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IJD. International Journal of Dentistry

versão On-line ISSN 1806-146X

IJD, Int. j. dent. vol.9 no.4 Recife Out./Dez. 2010

 

ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE

 

Prevalência de Aggregatibacter actinomycetemcomitans, Porphyromonas gingivalis e Prevotella intermedia em diferentes grupos populacionais

 

Prevalence of Aggregatibacter actinomycetemcomitans, Porphyromonas gingivalis and Prevotella intermedia on different population groups

 

 

Camila Borges FernandesI; Davi Romeiro AquinoII; Gilson Cesar Nobre FrancoIII; Juliana Guimarães SantosIV; Jonas Carvalho FilhoV; Fernando de Oliveira CostaVI; Sheila Cavalca CortelliVII; José Roberto CortelliVIII

IDoutora em Periodontia pela Universidade de Taubaté
IIDoutor em Periodontia pela Universidade de Taubaté e Professor de Periodontia da Universidade de Taubaté
IIIDoutor em Farmacologia pela Universidade Estadual de Campinas e Professor do Programa de Pós-Graduação da Universidade de Taubaté
IVTécnica de Biologia Molecular da Universidade de Taubaté
VProfessor de Biologia Molecular, Universidade de Taubaté
VIDoutor em Ciências da Saúde-Epidemiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e Professor Associado da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais.
VIIDoutora em Patologia Bucal pela Universidade Estadual de São Paulo e Professora Assistente Doutora de Periodontia da Universidade de Taubaté
VIIIDoutor em Biopatologia pela Universidade Estadual de Campinas e Professor Assistente Doutor de Periodontia da Universidade de Taubaté

Correspondência

 

 


RESUMO

A identificação de periodontopatógenos é um passo importante no diagnóstico e tratamento da doença periodontal. O presente estudo do tipo transversal teve como objetivo verificar a prevalência de três espécies bacterianas periodontopatogênicas, Aggregatibacter actinomycetemcomitans, Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia, em diferentes grupos populacionais, na condição de presença ou ausência de elemento dental. Para isso foram incluídos 40 recém-nascidos (2,20 ± 1,30 meses), 40 crianças entre 6 e 13 anos (9,33 ± 1,99 anos), 30 adultos/idosos dentados (61,7 ± 7,05 anos) e 30 adultos/idosos desdentados (65,8 ± 6,69 anos). Foram coletadas amostras extra-sulculares (mucosa da bochecha e dorso da língua) de toda a população, e para os grupos dentados, foram também coletadas amostras intra-sulculares (sulco ou bolsa periodontal). Todas as amostras foram processadas utilizando-se a Reação em Cadeia da Polimerase. As frequências bacterianas foram analisadas estatisticamente utilizando o teste Qui-Quadrado. O grupo de recém-nascidos apresentou apenas a bactéria A. actinomycetemcomitans (2,56%). As crianças de 6-13 anos portavam A. actinomycetemcomitans (10,00%) e P. intermedia (92,50%). A bactéria P. gingivalis esteve presente apenas nos grupos de adultos e idosos nas frequências de 46,67% para dentados e 3,33% para desdentados. O estudo de diferentes grupos populacionais permitiu inferir que a microbiota periodontal se faz presente independentemente de alguns fatores de risco para a doença periodontal como a idade do indivíduo, a presença e o número de dentes presentes em boca.

Palavras-chave:   Prevalência; Aggregatibacter actinomycetemcomitans; Porphyromonas gingivalis; Prevotella intermedia; Grupos etários.


