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Odontologia Clínico-Científica (Online)

On-line version ISSN 1677-3888

Odontol. Clín.-Cient. (Online) vol.9 n.1 Recife Jan./Mar. 2010

 

ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICE

 

Ansiedade, medo e sinais vitais dos pacientes infantis*

 

Anxiety, fear and vital signs of the child signs of the child patients

 

 

Maíra Pê Soares de GóesI; Marcela Coutinho DominguesII; Geraldo Bosco Lindoso CoutoIII; Alice Kelly BarreiraIV

IEspecialista em Odontopediatria - EAP/ABO-PE
IIEspecialista em Odontopediatria - EAP/ABO-PE
IIProfessor Associado do Departamento de Clínica e Odontologia Preventiva da UFPE
IVMestre em Odontopediatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Correspondência para

 

 


RESUMO

Este estudo teve o objetivo de determinar os sinais vitais dos pacientes infantis, especificamente, pressão arterial e frequência cardíaca antes, durante e após os procedimentos odontológicos, relacionando-os com ansiedade e medo avaliados através do Venham Picture Test (teste VPT), realizado antes e após o atendimento. A amostra constou de 44 pacientes inscritos nas Clínicas de Odontopediatria, da Universidade Federal de Pernambuco, no período de fevereiro a julho de 2008. O teste VPT foi associado com gênero, idade, história médica e odontológica das crianças. A análise dos dados foi realizada pelo Teste de Friedman, e a associação do teste VPT com as demais variáveis foi estudada, estimando-se odds-ratio e intervalos de confiança de 95%. Os resultados não revelaram associações estatisticamente significantes entre sinais vitais e reações emocionais. Porém, o teste VPT mostrou-se um instrumento de avaliação de ansiedade infantil eficiente, especialmente em idade pré-escolar, das quais a maioria apresentou ansiedade. Quando associado à história odontológica, mostrou que crianças com experiência negativa em consultas odontológicas são mais ansiosas, mas não apresentou relação com história médica e gênero. A adoção do teste VPT pelos odontopediatras parece ser uma sugestão plausível para avaliar a ansiedade e o medo nos pacientes, especialmente em idade pré-escolar.

Descritores: Ansiedade e Medo Infantil; venham Picture Test (teste VPT); sinais Vitais.


ABSTRACT

This study has the objective to determinate the vital signs of the childlike patients, specifically, blood pressure and cardiac frequency, before, during and after the dental proceeding, and connected them with the anxiety and the fear valued through the Venham Picture Test (VPT test) carried out before and after the proceedings. The sample was composed by 44 patients registered in the Clinics of Odontopediatric of the Federal University of Pernambuco, in the period of February to July 2008. The VPT test was also connected with genre, age, medical and odontologic history of the children. Data analysis was performed by Friedman test and the test VPT association with the other variables were studied with an estimated odds-ratio and confidence intervals of 95%. The results did not reveal statistically significant associations between the vital signs and the emotional reactions. However, the test VPT was shown a very efficient instrument of evaluation of anxiety in children, especially in pre-school age, which majority presented anxiety. When associated with odontologic history it showed that the children with negative experience in odontologic consultations are more anxious, however doesn't shown relations with the medical history and with the genre. The adoption of the VPT test for the odontopediatrics it seems to be a credible suggestion to value the anxiety and the fear on his patients, especially in pre-school age.

Keywords: Fear and Anxiety Childlike; venham Picture Test (Test VPT); cardiac Frequency; blood Pressure.


 

 

INTRODUÇÃO

Apesar dos avanços tecnológicos da odontologia moderna, a ansiedade e o medo ainda são comuns em crianças e adultos, constituindo-se numa significante barreira para aatenção odontológica e interferindo nos cuidados regulares com a saúde bucal. O impacto do medo, da ansiedade e dafobia frente ao tratamento odontológico tem sido objeto de estudos há várias décadas.

