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RSBO (Online)

versão On-line ISSN 1984-5685

RSBO (Online) vol.8 no.1 Joinville Jan. 2011

 

ARTIGO DE REVISÃO DE LITERATURA LITERATURE REVIEW ARTICLE

 

Fibromialgia e disfunção temporomandibular: uma revisão de literatura

 

Fibromyalgia and temporomandibular dysfunction: a literature review

 

 

Byanka Porto FragaI; Emanuella Barros dos SantosII; Thalyta Porto FragaIII; José Caetano MacieiraIII; Jader Pereira de Farias-NetoIV; Lucindo José Quintans JúniorV; Leonardo Rigoldi BonjardimV

IUniversidade Federal de Sergipe – Aracaju – Sergipe – Brasil
IIDepartamento de Enfermagem, Universidade Federal de Sergipe – Aracaju – SE – Brasil
IIIDepartamento de Medicina, Universidade Federal de Sergipe – Aracaju – SE – Brasil
IVCiências da Saúde, Universidade Federal de Sergipe – Aracaju – SE – Brasil
VDepartamento de Fisiologia, Universidade Federal de Sergipe – Aracaju – SE – Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Vários estudos têm associado disfunção temporomandibular (DTM) com fibromialgia (FM), e há uma grande diversidade de resultados. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre a relação entre DTM e FM.
REVISÃO DE LITERATURA: Por muitos anos, a DTM e a FM foram consideradas entidades distintas, mas recentemente alguns autores acreditam que essas duas situações clínicas apresentam semelhanças. É relevante ressaltar que em ambas a dor é o principal sintoma, seja na face, na mandíbula ou na cabeça. Ainda, essas síndromes dolorosas são caracterizadas pela diminuição no limiar da dor e pela redução da capacidade de atuação dos sistemas descendentes de modulação da dor. A relação de comorbidade entre DTM e FM pode indicar, portanto, a existência de alguma forma de sensibilização central comum às duas doenças, com compartilhamento de eventos neuroquímicos. Verificou-se que a presença de DTM é um achado comum em fibromiálgicos.
CONCLUSÃO: A FM e a DTM são entidades clínicas distintas, embora partilhem de sinais e sintomas, especialmente àqueles relacionados com a dor. Além disso, a prevalência de DTM em pacientes com FM é maior do que o contrário. Também se faz importante no diagnóstico dessas duas patologias a diferenciação entre trigger e tender points, de maneira a evitar falsos diagnósticos de DTM em fibromiálgicos.

Palavras-chave: fibromialgia; síndrome da disfunção da articulação temporomandibular; revisão.


ABSTRACT

INTRODUCTION AND OBJECTIVE: Several studies have associated temporomandibular disorders (TMD) and fibromyalgia (FM) finding a wide variation of results. The aim of this study was to review the literature about the relationship between TMD and FM.
LITERATURE REVIEW: For many years, TMD and FM were considered different clinical entities, but recently, some authors have reported that these two clinical situations have similarities. It is important to emphasize that both in FM and TMD pain is the main symptom, including pain in face, mandible, and headache. Besides, these pain syndromes are characterized by a decrease in pain threshold and in the capacity of attenuation of descending systems of pain modulation. The relationship of comorbidity between TMD and FM may indicate, therefore, the existence of some form of central sensitization, which is common to both diseases, sharing neurochemical events. In addition, it was found that the presence of TMD is a common finding in FM patients.
CONCLUSION: It can be concluded that FM and TMD are distinct clinical entities, although they share common signs and symptoms, especially those related to pain. Furthermore, it was observed that the prevalence of TMD in FM patients is higher than the other way around. It is also important in the diagnosis of these two diseases the differentiation between trigger and tender points, thus avoiding false diagnoses of TMD in FM patients.

Keywords: fibromyalgia; temporomandibular joint dysfunction syndrome; review.


 

 

Introdução

Dor muscular na região da face pode ser expressão de um problema sistêmico de dores musculoesqueléticas, cuja origem talvez advenha do sistema nervoso central. Trata-se de casos de pacientes com a desordem conhecida como fibromialgia (FM), em que a dor localizada na face é somente um aspecto da desordem que envolve toda a musculatura do corpo [40].

Fibromialgia é uma síndrome reumática não articular, caracterizada por dor musculoesquelética difusa, crônica e presença de múltiplas regiões dolorosas, denominadas tender points, especialmente no esqueleto axial [2]. Desconhece-se a etiologia, pois se apresenta de variadas formas nos diferentes pacientes, o que leva à caracterização de uma síndrome bem mais que uma doença – síndrome da fibromialgia (SFM) [5, 23, 27, 39].

