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Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial

versão On-line ISSN 1808-5210

Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac. vol.10 no.1 Camaragibe Jan./Mar. 2010

 

ARTIGO DE CASO CLÍNICO

 

Carcinoma mucoepidermoide em palato: relato de caso

 

Palatal mucoepidermoidal carcinoma: a case report

 

 

Michel ZiniI; Eduardo MoreschiII; Cleverson Luciano TrentoIII; Vilmar Divanir GottardoIV; Renato Zardetto JrV; Tatiana Roberta de Camargo AleixoVI

IMestrando em CTBMF pela Universidade do Sagrado Coração – USC - Bauru. E-mail: michelzini@gmail.com
IIDoutorando em CTBMF pela Universidade do Sagrado Coração – USC - Bauru. Docente de Odontologia do Centro Universitário de Maringá - CESUMAR. E-mail: eduardoctbmf@yahoo.com.br
IIIDoutor em Diagnóstico Bucal pela Universidade Estadual Paulista – UNESP. Docente de Odontologia do Centro Universitário de Maringá - CESUMAR. E-mail: cleverson@cesumar.br
IVMestrando em CTBMF pela Universidade do Sagrado Coração – USC – Bauru. Docente do Departamento de Cirurgia do Centro Universitário de Maringá - CESUMAR. E-mail: profgott@hotmail.com
VEspecialista em Radiologia pela Universidade de São Paulo - USP. Docente de Odontologia do Centro Universitário de Maringá - CESUMAR. E-mail: rzjr_@hotmail.com
VIDiscente do Curso de Residência em CTBMF do Centro Universitário de Maringá - CESUMAR. E-mail: tatifront@gmail.com

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O carcinoma mucoepidermoide é o tumor maligno de glândula salivar mais frequentemente encontrado na cavidade bucal. A lesão apresenta um comportamento biológico diverso, que está relacionado ao seu grau histológico. Microscopicamente, classifica-se como de baixo, intermediário ou alto grau, dependendo da proporção e características das células: escamosas, produtoras de muco e do tipo intermediário. A graduação histológica do tumor determina as formas de tratamento e prognóstico. O presente trabalho objetivou a descrição de um caso clínico referente a um carcinoma mucoepidermoide na região do palato, atendido no Projeto de Lesões Bucais do Centro Universitário de Maringá (CESUMAR). Trata-se de uma lesão agressiva e deve ser considerada como hipótese de diagnóstico em lesões proliferativas da mucosa bucal.

Descritores: Carcinoma Mucoepidermóide. Neoplasias das Glândulas Salivares. Mucosa Bucal/patologia.


ABSTRACT

Mucoepidermoidal carcinoma is a malignant tumor of the salivary gland frequently found in the oral cavity. It presents a diverse biological behavior, which is related to its histological classification. Microscopically, mucoepidermoidal tumors are classified as low-grade, intermediate grade and high-grade lesions according to the percentage of mucus-forming cells, intermediate cells and cells with squamous differentiation. The aim of this study was to describe a case of mucoepidermoidal carcinoma in the palate, treated at the University Center of Maringá, as part of the Oral Lesions Project. The patient's prognosis is determined by the early diagnosis and correct management of this tumor. This is an aggressive lesion and should be considered and as a hypothesis in the diagnosis even though its clinical appearance suggests a benign lesion.

Keywords: Carcinoma, Mucoepidermoid. Salivary Gland Neoplasms. Mouth Mucosa/pathology.


 

 

INTRODUÇÃO

O termo Carcinoma Mucoepidermóide (CM) foi descrito, primeiramente, por Stewart, Foote e Becker (1945), sendo este conhecido como tumor de origem de duas constituições, por ser de caráter misto (células escamosas e produtoras de muco). Consiste em uma neoplasia maligna que se encontra com maior frequência em glândulas salivares11,17,23,29,31. As glândulas salivares maiores estão envolvidas em 54.6% dos casos, comumente com a glândula parótida5. Carcinoma Mucoepidermoide pode ocorrer também nas glândulas de revestimento dos seios maxilares, glândulas lacrimais, orofaringe, nasofaringe, laringe, pregas vocais, traqueia e pulmões10.

Esse tipo de carcinoma possui diversas variantes histológicas, incluindo esclerose, unicístico, oncocístico, sebáceos, célula agressiva global30. É o neoplasma de glândula salivar epitelial maligno de alta prevalência dentre os adultos18. A média de idade dos pacientes com esse tipo de câncer é de 45 anos, e os locais mais frequentes de acometimento do tumor envolvem o palato, a mucosa jugal e a região alveolar2,3,11,26.

A predileção é pelo sexo feminino2,15,24, e sua maior incidência está na 2º e 8º décadas de vida, predominando um claro domínio em pacientes de raça branca20. Seu tratamento normalmente é cirúrgico, recomendando-se a excisão da lesão com margem de segurança1,6,8,14,17,24,28,32.

Östman et al. (1997) relatam que a frequência de tumores malignos de glândulas salivares é de 0,4 a 2,6 casos por 100.000 habitantes, embora ocorram variações desses índices devido a diferentes métodos de registro. Ao analisar a ocorrência de tumores de glândula salivar em três períodos de 10 anos, 1960-69, 1970-79 e 1980-89, os autores verificaram que vem ocorrendo um aumento estatisticamente significante do número de casos de CM, incluindo os de glândulas salivares acessórias que mostraram um aumento de 2,3 para 3,2 casos por 100.000 habitantes.