ABSTRACT

The identification of periodontal pathogens is an important tool for the diagnosis and treatment of periodontal disease. The present cross-sectional study aimed to verify the prevalence of three periodontal pathogens, Aggregatibacter actinomycetemcomitans, Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia, on different groups, with and without teeth. This survey included 40 newborns (2.20 ± 1.30 months), 40 children (9.33 ± 1.99 years of age), 30 dentate adults/elderly subjects (61.7 ± 7.05 years of age) and 30 edentulous adults/elderly subjects (65.8 ± 6.69 years of age). Microbial extra-sulcus samples (cheek mucosa and dorsum of the tongue) were obtained from all subjects. In addition, microbial subgingival samples (sulci or periodontal pockets) were collected from dentate subjects. All samples were analyzed using bacterial DNA-specific polymerase chain reaction. Bacterial frequencies were statistically analyzed using Chi-square tests. We observed that the newborns allocated A. actinomycetemcomitans alone (2.56%). On children with 6-13 years old population we detected both A. actinomycetemcomitans (10.00%) as well as Prevotella intermedia (92.50%). P. gingivalis was present on adults/elderly subjects (46.67%) on dentate group and 3.33% on the matched edentulous group. We concluded that the study of different population groups allowed to deduce that periodontal microbiota have been present irrespective of the presence of risk factors for periodontal disease such as: age, presence and number of teeth on mouth.

Key words: Prevalence; Aggregatibacter actinomycetemcomitans; Porphyromonas gingivalis; Prevotella intermedia; Age groups.


 

 

INTRODUÇÃO

A colonização bacteriana bucal inicia-se nos primeiros instantes de vida, podendo perdurar e representar risco de desenvolvimento da doença periodontal. Esta doença depende de diferentes variáveis ambientais e do hospedeiro como o sistema imunológico, fatores genéticos, hábitos de higiene, entre outros. Porém, o gatilho para dar início à doença periodontal é a presença de um complexo biofilme bacteriano que coloniza as regiões sulculares entre a superfície do dente e gengiva marginal1. Uma incidência relativamente alta de periodontopatógenos em dentes de pacientes clinicamente saudáveis implica que mesmo os nichos saudáveis funcionam como um reservatório dinâmico para microrganismos periodontopatogênicos2.

Apesar de mais de 700 diferentes espécies já terem sido identificadas na cavidade bucal3; presume-se que apenas um pequeno número apresente potencial patogênico4. Dentre estas espécies destacam-se as Gram-negativas, Aggregatibacter actinomycetemcomitans, Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia e Tannerella forsythia5. A. actinomycetemcomitans é considerado um importante patógeno na etiologia da periodontite crônica6, enquanto a outras três bactérias compõem o "complexo vermelho", altamente associadas com a destruição dos tecidos periodontais4. O diagnóstico microbiológico destes patógenos específicos melhoraria nossa habilidade em identificar indivíduos ou sítios em risco para desenvolvimento da doença periodontal7.

Os anos iniciais da infância são um período crítico para a aquisição de determinadas bactérias, e o contato com familiares  que  apresentam periodontopatógenos são a principal fonte de contaminação para bebês e crianças8. No entanto, não há um marcador positivo que possa estimar o risco de desenvolvimento da doença periodontal e a sua susceptibilidade varia entre indivíduos. Portanto, não é fácil convencer um paciente jovem da necessidade de prevenção, especialmente se este apresentar tecidos periodontais saudáveis. Se algum fator de risco puder ser identificado, ele pode ser útil para melhorar a motivação da prevenção da doença periodontal na população de crianças e adolescentes9. Por outro lado, o percentual de bactérias periodontopatogênicas foi encontrado em níveis significantemente maiores e pacientes adultos e idosos quando comparados com adolescentes10.

Recentemente provou-se que a colonização  por  bactérias periodontopatogênicas independe da presença do elemento dental11-13, contrariamente ao que fora antes defendido por Danser et al.14,15 (1994; 1997), sugerindo que a extração dos dentes naturais e eliminação do ambiente subgengival  ocasionava  um desaparecimento  espontâneo  de microrganismos periodontopatogênicos.