Entre os sintomas mais comuns associados a essa desordem, citam-se fadiga, distúrbios do sono, rigidez matinal, ansiedade e depressão [35]. O diagnóstico é baseado somente em critérios clínicos, em virtude da ausência de exames complementares que a identifiquem. Segundo o Colégio Americano de Reumatologia (CAR), foram estabelecidos os seguintes critérios diagnósticos: dor difusa no esqueleto axial e em ambos os hemicorpos, acima e abaixo da cintura; dor em 11 ou mais dos 18 tender points e dor crônica por mais de três meses [4, 23, 57]. Quando o número de pontos dolorosos é inferior a 11, mas há concomitância de outros sinais e sintomas, o diagnóstico de FM também poderá ser confirmado [60].

Estima-se que a FM afeta de 2 a 7% da população mundial e de modo mais prevalente mulheres do que homens, em uma proporção de 9:1 [53]. A desordem atinge mais frequentemente pessoas entre 45 e 60 anos, porém sua incidência aumenta com a idade [52]. Embora incomum, a síndrome acomete ainda crianças e adolescentes [12].

A disfunção temporomandibular (DTM) é definida como um termo coletivo e abrange grande número de alterações clínicas que envolvem a musculatura mastigatória, as articulações temporomandibulares e as estruturas associadas, tendo como principais sinais e sintomas dor, sensibilidade à palpação dos músculos mastigatórios e das articulações temporomandibulares, ruídos articulares e mudança da dinâmica mandibular [2, 15, 17, 37, 41, 42]. É possível ainda estar acompanhada de alterações psicológicas [11, 17].

Estudos epidemiológicos como os de Egermark et al. (2001) [20] e Thilander et al. (2002) [54] mostraram que sinais e sintomas da DTM são encontrados em todas as idades. Algumas pesquisas evidenciaram que a severidade dos sintomas da DTM varia de acordo com a idade dos indivíduos e se eleva após a puberdade, com pico entre 20 e 40 anos [38]; os mais leves sintomas acontecem em crianças, adolescentes e idosos [9]. Similarmente à FM, a maioria dos trabalhos que avaliam as diferenças de gênero acerca da DTM tem indicado maior prevalência dos seus sinais e sintomas em mulheres [3, 26, 31]. A DTM, conforme Biondi e Picardi (1993) [10] e McNeill (1997) [37], é uma doença relacionada ao sexo feminino, visto que as mulheres são afetadas de três a seis vezes mais que os homens.

Embora a avaliação de sinais e sintomas da DTM não faça parte dos critérios diagnósticos para FM, é visto na literatura que tais entidades clínicas podem estar interligadas. Explica-se a ligação entre ambas segundo quatro modelos possíveis: 1) a diminuição do limiar de dor na FM é responsável pela dor musculoesquelética da face e, nesse caso, a FM é o problema predominante que predispõe à DTM; 2) a FM e a DTM estão associadas a alterações psicológicas primárias, ou seja, elas não têm relação causal direta, mas surgem em decorrência de alguma anormalidade de saúde mental; 3) a angústia psicológica observada em algumas pessoas fibromiálgicas leva a maior preocupação, a aumento de visitas médicas e à prevalência diagnóstica; nesse caso, o paciente apresenta a FM como problema inicial e a DTM não constitui diagnóstico para a sua queixa; 4) todas as disfunções dolorosas estão associadas a um aumento na prevalência da FM; logo, a DTM faz surgir a FM [50].

Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi discutir a relação entre FM e DTM por meio de revisão de literatura.

 

Revisão de literatura

Por muitos anos consideraram-se a DTM e a FM entidades distintas. Todavia alguns autores divulgaram que as duas situações clínicas possuem semelhanças entre si [1, 7, 13, 16, 21, 32, 44, 45, 59].

Eriksson et al. (1988) [21] realizaram a primeira investigação que descreveu a relação entre elas. Os pesquisadores demonstraram que 75% dos pacientes com fibromialgia tinham histórico clínico de DTM, variando de grau moderado a severo, de acordo com o índice de Helkimo. Esses achados preliminares suscitaram o interesse no desenvolvimento de novos trabalhos para esclarecer a possível relação entre DTM e FM.

Pennacchio et al. (1998) [44] notaram que 97% dos fibromiálgicos foram diagnosticados com DTM e que somente 30% do grupo controle apresentou sintomas de DTM. Manfredini et al. (2004) [32] encontraram resultados semelhantes: 86,7% dos indivíduos com FM tiveram, pelo menos, uma confirmação de DTM. Em contrapartida, apenas 10% das pessoas do grupo com DTM possuíam características para o diagnóstico de FM, segundo os critérios do CAR.

