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RSBO (Online)

versão On-line ISSN 1984-5685

RSBO (Online) vol.7 no.1 Joinville Mar. 2010

 

Editorial convidado

 

 

Prazer no dever

Atualmente um profissional de Odontologia pode decidir pelas várias facetas que nossa profissão oferece, inclusive ser clínico no seu consultório particular (como era regra há 20 anos!). Rapidamente consigo lembrar colegas dentistas exercendo funções em empresas privadas, trabalhando como representante comercial, responsável pelo marketing, pela consultoria, pelas relações públicas e pelo desenvolvimento e pesquisa de produtos, representante regional de armazenamento de células-tronco, além dos cargos públicos, como comandante militar, diretor de centros de saúde, diretor de hospitais, reitor.

Será que nosso currículo da faculdade de Odontologia mudou tanto nos últimos 20 anos para que esses inúmeros colegas conseguissem desenvolver as habilidades necessárias para tais funções? Na minha opinião, não. A resposta para mim pode ser explicada em três grandes mudanças: nos benefícios da competitividade, no atual desenvolvimento das empresas odontológicas brasileiras e no melhor entendimento do trabalho.

A decisão da carreira é dependente do mercado de trabalho. Se os grandes centros urbanos estão saturados de clínicas privadas, temos de nos diferenciar nessa competição. Continuar estudando é regra para quem se forma dentista no século XXI. A realização de um curso de pós-graduação, além de especializar, pode despertar o gosto pelo estudo em outras áreas de conhecimento antes nunca pensadas. Fora isso, o desenvolvimento da pós-graduação nos últimos anos oportunizou diversos cursos de pós-graduação em outras áreas, como administração, marketing, engenharia de produção etc., que podem ser cursados por dentistas. De posse de um currículo diferenciado, são os dentistas os mais bem preparados, muitas vezes, em concursos para empresas privadas e públicas não-odontológicas.

O crescimento do mercado nacional de produtos odontológicos e o das empresas nacionais também contribuem para a contratação de dentistas. Inúmeras empresas estrangeiras estão expandindo suas filiais no Brasil. E nossas empresas nacionais vão de vento em popa.

Segundo a HLCA Human Learning, 78% das pessoas não gostam daquilo em que trabalham. Se passamos no trabalho a maior parte do tempo diário em que estamos acordados, trabalhar com o que não gostamos é incompatível com uma vida feliz.

A felicidade é construída aos poucos, ao longo da vida, por meio das nossas escolhas.

Se nos dias de hoje nossa profissão nos permite essas diversas possibilidades, cabe a nós a decisão de qual área de trabalho nos tornará mais completos. E isso (acreditem!) independentemente do salário. O dinheiro vem como consequência do trabalho.

Com a maturidade, entendemos que trabalhamos para nos sentirmos úteis e reconhecidos na sociedade. Para nos sentirmos dignos.

No fim da história, o que você possui é a sua dignidade!

 

Guilherme Carpena Lopes
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)