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RSBO (Online)

versão On-line ISSN 1984-5685

RSBO (Online) vol.8 no.2 Joinville Jun. 2011

 

ARTIGO ORIGINAL DE PESQUISA ORIGINAL RESEARCH ARTICLE

 

Severidade de fluorose dental em um grupo de escolares

 

Dental fluorosis severity in a group of school children

 

 

Susy Yukie FujibayashiI; Felipe Belmonte ArchettiII; Simone PizzattoII; Estela Maris LossoII; Eduardo PizzattoII

ICirurgiã-dentista – Curitiba – PR – Brasil
IIFaculdade de Odontologia e Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Positivo – Curitiba – PR – Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência e a severidade de fluorose dental em um grupo de escolares do município de Campo do Tenente (PR), de modo a comparar o teor médio de flúor presente na água de abastecimento público e discutir acerca dos valores efetivos para fluoretação das águas de abastecimento e da necessidade de um controle da concentração de flúor na água de que a população dispõe.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram examinadas 362 crianças, todas matriculadas em escolas públicas de ensino fundamental, procedimento feito por uma única examinadora previamente calibrada para aplicação do índice de Dean. Das crianças analisadas, 90 estavam acometidas por algum grau de fluorose; dessas 90, 40 retornaram com o termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelos pais/responsáveis para assim participar da pesquisa.
RESULTADOS: Das crianças que consentiram em fazer parte da investigação, 42,5% apresentaram grau leve de fluorose e 32,5% tinham grau moderado. Observou-se ainda que a média dos teores de flúor das águas de abastecimento público de 2004 foi de 1,7 ppm.
CONCLUSÃO: Tais resultados demonstram que é preciso maior atenção para a situação na referida cidade, com a inclusão de heterocontrole e monitoramento constante das condições de saúde bucal da população.

Palavras-chave: fluoretação da água; fluorose dentária; cárie dentária.


ABSTRACT

INTRODUCTION AND OBJECTIVE: This study aimed to assess the prevalence and severity of dental fluorosis in a group of school children in the city of Campo do Tenente (Parana, Brazil) in order to compare the mean fluoride concentration in public water supply and discuss the effective values for fluoridation of water supply, as well as, the need of control of fluoride concentration within the water consumed by population.
MATERIAL AND METHODS: Firstly, 362 children enrolled in regular public schools, at elementary level, were examined by a single researcher, previously calibrated for Dean's index application. From these, 90 children were affected by some degree of fluorosis, but only 40 returned the signed free and clarified consent form for participating in the research.
RESULTS: It was found that 42.5% of the children presented mild fluorosis and 32.5% moderate fluorosis. Moreover, it was observed that the average fluoride concentration in public water supply, in 2004, was 1.7 ppm of fluoride.
CONCLUSION: These results demonstrate the need of a closer supervision of the city situation, by the inclusion of fluoridation external control and constant monitoring of the oral health status of the population.

Keywords: fluoridation; dental fluorosis; dental caries.


 

 

Introdução

Não há dúvida de que a descoberta das propriedades anticariogênicas do flúor constitui um dos mais importantes marcos na história da Odontologia. Em todo o mundo o flúor é utilizado na prevenção de cáries de várias maneiras: pela fluoretação das fontes de água potável, pela sua adição ao sal, pela sua prescrição ou por meio da aplicação tópica de géis ou soluções durante grandes campanhas comunitárias, sem mencionar o amplo uso dos dentifrícios fluoretados [12].

A fluorose dental é uma deficiência na mineralização do esmalte causada pela ingestão regular de fluoreto durante o período de desenvolvimento dental. Existe uma relação doseefeito em seu surgimento. Logo, o aparecimento de fluorose dentária em populações abastecidas por águas fluoretadas só aconteceu porque a concentração foi mantida constante no decorrer do desenvolvimento dental [6].

Estudos conduzidos desde que se instituiu o primeiro programa comunitário de fluoretação das águas mostram que a fluoretação da água se torna efetiva na redução da prevalência de cáries e diminui consideravelmente o índice CPO-D, entretanto está associada com um crescimento no risco de fluorose dental não estética [15].

Para ser efetivo no combate à cárie e minimizar o risco de fluorose dental, a concentração de fluoreto na água precisa ficar entre 0,7 e 1,0 ppm, valor que deve ser controlado em caráter permanente para não atingir um nível negligível nem patamares tão acima que possam provocar fluorose dental [19].