De maneira similar, Plesh et al. (1996) [45], mediante o research diagnostic criteria (RDC) e critérios do CAR para diagnóstico da DTM e da FM, respectivamente, apuraram que 18,4% dos sujeitos com DTM também eram fibromiálgicos. Entretanto 75% dos pacientes com FM podiam ser classificados com DTM miogênica. Além disso, os fibromiálgicos demonstraram menor limiar de tolerância à dor e manifestações mais severas de distúrbios do sono, fadiga, dor, entre outras, quando comparados aos indivíduos com DTM. Conforme os mesmos autores, a DTM (disfunção local) e a FM (disfunção generalizada) são entidades clínicas distintas, ainda que possuam certo grau de comorbidades em comum. Ademais, as especificidades que melhor diferenciaram FM de DTM foram: incapacidade funcional, dificuldades para trabalhar e insatisfação com o estado de saúde geral.

Para Hedenberg-Magnusson et al. (1997) [24], existem outros parâmetros clínicos que distinguem as duas condições. Ao cotejar um grupo de fibromiálgicos com um de pacientes com mialgia local e outro de pessoas saudáveis, os autores constataram que indivíduos com FM frequentemente apresentavam maior intensidade dos sinais e sintomas da DTM, tais como dor muscular e articular e ruído articular e limiar de tolerância à dor, o que diferiu muito do grupo com dor nos músculos mastigatórios e do grupo de sujeitos saudáveis.

No entanto não há consenso na literatura a respeito de os sintomas orofaciais serem vivenciados de modo mais intenso pelos fibromiálgicos do que pelos pacientes com DTM. Em um estudo comparativo italiano, Cimino et al. (1998) [13] verificaram, no tocante aos sintomas subjetivos da DTM, que os indivíduos com DTM e FM demonstraram indícios comuns de DTM, como dor durante a função mandibular, ruídos articulares e cefaleia, e também similaridades quanto à presença e intensidade de dor à palpação dos músculos mastigatórios.

Resultados parecidos foram encontrados por Dao et al. (1997) [16], que observaram semelhança na intensidade da dor facial entre pessoas com FM e DTM. Além disso, 69% dos fibromiálgicos possuíam dor facial ao longo do exame e 79,3% confessaram sentir dor facial nos últimos seis meses, enquanto 42,1% e 68,4% do grupo com DTM afirmou ter dor no corpo, nesta ordem, no momento da avaliação e nos últimos seis meses, variando de acordo com a localização. Apesar de uma elevada percentagem dos sujeitos com DTM ter relatado condições dolorosas fora da área facial, os autores sugerem que é improvável que a DTM seja uma condição de dor corporal generalizada, embora a possibilidade da coexistência entre FM e DTM não possa ser excluída.

A FM constitui, por vezes, um dos possíveis fatores etiológicos da DTM [25, 49]. Acredita-se na possibilidade de que esta é a primeira manifestação clínica da FM, ou seja, a sintomatologia da disfunção precederia às dores corporais generalizadas [46]. Raphael et al. (2000) [46] averiguaram que, dos pacientes com DTM e FM ao mesmo tempo, para 23,5% o início da dor generalizada e facial ocorreu concomitantemente; o restante disse que a dor facial antecedia a dor corporal.

Entretanto a ideia precisa ser avaliada com parcimônia, pois pode acontecer de a DTM ser diagnosticada antes da FM, mas não de os sintomas das dores faciais precederem aos sintomas dolorosos corporais. Korszun et al. (1998) [28] constataram que 42% dos fibromiálgicos tinham diagnóstico prévio de DTM. Contudo a maioria deles relatou que a dor facial foi secundária à dor corporal, sugerindo que a dor na face não deve ser considerada um sintoma precoce da FM.

Inúmeras pesquisas têm referido a comorbidade da DTM com as doenças reumatológicas, haja vista a presença de sintomas comuns entre elas, como dor na face, cefaleia e dor na mandíbula [1, 7, 59]. Apesar do alto grau de comorbidade, alguns estudiosos excluem o papel causal das doenças reumatológicas para DTM e dizem que tal hipótese somente poderá ser levada em conta quando houver correspondência entre a origem das dores faciais (articular ou muscular) e o tipo de reumatismo (articular ou muscular). Portanto, as doenças reumáticas não são fatores etiológicos da DTM, mesmo que elas sejam capazes de agravar os sinais e sintomas da DTM e influenciar o seu tratamento [59].

