58 4 
Home Page  

    Compartir


    RGO.Revista Gaúcha de Odontologia (Online)

      ISSN 1981-8637

    RGO, Rev. gaúch. odontol. (Online) vol.58 no.4 Porto Alegre dic. 2010

     

    ORIGINAL ORIGINAL

     

    Considerações sobre o uso do piercing lingual

     

    Considerations regarding the use of tongue piercing

     

     

    Camila Maria Bullio FragelliI; Juliana Alvares Duarte Bonini CamposII,*; Ana Maria Minarelli GasparIII

    IUniversidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Odontologia. Araraquara, SP, Brasil
    IIUniversidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Odontologia, Departamento de Odontologia Social. Rua Humaitá, 1680, 14801- 903, Araraquara, SP, Brasil
    IIIUniversidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Odontologia, Departamento de Morfologia. Araraquara, SP, Brasil

     

     


    RESUMO

    OBJETIVO: Verificar as implicações do uso do piercing lingual em indivíduos da cidade de Araraquara, São Paulo.
    MÉTODOS: A cidade de Araraquara, São Paulo possui cinco estabelecimentos para colocação de piercing, dos quais apenas dois autorizaram a realização da pesquisa e permitiram acesso a listagem dos usuários de piercing lingual. Os usuários foram contatados pelo telefone. Ao final do estudo a amostra esteve composta por 100 indivíduos de ambos os sexos, maiores de 18 anos, que fazem ou fizeram uso do piercing lingual. Para levantamento das informações utilizou-se um formulário, com seis questões objetivas. Os dados obtidos foram analisados por meio de estatística descritiva.
    RESULTADOS: Dos participantes, 77 indivíduos usavam piercing lingual há mais de seis meses. O tempo de cicatrização após a colocação do adereço foi abaixo de quatro meses, sendo que, 68 pessoas utilizaram enxaguatórios bucais e 19, além deste, utilizaram analgésicos. Apenas 11 pessoas não apresentaram sintomas após as primeiras semanas decorrentes da colocação do piercing e 56 indivíduos relataram complicações como aumento da salivação, dificuldade na fala, fraturas dentárias, traumas na gengiva ou mucosa e dificuldades na alimentação.
    CONCLUSÃO: Frente às implicações apresentadas pelo uso do piercing lingual justifica-se o despendimento de esforços na orientação de jovens frente à opção de utilização de piercing na cavidade oral.

    Termos de indexação: Complicação. Piercing corporal. Saúde bucal.


    ABSTRACT

    OBJECTIVE: Investigated the consequences of tongue piercing in individuals from the city of Araraquara, São Paulo, Brazil.
    METHODS: In Araraquara there are five piercing shops, but only two agreed to help the research by providing the contact information of customers who had had their tongues pierced. These customers were contacted by telephone. By the end of the research, the sample consisted of 100 individuals from both genders aged 18 years or more. Not all of them still had their tongue piercing. A form with six objective questions was used to collect information. The information was then analyzed by descriptive statistics.
    RESULTS: From the 100 participants, 77 had been using tongue piercing for more than 6 months. It took less than 4 months for the tongue to heal. Sixty–eight individuals used oral rinses and of these, 19 also used painkillers. Only 11 individuals did not present symptoms after the first weeks using the piercing. On the other hand, 56 individuals reported complications such as increased salivation, speaking difficulties, gingival or mucosal traumas, dental fractures and eating difficulties.
    CONCLUSION: All these tongue-piercing complications justify efforts to inform the youth about the use of piercing in the oral cavity.

    Indexing terms: Complications. Body piercing. Oral health.


     

     

    INTRODUÇÃO

    Durante séculos a prática de piercing no corpo faz parte de ritos culturais e religiosos. Na antiguidade, os egípcios usavam no umbigo simbolizando realeza, os romanos utilizavam anéis nos mamilos demonstrando coragem e os maias perfuravam suas línguas com propósito religioso1.