A ingestão continuada de fluoretos em níveis acima da dose terapêutica desencadeia toxicidade crônica, podendo acarretar fluorose dental, um Fujibayashi et al. 170 – Severidade de fluorose dental em um grupo de escolares efeito sistêmico dependente da concentração do íon F- no sangue, que por sua vez é causado pela exposição aos mais diversos meios de fluoretação [10, 11]. Nesse sentido, a fluorose dental caracteriza-se como uma deficiência na mineralização do esmalte dentário consequente da ingestão diária de fluoretos durante o período de desenvolvimento dental [6, 8, 13, 18].

O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência e a severidade de fluorose dental em um grupo de escolares do município de Campo do Tenente (PR), de forma a comparar o teor médio de flúor presente na água de abastecimento público.

 

Material e métodos

Como rotina de atenção pública em saúde bucal, examinaram-se 362 crianças, todas matriculadas em escolas públicas de ensino fundamental, compreendendo a totalidade das crianças nascidas e residentes, desde a infância, na cidade e frequentadoras de estabelecimentos públicos escolares de ensino fundamental.

Em consultório odontológico, com todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) recomendados, iluminação artificial e auxílio de espátula de madeira, uma única examinadora previamente calibrada realizou o exame. No procedimento clínico inspecionaram-se todos os dentes, utilizando o índice de Dean de classificação da fluorose.

Os dados foram digitados e armazenados num banco de dados criado no programa Epi Info 6.04.

Das 362 crianças, 90 evidenciaram algum grau de fluorose; das 90, 40 retornaram com o termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelos pais/responsáveis a fim de participar da pesquisa.

Ainda, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, foram obtidas avaliações mensais da qualidade da água (de janeiro a dezembro de 2004), feitas pela companhia estadual de abastecimento de água, nas quais havia variações de 1,2 mg/l até 2,00 mg/l de fluoreto presente na água do sistema de distribuição.

O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aprovou este estudo.

 

Resultados

As leituras do teor de flúor da água de abastecimento público de Campo do Tenente, efetuadas de janeiro a dezembro de 2004, apresentaram média de 1,7 ppm de F, com mínima de 1,2 ppm e máxima de 2,00 ppm (gráfico 1).

 

 

Nos 40 escolares que consentiram integrar a investigação encontraram-se dentes com grau de fluorose desde o leve até o mais agudo; a maioria tinha grau leve, seguido pelo moderado. Quanto ao gênero, 47,5% eram do sexo masculino e 52,5% do feminino. A idade média ficou em 9,92 anos, com desvio padrão de 2,68. Não foi comprovada nenhuma correlação entre gênero e fluorose ou idade e fluorose.

Pelo fato de a amostra ser pequena, sobretudo aquela residente na área rural da localidade, não pôde ser comprovada nenhuma relação estatisticamente significativa entre localização geográfica e diferentes graus de fluorose.

No que tange à frequência de fluorose encontrada, segundo a classificação de Dean, tem-se: questionável 15%, muito leve 7,5%, leve 42,5%, moderado 32,5% e severo 2,5%. Somente uma criança apresentou grau severo.

 

 

Discussão

O declínio da cárie dentária e o aumento da prevalência de fluorose têm sido observados no mundo todo. No Brasil o fato ganhou destaque nos últimos anos, em que mais estudos epidemiológicos discutem o assunto [4, 6, 7, 8, 14, 18, 19, 20].

O período mais susceptível para a ocorrência de fluorose dental em dentes permanentes é do nascimento até os 6 anos de idade, variando de acordo com diferenças individuais na amelogênese. Aqui não foi achada correlação entre idade e fluorose. Segundo alguns autores, estudos relatam que a incidência de fluorose dental no país fica abaixo de 30% em cidades com a concentração de flúor de 0,8 mg/l e as taxas de prevalência maiores podem estar associadas ao efeito sinérgico com outras substâncias fluoradas [1, 5, 6, 7]. Na cidade de Bauru, em São Paulo, cuja concentração de flúor na água de abastecimento público é de 0,7 mg/l, constatou-se uma ocorrência de 35,58% de fluorose, pouco maior do que a aferida em outras pesquisas no estado. O grau de fluorose predominante nesse estado foi o TF1 [20].