O desenvolvimento de técnicas de biologia molecular objetivando a detecção de espécies patogênicas, permitiu não apenas a aquisição do conhecimento da genética microbiana, mas também determinou a base para o desenvolvimento de métodos diagnósticos avançados16. A reação em cadeia da polimerase mostrou-se uma técnica altamente sensível e eficaz na detecção de periodontopatógenos mesmo quando estes estão disponíveis em pequenas quantidades. Com isso, o presente estudo transversal teve como objetivo verificar a prevalência de três espécies bacterianas periodontopatogênicas, A. actinomycetemcomitans, P. gingivalis, P. intermedia, em diferentes grupos populacionais, na condição de presença ou ausência de elemento dental.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

Seleção da Amostra / Critérios de Inclusão e Exclusão

O presente estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade de Taubaté sob o número 109/08. Os indivíduos que assinaram o TCLE, ou seus respectivos progenitores, após a avaliação dos critérios de inclusão/exclusão do estudo foram convidados a participar do estudo. Para fazer parte do mesmo estabelecemos que: os indivíduos deveriam estar sistemicamente saudáveis e não ter utilizado medicação oral ou sistêmica de antibióticos por ao menos seis meses antecedentes ao início do estudo.

Logo, foram incluídos recém-nascidos com até 120 dias de vida que estivessem em atendimento pediátrico no Hospital Escola do Departamento de Medicina da Universidade de Taubaté (UNITAU), desde que não tivessem apresentado baixo peso ao nascer, ou nascido pré-termo. Participaram também crianças de 6 a 13 anos (dentição mista presente), que não fizessem uso de aparelho ortodôntico, adultos e idosos acima de 55 anos subdivididos em dois grupos, dentados e desdentados, nunca fumantes, desde que não fizessem uso de nenhum tipo de prótese. A população de crianças e adultos/idosos foi alocada no serviço de triagem da Clínica do Departamento de Odontologia da UNITAU. Particularmente, o grupo de indivíduos adultos/idosos desdentados, incluiu-se aqueles que estivessem desdentados ao menos por 1 ano. E para os indivíduos adultos/idosos dentados, estes não deveriam ter realizado tratamento periodontal 12 meses anteriores ao início do estudo e com um mínimo de 16 dentes presentes em boca.

Anamnese

Durante a realização da anamnese, foram coletados os dados demográficos e de condições de saúde geral de toda a população.

Exame Clínico, Sítios e Método de Obtenção das Amostras Bacterianas

O exame clínico e coleta das amostras bacterianas foram realizados de acordo com as características da população de cada grupo. Os dois grupos desdentados, recém-nascidos e adultos/idosos, passaram por exame visual e as coletas bacterianas foram realizadas de sítios extra-sulculares: mucosa jugal e dorso da língua com swab de algodão previamente umedecido com tampão Tris-EDTA (TE) (Bio-Rad®). As crianças de 6 a 13 anos passaram por exame clínico com registro dos índices de placa visível (IPV) e índice de sangramento gengival (ISG), preconizados por Ainamo & Bay17(1975), dos sítios mésio-vestibulares dos dentes 16, 11, 26, 36, 31 e 46. Em seguida foram realizadas coletas bacterianas extra-sulculares (idem aos recém-nascidos e adultos/idosos desdentados) e coletas bacterianas intra-sulculares, com cone de papel autoclavado n° 30 (Dentsply®) dos mesmos dentes índices. Nos casos de ausência dos dentes determinados, foram obtidas amostras bacterianas intra-sulculares dos dentes imediatamente adjacentes. Adultos/idosos dentados realizaram exame clínico periodontal completo com registro da profundidade de sondagem (PS), nível clínico de inserção (NCI), além dos IPV e ISG. Foram também realizadas coletas bacterianas extra-sulculares (idem aos recém-nascidos e adultos/idosos desdentados) e coletas bacterianas intra-sulculares, com cone de papel autoclavado n° 30 (Dentsply®), dos sítios mésio-vestibulares dos dentes previamente  examinados  que apresentassem as maiores medidas de PS, preferencialmente dentes não contíguos em hemiarcos opostos.

Quando da coleta intra-sulcular cada dente previamente selecionado foi isolado com roletes de gaze esterilizada e a placa bacteriana supragengival removida com algodão esterilizado. O cone de papel foi inserido na porção mais apical do sulco gengival / bolsa periodontal e aí mantido por 60 segundos18. A partir de então, os cones de papel de cada indivíduo foram colocados em um único microtubo (Bio-Rad®) contendo 1 ml de solução de Ringer e mantidos a -20 ºC até o seu processamento.