    Atualmente, o piercing é muito difundido entre os jovens2, sendo utilizado com frequência na orelha, sobrancelhas, umbigo, nariz, genitália e cavidade oral. Na cavidade oral, os lábios são muito procurados, mas o piercing lingual está se tornando cada vez mais popular3.

    Os materiais utilizados nessa prática vão desde prata e ouro ao aço cirúrgico. Em relação ao tempo médio de cicatrização, Lima4 afirma que no lábio e na língua este é de, aproximadamente, cinco semanas e quando o paciente apresentar dor, inflamação com consequente aumento do período de cicatrização, sugere-se que ocorra a limpeza do local com uso de clorexidina e antibioticoterapia.

    Na língua, o piercing geralmente é colocado na linha média à metade da distância do ápice da língua ao freio lingual de forma circunferencial com suas extremidades de comprimento aproximado de 30 mm1,5.

    Segundo Lima4 não há uma estatística específica com relação aos malefícios causados pelo piercing, mas o autor relata que não existe um material 100% seguro. Silva et al.6 verificaram que as complicações vão desde a formação de cicatrizes, fratura dental, reações alérgicas ao metal até as infecções que negligenciadas, podem levar a hiperplasia tecidual e obstrução de vias aéreas.

    Berenguer et al.7 constataram em paciente portador de piercing lingual e labial, severa inflamação gengival com mobilidade dental, reabsorção óssea horizontal e presença de bolsa periodontal no dente afetado pelo piercing. Brennan et al.8 alertaram para a possibilidade de múltiplas fraturas dentárias causada pelo trauma contínuo provocado pelo piercing colocado na língua.

    Sabendo-se do aumento da utilização de piercing lingual nos dias atuais realizou-se este estudo para verificar as implicações de seu uso em indivíduos da cidade de Araraquara (SP).

     

    MÉTODOS

    O município de Araraquara (SP) possui cinco estabelecimentos para colocação de piercing, os quais foram visitados para buscar o consentimento para realização deste estudo. Após apresentação dos objetivos do trabalho, apenas dois estabelecimentos autorizaram a realização da pesquisa e permitiram acesso a listagem dos usuários de piercing lingual.

    Os usuários foram contatados pelo telefone, de modo que se procedeu a leitura do termo de consentimento livre e esclarecido. Ao final do estudo a amostra esteve composta por 100 indivíduos de ambos os sexos que fazem ou fizeram uso do piercing lingual. Cabe ressaltar que participaram apenas indivíduos acima de 18 anos.

    Para levantamento das informações utilizou-se um formulário, com seis questões objetivas, aplicado por um único examinador. Os dados obtidos foram analisados por meio de estatística descritiva e apresentados por meio de tabela e gráficos.

    Este estudo recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Odontologia sob o protocolo n. 09/06.

     

    RESULTADOS

    A idade média dos indivíduos usuários de piercing lingual participantes do estudo foi de 19,96 anos, sendo que a idade máxima observada foi de 30 anos. A amostra esteve composta por 61 mulheres e 39 homens sendo que, 93 indivíduos ainda faziam uso do piercing lingual no momento da aplicação do formulário.

    As respostas referentes ao tempo de uso do piercing lingual, tempo de cicatrização e utilização de medicamentos nas primeiras semanas após sua colocação, dadas pelos 100 indivíduos avaliados encontram-se na Tabela 1.

     

     

    Os resultados encontrados chamam atenção, pois grande parte dos indivíduos avaliados (n=77) utiliza o piercing lingual a mais de seis meses. O tempo de cicatrização, após colocação do piercing, relatado por 59 pessoas foi menor que quatro semanas e de 5 a 8 semanas para 34 indivíduos. Chama atenção ainda que em sete casos a cicatrização excedeu o tempo de 9 semanas.

    Com relação ao consumo de medicamentos nas primeiras semanas de utilização do piercing 68 indivíduos relataram utilizar apenas enxaguatórios bucais e 19 pessoas além desta substância também utilizaram analgésicos. Outro fato a ser destacado é a utilização de antibióticos por seis indivíduos.