Alguns autores relataram que o medo e a ansiedade estão muito relacionados, mas que não podem ter seus conceitos trocados12, 17. O medo faz parte do desenvolvimento infantil e da infância normal; em geral, é transitório, mas pode persistir por longos períodos, como pode acontecer com o medo ao tratamento odontológico. A ansiedade, por outro lado, é entendida como uma resposta a situações em que a fonte de ameaça ao indivíduo não está bem definida ou não está objetivamente presente21, sendo indispensável que o odontopediatra conheça os frequentes medos das crianças para preveni-los e aliviá-los9.

Entretanto, outros autores afirmaram que o medo e a ansiedade estão interligados e que é praticamente impossível separar os dois nas pesquisas realizadas no campo da Odontologia3, 7, 10.

Há trabalhos qualificando e quantificando medo e ansiedade em pacientes submetidos a tratamento odontológico, podendo as formas de avaliação ser questionários e escalas. Como característica comum, tais instrumentos devem possuir confiabilidade, validade e propriedades mensuráveis22 .

Mensurar a ansiedade odontológica é uma problemática, porque depende de medidas subjetivas, além da influência dos pais, do comportamento do cirurgião-dentista e da razão para a visita3.

Entre os instrumentos mais utilizados para mensurar a ansiedade odontológica, estão: Frankl Behavior Scale, Dental Anxiety Scale, Venham Picture Test, Taylor Manifest Anxiety Scale (MAS) e as Escalas de Ansiedade e de Comportamento23.

A observação comportamental é realizada por um operadorou observador(es) treinado(s), durante o procedimento odontológico, usando escalas padrão. É uma técnica útil empacientes infantis26 Entretanto, essas pesquisas de observação comportamental podem ser problemáticas, já que a presença de um observador no consultório pode perturbar o paciente. Além disso, é difícil ser totalmente objetivo, e alguns vieses podem acontecer3.

Os questionários, quando usados de maneira correta, podem dar uma medida aproximada da ansiedade odontológica de um paciente e uma indicação de cuidados especiais3, 26. Todavia, os questionários autoadministrados têm um valor limitado na avaliação da ansiedade de uma criança jovem, devido ao seu vocabulário e compreensão pouco desenvolvidos3.

As reações emocionais da criança podem ser avaliadasainda através da utilização de um teste projetivo comautoanálise a partir de desenhos de figuras humanas, comoo Venham Picture Test (VPT). O VPT original apresenta 42 figuras de desenhos humanos25 Posteriormente, foram realizadas modificações nas cartelas em número, forma, cor, codificação e acréscimo do gênero feminino. As cartelas foram codificadas de acordo com as reações emocionais (neutro; alegre; medo; aflito-choro; triste; raiva; pânico) e, diante delas, as crianças são estimuladas a escolher as figuras quemais refletem suas emoções15.

Os idealizadores do Teste VPT defendem seu uso em crianças de três a cinco anos24, e este tem sido considerado o instrumento mais utilizado para avaliar a ansiedade das crianças em idade pré-escolar13, 14.

O medo e a ansiedade podem desenvolver manifestaçõesfísicas nos pacientes, influenciando a medida da pressãoarterial e a sua leitura, ou ainda, causando taquicardia5, 6.

O sentimento de medo, relacionado aos procedimentosodontológicos, exerce influência nos processos mentaisdesencadeando reações físicas mensuráveis. No momentodo tratamento, a tensão muscular e a taquicardia são as manifestaçõesfísicas mais freqüentes do medo5.

Pacientes com sinais de ansiedade e medo podem ser identificados pelo seu comportamento e pela avaliação e reconhecimento de alguns sinais físicos, como dilatação das pupilas, palidez da pele, transpiração excessiva, sensação de formigamento das extremidades e, inclusive, aumento da pressão arterial2.

Os valores normais em repouso da frequência cardíacapara crianças na faixa etária entre 3 e 12 anos de idadeseriam entre 80 e 105 bpm18 .