A fluorose dentária no Brasil cresceu nos últimos anos, época na qual ela tem sido mais avaliada e a exposição da população infantil a diferentes métodos de uso de fluoretos vem aumentando. Embora com poucos casos de severidade, os resultados sugerem frequências mais altas do que as esperadas, sendo necessárias medidas de vigilância à saúde bucal [4].

Para Barros et al. (2002) [1], a fluoretação das águas de abastecimento público é indiscutivelmente o melhor método de administração do flúor por via sistêmica. Conforme os autores, a literatura aceita que a quantidade de flúor a ser ingerida por dia seja 0,05-0,07 mg/kg de peso corporal, por intermédio de todas as fontes [1].

Mesmo com avanços, há diversas investigações que descrevem a ocorrência dos primeiros sinais de intoxicação crônica com flúor em comunidades providas de água fluoretada, em forma de alterações na pigmentação do esmalte dentário [16].

Montero et al. (2007) [17], que avaliaram a concentração de flúor na água de escolas estaduais na Venezuela, o índice CPO-D e a ocorrência de fluorose (índice de Dean) em jovens de 8 a 12 anos, descobriram uma prevalência de 16,63% da anomalia na população estudada; o grau muito leve predominou. Nos três estabelecimentos escolares averiguados a concentração de flúor identificada na água e a incidência de fluorose foram, nesta ordem, de 0,13 mg/l e 11,22%, 0,31 mg/l e 3,36% e 1,58 mg/l e 41,51%.

Sánchez et al. (2005) [21] analisaram a ocorrência de fluorose em uma amostra de 1.061 escolares de Caldas, Colômbia. Dos participantes, 63,3% tinham fluorose, em todos os graus. Destes, 7% se enquadraram nas categorias moderada e severa do índice de Dean.

De acordo com Campos et al. (1998) [3], trabalhos mostram um aumento no índice de fluorose leve e moderada entre crianças, em áreas fluoretadas e não fluoretadas, como resultado da ingestão de flúor por meio de outras fontes, tais como certos alimentos, dentifrícios fluoretados e suplementos dietéticos de flúor.

Barros et al. (2002) [1] afirmam que em comunidades com 0,7 ppm de flúor na água de abastecimento público o uso tópico de compostos com flúor, como colutórios e dentifrícios, deve ser cauteloso, de modo a evitar o risco de fluorose dentária.

Estudos de heterocontrole de fluoretação comprovam sua relação custo-benefício positiva e explicam também a possibilidade da ocorrência de efeitos colaterais do consumo de fluoretos, caso não haja um controle adequado de sua concentração nas águas de abastecimento [2, 9, 19, 22].

Campos et al. (1998) [3] divulgaram uma prevalência de fluorose dentária leve a moderada de 14,64% em escolares com idade de 8 a 12 anos, sem distinção entre os gêneros masculino e feminino.

Segundo Cangussu et al. (2002) [5], os estudos epidemiológicos desenvolvidos no mundo na década de 1990 sobre fluorose trazem proporções heterogêneas acerca de sua ocorrência, variando da quase ausência em algumas comunidades até proporções superiores a 90%.

A difusão dos fluoretos por outras vias também pode ser considerada causa da fluorose em alguns municípios brasileiros, já que dentifrícios fluoretados, por exemplo, estão bastante difundidos [8, 23].

 

Conclusão

A fluorose dentária precisa ser encarada com atenção no campo da saúde bucal coletiva, pois é possível preveni-la, e em suas formas mais graves provoca alterações estéticas significativas capazes de interferir na vida da pessoa. Os níveis brandos dessa deficiência mostram-se comuns em locais com água de abastecimento público fluoretada. Contribuem para isso outros modos sistêmicos e tópicos do uso dos fluoretos.

O heterocontrole da concentração adequada de flúor nos sistemas públicos de fornecimento de água faz-se muito importante. No Brasil é imprescindível realizar um acompanhamento da tendência da prevalência e severidade da fluorose dentária, mediante pesquisas epidemiológicas longitudinais, de modo especial em lugares onde exista risco de alta concentração de fluoretos in natura nos mananciais de abastecimento.

 

Referências

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Endereço para correspondência:
Eduardo Pizzatto
Universidade Positivo – Mestrado Profissional em Odontologia Clínica
Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, n.º 5.300 – Campo Comprido
CEP 81280-330 – Curitiba – PR
E-mail: epizzatto@up.com.br

Recebido em 16/11/2010
Aceito em 21/12/2010
Received for publication: November 16, 2010
Accepted for publication: December 21, 2010.