    Os sintomas decorrentes da colocação do piercing lingual relatados pelos usuários estão expostos na Figura 1.

     

     

    Nota-se que 11 pessoas relataram não ter apresentado sintoma algum decorrente da colocação do piercing lingual enquanto 49 indivíduos relataram mais de dois sintomas como edema, dor, febre, sangramento, infecções e abscessos.

    As principais complicações relatadas pelos usuários de piercing lingual estão expostas na Figura 2.

     

     

    Complicações como aumento da salivação, dificuldade de fala, fraturas dentárias, traumas na gengiva ou mucosa e dificuldades na alimentação foram relatados por 56 pessoas.

     

    DISCUSSÃO

    Para a realização deste estudo enfrentou-se grande dificuldade de aceitação dos proprietários dos estabelecimentos de colocação de piercing em participar, sob a alegação de que este tipo de trabalho pode afastar seus futuros clientes. Deste modo, o tamanho amostral foi determinado pelo total de indivíduos, cujo cadastro foi fornecido por dois estabelecimentos, que aceitaram participar da pesquisa o que totalizou 100 pessoas. Deve-se salientar que, aparentemente, não havia diferenças (preço, aspecto, cuidados com a higiene) entre os estabelecimentos de colocação de piercings que concordaram e os que não concordaram em participar do estudo, entretanto, este tipo de afirmação só poderia ser comprovada se todos os estabelecimentos tivessem concordado em participar da pesquisa.

    Em relação aos achados deste estudo, a média de idade dos usuários de piercing lingual foi em torno de 20 anos, com maioria de mulheres (61%). Kieser et al.9 observaram uma prevalência maior de indivíduos do sexo feminino (93%) utilizando piercing lingual. Com relação à idade, os dados mostraram que o uso deste adereço foi pertinente à faixa etária situada no final da adolescência e início da vida adulta. Cabe esclarecer que, como a idade mínima para participação neste estudo foi de 18 anos, a média de idade encontrada pode não refletir a realidade uma vez que muitos jovens, menores de 18 anos, fazem uso deste adereço. Kieser et al.9 e Levin et al.10 verificaram que a idade média foi de 21 e 20,08 anos, respectivamente, sendo que estes estudos foram realizados também em indivíduos com idade mínima de 18 anos.

    A utilização do piercing lingual a mais de 6 meses (Tabela 1) denota a insistência por parte dos jovens na sua utilização. No estudo de Levin et al.10, os autores observaram que a média de uso do piercing foi de 13 meses, variando de 1 a 60 meses e Kieser et al.9 verificaram que 75% das pessoas entrevistadas utilizavam o piercing lingual a menos de 2 anos.

    Com relação ao tempo de cicatrização, pode-se notar (Tabela 1) que 59 indivíduos apontaram para um período de 4 semanas. Chama atenção ainda que em sete casos, a cicatrização excedeu o tempo de 9 semanas, o que seria justificado pelo presença de dor, inflamação e outras complicações que tendem a aumentar o período de cicatrização. Segundo Lima4, o tempo médio de cicatrização, no lábio e na língua é de, aproximadamente, cinco semanas e se o paciente apresentar dor e inflamação irá conseqüentemente aumentar o período de cicatrização.

    Com relação ao consumo de medicamentos nas primeiras semanas de utilização do piercing, 68 indivíduos relataram utilizar apenas enxaguatórios bucais e 19 pessoas além desta substância também utilizaram analgésicos.

