudes of dentists toward oral cancer

 

Francisco Ivison Rodrigues LimeiraI; Isaac Newton Lucas MaiaII; Kevan Guilherme Nóbrega BarbosaI; Patrícia Meira BentoIII; Robéria Lúcia de Queiroz FigueiredoIV

 

I Mestrando em Clínica Odontológica, Departamento de Odontologia, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande-PB
II Cirurgião-Dentista, Campina Grande-PB
III Professora do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Departamento de Odontologia, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande-PB
IV Professora Adjunta do Curso de Odontologia, Departamento de Odontologia, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande-PB

Correspondência para:

 

 


 

RESUMO

Introdução: A ausência de sintomatologia do câncer bucal na fase inicial e a falta de preparo do cirurgião-dentista são fatores que podem estar associados a um diagnóstico tardio. Objetivos: Caracterizar os conhecimentos e atitudes dos cirurgiões-dentistas atuantes na rede privada de Campina Grande, Paraíba, acerca do câncer bucal. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo transversal, com abordagem quantitativa. Utilizou-se para a coleta de dados um questionário estruturado e os resultados foram analisados pela estatística descritiva. Resultados: Dos 42 cirurgiões-dentistas participantes, 57,1% eram do sexo masculino. A metade dos pesquisados eram graduados há mais de 16 anos, sendo a grande maioria pós-graduados (78,5%). A maioria (54,7%) julgou ter um relativo conhecimento acerca da doença. O exame de todas as estruturas bucais nas consultas fez parte da rotina de 81% dos profissionais e em casos de lesão suspeita de malignidade, 47,6% encaminharam para especialistas. Quanto à orientação ao paciente sobre informações relativas ao câncer bucal, 64,2% confirmam a prática. Conclusões: Os cirurgiõesdentistas mostraram-se comprometidos com a prevenção e diagnóstico do câncer bucal, incluindo nos seus exames de rotina a busca por alterações do padrão de normalidade que possam sinalizar a presença de lesões cancerizáveis.

Palavras-chaves: Diagnóstico bucal; Neoplasias bucais; Odontologia preventiva


 

ABSTRACT

Background: The lack of symptomatology on oral cancer in the early stages and dentist's lack of preparation are factors that could be associated with delayed diagnosis. Aim: To characterize the knowledge and attitudes of dentists in private practices on Campina Grande, Paraíba, Brazil, about oral cancer. Methods: It was a cross-sectional study, with quantitative approach. The data collection was done using a questionnaire, and results were analyzed by descriptive statistics. Results: Of those 42 dentists interviewed, 57.1% (24) were male. Half of those surveyed were graduated about sixteen years ago or more, being the most of them postgraduate 78.5% (33). The majority, 54.7% (23) believed to have a relative knowledge about the disease. The examination of all oral structures on dental visit is made by 81.0% (34) of clinical dentists and 47.6% (20) of all dentists perform dental referral for lesion suspected of malignancy. About dental advices toward oral cancer, 64.2% (27) of dentists responded positively. Conclusions: The dental surgeons showed committed with prevention and diagnosis of oral cancer, including on their routine examination the search on normal range that can indicate the presence of precancerous lesions.

Key-words:


 

INTRODUÇÃO

Na atualidade, a Odontologia compreende a prevenção, o diagnóstico precoce e, não somente, o tratamento curativo das doenças bucais. Dentre essas doenças, o câncer bucal pode ser considerado um problema de saúde pública, merecendo atenção especial do cirurgião-dentista1-5.

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para o biênio 2012-2013 apontam o surgimento de 520 mil novos casos de câncer. Para o câncer bucal a estimativa é de 14.170 casos, esses valores correspondem a um risco estimado de 10 casos novos a cada 100 mil homens e 4 a cada 100 mil mulheres. Desconsiderando os tumores de pele não-melanoma, o câncer da cavidade oral em homens é o quarto mais frequente na região Nordeste (6/100 mil) e para mulheres é o oitavo mais frequente (3/100 mil). Para o estado da Paraíba foi estimado o diagnóstico de 250 novos casos de câncer bucal, obedecendo a incidência para homens e mulheres: 160 novos casos em homens e 90 casos em mulheres6.

Entre as neoplasias orais mais frequentes, cerca de 90 a 92% corresponde a carcinoma de células escamosas, representando 2% de todas as mortes por câncer no mundo, com uma taxa anual de aproximadamente 350 mil mortes7-8. O restante das neoplasias orais (8 a 10%) corresponde a linfomas, sarcomas e tumores das glândulas salivares9. Com relação aos fatores causais, já está bem estabelecido que o consumo de tabaco corresponda a um dos principais fatores para o surgimento do câncer na cavidade oral e faringe9-11. O consumo de bebidas alcoólicas também tem sido relatado como um fator importante na progressão do câncer bucal, que associado ao fumo aumenta o seu efeito carcinogênico12. Outros fatores ainda têm sido associados ao câncer bucal, incluindo fatores endógenos (desnutrição geral e a predisposição genética), fatores exógenos (anemia por deficiência de ferro e infecções orais) e fatores ambientais incluindo os raios solares13-14.