E a pressão arterial média de crianças na faixa etária de 3 a 9 anos de idade deve ser 95 por 60 mmHg e para crianças acima de 9 e abaixo de 12 anos de idade, a pressão arterial média é de 100 por 65 mmHg20.

Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi o de determinaros sinais vitais dos pacientes infantis, especificamentea pressão arterial sistólica e diastólica e a frequência cardíacaantes, durante e após os procedimentos odontológicos realizados. E em seguida, relacionar os sinais vitais obtidoscom a ansiedade e o medo desses pacientes, os quais foramavaliados antes e após as consultas odontológicas, atravésde um teste projetivo com autoanálise de desenhos de figurashumanas (Venham Picture Test – VPT), o qual foi relacionadoainda, com a idade, o gênero, a história médica eodontológica das crianças pesquisadas.

 

METODOLOGIA

  • Universo e Amostra

O universo da pesquisa correspondeu a todos os pacientes inscritos na Clínica de Odontopediatria 1 e 2, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) durante o primeiro semestre letivo de 2008. A amostra foi selecionada no período de fevereiro de 2008 a julho de 2008 e foi composta por 44 pacientes infantis, de ambos os sexos, inscritos nas referidas clínicas, na faixa etária entre 3 e 12 anos de idade. Na Clínica de Odontopediatria 1, foram atendidos os pacientes de 07 a 12 anos de idade, enquanto que, na Clínica de Odontopediatria 2, os pacientes apresentavam entre 03 e06 anos de idade.

Este projeto foi encaminhado para apreciação e aprovadopelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, sob o protocolo no 303/07 e registrono SISNEP FR – 156195 (Anexo 1).

As crianças incluídas na pesquisa foram examinadas após a autorização por escrito dos pais ou responsáveis através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídas as crianças que não foram cooperativas com o tratamento, aquelas portadoras de necessidades especiais eainda as que não apresentaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos responsáveis.

  • Ficha Clínica

Cada indivíduo da amostra foi avaliado em um dia de atendimento para realização do procedimento odontológico, após a primeira consulta, pelo pesquisador responsável e formalmente habilitado. Foi realizado o preenchimento de uma ficha clínica do paciente, com seus dados de identificação, com os dados dos sinais vitais (frequência cardíaca e pressão arterial sistólica e diastólica) e com dados sobre reações emocionais.

  • Aferição da Pressão Arterial

Para aferição da pressão arterial e da frequência cardíaca, foi utilizado um tensiômetro digital Modelo HEM – 700Cda Onrom Coporation. A primeira aferição era realizada antes de iniciar o procedimento odontológico. A segunda aferição era realizada durante o procedimento, após a realização da anestesia. E a terceira e última aferição era realizada após a finalização do procedimento, quando o paciente já estava deixando a clínica.

  • Reações Emocionais

As reações emocionais das crianças foram avaliadas antes e após os procedimentos odontológicos, através de um teste projetivo com autoanálise a partir de desenhos de figurashumanas, o Venham Picture Test (Teste VPT), compostopor sete cartelas com as seguintes reações emocionais: neutro (pouca ansiedade), alegre (ausência de ansiedade), medo (presença de ansiedade), aflito-choro (presença de ansiedade), triste (presença de ansiedade), raiva (presença de ansiedade) e pânico (presença de ansiedade)16. Essas figuras de desenhos humanos foram apresentadas às crianças em um tamanho correspondente à meia folha A4, coloridas e com desenhos no gênero feminino para as meninas e no gênero masculino para os meninos (Figura 2).

Antes da primeira aferição da pressão arterial e da frequência cardíaca, as reações emocionais do paciente eram avaliadas a partir do Teste VPT, ocasião, em que o paciente escolhia um desenho de figura humana com o qual mais se identificava naquele momento, apontando com o dedo para uma das figuras que foram deixadas sobre a mesa (Figura 1). Este mesmo procedimento era repetido ao final da consulta.