 

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, melanoderma, 37 anos de idade procurou atendimento no Projeto de Lesões Bucais do Centro Universitário de Maringá (CESUMAR) com queixa principal de "aumento de volume no céu da boca". Ao exame físico intrabucal, constatou-se uma lesão na região posterior de palato duro do lado esquerdo, de forma ovoide, coloração vermelho arroxeada, consistência mole, superfície lisa, com tamanho aproximado de 3 cm, de base séssil (Figura 1), e nenhuma alteração foi observada ao exame radiográfico.

 

 

Na anamnese realizada, o paciente relatou: tempo de evolução cerca de 5 anos, não ter hábitos nocivos (fumo ou álcool), não ser portador de doenças sistêmicas bem como ausência de sintomatologia dolorosa. Não foi possível definir nenhum tipo de alteração a partir da análise radiográfica. A punção realizada (Figura 2) foi positiva para líquido; a hipótese diagnóstica foi de lesão maligna ligada ao seio maxilar, sendo, então, programado o procedimento cirúrgico para realização de biópsia incisional (Figura 3).

 

 

 

 

Após fixação da peça cirúrgica e procedimentos histotécnicos de rotina, os cortes microscópicos revelaram proliferação de células epiteliais dispostos em lençóis e mostrando figuras de mitose e intenso pleomorfismo, células mucosas e células intermediárias, dispostas em cordões e lençóis, e configurações císticas, sendo o diagnóstico de carcinoma mucoepidermoide (Figura 4).

 

 

O tratamento foi a remoção cirúrgica do tumor associada à radioterapia. Após um mês do ato cirúrgico, foi confeccionada uma placa de HAULLY (Figura 5) para obliteração do palato devido à dificuldade fonética e deglutição do paciente. Depois de cinco meses de proservação, foi realizada novamente outra biópsia por punção aspirativa com agulha fina, obtendo-se resultado de margem livre de neoplasia, observando-se uma satisfatória cicatrização do palato.

 

 

DISCUSSÃO

O carcinoma mucoepidermoide (CM) constitui 20% das neoformações malignas nas glândulas salivares menores. Tem uma capacidade de ser infiltrativa e de produzir metástases a distância com porcentagem menor de 5%29. Antigamente acreditava-se que o aparecimento desse tumor em glândulas salivares menores pode ter como origem traumas locais17. No presente relato do caso, houve um aparecimento do tumor mucoepidermoide em um indivíduo de gênero masculino e não fumante. Existe uma estreita relação do tumor mucoepidermóide com o adenoma pleomórfico1, 23.

Na maioria das vezes, o carcinoma mucoepidermóide se apresenta com aspecto de cor azulado, flutuante, semelhante à mucocele. Para realizar um diagnóstico adequado, são necessários alguns exames complementares, normalmente uma biópsia incisional6,8,24,32.

O tratamento inicial é sempre cirúrgico, realizando-se a enucleação. A possibilidade de recidiva vai depender do grau de infiltração das margens da lesão. Ressecção local ampla, associada ou não a esvaziamento cervical, e eventualmente a radioterapia pós-operatória é o tratamento de escolha para os carcinomas mucoepidermoides5,9,12,13,19,28.

A ressecção de estruturas adjacentes está indicada em casos em que exista comprometimento detectado previamente ou durante a cirurgia. Havendo necessidade de ressecções ampliadas na metade dos casos tratados por cirurgia, sendo o esvaziamento cervical indicado em casos em que existam evidências clínicas de metástase regional, estadiamento clínico avançado ou alto grau histológico de malignidade5, Em cerca da metade dos casos nos quais é realizado esvaziamento cervical, foi demonstrado comprometimento neoplásico histologicamente. No caso apresentado, após confirmação de resultados histológicos e diagnósticos por imagem, o paciente foi classificado através do grupamento de estadiamento II: T 2 , N 0 , M 0.

Diversas características clínicas e histológicas têm sido consideradas no prognóstico do carcinoma mucoepidermoide, mas as mais consistentes são o estágio clínico e o grau de malignidade do tumor24. Índices de sobrevida aos 5 anos variam de 92 a 100% em tumores de baixo grau, 62% a 92% em lesões de grau intermediário e de 0% a 43% em neoplasias de alto grau4,5,21. Tumores de graus intermediário e alto mostram maior tendência à infiltração, recorrência e metástase, com índices de cura relatados em 49%, 42% e 33% aos 5, 10 e 15 anos respectivamente16.

Alguns trabalhos que tentaram estabelecer marcadores prognósticos para o CM relacionaram-nos à gradação histológica dos tumores. Os resultados desses estudos revelaram altos índices de expressão de Ki-67, p53 e antígeno nuclear de proliferação celular (PCNA) associados à CMs de alto grau de malignidade18,22,26. Inversamente, altos índices de antígeno carcinoembrionário (CEA) e bcl-2 foram relacionados a neoplasias de baixo grau de malignidade26.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando o levantamento bibliográfico realizado bem como o caso clínico relatado, conclui-se:

- O carcinoma mucoepidermoide bem como qualquer outra lesão do complexo maxilo-mandibular devem preferencialmente ser diagnosticados o mais precoce possível, permitindo, na maioria das vezes um melhor prognostico da lesão.

- Este acomete, em sua maioria, glândulas salivares maiores.

- O palato e a mucosa jugal são os locais acometidos mais frequentemente.

 

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Endereço para correspondência
Michel Zini
Rua Pioneiro Francisco Dalquana, 63
Maringá – PR C.E.P.: 87045 – 510

Recebido em 05/05/2009
Aprovado em 02/07/2009