Estudos demonstram que a manifestação inicial da doença raramente é diagnosticada e cerca de dois terços dos casos são descobertos em estágios avançados da doença, principalmente nos países em desenvolvimentos, causando uma sobrevida inferior a 5 anos em pelo menos 50% desses pacientes2-5,15. Deficiências na formação profissional ou na educação continuada têm sido apontadas como fatores que podem contribuir para o diagnóstico tardio do câncer bucal16.

Cada vez mais se torna necessário o engajamento do profissional da odontologia na orientação sistemática dos pacientes sobre as formas de prevenir e detectar rapidamente sinais e sintomas do câncer bucal. Entretanto, ainda hoje ocorrem situações de desconhecimento profissional sobre as formas corretas de atuar nesses campos, o que repercute nos dados nacionais e internacionais que revelam uma alta incidência de câncer bucal diagnosticados em estádios clínicos avançados e um baixíssimo índice de medidas preventivas por parte da população17.

Em vista disso, o presente estudo buscou caracterizar os conhecimentos e diagnóstico do câncer bucal entre os cirurgiões- dentistas da rede privada de uma cidade do interior do Nordeste brasileiro.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

Tipo e Localização do Estudo

Foi desenvolvido um estudo transversal e observacional entre cirurgiões-dentistas da rede privada da cidade de Campina Grande, estado da Paraíba (PB), Brasil. Para coleta das informações foi utilizado um questionário estruturado, com o qual se pesquisou a prática e a conduta clínica dos profissionais da odontologia sobre o câncer bucal. O período de coleta ocorreu entre outubro de 2010 a junho de 2011.

Critério de Inclusão

Foram incluídos no estudo apenas profissionais que estivessem registrados no Conselho Regional de Odontologia do estado da Paraíba.

Universo, Amostra e Processo de Amostragem

O universo desta pesquisa foi constituído por 102 cirurgiões-dentistas que atuavam na rede privada de atendimento odontológico da cidade de Campina Grande (PB), segundo informações fornecidas pelo Conselho Regional de Odontologia da Paraíba.

Inicialmente tentou-se entrevistar todo o universo, mas após aplicação dos critérios de inclusão, a amostra ficou composta por 44 profissionais que atuavam na rede privada da cidade de Campina Grande.

Coleta de Dados

O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário estruturado, previamente elaborado, com base em estudos prévios similares e adequado ao objetivo do estudo. O mesmo constava de 21 perguntas divididas em duas seções: (1) aspectos sociodemográficos; (2) perguntas referentes ao câncer bucal; acerca do conhecimento sobre o seu diagnóstico clínico; fatores e condições de risco; conduta clínica do profissional frente às lesões suspeitas e a opinião do cirurgião-dentista em relação ao conhecimento do paciente sobre a doença. Antes da coleta de dados, foi realizado o estudo piloto com o objetivo de testar o instrumento e treinar os indivíduos envolvidos na aplicação do questionário.

Para a coleta de dados, cada profissional era contatado em seu endereço de trabalho, sendo explicado o objetivo do estudo e como procederia a sua participação. Na mesma ocasião, era entregue o questionário e agendado a devolução do mesmo, de acordo com a disponibilidade do profissional.

CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Esta pesquisa obedeceu aos critérios da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos da Universidade Estadual da Paraíba (protocolo CAAE de nº 0226.0.133.000-08).

Análise Estatística

Os dados foram inicialmente digitados em planilha eletrônica, programa Microsoft Excel® (Microsoft Office XP, Albuquerque, Novo México, EUA). Depois houve auxílio do programa Statistical Package for the Social Science for Windows, versão 18.0 (Chicago, Ilinois-EUA) para cálculo das frequências absolutas e relativas.

 

RESULTADOS

Do total de participantes, 57,1% pertenciam ao sexo masculino e 42,9% ao feminino. Com relação ao tempo de graduação, a metade era formada há mais de 16 anos, e a maioria (78,5%) já possuía pós-graduação (Tabela 1).