 

 

 

 

  • Análise dos dados

Os resultados do teste VPT foram distribuídos em duas categorias: presença de ansiedade e pouca ou nenhuma ansiedade, de acordo com o código presente em cada figura. O código varia de 0 a 6. O código 0 (neutro) representa pouca ansiedade; o código 1 (alegre) representa nenhuma ansiedade, e os códigos 2, 3, 4, 5 e 6 representam presença de ansiedade.

A história médica das crianças foi classificada em: com relevância e sem relevância. O paciente infantil com história médica relevante é aquele que apresenta alguma doença sistêmica, faz uso de medicação regularmente, ou seja, visita consultórios médicos e hospitais com maior frequência, enquanto que a criança com história médica sem relevância é uma criança saudável que não frequenta hospitais e consultórios médicos regularmente.

A história odontológica do paciente infantil foi também classificada em duas categorias: relevante para crianças que estavam indo ao dentista pela primeira vez ou crianças com experiência negativa anterior e não relevante para crianças que já haviam ido ao dentista sem história de experiência negativa.

Para análise dos resultados obtidos, os dados foram inseridos em bancos de programas específicos para análises epidemiológicas (EPI INFO 3.3.2 e 6.04 e SPSS versão 11.0). O Teste de Friedman foi utilizado para avaliar a variação dos sinais vitais. A associação do teste VPT com as demais variáveis foi estudada, estimando-se os odds-ratio (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC 95%). O grau de significância foi avaliado pelo teste do qui-quadrado, para um nível designificância de 5%.

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra constou de 44 pacientes infantis e a distribuição por sexo, tipo de clínica, história médica e odontológica das crianças pesquisadas está representada na Tabela 1.

 

 

Questionou-se se entre os métodos de avaliação da ansiedade, existe um ideal para utilização em odontopediatria, já que a baixa correlação entre os instrumentos parece justificável em virtude do caráter dimensional da ansiedade, cujas reações fisiológicas, cognitivas e motoras manifestam-se de diferentes formas em diferentes indivíduos27. Por esta razão, no presente estudo, foram utilizados a observação de comportamento e um indicador fisiológico, para avaliar a ansiedade odontológica infantil.

No presente estudo, a observação do comportamento foi realizada a partir do uso do Teste VPT, considerado um teste de fácil administração e que demanda pouco tempo 13 , enquanto que o registro da frequência cardíaca e da pressão arterial sistólica e diastólica foi o indicador fisiológico para avaliação da ansiedade odontológica, embora exista grande controvérsia quanto à praticabilidade e interpretação de dados fisiológicos, principalmente em crianças19.

Os sinais vitais das crianças pesquisadas estiveram sempre dentro dos padrões de normalidade, e não foi observada variação significante entre as três aferições (antes,durante e após o tratamento odontológico) para frequência cardíaca (p=0,227), pressão arterial sistólica (p=0,269) e diastólica (p=0,772). Por este motivo, não foi realizada a análise da relação entre os sinais vitais e o nível de ansiedade.

Corroborando os resultados citados acima, a ansiedade foi correlacionada com a pressão arterial e frequência cardíaca durante o atendimento odontológico e foi observado que os parâmetros cardiovasculares avaliados não foram afetados pelo grau de ansiedade, medidos previamente e após a sessão18 .

A avaliação do monitoramento da frequência cardíaca também não se mostrou como um indicador da ansiedade odontológica das crianças em outra pesquisa, pois os valores se mantiveram nos parâmetros de normalidade assim como no presente estudo8.

Na análise de associação entre o teste VPT e as demais variáveis, foi encontrada associação estatisticamente significante entre ansiedade apenas nas variáveis Clínica de Odontopediatria 1 e 2 e história odontológica. As crianças da Clínica de Odontopediatria 2, ou seja, da faixa de idade pré escolar, entre 3 e 6 anos de idade, apresentaram 11,8 vezes mais chances de ter ansiedade na consulta odontológica (p< 0,001) do que as crianças da Clínica de Odontopediatria 1, com idade escolar, a partir dos 7 anos de idade.