    Quanto às possíveis complicações durante as primeiras semanas de uso do piercing lingual, 11 pessoas relataram não apresentar sintoma algum decorrente da colocação do piercing e 49 indivíduos relataram mais de dois sintomas como edema, dor, febre, sangramento, infecções e abscessos (Figura 1). Achados da literatura fortalecem tal resultado. A presença de dor e edema foi observada por Theodossy3, Kuczkowski & Benumof11, Dunn & Revees12, Choe et al.13 e Lopez-Jornet et al.14, já a presença de sangramento foi relatada por Rosivack & Kao2, Kuczkowski & Benumo11, Lopez-Jornet et al.14 e Shacham et al.15. Os riscos de infecções que possam levar a endocardite bacteriana ou disseminação para vias respiratórias foram relatados por Akhondi & Rahimi16, Trindade et al.17, Dubose & Pratt18 e Lick et al.19, enquanto Olsen20 alerta para formação de abcessos e Dunn & Revees12 para as reações inflamatórias locais.

    Na maioria dos entrevistados (n=56) foram constatadas complicações como aumento da salivação, dificuldade de fala, fraturas dentárias, traumas na gengiva ou mucosa e dificuldades na alimentação (Figura 2). Na literatura vários autores corroboram com estes achados, Dunn & Revees12, Choe et al. 13, Khanna et al.21, Moor et al.22, observaram que o uso do piercing lingual pode levar ao aumento da salivação. Botchway & Kuc1, Choe et al.13, Bassiouny et al.23 e Moor et al.24 verificaram ainda danos à estrutura dental, que vão desde lascas no esmalte até fraturas dentais.

    Problemas na fala e na mastigação foram observados por Dunn & Revees12 e Choe et al.13 e recessão gengival foi detectada por Kieser et al. 9, Dibart et al.25, Brooks et al.26, Soileau27 e Chambrone & Chambrone28.

    Frente ao exposto, e concordando com Muir29, deve-se enfatizar a necessidade de orientações aos jovens e proprietários dos estabelecimentos de colocação de adereços, principalmente na cavidade oral, em relação às implicações da utilização do mesmo.

     

    CONCLUSÃO

    Conclui-se que a utilização de piercing lingual apresenta complicações como aumento da salivação, dificuldade na fala, fraturas dentárias, traumas na gengiva ou mucosa e dificuldades na alimentação. Frente a estas implicações justifica-se o despendimento de esforços na orientação de jovens frente à opção de utilização de piercing na cavidade oral.

     

    Colaboradores

    CMB FRAGELLI confeccionou o projeto de pesquisa, coleta dos dados e elaboração da versão inicial do manuscrito. JADB CAMPOS analisou os dados e fez a revisão crítica do manuscrito. AMM GASPAR orientou o trabalho, fez a revisão final e aprovação do manuscrito.

     

    REFERÊNCIAS

    1. Botchway C, Kuc I. Tongue piercing oral associated tooth fracture . J Can Dent Assoc. 1998;64:803-5.         [ Links ]

    2. Rosivack RG, Kao JY. Prolonged bleeding following tongue piercing: a case report and review of complications. J Pediatr Dent. 2003;25(2):154-6.         [ Links ]

    3. Theodossy T. A complication as tongue piecing: a case report and review of the literature. Br Dent J. 2003;194(10):551-2.         [ Links ]

    4. Lima ICA. A moda do "piercing" pode ser perigosa. J Assoc Pau Cir Dent. 2000; 35(522):37-8.         [ Links ]

    5. Canto GL, Oliveira J, Ouriques KA, Wolf FL. Piercing bucal: o que os dentistas devem saber. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2002;56(5):345-9.         [ Links ]

    6. Silva ER, Oliveira Junior JP, Miranda S. Piercing intra e perioral. Bjosci J. 2005;21(2):115-22.         [ Links ]

    7. Berenger G, Forrest A, Horning GM, Towle HJ, Karpinia K. Localized periodontitis as a long-term effect of oral piercing: a case report. Compend Contin Educ Dent. 2006;27(1):24-7.         [ Links ]

    8. Brennan M, O'Conell B, O'Sullivan M. Multiple dental fractures following tongue barbell placement: a case report. Dent Traumatol. 2006;22(1):41-3.         [ Links ]