 

 

 

Com relação às variáveis relacionadas ao diagnóstico e prevenção do câncer bucal, grande parte dos pesquisados (54,7%) julgou possuir um relativo conhecimento sobre a doença. O exame de todas as estruturas bucais fazia parte das suas consultas de rotina em 81% dos entrevistados (Tabela 2). Em casos de lesão com suspeita de malignidade, 19% afirmaram ser capazes de realizar o diagnóstico, enquanto os demais optavam pelo encaminhamento (Tabela 2).

 

 

 

Sobre a percepção dos profissionais com relação ao nível de informação dos seus pacientes acerca do câncer bucal, 80,9% afirmaram que os seus pacientes estão mal informados e quando questionados sobre a orientação ao paciente, 64,2% (27) afirmaram realizar essa prática (Tabela 2).

Quando questionados sobre o tipo de câncer bucal mais incidente, a maioria (59,5%) afirmou ser o carcinoma de células escamosas. Acerca da região anatômica mais acometida, 35,7% relataram ser o lábio, 28,5% a língua, 11,9% o palato e 23,9% a mucosa jugal. Segundo os cirurgiões-dentistas, a faixa etária mais vulnerável para a ocorrência do câncer bucal foi relatada como acima dos 60 anos (95,2%). A respeito da lesão precursora mais associada à doença, 69% afirmaram ser a leucoplasia (Tabela 3).

Em relação ao conhecimento sobre os fatores causais para o desenvolvimento do câncer bucal, verificaram-se os seguintes: tabagismo (100%); álcool (73,8%); radiação solar (66,6%); prótese mal adaptada (38%); e a hereditariedade (71,4%) (Tabela 3).

 

 

 

DISCUSSÃO

Observou-se que a metade dos profissionais pesquisados se enquadrava na faixa etária de 27 a 39 anos de idade, o que configura uma amostra relativamente jovem. Já com relação ao tempo de conclusão da graduação a metade já tinha se formado há mais de 16 anos. A respeito disso, Falcão17 afirma que pouco tempo de formação indica maior atualização dos profissionais em relação aos conhecimentos sobre câncer bucal, o que não poderia deixar de ser observado entre os participantes com maior tempo de formação. Entretanto, estes profissionais com tempo de formação precisam estar inseridos no contexto da educação continuada sobre esse tema.

Ao serem questionados sobre qual o seu nível de conhecimento sobre o câncer bucal, 54,7% acreditaram possuir um conhecimento razoável. Este dado aponta para uma falta de segurança dos profissionais em relação ao ato de intervir no processo de prevenção, diagnóstico e reabilitação do paciente acometido por essa morbidade. Outras pesquisas revelam uma realidade semelhante com algumas variações percentuais. Matos et al.18 demonstraram que 77% dos cirurgiões-dentistas pesquisados se consideraram seguros em relação aos conhecimentos sobre câncer bucal. Falcão et al.17 observaram que apenas 3,8% consideravam o seu conhecimento ótimo. Já para Yellowitz et al.19 a proporção encontrada foi de 88%. Pinheiro, Cardoso e Prado21 constataram que 60,5% dos pesquisados possuíam um bom conhecimento e Gajendra et al.22 relataram que 72% dos dentistas acusavam um conhecimento sobre o câncer bucal satisfatório.

No atual estudo, 81% dos profissionais afirmaram realizar o exame clínico de todas as estruturas bucais em todas as consultas de rotina. Este resultado condiz com o estudo de Falcão17, em que 78,9% dos dentistas relataram a realização de exames dos tecidos moles e com o estudo de Yellowitz et al.19 que encontraram um percentual de 74% de dentistas que realizavam exame completo das estruturas orais. Isto provavelmente não condiz com a realidade, uma vez que nos centros de referência para tratamento do câncer bucal o fluxo de pacientes em estádio inicial muitas vezes não é confirmado, além disso, a literatura aponta que em muitos registros hospitalares os pacientes com o diagnóstico da doença já se encontram em estádio clínico avançado.

Este fato também já foi percebido por Falcão et al.17, onde ele afirma que era de se esperar um maior número de casos diagnosticados precocemente, já que a maioria dos cirurgiões-dentistas relatam realizar um exame minucioso da estruturas orais moles. É preciso também considerar que muitos fatores podem estar relacionados com um diagnóstico tardio para o câncer bucal: baixa frequência às consultas odontológicas periódicas pelos pacientes (sobretudo fumantes e/ou etilistas inveterados); demora na sintomatologia da doença e dificuldade no acesso aos serviços de saúde especializados.