Os resultados acima apresentados podem ser explicados, porque crianças a partir dos 07 anos de idade apresentam uma maior capacidade de controlar o medo, enquanto crianças na faixa etária entre 03 e 07 anos apresentam um grande medo do desconhecido e do abandono9.

A presença de história odontológica relevante representou uma chance 31,67 vezes maior de apresentar ansiedade(p< 0,001), concordando com um estudo longitudinal, em que obtiveram o resultado de que crianças com experiência prévia de dor de dente, ou seja, com experiência negativa e história odontológica relevante, apresentaram níveis mais altos de ansiedade no ambiente odontológico do que crianças que nunca tiveram dor de dente13. No entanto, em outra pesquisa realizada com crianças que tinham experiência traumática anterior, estas não apresentaram associações estatisticamente significativas entre ansiedade infantil e tratamento odontológico8.

O sexo das crianças pesquisadas não apresentou associação com a ansiedade infantil ao tratamento odontológico, quando relacionadas com o teste VPT. Os mesmos resultados também foram encontrados em outros estudos4, 8.

No presente estudo, a história médica não apresentou associação com os resultados do teste VPT. Em uma tese de mestrado, foi encontrado que crianças com experiência médico-hospitalar pregressa apresentaram comportamento cooperador passivo frente ao atendimento odontológico1.

O Venham Picture Test foi muito efetivo em mensurar o estado emocional das crianças no presente estudo assim como em outra pesquisa em que consideraram o teste VPT o instrumento de mensuração projetivo de autoanálise mais real para avaliar ansiedade em crianças11, diferentemente dos questionários autoadministrados que podem dar uma medida aproximada da ansiedade odontológica de um paciente, mas têm um valor limitado na avaliação da ansiedade infantil devido ao seu vocabulário e à compreensão pouco desenvolvidos3, 26.

A redução da ansiedade é essencial para o tratamento odontológico e para a motivação do paciente. Modificar conceitos negativos de experiências anteriores é muito importante, daí a importância do teste VPT para avaliar o medo e a ansiedade desses pacientes infantis, principalmente em idade pré-escolar.

Apesar da avaliação do monitoramento da frequência cardíaca e da pressão arterial não terem se mostrado como indicadores da ansiedade odontológica nas crianças pesquisadas nesse estudo, mais estudos devem ser realizados, já que vários autores afirmaram que o medo e a ansiedade podem desenvolver manifestações físicas nos pacientes, influenciando a medida da pressão arterial e a sua leitura, ou ainda, causando taquicardia5, 6, 7além do interesse existente na literatura em quantificar a ansiedade odontológica da criança3.

 

CONCLUSÃO

Com base na metodologia utilizada para o presente trabalho e na interpretação dos dados, pode-se concluir que:

1- A avaliação do monitoramento da frequência cardíaca e da pressão arterial sistólica e diastólica não se mostrou como um indicador fisiológico de ansiedade odontológica das crianças.

2- A presença de história odontológica relevante, ou seja, primeira vez ao dentista ou experiência negativa em consultas anteriores, representou chances muito maiores de apresentar ansiedade infantil ao tratamento odontológico.

3- As crianças da Clínica de Odontopediatria 2, ou seja, com idade em faixa pré-escolar, entre 3 e 6 anos de idade, apresentaram mais chances de ter ansiedade na consulta odontológica do que as crianças da Clínica de Odontopediatria 1, com idade escolar entre 7 e 12 anos.

4- O uso do teste VPT torna-se um instrumento importante para avaliar o medo e a ansiedade dos pacientes infantis pelos odontopediatras.

 

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Correspondência para:
Maíra Pê Soares de Góes
Rua Guedes Pereira, 105/502, Parnamirim - Recife-PE - Brasil
E-mail: maira_goes@hotmail.com

Recebido para publicação em 03/08/09
Aceito para publicação em 29/10/09

 

 

* Monografia para obtenção de título de Especialista em Odontopediatria pela EAP/ABO-PE, em 2008.