A obtenção dos dados microbianos foi realizada previamente aos procedimentos terapêuticos, quando indicados.

A sequência de passos laboratoriais de extração do DNA bacteriano das amostras, amplificação por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) do DNA extraído das amostras, e a verificação através de eletroforese foi realizado de acordo com Cortelli et al.11 (2008). A sequência (5'-3') dos primers específicos para cada bactéria estudada encontra-se no Quadro 1. A PCR empregada no presente estudo consistiu em uma técnica qualitativa, indicando a presença ou ausência dos microrganismos estudados.

 

 

Com o tratamento estatístico dos dados, a frequência bacteriana foi analisada utilizando o teste Qui-Quadrado como auxílio do software BioEstat 5.0 (Belém-PA, Brasil). Os resultados foram considerados significantes para p<0,05.

 

RESULTADOS

As características da população quanto à idade e ao gênero encontram-se descritas na Tabela 1.

 

 

O indivíduo foi considerado positivo quando, em pelo menos um dos sítios coletados, foi verificada a presença da bactéria.

Os dois grupos de indivíduos dentados apresentaram perfil periodontal saudável. Nos recém-nascidos foi detectada a presença  apenas  de  A. actinomycetemcomitans, na frequência de 2,56%. As crianças de 6-13 anos apresentaram  tanto  A. actinomycetemcomitans (10,00%) quanto P. intermedia (92,50%). Já, P. gingivalis esteve presente apenas nos dois grupos de faixa etária avançada.

Os adultos/idosos desdentados, apesar da ausência do elemento dental, apresentaram A. actinomycetemcomitans 13,33%; P. gingivalis 3,33% e P. intermedia 10,00%. Não foi verificada diferença estatística quando este grupo foi comparado ao grupo de recém-nascidos.

O grupo de adultos/idosos dentados apresentou as maiores frequências para A. actinomycetemcomitans 26,67% e P. gingivalis 46,67%, além de ter sido detectada P. intermedia 43,33%.

As comparações das prevalências bacterianas entre os grupos com suas diferenças estatísticas (p<0,05), encontram-se no Gráfico 1.

 

DISCUSSÃO

A identificação de periodontopatógenos é um passo importante para a detecção, diagnóstico e tratamento da doença periodontal. A erupção dos dentes causa alterações no ambiente bucal e propicia a instalação da microbiota, esta poderá permanecer ao longo da vida, e em alguns casos quando associados a outros fatores, promoverá o quadro de doença.

O presente estudo mostra o comportamento da frequência bacteriana em faixas etárias cronologicamente opostas, desde o edentulismo ao nascer, passando pela fase de dentição mista, dentição permanente tardia, até a ausência total de dentes em idosos.

O grupo de recém-nascidos apresentou apenas A. actinomycetemcomitans, e em seu menor valor percentual (2,56%) quando comparado com os outros grupos. Anteriormente, Tanner et al.21 (2002) avaliando crianças de 06 até 18 meses de vida encontraram as seguintes prevalências: 30% de A. actinomycetemcomitans, 23% de P. gingivalis e 29% de P. intermedia. A menor frequência verificada em nosso estudo pode ser justificada pelo fato destes indivíduos nunca terem possuído o elemento dental, confirmando que o tempo e sulco gengival desempenham papéis importantes na colonização bacteriana assim como sugerido por Lamell et al.22 (2000).

A má higiene bucal na fase de troca dos dentes decíduos para os permanentes pode explicar uma alta prevalência de periodontopatógenos. Durante a dentição mista, o aumento da inflamação gengival resultante da pobre higiene bucal pode formar falsas bolsas que contribuem para a colonização de periodontopatógenos e funcionam como um reservatório de microrganismos23. Isso pode justificar a presença de P. intermedia encontrada em 92,5% das crianças de 6-13 anos.

