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Innovations Implant Journal

On-line version ISSN 1984-5960

Innov. Implant. J., Biomater. Esthet. (Online) vol.5 n.3 São Paulo Sep./Dec. 2010

 

CONVERSA FRANCA

 

Qual o custo de um mini-implante?

 

 

Esta é uma pergunta muito comum tanto pelos pacientes quanto aos colegas e alunos ortodontistas. Seguimos em nosso dia-a-dia uma premissa importante em qualquer tratamento ortodôntico: a escolha do procedimento ortodôntico deve ser em conjunto paciente/ortodontista respeitando a ética profissional. Porém as informações e opções de tratamento devem ser oferecidas pelo ortodontista. Já foi o tempo em que o paciente se conformava com uma única opção com a frase: "o seu caso deverá ser tratado com a extração de 4 primeiros pré-molares", com o tempo esta frase mudou para "o seu caso deverá ser tratado com a extração de 2 primeiros pré-molares superiores". Hoje a informação está disponível a qualquer pessoa e a um custo zero. Os pacientes antes de nos consultar já se consultaram por conta própria com o "Dr Google" ou "Dra Net". Cômico ou não, mas a geração que aceitou receber extrações para o seu tratamento ortodôntico é a geração de pais, que atualmente não querem a mesma opção para seus filhos e a pergunta é "doutor a ortodontia não evoluiu, será que o senhor não consegue tratar sem extração?". Sorte a nossa se recebermos esta pergunta. O que ocorre em alguns casos é o paciente consultar outro ortodontista.

Entra em cena o mini-implante que evidenciado clinica e cientificamente mudou os paradigmas da ortodontia. É possível alcançarmos ótimos resultados de forma simples e com total controle do ortodontista. Podemos enumerar alguns exemplos:

1. A extrusão de um primeiro molar superior com comprometimento de espaço para reabilitação inferior. Há alguns anos as opções seriam o desgaste da coroa e tratamento endodôntico e uma prótese, ou a extração do mesmo, também conhecida em nossas aulas como eutanásia dentária. Com a opção de uso do mini-implante é possível intruí-lo mantendo-se todas as suas estruturas periodontais e dentárias saudáveis.

2. Uma má oclusão de Classe II de Angle completa, com grande apinhamento, bom selamento labial e perfil reto. Há alguns anos a opção mais comum seria a extração de dois pré-molares superiores, com necessidade de ancoragem máxima usando-se o famoso AEB (aparelho extrabucal), intitulado pelos pacientes de "freio de burro". Com a opção de uso do mini-implante eliminou-se o AEB, mas e as extrações. Mais uma vantagem é possível alcançar com os mini-implantes. Pode-se distalizar os molares sem gerar efeitos colaterais comuns nos pré-molares, dentes usados como ancoragem do sistema de distalização.

3. Ausência dentária unitária assimétrica posterior, fato mais comum para a perda de um primeiro molar inferior. Há alguns anos a opção seria uma prótese fixa, depois passou para o implante e prótese unitária, e algumas vezes com a necessidade de enxertos. Com o mini-implante e associado à biomecânica, pode-se optar pelo fechamento deste espaço e de forma local, isto é, sem montar aparelho fixo nos outros dentes.

Em fim, eliminar extrações, minimizar a dependência do tratamento pelo paciente, corrigir má oclusões eliminando cirurgias, reabilitar uma oclusão com ausência dentária utilizando o dente natural do próprio paciente, logo a pergunta vem à tona. Qual o custo de um mini-implante?

A resposta esta nas sábias palavras do meu grande mestre em ortodontia (Prof. Dr. Renato Rodrigues de Almeida) que sempre mencionou: "A ortodontia deve ser exercida com a mente, com as mãos e o coração" (Harry Dougherth). Pode-se dizer que somos mais do que ortodontistas, artistas. Uma vez artistas que somos, pergunto: Quanto vale o show?

 

 

Prof. Dr. Fernando Pedrin Carvalho Ferreira
Professor dos cursos de pós-graduação do CORA - Bauru e Vilhena