Um dado importante é que o encaminhamento para os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) foi citado apenas por 7,3% dos profissionais. Os CEOs estão presentes em Campina Grande desde 2004 como parte integrante de uma política de governo, desta forma o encaminhamento a estes centros deveria ser mais frequente. Em 2006 o Ministério da Saúde23 publicou o protocolo e o fluxograma para o referenciamento dos pacientes com lesões suspeitas para os CEOs, os quais servem como um norteador para os profissionais tanto da rede pública como da privada. Contudo, observa-se que esse discernimento ainda não sensibilizou a maior parte dos profissionais da rede privada, e caso já sejam do conhecimento deles, ainda não incorporaram às suas práticas clínicas.

O câncer pode ser definido como uma multiplicação desordenada de células defeituosas ou atípicas, que não conseguem ser debeladas, totalmente, pelo sistema imunológico, por razões ainda desconhecidas. Esse crescimento celular descontrolado pode vir a comprometer tecidos e órgãos24. A língua é considerada como o local anatômico de maior prevalência para o câncer bucal25-28.

Desde 2005, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o melhor termo a ser utilizado para descrever lesões ou condições que possuam uma maior chance de malignização, seja o termo Lesões Potencialmente Cancerizáveis (LPC)29. As lesões potencialmente cancerizáveis são as leucoplasias, as eritroplasias, o líquen plano e a queilite actínica. São consideradas condições potencialmente cancerizáveis, a fibrose submucosa, o xeroderma pigmentoso e a anemia de Fanconi30.

Ao observar o conhecimento dos cirurgiões-dentistas sobre o diagnóstico clínico da doença, verificou-se que 59,5% conheciam o carcinoma de células escamosas como o tipo mais comum dos tumores malignos da boca. Resultado bem melhor do que os encontrados nos estudos de Morais31 e Falcão17. Na atual pesquisa, 35,7%, erroneamente, relataram que o lábio seria a região anatômica mais acometida pelo câncer bucal, enquanto 28,5% afirmaram ser a língua. Resultado que revela o desconhecimento dos profissionais acerca do assunto, principalmente quando comparados a estudos, como os de Yellowitz et al.19 e Gellrich et al.32, onde a maioria afirmou ser a língua. Com relação à lesão precursora mais associada ao câncer bucal, 69% afirmaram ser a leucoplasia, no entanto, acredita-se que sua taxa de malignização esteja ao redor de 1% para todos os tipos de leucoplasias existentes29.

É necessário reafirmar a importância do cirurgião-dentista no processo de aconselhamento ao paciente sobre os fatores/ condições de risco do câncer bucal. Para isto, é necessário que o profissional conheça a relação do risco e, assim, possa orientar seus pacientes adequadamente32.

De acordo com Veloso et al.33, o retardo no diagnóstico do câncer bucal está relacionado, na maioria das vezes, com uma ou mais das seguintes situações: (1) um paciente que não conhece e/ou não percebe a gravidade dos sintomas de sua doença; (2) um profissional de saúde que não está capacitado para o diagnóstico precoce do câncer bucal ou das desordens potencialmente malignas; e (3) um sistema local de saúde que não está estruturado para atender pacientes com lesões bucais e possibilitar um diagnóstico rápido das mesmas.

A principal limitação deste estudo foi o pouco retorno dos questionários preenchidos pelos profissionais. Esta limitação é inerente a pesquisas que utilizam este instrumento para coleta de dados. No presente estudo, dos cirurgiões-dentistas procurados, apenas 41% responderam ao questionário da pesquisa.

O cirurgião-dentista egresso da faculdade precisa estar preparado para atuar como agente transformador, capaz de perceber a realidade e enfrentá-la por meio de ações que associem teorias e práticas adquiridas durante a sua formação. Devendo o mesmo ter conhecimento científico para detectar lesões cancerizáveis por meio do exame clínico, como também ser capaz de avaliar possíveis fatores de riscos relacionados. Nesse contexto, o profissional poderá contribuir para o diagnostico precoce do câncer bucal, uma melhoria no prognóstico do caso e, por conseguinte, uma redução dos casos de mortalidades decorrentes desta doença.

 

CONCLUSÃO

Os cirurgiões-dentistas mostraram-se comprometidos com a prevenção e diagnóstico do câncer bucal, entendendo a vital importância do diagnóstico ainda em estádio clínico inicial, incluindo nos seus exames de rotina a busca por alterações do padrão de normalidade que possam sinalizar a presença de lesões cancerizáveis.

Dessa forma, espera-se que os cirurgiões-dentistas instruam seus pacientes e a população em geral quanto às atitudes de autocuidado e autoexame, bem como, se engajem em políticas públicas para conscientização e prevenção do câncer bucal.

 

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Correspondência para:
Francisco Ivison Rodrigues Limeira
Rua Theodósio de Oliveira Ledo
Número 116, Apto 101
CEP: 58400-08, Bairro Centro
Campina Grande-PB

 

Recebido: 28/08/2013
Aceito: 05/08/2016