Ao estudar a saliva de crianças brasileiras, Sakai et al.24 (2007) encontraram frequência máxima de A. actinomycetemcomitans e P. gingivalis na ordem de 4,7% e 8,3% respectivamente, utilizando a técnica de PCR. No nosso estudo, A. actinomycetemcomitans esteve presente em 10% das crianças, e P. gingivalis não foi detectada. Rotimi et al.16 (2010) estudaram as prevalências de periodontopatógenos em crianças com idade inferior a 06 anos até 18 aos de idade e encontraram as mais altas taxas em indivíduos entre 06 e 15 anos de idade. No entanto, estes mesmos autores acrescentaram que a colonização não necessariamente induz uma infecção que causa destruição ao periodonto, a presença contínua é provavelmente um pré-requisito para P. gingivalis e P. intermedia enquanto para A. actinomycetemcomitans, a presença em sítio subgengival pode ser um fator chave para o prognóstico de periodontite em crianças. Portanto, exames e cuidados profissionais na fase de transição de dentição podem ser importantes para a prevenção de infecção por bactérias periodontopatogênicas23.

Foi possível verificar uma diminuição considerável das espécies bacterianas entre os grupos de adultos/idosos dentados para desdentados, com diferença estatística para P. gingivalis e P. intermedia. Estes dados concordam os de Kishi et al.25 ( 20 1 0) que encontraram  bactérias periodontopatogênicas mais frequentemente em idosos japoneses dentados que desdentados. Eles sugeriram ainda a existência de uma circulação estável de periodontopatógenos entre o sulco gengival e a superfície da língua ao longo do tempo, na presença de dentes. No presente estudo, a bactéria P. gingivalis foi detectada em 46,67% dos adultos/idosos dentados, dado semelhante ao relatado por Faghri et al.26 (2007) (40%) e Wara-aswapati et al.5 (2009) (45%), ao analisar amostras sulculares de adultos periodontalmente saudáveis. Estes valores confirmam a afirmação de Lamell et al.22 (2000) que consideraram P. gingivalis o principal patógeno da periodontite em adultos. O grupo de adultos/idosos dentados apresentou um perfil em geral saudável, porém este não foi um critério de inclusão adotado pela pesquisa, por isso, encontramos uma prevalência de 26,67% de A. actinomycetemcomitans, enquanto Wara-aswapati et al.5 (2009) detectaram apenas 5% da mesma bactéria, porém a população por eles avaliada era composta por adultos jovens necessariamente saudáveis.

Anteriormente, utilizando técnica de cultura microbiana, acreditava-se na eliminação de patógenos periodontais após a extração dos dentes14,15. Nossos dados detectaram  para  adultos/idosos desdentados, uma frequência de 3,33% para P. gingivalis e 10,00% para P. intermedia, além de 13,33% para A. actinomycetemcomitans, exatamente o mesmo valor encontrado por Devides et al.27 (2006) em pacientes edêntulos também utilizando a técnica de PCR. Com o atributo da ferramenta molecular, onde é possível detectar a presença de até mesmo apenas um microrganismo não viável, pode-se comprovar a existência de tais patógenos, portanto as bactérias permanecem em nichos bucais após a eliminação dos dentes ainda que em baixas proporções28. Com isso, devido à semelhança das microbiotas que provocam a periodontite e periimplantite, a redução ou eliminação destes patógenos anteriormente à instalação de implantes pode ajudar na prevenção da periimplantite28.

 

CONCLUSÃO

A condução do presente estudo proporcionou em parte entender o comportamento microbiano em diferentes grupos populacionais e com particularidades próprias de acordo com a faixa etária. Observamos que a microbiota periodontal se faz presente independentemente de fatores de risco para a doença periodontal como a idade do indivíduo, a presença e o número de dentes presentes em boca.

 

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Correspondência:
José Roberto Cortelli
Rua Expedicionário Ernesto Pereira, no. 110
Centro, Taubaté-SP
CEP 12.020-040
e-mail: jrcortelli@uol.com.br

Recebido em 29/09/2010
Aprovado em 04/10/2010