    9. Kieser JA, Thomson WM, Koopu P, Quick AN. Oral piercing and oral trauma in a New Zealand sample. Dent Traumatol. 2005;21(5):254-7.         [ Links ]

    10. Levin L, Zadik Y, Becker T. Oral and dental complications of intra-oral piercing. Dent Traumatol. 2005;21(6):341-3.         [ Links ]

    11. Kuczkowski KM, Benumof JL. Tongue piercing and obstetric anesthesia: is there cause for concern? J Clin Anesth. 2002;14(6):447-8.         [ Links ]

    12. Dunn WJ, Reeves TE. Tongue piercing: case report and ethical overview. Gen Dent. 2004;52(3):244-7.         [ Links ]

    13. Choe J, Almas K, Schoor R. Tongue piercing as risk factor to periodontal health. N Y State Dent J. 2005;71(5):40-3.         [ Links ]

    14. Lopez-Jornet P, Camacho-Alonso F, Pons-Fuster JM. A complication of lingual piercing: a case report. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2005;99(2):18-9.         [ Links ]

    15. Shacham R, Zaguri A, Librus Hz, Bar T, Eliav E, Nahlieli O. Tongue piercing and its adverse effects. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2003;95(3):274-6.         [ Links ]

    16. Akhondi H, Rahimi Ar. Haemophilus aphrophilus endocarditis after tongue piercing. Emerg Infect Dis. 2002;8(8):850.         [ Links ]

    17. Trindade CP, Guaré R, Bonecker MJS. Piercing oral: considerações gerais e relato de casos clínicos. J Bras Odontopediatria Odontol Bebê. 2003;6(31):203-9.         [ Links ]

    18. Dubose J, Pratt JW. Victim of fashion: endocarditis after oral piercing. Curr Surg. 2004;61(5):474-7.         [ Links ]

    19. Lick SD, Edozie SN, Woodside KJ, Conti VR. Streptococcus viridans endocarditis from tongue piercing. J Emerg Med. 2005;29(1):57-9.         [ Links ]

    20. Olsen JC. Lingual abscess secondary to body piercing. J Emerg Med. 2001;20(4):409.         [ Links ]

    21. Khanna R, Kumar SS, Raju BS, Kumar AV. Body piercing in the accident and emergency department. J Accid Emerg Med. 1999;16(6):418-21.         [ Links ]

    22. Moor RJ, Witte AM, Bruyne MA. Tongue piercing and associated oral and dental complications. Endod Dent Traumatol. 2000;16(5):232-7.         [ Links ]

    23. Bassiouny MA, Deem LP, Deem TE. Tongue piercing: a restorative perspective. Quintessence Int. 2001;32(6):477-81.         [ Links ]

    24. Moor RJ, Witte AM, Delme KI, Bruyne MA, Hommez GM, Goyvaerts D. Dental and oral complications of lip and tongue piercings. Br Dent J. 2005;199(8):506-9.         [ Links ]

    25. Dibart S, Feo P, Surabian G, Hart A, Capri D, Su MF. Oral piercing and gingival recession: review of the literature and a case report. Quintessence Int. 2002;33(2):110-2.         [ Links ]

    26. Brooks JK, Hooper KA, Reynolds MA. Formation of mucogingival defects associated with intraoral and perioral piercing: case reports. J Am Dent Assoc. 2003;134(7):837-43.         [ Links ]

    27. Soileau KM. Treatment of a mucogingival defect associated with intraoral piercing. J Am Dent Assoc. 2005;136(4):490-4.         [ Links ]

    28. Chambrone L, Chambrone LA. Aspectos clínicos associados ao uso de piercing oral. Revista ABO. 2006;14(1):40-3.         [ Links ]

    29. Muir JD. Piercing issue. Br Dent J. 2001;191(11):594.         [ Links ]

     

     

    Recebido em: 18/5/2007
    Aprovado em: 30/4/2008

     

     

    * Correspondência para / Correspondence to: JADB CAMPOS. E-mail: <jucampos@foar.unesp.br>