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Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial
On-line version ISSN 1808-5210
Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac. vol.12 n.3 Camaragibe Jul./Sep. 2012
HUMANIZAÇÃO NA PESQUISA
A incansável busca do ser humano pelo conhecimento o faz questionar a natureza e, a cada resposta, formular novas perguntas. A história das pesquisas clínicas nos tem mostrado a importância de seu progresso e os ganhos que podem trazer à nossa sociedade, mas também nos alertam para os cuidados que devemos tomar.
Os padrões éticos e científicos utilizados para realizar pesquisas com seres humanos foram desenvolvidos e estabelecidos em diretrizes internacionais, incluindo-se o Código de Nuremberg, a Declaração de Helsinque, as Diretrizes Internacionais da OMS/CIOMS e Resolução 196/96.
Os Comitês de Ética em Pesquisa foram constituídos para funcionar como uma terceira parte entre os pesquisadores e os pesquisados e sua missão é proteger os sujeitos envolvidos, garantindo a todos que os seus interesses serão considerados acima dos interesses da ciência e ou da sociedade.
Mas sem dúvida, o cenário atual é complexo e novas preocupações têm surgido, à medida que as pesquisas clínicas não são mais custeadas somente por organismos públicos e acadêmicos, verificando-se participação crescente de instituições privadas, diretamente ligadas à tecnologia e ao comércio. O interesse econômico pode constituir pressão indutora do perfil dos projetos.
Ampliou-se também o campo das práticas científicas pelo envolvimento de diversos profissionais, não só das áreas da saúde como também das ciências humanas e exatas. A tendência é das pesquisas não serem mais desenvolvidas por um grupo e sim serem multicêntricas com cooperação ampliada e até multinacional.
Portanto, quando falamos da humanização, da ética e do relacionamento interpessoal há de se citar o respeito à dignidade de todas as pessoas, incluindo-se os pesquisadores, dos quais sempre é exigido alto grau de produtividade. É preciso lembrar que uma das maiores exigências sociais na atualidade, no campo dos negócios públicos e privados, é a vivência de valores voltados para o bem-estar da coletividade e que têm o ser humano como a maior riqueza de uma sociedade.
Regina Tamaki
Profa. Dra. do Departamento de Prótese
Faculdade de Odontologia da USP