Mesmo assim, a FM e a DTM podem compartilhar de inúmeros mecanismos periféricos e centrais de dor [22], e é possível que a FM seja um fator etiológico da DTM. Vários estudos já demonstraram a alta prevalência (42 a 97%) da DTM em fibromiálgicos [21, 25, 44, 45, 47]. As manifestações orofaciais, como dor e sensibilidade nos músculos mastigatórios, estão entre os principais sinais e parecem ser um importante elemento na FM [29, 47]. Em contrapartida, a prevalência de FM em pacientes com DTM varia entre 4 e 23,5% [22, 34, 45, 46].

 

Discussão

As investigações mais recentes acerca da etiologia da FM acreditam que essa condição clínica decorre de uma alteração no eixo hipotálamo-hipofisário, o qual representa o principal caminho de resposta neuroendócrina ao estresse, de modo a alterar os níveis de cortisol, do hormônio do crescimento e de serotonina. Veem-se as mesmas condições em pessoas que sofrem de dor crônica, incluindo dores crônicas orofaciais e DTM [8, 36]. Tais evidências sugerem que talvez haja entre a FM e a DTM uma relação direta. Algumas correlações foram achadas por Salvetti et al. (2007) [49]. No estudo, 79,6% dos fibromiálgicos tinham pelo menos um diagnóstico de DTM; o mais encontrado foi desordens inflamatórias e degenerativas (71%), seguido das desordens musculares (40,9%).

Ressalta-se que nas duas desordens a dor é o principal sintoma. Associa-se a dor a alterações no processamento central do estímulo sensitivo. Ainda, as síndromes dolorosas são caracterizadas pela diminuição no limiar da dor e pela redução da capacidade de atuação dos sistemas descendentes de modulação da dor. A relação de comorbidade entre DTM e FM indica a existência de alguma forma de sensibilização central comum a ambas, com compartilhamento de eventos neuroquímicos [19].

Além da sensibilidade diminuída à dor, a FM e a DTM têm em comum outros sinais e sintomas, tais como cefaleia, dificuldade para dormir e de concentração [1], bem como ruídos articulares e limitação dos movimentos [54].

Apesar de as doenças possuírem fatores etiológicos comuns, tais quais ansiedade e estresse, elas devem ser vistas como patologias distintas por diversas razões. A DTM está relacionada a alterações oclusais, lado de preferência mastigatória, traumas faciais, deslocamento de disco, hábitos parafuncionais, entre outros. Na FM, por sua vez, esses fatores ainda não estão totalmente esclarecidos e definidos pela literatura [6, 11, 14, 30, 43, 48].

Quanto aos sinais e sintomas, caracteriza-se a DTM por dores orofaciais mais localizadas e pontuais em músculos mastigatórios em virtude da presença de trigger points. A dor, quando referida, segue um trajeto direcionado até a região cervical e os ombros. Já na FM há tender points disseminados em músculos de vários segmentos corporais, ocasionando um quadro álgico sistêmico e generalizado associado à fadiga e a dores musculares [13, 51, 58]. Todavia, dos 18 pontos (tender points) sugeridos pelo CAR como critério diagnóstico para FM, nenhum corresponde à palpação dos músculos mastigatórios. Isso demonstra que o CAR não leva em consideração o envolvimento orofacial na síndrome fibromiálgica [33].

Ademais, a palpação muscular não fornece distinção entre tender points e trigger points. Portanto, não existem parâmetros para diferenciá-los, o que pode acarretar em falso diagnóstico de DTM, uma vez que a manifestação de um tender point, expressão FM, pode simular a presença do trigger point, mesmo na ausência deste [33].

 

Conclusão

Embora a FM e a DTM sejam entidades clínicas distintas, elas podem ocorrer de maneira associada, bem como apresentar sinais e sintomas comuns, especialmente relacionados à dor. Os sinais e sintomas de DTM são mais prevalentes em fibromiálgicos do que a presença de FM em pacientes com DTM. Salienta-se, ainda, a importância de atendimento multiprofissional para que tais comorbidades sejam avaliadas de modo integrado, com vistas a melhorar o diagnóstico e o tratamento da população.

Já que o CAR não leva em conta a avaliação das dores orofaciais em seus critérios diagnósticos, faz-se imprescindível uma investigação criteriosa dela, tendo em vista que se comprovou alta prevalência dessas dores, sobretudo decorrentes da DTM, em fibromiálgicos.

 

Agradecimento

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

 

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Endereço para correspondência:
Leonardo Rigoldi Bonjardim
Avenida Marechal Rondon, s/n.º – Jardim Rosa Elza
CEP 49100-000 – São Cristovão – SE
E-mail:lbonjardim@yahoo.com.br

Recebido em 13/4/2010.
Aceito em 5/7/2010.
Received for publication: April 13, 2010.
Accepted for publication: July 5, 2010.